De um lado, o ex-presidente “desesperado com a prisão iminente”. Do outro, o povo “atendendo ao chamado de Bolsonaro porque está identificando riscos à democracia”. Os deputados federais da oposição e aliados de Bolsonaro da bancada potiguar na Câmara Federal trazem, ao Diário do RN, a visão sobre o ato público convocado pelo ex-presidente, neste domingo (21), no Rio de Janeiro.
Esta é a segunda movimentação realizada pelo ex-chefe do Executivo Federal junto à sua militância. De 30 a 40 mil apoiadores, segundo estimativa da Universidade de São Paulo (USP), se reuniram em Copacabana, no Rio de Janeiro, chamados, via redes sociais, por Jair Bolsonaro. O mote para o ato público foi a defesa da democracia e da liberdade de expressão no país. Críticas ao presidente Lula e ao ministro do STF, Alexandre de Morais, exaltação ao empresário Elon Musk e a invocação ao discurso religioso também permearam o evento.
Para o deputado Sargento Gonçalves (PL), “um exemplo de cidadania e participação cívica que deve ser valorizado e respeitado”. O parlamentar afirma que foi “emocionante” ver tantas pessoas reunidas, “pacificamente” em defesa dos valores que acreditam.
“O ato de foi uma demonstração contundente do apoio popular ao presidente Bolsonaro e suas iniciativas. Milhares de brasileiros se reuniram para expressar que estão alinhados com os propósitos em prol do crescimento do nosso país. Mostra a celebração da democracia, da liberdade de expressão e das pautas conservadoras que defendemos”, ressalta.
O deputado General Girão (PL) complementa afirmando que o povo atende ao chamado de Bolsonaro para lutar contra ditaduras, “como as que o Governo Lula defende”.
“Lutamos pelo cumprimento da nossa Constituição Federal de 1988, cujos aspectos mais importantes envolvem a independência dos Poderes, a democracia plena, a liberdade de opinião, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e o fim da perseguição política. Na minha visão, o povo está atendendo ao chamado de Bolsonaro porque está identificando riscos à democracia, na tentativa de implantação de um “silêncio” nas Redes Sociais. A falta desses aspectos é comum e natural em ditaduras como as que o Governo Lula defende e não em democracias como a que nós acreditamos”, enfatiza.
Girão frisa, ainda que foi uma “linda” manifestação, “buscando esperança e liberdade”.
“Liberdade de mentir e conspirar contra o próprio país”, diz Bonavides
Na outra ponta, deputados da oposição classificam que o ato é um movimento alimentado pelo “ódio político”. A definição é do deputado Fernando Mineiro (PT).
“Mais um ato que bate na mesma tecla: questionamento ao resultado das eleições de 2022 e ataques à democracia. O objetivo é exatamente o de manter a oposição mobilizada em torno da pauta bolsonarista, alimentada pelo ódio político”, salienta.
A deputada Natália Bonavides (PT) acredita que o ex-presidente Bolsonaro está “desesperado com sua prisão iminente” e tem convocado os atos para “tentar manter o que sobrou de apoio”.
“A realidade é apenas uma: Bolsonaro responde a inquéritos com provas e materiais robustos e conspirou contra as eleições. Não ficará impune”, afirma.
Na opinião da parlamentar, o golpismo ficou “escancarado” com o apoio da rede social X, de Elon Musk: “O golpismo não descansa e agora ficou escancarado o apoio de uma rede internacional, como vimos com a tentativa de interferência por parte do bilionário dono da rede X na nossa democracia. A sociedade brasileira precisa estar alerta para esse discurso fantasiado de “liberdade de expressão”, mas que na verdade defende a liberdade de mentir e conspirar contra o próprio país”, acrescenta.