Na noite desta quinta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizou a sua transmissão semanal e ao vivo nas redes sociais.
A transmissão ocorreu em meio à expectativa de apresentação de pedidos de impeachment de dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, este último também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Aliados tentam demover o presidente da ideia, mas ele teria se reunido nesta quinta com o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Bruno Bianco, para tratar do assunto.
No início de agosto, Alexandre Moraes incluiu Bolsonaro como investigado no inquérito que apura a divulgação de informações falsas, em razão da série de ataques às urnas eletrônicas. Sem provas e com denúncias já desmentidas, Bolsonaro questionou a lisura do sistema eleitoral e o resultado de pleitos anteriores.
Barroso também tem sido alvo das críticas do presidente devido à defesa do sistema eleitoral e por ter atuado contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Impresso, que foi arquivada pela Câmara dos Deputados.
Paz e tranquilidade
Em tom mais ameno, o chefe do Executivo federal disse nesta quinta querer “paz e tranquilidade” e afirmou que pode sentar à mesa para dialogar com os ministros.
“A minha voz vai continuar sendo usada. Não estou atacando ninguém, nenhuma instituição. Algumas poucas pessoas estão turvando as águas do Brasil. Quero paz, quero tranquilidade. Converso com o senhor Alexandre de Moraes, se quiser conversar comigo. Converso com o senhor Barroso, se quiser conversar comigo. Converso com o Salomão, se quiser conversar comigo. Ele fala o que ele acha que está certo, eu falo o que acho que está para o lado de cá. E vamos chegar num acordo”, disse Bolsonaro.
O pedido que Bolsonaro anunciou tem potencial de tensionar a relação com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que tem tentado atuar de forma moderadora.
Na última terça-feira (17/8), Pacheco disse que um processo de impeachment, nesse momento, “não é recomendável para um Brasil que espera uma retomada do crescimento”.
Ao ser questionado especificamente sobre a promessa de Bolsonaro, Pacheco disse que é preciso aguardar para saber se o fato vai se concretizar.
*Com informações do Metrópoles.