À medida que as eleições municipais se aproximam, a população de Natal expressa suas expectativas e anseios para a próxima gestão. Em conversas com moradores, destaca-se a preocupação com temas como segurança, infraestrutura e saúde.
Para alguns cidadãos a eleição é sinônimo de esperança e as expectativas são de que o gestor escolhido consiga melhorar e cuidar da capital potiguar. “Espero que a nova gestão consiga priorizar áreas essenciais, como a saúde, educação e segurança. O funcionamento adequado desses serviços básicos é fundamental para garantir uma qualidade de vida digna para os cidadãos, Natal precisa de mais investimentos em infraestrutura de saúde, com unidades que atendam à demanda da população, educação de qualidade que prepare as futuras gerações”, afirma o designer Jonathan Costa.
“Eu espero uma próxima gestão que veja o potencial que Natal tem, porque a cidade tem muito potencial para diversas áreas. Em relação a saúde e educação, eu quero uma gestão que não necessariamente transforme tudo do dia para a noite, mas uma gestão que cuide dos pontos essenciais como saúde, educação, dando manutenção, mantendo a qualidade daqueles que já existem, tanto de escola como hospitais, e a longo e médio prazo, construir mais”, declara o estudante de direito, Marcus Vinícius.
Por outro lado, existem cidadãos totalmente desacreditados de uma possível mudança e critica o distanciamento dos políticos da população em seu cotidiano: “Eu estou falando aqui em nome da população do meu bairro na Zona Norte, os bairros estão todos desprezados, e precisando de um olhar público com mais atenção em todas as áreas, as ruas são muito sujas, falta água todo dia, nós não temos iluminação suficiente e muitas outras coisas. Sobre os políticos, os prefeitos e vereadores fazem descaso com a população, e agora ficam passando nos bairros quase todo dia pedindo voto”, declara Francisca Gonçalves, aposentada e moradora da Zona Norte de Natal.
Infraestrutura e mobilidade urbana A infraestrutura da cidade também é um tema recorrente nas conversas com a população. Ruas esburacadas, falta de iluminação pública e problemas com drenagem são alguns dos pontos que geram insatisfação. “É preciso um plano de revitalização que contemple todos os bairros, principalmente os mais esquecidos”, sugere Carlos Medeiros, morador da Zona Leste de Natal.
Além disso, a mobilidade urbana é uma preocupação crescente, com muitos pedindo melhorias no transporte público. “Acredito que independente de quem seja eleito, a licitação do transporte público ocorra. Um dos principais problemas que enfrentamos em nossa cidade é a falta de empatia com a população que se utiliza desse meio para sua locomoção”, afirma Robson Trigueiro, estudante da UFRN.
Saúde e acesso aos serviços Na área da saúde, a demanda por um atendimento mais eficiente e humanizado é evidente. Os natalenses desejam que a nova gestão priorize a reforma de unidades de saúde e a ampliação de serviços, especialmente em comunidades mais carentes. “Às vezes, é difícil conseguir uma consulta. A saúde precisa ser uma prioridade”, ressalta Renata, mãe de três filhos.
Educação e inclusão social A educação também aparece como um tema central nas expectativas. Os moradores clamam por investimentos em escolas públicas e programas de inclusão, visando melhorar a qualidade do ensino. “A educação precisa melhorar na qualidade das escolas, ter ambientes com mais infraestrutura, escolas climatizadas principalmente, porque o sol é grande na cidade, e o calor também. Estão debatendo também muito pelas vagas de creche, que hoje são sorteadas, porque não tem vaga suficiente, então tem que acabar com esse negócio de sortear, tem que aumentar as vagas para atender todo mundo”, declara o estudante Gustavo Lennon.
Futuro À medida que a cidade se prepara para escolher seus novos representantes, as expectativas da população de Natal são claras. A nova gestão municipal enfrentará o desafio de atender a demandas urgentes e construir uma cidade mais inclusiva e sustentável. Os próximos meses prometem ser cruciais para definir o futuro da capital potiguar e os moradores aguardam por ações concretas que reflitam suas esperanças e necessidades. E tudo começa a partir do próximo domingo, dia 06, quando a população vai às urnas para escolha de um novo gestor, que estará à frente do poder executivo da capital pelos próximos quatro anos, além dos 29 representantes na Câmara Municipal.
O juiz de direito da 1º vara, diretor do Fórum de Ceará-Mirim, Herval Sampaio, conversa com o Diário do RN, sobre o processo eleitoral e a atuação da Justiça Eleitoral neste momento importante para a democracia e o exercício da cidadania. Com histórico de atuação enquanto juiz eleitoral, entre 2000 e 2024, Herval só não participou das eleições na condição de juiz eleitoral nos anos de 2016 e 2018.
Segundo o magistrado, o questionamento à lisura e à segurança eleitoral foi deixado de lado, pela “fragilidade” dos argumentos.
Analisando o largo uso das propagandas no rádio e na TV e, principalmente, na internet, Herval Sampaio admite que nem a Justiça, nem o Ministério Público têm estrutura para acompanhar a rapidez com que novas tecnologias são criadas diariamente para propagandas negativas e fake news.
Por fim, o jurista lista desrespeitos às normas mais danosas cometidas no dia da eleição e explica como o eleitor e candidatos devem agir no dia em que a cidadania atinge o ponto alto.
Diário do RN – Depois de um período muito extremo de questionamento sobre a confiabilidade do sistema eleitoral, como é que o senhor avalia 2024 em relação a esse quesito? Herval Sampaio – Esse questionamento que foi feito ao longo desses últimos anos, com todo respeito a quem pense o contrário, fez parte do que se chama, até mesmo como novidade, dessa polarização ideológica, que sem sombra de dúvida, se iniciou a partir da eleição do presidente Bolsonaro e, com todo respeito que eu tenho à Vossa Excelência, foi um dos maiores erros cometidos por esse grupo político, porque, por mais que a gente queira aperfeiçoar o nosso sistema eletrônico e isso é válido, até salutar, inclusive para o fortalecimento da nossa democracia, em momento nenhum ficou demonstrado nada do que foi dito. Inclusive hoje, em pleno 2024, você tem uma resolução sobre fake news no processo eleitoral, que os exemplos mais factíveis, inclusive constando na resolução, são justamente contra o próprio sistema de votação.
Então, eu diria, pelo declínio da perda evidentemente do posto maior, esse movimento foi caindo de forma muito acintosa, ao ponto, inclusive, de mesmo havendo ainda uma divisão ideológica muito grande, ou seja, a polarização continua e talvez se intensifique, mas esse tema foi deixado de lado. Aí você pode dizer que ele foi deixado de lado porque houve endurecimento da Justiça Eleitoral, pode ter tido, mas a realidade, penso eu, que vai além disso, vai justamente porque não se teve força nos argumentos com relação essa questão da vulnerabilidade do sistema eletrônico.
E veja, nas eleições municipais, que a gente tem uma militância mais ativa, mais presente, com fiscalização mais evidente, você não vê ninguém até hoje, a quatro dias das eleições, você não vê ninguém questionando, pelo contrário, o sistema vem se fortalecendo. Isso no meu entender, dignifica a Justiça Eleitoral brasileira.
Diário do RN – Em relação ao advento das tecnologias, redes sociais, uso desenfreado de fake news. Como é que o senhor explica o processo jurídico sobre eleições, a partir disso? Herval Sampaio – Aí sim você toca realmente uma grande novidade, porque essa novidade, ela só é em cima do uso tecnológico, do incremento tecnológico das redes sociais, da internet, dos chats boots, enfim, de tudo que a gente vê hoje de forma muito intensa sendo aplicado ao processo eleitoral. As hoje fake news nada mais são do que as antigas fofocas. E essas fofocas, tanto de forma positiva, quanto a chamada hoje propaganda negativa, sempre fizeram parte do processo eleitoral, das eleições agora. Qual a novidade, além do incremento? É a potencialização de tudo isso. É muito danoso para determinados municípios em especial, quando você traz uma fake news de caráter negativo. Por mais que se critique o uso talvez um pouco mais exacerbado ou um ativismo um pouco mais intenso da Justiça Eleitoral, inclusive com a resolução que eu citei, idealizada pelo então presidente, ministro Alexandre de Moraes, nós estamos percebendo claramente que se faz necessário um instrumento normativo, que faz necessário uma velocidade da Justiça Eleitoral para conter essas fake News e esse uso tecnológico quando se prejudica uma determinado candidatura, porque a gente sabe que o efeito eleitoreiro, o potencial eleitoreiro coloca abaixo a tentativa de se igualar ao processo eleitoral. Eu digo tentativa porque o processo eleitoral é desigual por natureza, é muito desigual. É desigual inclusive, como eu sempre dizia na forma tradicional, quando se tem a reeleição de chefe do Executivo, mas os demais políticos profissionais, que são candidatos sem deixar o seu mandato. Mas são muito mais desiguais hoje quando um candidato em São Paulo, e não pode ser discriminado por isso, tem milhões de seguidores nas redes sociais. Por mais que ele não tenha tempo de rádio e televisão e nem direito a fundo partidário, ele parte na frente. Não que seja ilícito. Não é. Você não pode discriminar alguém que tem muitos seguidores de participar do processo eleitoral, mas isso desiguala sim, porque claramente ele está lá com muito mais oportunidade, com muito mais espaço, com muito mais interação, inclusive para cometer fake news. O abuso de poder mais potencial, aquele que verdadeiramente pode mudar o resultado das urnas, que pode direcionar de forma danosa, invertendo a ótica normal da escolha, dentro pelo menos de um processo mínimo de igualdade, é o abuso de poder midiático que nós estamos vendo hoje.
Diário do RN – Existe como a justiça acompanhar esse ritmo de como essas coisas acontecem principalmente nas redes sociais? Herval Sampaio – Tem não. Eu vou logo ser franco, direto, objetivo: nem a justiça e muito menos o Ministério Público. O Ministério Público passa longe de ter a estrutura necessária. Muitas das medidas que têm que ser tomadas na propaganda, fora o poder de polícia, têm que ser tomadas pelo Ministério Público ou então por algum dos candidatos. Mas aí eu abro um parêntese, você deve ter vários registros de candidatos que estão em municípios pequenos, até municípios medianos, combinado de que cada um faz suas ilicitudes de um lado e de outros, respeitando aí alguns limites que eles mesmos estabelecem e se o Ministério Público não atuar no poder de polícia de forma oficiosa nada vai acontecer, as ilicitudes vão reinar. Então, é impossível tanto para a justiça eleitoral quanto para o Ministério Público acompanhar passo a passo, minuto a minuto, de segunda a segunda, ou seja, todos esses movimentos que mudam, inclusive, de táticas, estratégias, de uso de tecnologias de uma hora para outra, de uma hora para outra mesmo. Então é impossível, claro, que só tem uma coisa, só se a gente se estruturasse.
Diário do RN – O senhor acredita que a Justiça Eleitoral chegou no ideal sobre a inclusão das minorias, mulheres, pessoas trans, os negros, em relação inclusive ao fundo eleitoral? Herval Sampaio – Está longe demais também, infelizmente, é algo que a evolução é muito pouca no meu sentir, a Justiça Eleitoral ainda não avançou suficiente inclusive para, a partir do próprio Ministério Público e de um ou outro candidato, e na realidade a Justiça Eleitoral passa longe de poder normatizar as questões que dizem respeito às minorias. E ela ainda o faz, mesmo que de forma política ela o faz. Você veja aí aquela decisão do Supremo Tribunal Federal na véspera da eleição passada com relação a necessidade de que parte do fundo eleitoral fosse usado também para as candidaturas negras, mesmo sem previsão expressa. Mas me preocupa, porque a mulher claramente, numericamente, segundo os estudos estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, não faz sentido que a gente tenha tão poucas mulheres presentes na vida política brasileira. É triste, é patético esse número, eu evidentemente tenho minhas ressalvas, não por cooperativismo, mas porque na minha carreira por exemplo tem a questão da antiguidade, mas dentro da política não tem nada, não tem critério nenhum, não tem o que respeitar a não ser a vontade do povo. E parece que o povo tem que verdadeiramente entender que a mulher é, da mesma forma que o homem, esse ser político, e em sendo esse ser político, ela precisa participar mais ativamente. E para isso nós temos que deixar de lado muitas amarras, não só as amarras normativas, mas as amarras culturais, essas amarras de uma sociedade, que é, por mais que a gente não queira dizer, patriarcal, uma sociedade que ainda vê, em que pese a legislação ter avançado, homem como chefe de família e a mulher como dona de casa. Para que essa macharada passe a entender, eu penso que a legislação tem que ser mais agressiva.
Diário do RN – Quais são os pontos principais para o eleitor se ater no próximo domingo, no exercício da cidadania, e também os candidatos? Herval Sampaio – Vamos começar com os eleitores. Com o enxugamento que a gente teve nesses últimos anos, muito grande, das propagandas, a campanha chega ao final realmente enxuta. Ela chega nas redes sociais, que ganharam, e vão ganhar, ainda muito mais espaço nas eleições seguintes. Então, como é que o eleitor irá se portar no dia da eleição? Quer fazer sua propaganda? Quer inclusive deixar claro, deixar patente, até para fins eleitorais, deixar clara sua posição? Faça de maneira silenciosa. Eu gosto de brincar com isso, eu digo que o eleitor pode ir só com o zoinho de fora, vestido de Homem-Aranha, vai de qualquer personagem. Pode ir com tudo da cor do candidato. Agora, ele tem que ir caladinho, na dele, levando o santinho dele, se ele não conseguir lembrar o número. Só são dois números e ele tem que votar e ir para casa. Não pode se aglomerar, ele não tem nenhum tipo de propaganda no dia da eleição, que ele não invente de ficar junto de eventuais militâncias, que estarão erradas; e aí eu já passo para a parte dos candidatos, que devem respeitar. A legislação é clara: não há propaganda nenhuma na internet. E acabar com aquele movimento do candidato. Movimento altamente, eu diria, nefasto ao processo eleitoral.
Não porque a legislação seja assim. Mas também porque a partir de haver uma estruturação para que os candidatos não possam piruar de seção por seção, criam para a Justiça Eleitoral evidentemente muitos problemas. Então o candidato tem que colaborar. Eu não quero que ele deixe de cumprimentar os eleitores não. Eu não quero que ele deixe fazer um abraço uma foto ou outra. Agora ele não pode ficar fazendo literalmente propaganda, literalmente uma boca de urna.
Ele não pode ficar visitando todas as seções, porque isso é literalmente propaganda e a sua militância não pode estar reunida. E o pessoal ainda tem aquela imaginação muito pequena de jogar aqueles santinhos nas calçadas, causando, não só aquela poluição visual, mas também uma poluição real, e aquilo pode indicar, no mínimo, indício de abuso do poder econômico que com certeza, dificilmente estará na contabilidade da prestação de conta.
Como é que você tem a cara de pau, passar muito óleo de peroba na sua cara, para você estar querendo fazer carreata, passeata no dia da eleição. Isso é um absurdo, é uma coisa do terrível, é um desrespeito muito grande à própria institucionalidade do processo democrático. Então, que o eleitor possa exercer o seu direito, talvez um dos mais sublimes.
O ex-prefeito Carlos Eduardo passou a campanha inteira de 2024 fugindo de debates com seus principais adversários. Ele faltou ao debate da Band TV, faltou ao da 98 FM e faltou ao debate da Tribuna/OAB. No primeiro, de última hora ‘inventou’ uma viagem para Fortaleza e só comunicou à emissora que faltaria, poucas horas antes do início do evento. Nos demais debates, ele não se preocupou mais em arranjar desculpas para faltar; simplesmente faltou e pronto. Agora, no último debate da campanha, ele resolveu participar.
A InterTV Cabugi realiza tradicionalmente um debate entre os candidatos no último dia de prazo legal para realização desse tipo de confronto entre os postulantes ao Executivo. Hoje será realizado o debate com os candidatos a prefeito de Natal. Para surpresa geral, Carlos Eduardo confirmou presença no último debate da campanha e vai ser confrontado com seus principais adversários, de quem ele fugiu e evitou o confronto até agora.
Segundo informações de bastidores, a decisão para a ida de Carlos Eduardo ao debate foi tomada em função da queda nas pesquisas e a possibilidade de perder uma vaga no segundo turno da disputa, justamente pelo desgaste que suas ausências provocaram no eleitorado. Seria o ‘tudo ou nada’ para quem passou a maior parte da campanha como favorito e agora vê esse favoritismo ameaçado.
A questão é que a ausência de Carlos Eduardo nos debates fez com que os adversários usassem parte da munição contra ele nas inserções e no horário eleitoral. Mas agora é diferente.
À distância, Carlos Eduardo bateu em Paulinho Freire, Natália Bonavides e Rafael Motta. Agora, será a vez da revanche, frente à frente.
Paulinho, Natália e Rafael vão entrar na sede da InterTV Cabugi com pastas e mais pastas, cheias de documentos que aterrorizam Carlos Eduardo. São auditorias técnicas, ofícios, condenações, reversões de punição, questionamentos sobre aumento do patrimônio pessoal e outros torpedos que mexem com o emocional do ex-prefeito da capital.
Além de questionamentos ácidos sobre assuntos indigestos, há também os problemas como a falta da licitação dos ônibus, o sorteio de vagas nas escolas, os medicamentos vencidos, o saque da previdência, entre outras pérolas que deixarão Carlos Eduardo nas cordas.
Caso ele tivesse ido a outros debates, esses assuntos já seriam de conhecimento público e suas respostas já teriam sido dadas. Com suas ausências, tudo ficou guardado para um único dia: Hoje.
Natália deverá ser a mais agressiva contra o ex-prefeito. Afinal, ela já viu que não consegue tirar votos de Paulinho. A vaga da petista no segundo turno virá da desidratação da candidatura de Carlos Eduardo, que já foi aliado e adversário do PT e sinaliza para o centro-esquerda. Rafael também é outro que vai para tudo ou nada. Se tirar Carlos Eduardo do sério, poderá conquistar alguns preciosos pontos na reta final. Paulinho foi quem mais apanhou da campanha do ex-prefeito. Vai para o debate afiado para desmascarar o adversário.
Portanto, a ida de Carlos Eduardo ao debate poderá ser o maior erro estratégico desta eleição. É aguardar e assistir o único confronto direto entre os principais candidatos a prefeito de Natal.
Debate da Inter TV O debate iniciará às 22h e será mediado pela jornalista Emmily Virgílio. Dividido em quatro blocos, o primeiro e terceiro serão de temas livres; já os segundo e quarto blocos terão temas pré-estabelecidos e sorteados antes da participação de cada candidato. Todos terão tempo para réplicas e tréplicas e para as considerações finais na última parte.
Foram convidados os candidatos de partidos que têm representação mínima de cinco parlamentares no Congresso Nacional.
A situação do México foi o “ponto final” na possibilidade do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcar presença em Natal para ajudar a alavancar a candidatura de Natália Bonavides (PT) rumo ao 2º turno na disputa pela Prefeitura da capital. A informação foi dada à reportagem do Diário do RN pela própria Natália. Ela afirmou que, apesar da dificuldade de agenda, foi o problema no voo do México que definiu a ausência de Lula nesta campanha eleitoral.
“Não tinham desistido ainda, mas agora com esse problema no voo do México, só no segundo turno. Ele deve retornar para o México pelo problema no voo”, informou a candidata nesta terça-feira, 01, à noite, se referindo à fala do ministro Alexandre Padilha, que vinha articulando agenda eleitoral do presidente junto ao PT nacional.
Segundo Natália, Padilha informou que continuava tentando, mas que a viagem à Natal teria que ser nesta quarta-feira, 2, já que hoje já estava marcado o último debate eleitoral dos candidatos a prefeito. “Ele está confiante que você estará no segundo turno”, teria dito Alexandre Padilha após a confirmação de cancelamento da agenda.
A questão do voo a que a candidata se refere foram os problemas técnicos apresentados no avião presidencial no retorno do presidente e sua comitiva do México, para onde tinha ido participar da posse da presidente do país, Claudia Sheinbaun. Lula teve que retornar e embarcar em outra aeronave, adiando sua chegada ao Brasil.
Segundo reportagem do Uol, a ausência de Lula no primeiro turno das eleições municipais tem desagradado nos bastidores. O texto cita Natália como uma das candidatas que “esperavam mais” de Lula, diante das chances concretas, segundo as pesquisas, de chegar ao segundo turno.
De acordo com o Uol, fontes apontam três motivos para a ausência de Lula em capitais com candidatos com chances de segundo turno: agenda corrida, ciúmes entre candidatos e evitar excesso de exposição.
Nesta segunda-feira, 30, o presidente surgiu em curto vídeo publicado na rede social Instagram, pedindo voto para a candidata. “Dia seis de outubro vocês têm a oportunidade extraordinária de votar numa jovem mulher, deputada de muita qualidade, para ser prefeita de Natal”, afirmou Lula.
Na gravação, o petista ainda diz: “para melhorar a qualidade de vida das pessoas, para melhorar a qualidade da educação, a qualidade da saúde, a qualidade do transporte. Dia seis de outubro, vote Natália para prefeita”. O vídeo foi publicado na conta oficial de Bonavides, junto com a mensagem: “aquele recado de quem transformou o Brasil e vem com a gente fazer história rumo à mudança que nossa cidade precisa”.
Além do vídeo na última semana de campanha eleitoral, com a ausência do presidente, a campanha de Natália Bonavides se vale também de vídeos dos ministros Fernando Haddad, Camilo Santana e Simone Tebet, a quem a campanha nominou de “O time de Lula”, como uma maneira de relacionar o nome da candidata ao presidente, e na esperança de contribuir para que ela realmente consiga passar para o segundo turno para, mais uma vez, esperar o presidente.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Rio Grande do Norte está desengavetando um processo antigo, de mais de três anos, que requer licenciamento para que o estado possa explorar o cultivo de macroalgas no litoral potiguar. Se tudo correr como o planejado, o Brasil deve se tornar autossuficiente na produção de potássio, matéria-prima para a fabricação de fertilizantes utilizados na agricultura. A projeção é do superintendente do IBAMA no estado, professor Rivaldo Fernandes.
“Sobre o projeto das macroalgas, o Rio Grande do Norte pode ser beneficiado no desenvolvimento de um segmento econômico importante e que vai contribuir para criar um ambiente capaz de tornar o Brasil autossuficiente em potássio, matéria-prima para a fabricação de fertilizantes”, declarou o superintendente. “A alga tem a ver com a produção de potássio que o Brasil importa do Canadá, Bielorrússia e Rússia, que fabricam fertilizantes que o agronegócio depende para o seu desenvolvimento”, acrescentou.
Ao Diário do RN, o professor revelou que o IBAMA recebeu um estudo que trata sobre as macroalgas Kappaphycus alvarezii, espécie que deve ser cultivada na costa potiguar. “O processo de licenciamento começou no órgão. Dentro de alguns dias definiremos os rumos do projeto no RN”, confirmou.
Kappaphycus alvarezii A macroalga a que o superintendente do IBAMA no RN está se referindo a Kappaphycus alvarezii, uma espécie de alga vermelha, um musgo marinho chifre-de-alce. Varia em tamanho, peso e idade, e possui um tom marrom-esverdeado escuro e às vezes pode ser roxo profundo, com formato cilíndrico.
A Kappaphycus alvarezii é uma macroalga exótica, originária das Filipinas, que é usada comercialmente por ter grande importância para diversos setores da economia. Na agricultura, pode ser usada como bioinsumo, dando mais qualidade ao solo e resistência vegetal a doenças.
Na pecuária, serve como alimentação animal, melhorando o desempenho e a saúde dos bichos.
Na indústria, a alga é fonte rica em compostos com propriedades espessantes, gelificantes e emulsificantes. E pode ser utilizada em diversos produtos, inclusive farmacêuticos e cosméticos.
Por fim, é altamente sustentável, pois contribui para a fixação de carbono, auxiliando na mitigação das mudanças climáticas e também na reconstrução de ambientes marinhos.
E onde este tipo de alga se reproduz? Em águas rasas, claras e limpas, com altos níveis de iluminação, temperaturas que variam entre 20 e 32 graus e salinidade superior a 30 partes por mil, ou seja, condições encontradas na costa potiguar. O problema, até então, é a liberação para o cultivo. No Brasil, isso só é possível por meio de instrução normativa do IBAMA. Atualmente, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo possuem produções já liberadas pelo órgão.
Negócio gigante “Hoje, mundialmente cultivada, a alga Kappaphycus alvarezii tem vários benefícios ambientais, porque tem uma capacidade de crescimento gigante. E com essa capacidade de crescimento, ela consegue captar o CO2 (dióxido de carbono) que está na água, nas águas oceânicas, e transformar em uma alga que tem um altíssimo teor de potássio. A ideia é essa, é aproveitar esse crescimento e iniciar essa exploração aqui no estado do Rio Grande do Norte. Assim, atrairíamos empresas que atuam nesse segmento de adubos biológicos, empresas que aproveitassem essas algas para produzir adubo à base de potássio, para ser utilizado na agricultura”, acrescentou o secretário estadual de Agricultura, Guilherme Saldanha.
Ainda de acordo com Guilherme, o que falta para o RN se aproveitar dessa potencialidade é a autorização ambiental. “Nesse caso específico, é o IBAMA. A gente já está tratando disso há mais de três anos”, confirmou.
“Temos um grupo de trabalho, junto com o Governo do Estado, Secretaria da Agricultura, Emparn, EMATER, IDEMA, IGARN, UFRN, Escola Agrícola de Jundiaí, e com o próprio IBAMA, onde discutimos para ver se a gente consegue acelerar e concluir esse processo da autorização. E aí poderemos entrar com a pesquisa de campo, ver os potenciais que essa alga tem de crescimento, provar que ela respeita todas as diretrizes ambientais, e aí começar uma exploração comercial”, destacou Guilherme.
“Olha, isso pode se tornar um negócio gigante, gigante mesmo, algo que possa movimentar a casa dos milhões de reais, de dezenas de milhões de reais na produção de adubos orgânicos à base de potássio”, reforçou o secretário da Agricultura.
A quatro dias da eleição municipal, se encerra hoje, 02, o ciclo de sabatinas realizado pelo Diário do RN com os candidatos à Prefeitura de Natal. Cinco dos seis candidatos se prontificaram e cumpriram seu papel de apresentar ao público leitor o perfil, propostas e principais características neste momento em que se propõem a governar a capital do Rio Grande do Norte pelos próximos quatro anos.
Todos os candidatos foram convidados para o momento, com dias e horários agendados previamente com as assessorias de comunicação das campanhas, de acordo com a agenda e preferência de cada postulante. As sabatinas foram realizadas pelos jornalistas Túlio Lemos, Bosco Afonso e Carol Ribeiro e tiveram as mesmas duas páginas para todos os candidatos participantes.
O único candidato que recusou o convite do Diário do RN foi o ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD). A ele foi oferecido o mesmo espaço de entrevista e a mesma flexibilidade de horários que aos demais candidatos. Entretanto, o ex-prefeito optou por se negar a apresentar seus pensamentos sobre o pleito e novas propostas para Natal, assim como fez com sua participação em debates eleitorais realizados por emissoras e instituições, como Band, 98FM e Joven Pan e OAB.
Primeiro entre os entrevistados, o candidato do PSTU, Nando Poeta, que forma chapa puro-sangue com o estudante Tiago Silva, apresentou os ideais e pensamentos para uma gestão socialista da capital do Estado. Poeta, cientista social, trabalhador da construção civil, fundador do PT em Natal e do PSTU, o candidato apresentou duras críticas ao PT, a quem classificou de “gestor do capitalismo”, junto com demais partidos que compõem o Congresso Nacional. Nando Poeta defendeu a redução de salários do prefeito, de secretários e de vereadores e prometeu montar uma empresa pública de transportes para corrigir a deficiência do transporte coletivo de Natal.
Rafael Motta (Avante), segundo participante da sabatina, se apresentou como o candidato mais capaz de trazer jovialidade, modernidade e tecnologia para dentro da administração municipal.
Em chapa puro-sangue composta com José Abdon (Avante), defende o conceito de cidades inteligentes. Motta promete a criação do cartão-único do transporte coletivo e a criação de uma zona franca na Ribeira. O candidato avaliou os adversários e afirmou que novas lideranças no PT são “ceifadas” e que Carlos Eduardo é “antiquado e atrasado”.
Já a candidata do PT, Natália Bonavides, que forma chapa com Milklei Leite (PV), numa aliança entre a Federação Brasil da Esperança (PT-PV-PCdoB), MDB, PDT e PSB, foi a terceira a participar da série. Colocando-se como “a mais preparada”, Natália prometeu realizar a licitação para o transporte coletivo e falou sobre a “obsessão” de gerar empregos com a ampliação de áreas pouco estimuladas economicamente em Natal, como a indústria têxtil e tecnologia. Segundo Natália Bonavides, Paulinho Freire se propõe a manter os problemas de Natal e Carlos Eduardo não tem interesse na cidade, porque só aparece em época de eleição.
Paulinho Freire (UB), candidato da aliança UB, PP, PSDB-Cidadania, Republicanos, PL e Podemos, que forma chapa com Joanna Guerra, foi o quarto entrevistado da rodada de sabatinas. O deputado estadual prometeu resolver o “atraso” de Natal que, segundo ele, foi causado pelo ex-prefeito Carlos Eduardo. Sobre os adversários, o candidato ainda relaciona Natália Bonavides à desaprovação da gestão Fátima Bezerra (PT). Entre os projetos apresentados, o candidato propõe a construção da Via Mangue, entre a zona Norte e demais áreas da cidade, e garante que “nenhuma criança estará fora da sala de aula”.
Por fim, o pastor evangélico Heró Bezerra, que tem como vice Bento, ambos do PRTB, foi a última conversa da série de sabatinas. O candidato critica a transmissão de poderes entre os candidatos que participam do pleito e se coloca como a “renovação” que Natal precisa. Ele promete realização de concursos e a construção de hospitais municipais.
“Eu acho que existe rabo preso”. Essa é a justificativa que o candidato a prefeito de Natal, Heró Bezerra (PRTB), encontra para nunca ter acontecido licitação para o transporte coletivo na cidade. O candidato é o quinto entrevistado a participar da sabatina do Diário do RN com os postulantes da capital.
Lembrando que é do mesmo partido de Pablo Marçal, polêmico candidato a prefeito de São Paulo, Heró Bezerra diz acreditar no seu crescimento, por ter o menor índice de rejeição.
Pastor evangélico, presidente fundador da igreja Palácio de Deus no RN, o candidato defende o Estado laico e o respeito dos governantes ao “povo que declara outras crenças”.
Criticando o que chama de “prefeitura de colo”, Heró Bezerra garante que, se prefeito de Natal, deve construir quatro hospitais municipais, uma universidade pública municipal, realizar concurso para a saúde e guardas municipais e “dar as mãos com empresários e com comerciantes”.
Leia a entrevista na íntegra:
Diário do RN – Candidato, por que que o senhor resolveu colocar seu nome à Prefeitura de Natal no meio de tantas candidaturas com grandes estruturas? Heró Bezerra – Eu coloquei meu nome a disposição do povo de Natal porque eu amo Natal. Natal foi uma cidade que me acolheu desde o momento que cheguei e eu devo contribuir para que Natal seja melhor para os natalenses. Então eu me sinto nesse dever, nessa responsabilidade, de fazer essa contribuição. Eu sou natural de Mossoró e sou natalense de coração.
Diário do RN – O senhor já foi candidato outras vezes? Heró Bezerra – Fui candidato outras vezes, fui candidato a prefeito de Mossoró, fui candidato a ao Governo do Estado e agora enfrento essa candidatura à Prefeitura de Natal.
Diário do RN – A religião ajuda ou atrapalha na candidatura? Heró Bezerra – Nós temos um povo natalense, que é um povo que declara fé. É um povo religioso. Embora o governo seja laico, mas o governante não pode deixar de reconhecer a fé do povo. Então, nós temos um povo evangélico, temos um povo católico, temos um povo que declara outras crenças e o governante ele vai governar para todos, sem distinção e sem discriminação ou preconceito.
Diário do RN – Um dos problemas que está chamando bastante atenção é a questão do sorteio para as vagas nas creches para as crianças. Qual seria a solução? Heró Bezerra – Nós queremos resolver o problema da educação. Eu militei no movimento estudantil, tanto em entidades como grêmios estudantis, entidades municipais, estaduais.
Defendemos a categoria de profissionais da educação, também os estudantes. Eu passei por escola pública, sei das dificuldades que que existem no seio da escola pública. E essa situação que é latente aqui em Natal, das crianças não terem acesso à escola, nós temos muitas crianças fora da escola, porque para depender de um sorteio, a depender de uma condição de faltar escola, nós iremos resolver isso. O problema da educação é que faltam profissionais, faltam materiais, e nós precisamos aparelhar bem. Nós precisamos pensar em avançar na educação, para que a educação seja exemplo não só dentro de Natal, do Estado do Rio Grande do Norte, mas para o Brasil. E pretendemos a construção de uma universidade pública municipal que possa atender os anseios da população. Isso tem sido uma coisa que tem sido requerida tanto por profissionais de educação, como estudantes, a população em si e nós inserimos nosso plano de governo e iremos lutar para concretizar essa proposta.
Diário do RN – Em relação a essa questão dos ônibus, o que o senhor propõe no plano de governo? Heró Bezerra – Nós temos a pior frota do Nordeste e nós temos a tarifa mais cara e nós precisamos resolver esses pontos. Para isso nós precisamos abrir licitação para que possam ter empresas que possa dar comodidade e segurança ao usuário. Precisamos acabar com a situação que está aí, a buraqueira que desfavorece o transporte coletivo. Nós temos uma parada de ônibus, que eu não sei quem foi que construiu, mas parece do tempo do filme dos Flintstones. Eu não sei se o prefeito se identifica com a figura do Barney ou se identifica com a figura de Fred, mas o fato é que as paradas de ônibus, se você olhar o filme lá atrás, aquele filme de desenho animado, vai ver, e nós vamos desmanchar essas paradas, vamos colocar uma parada segura, inclusive preservando e incentivando o meio ambiente, colocando Wi-Fi nas paradas de ônibus. Os ônibus que só tem um cobrador para fazer os dois papéis, de cobrador de motorista, nós queremos resolver essa situação, porque os passageiros se sentem inseguros, porque num deslize pode acontecer um acidente. Então, nós iremos trazer o cobrador de volta e iremos trazer melhorias nessa parte.
Diário do RN – Por que o senhor acha que nenhum prefeito conseguiu fazer a licitação do transporte? Heró Bezerra – Eu acho que existe rabo preso. Existe negociação, existem coisas que precisam ser mudadas. Heró não tem rabo preso, não tem compromisso com a situação que está aí e iremos abrir a cidade, não só para a licitação de ônibus, mas também para trazer indústria, trazer empresas e a cidade crescer no seu desenvolvimento.
Diário do RN – Quem é que tem o rabo preso? Heró Bezerra – Os gestores que passaram pela Prefeitura demonstram que não querem avanço nem mudança nisso aí, eles estão dizendo agora que é um período de campanha, mas quando passa a campanha fica a mesma situação e nós não podemos acreditar nesses candidatos que propõem essas mudanças. Então, nós somos a renovação, somos a mudança que o povo quer e merece.
Heró Bezerra afirma que Carlos Eduardo criou sistema de panelinha
Heró também questiona promessa de “renovação” de Paulinho Freire e atribui ao PT “um tremendo de um fracasso”
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Diário do RN – E sobre o trânsito, Natal tem problemas também de trânsito, que as vias são as mesmas, os carros, o volume aumentou, qual seria a solução para melhorar o trânsito em Natal? Heró Bezerra – Nós precisamos, atendendo os anseios da população, ter o rodízio de placa, que acredito vai funcionar muito bem aqui em Natal, então será um método a ser adotado. A cidade inchou de transporte e não teve planejamento, não teve uma política pública voltada para isso. E aí o reclame dos próprios usuários de transportes, que querem uma solução, e nós iremos promover essa solução. Inclusive, nós queremos construir uma ponte, que vai ligar ali, entre Felipe Camarão e Guarapes, ao novo Santo Antônio, em São Gonçalo. Então, nós iremos trabalhar na construção dessa nova ponte, que, acredito, irá descongestionar, desafogar o trânsito de Natal.
Diário do RN – Com relação à questão da saúde pública, como é que o senhor vê o funcionamento das UBS, das UPAs e agora com o prefeito já encaminhando para a construção de um hospital municipal. O senhor acha que o Município tem capacidade financeira e dá conta de tudo isso? Heró Bezerra – Nós temos uma situação triste porque nós temos uma superlotação, nós temos uma população que muitas vezes necessita da assistência da saúde e não encontra nas UBS, não encontra nas UPA, muitas vezes a pessoa vai doente e volta doente ou muitas vezes volta pior do que estava e nós queremos resolver isso. Tem o problema das fichas, que são distribuídas e têm que madrugar nas UBS e isso aí é triste. Nós precisamos resolver esse problema e iremos resolver com a construção de quatro hospitais. Nós precisamos de quatro hospitais nas quatro zonas. Aí a gente vai avaliar tecnicamente o tamanho, mas que cada zona possa ter a sua. Vamos contemplar cada zona sem discriminação as zonas de Natal.
Diário do RN – Sobre o turismo, que é o principal ponto, inclusive, da economia da capital. O que o senhor pensa sobre o turismo de Natal? Heró Bezerra – O turismo, eu já falei, existe a falta de visão dos gestores, que não olham para o turismo, como deveria olhar. Natal é um cartão postal, reconhecido no mundo inteiro. Precisa ter um trabalho de marketing, mas antes desse trabalho em marketing, nós precisamos também dar segurança para as pessoas que querem usufruir do turismo de Natal. Então, nós precisamos ter uma Guarda Municipal que tem o poder de polícia, nós precisamos ter uma guarda melhor aparelhada, precisamos ampliar essa Guarda Municipal e aí nós vamos abrir também concurso para ampliar isso. Natal segura, embora não seja uma ação primária município, mas por falta do Estado, o Município precisa agir. Então, nós precisamos dar segurança, tanto à nossa população, como também para quem vem, e essa guarda municipal funcionar. Nós termos uma cidade bem iluminada. E também acabar com os buracos do prefeito Álvaro Dias. Então resolver a situação dos buracos, precisamos resolver a iluminação, colocaram umas luzes que é só por dizer, então nós precisamos melhorar essa situação. E acredito que também até há reclamações nas praias, de não ter sequer um banheiro público para as pessoas utilizarem e isso aí é muito ruim. Natal precisa se preparar tecnicamente para poder ter um turismo viável e pronto para receber pessoas que vêm de outros estados, de outros países, e nós iremos estar prontos para isso.
Diário do RN – O prefeito Álvaro Dias não conseguiu concluir a obra da engorda de Ponta Negra. Heró vai fazer a engorda? Heró Bezerra – É necessário. Iremos concluir a obra. Essa história do governante entrar e ter a obra do antecessor e dizer que não é obra dele, não fazer para não dar mérito. Eu acho que nós devemos preservar o dinheiro público. Muitas vezes, é desperdício desnecessário e nós queremos dar continuidade, resolver esse problema da engorda, como também concluir obras que são importantes para o nosso município, independente de quem iniciou, deixou de iniciar, nós iremos fazer Natal acontecer. Natal precisa evoluir, precisa crescer, precisa desenvolver, precisa ser boa para os seus cidadãos e para quem vem para cá.
Diário do RN – Qual a opinião do senhor sobre os demais candidatos a prefeito de Natal, principalmente os que estão liderando? Heró Bezerra – Nós temos uma situação de uma prefeitura de colo. Carlos Eduardo chegou à Prefeitura através da saudosa Vilma de Faria e ele criou um sistema panelinha, um sistema de colo. Ele deu colo para Micarla, e vocês sabem o resultado que foi a administração de Micarla, não preciso dizer aqui. Paulinho, que hoje se apresenta como uma renovação, como uma mudança, esquece que fez parte de uma administração e não contribuiu para mudar em nada. Então, hoje, como é que ele vai querer dizer que pode fazer isso e aquilo? Se quando ele teve a oportunidade, como vice, fez parte de uma administração, e deixou a cidade afundar? Aí nós temos uma candidata que é apoiada pelo Governo do Estado e nós estamos vendo o que o Governo do Estado está sendo para o povo do Rio Grande do Norte. Um tremendo de um fracasso. Então, como é que ela diz que vai erguer uma cidade, se ela tem um governo que é um desgoverno, tanto o estadual como o federal. E uma outra coisa, o povo elegeu ela e elegeu Paulinho, para um mandato de deputado federal. Eles estão traindo esses eleitores que os elegeram para um mandato de quatro anos. E eles estão fugindo daquilo que é legal, daquilo que é normal, que é cumprir o mandato.
Então, o lugar deles, dele e dela, é lá na Câmara Federal. Podem fazer muito pela cidade lá na Câmara Federal. E esse espaço aqui é um espaço pra Heró, que se apresenta como renovação, não é de família tradicional, mas que nasce do seio do povo e que quer realmente fazer as transformações e atender os anseios do nosso povo natalense.
Diário do RN – Já teve aqui quem dissesse que vice é vice, mas qual vai ser o papel de Bento na sua gestão? Heró Bezerra – O nosso vice terá o cumprimento do seu papel institucional. Então, ele vai cumprir o papel institucional, tanto estabelecido na Constituição, como na Lei Orgânica do município. E a outra coisa. E ele vai estar sempre à disposição da nossa gestão para cumprir as missões a qual for designado.
Diário do RN – Por exemplo, Lula presidente, Geraldo Alckmin é vice, mas é ministro. Bento pode ser vice e pode ser secretário? Heró Bezerra – Ele pode, mas nós acreditamos que o papel como vice já é importante e ele será designado sempre que nossa gestão entender e desejar para missões importantes no âmbito do município.
Diário do RN – Qual é a sua política para as mulheres? Heró Bezerra – A gente tem visto um índice de violência muito grande contra a mulher e também a falta de espaço no mercado, na política. Então, a nossa gestão tem uma preocupação que está no nosso plano de governo, voltado para as mulheres, em que nós daremos incentivos, apoio e teremos uma estruturação voltada para as mulheres. Inclusive, nós combatemos veementemente a violência contra as mulheres. Então, a mulher terá espaço na nossa gestão, fará parte das nossas políticas públicas.
Diário do RN – O senhor tem nomes em mente para nomear no secretariado em relação a mulheres e à equipe como um todo? Heró Bezerra – Nesse momento, nós não temos o nome definido, mas nós estamos estudando o nome que possa ser a expressão da mulher e que possa exatamente atender os anseios da classe feminina, que é justo e é merecido.
Diário do RN – O ex-prefeito Carlos Eduardo vetou a Patrulha Maria da Penha e mesmo aprovado, ele entrou com ADI contra. Qual seria o seu papel e como é que o senhor vê essa atitude dele e o seu papel para essa situação? Heró Bezerra – Eu acho que é por isso que o povo de Natal chama ele de Cabeção. Por ele tomar uma atitude tão desastrada dessa. Mas nós teremos um posicionamento de valorização da mulher. Então, acho muito importante reaver essa decisão e ativá-la, assim como fazer muito mais ações em prol das mulheres e em termos de ter uma delegacia específica para a mulher. Isso é necessário e vai ajudar no combate à violência contra a mulher. Nós precisamos ter coisas muito definidas e específicas para a mulher. Eu gostaria de fazer um gancho aqui também em relação à proteção e defesa dos animais, que está dentro do nosso plano de governo e será uma preocupação da nossa gestão. Nós teremos uma delegacia específica para também atender essa demanda e tratar dos criminosos ou quem comete violência contra os animais e precisamos manter a defesa e a proteção dos animais, inclusive cuidar, porque nós temos uma cidade que está proliferada de animais que estão abandonados, sofrendo, e a gente que tem um coração humano que nós temos empatia, precisamos cuidar também dessas vidas.
Diário do RN – Qual a sua mensagem para o eleitorado de Natal nesse momento? Heró Bezerra – A nossa geração é a nossa responsabilidade. Então, nós precisamos ter responsabilidade na hora do voto. E esse voto deve ser 28, porque Heró representa mudança, Heró representa renovação. Nós estamos vivendo um momento muito importante na nossa nação, em que as pessoas até mesmo daqui da capital estão voltadas a eleição da capital de São Paulo, onde é o coração do Brasil, em que nós temos um candidato que está se destacando pelas suas propostas, pelo seu trabalho, pelo que ele é, que é Pablo Marçal. Então, acredito que Natal começa a pensar agora o 28 e essa onda começa a pegar e Heró está crescendo por ter o menor índice de rejeição nas pesquisas contratadas por eles. Então, é Pablo Marçal eleito prefeito em São Paulo e Heró eleito prefeito em Natal.
O Ministério Público Eleitoral (MPE-RN) emitiu parecer sobre o recurso impetrado pelo candidato a prefeito de Areia Branca, Manoel da Cunha Neto, o Souza Neto (UB), acerca do indeferimento de sua candidatura. O parecer, de número 0600206-62.2024.6.20.0032, assinado pela procuradora regional eleitoral, Clarisier Azevedo Cavalcante de Morais, no dia 29 de setembro, opina pelo desprovimento do recurso, “impondo-se a manutenção da sentença recorrida”, que indeferiu o registro de candidatura de Souza.
A sentença pelo indeferimento, definida pela 32ª Zona Eleitoral, de Areia Branca, julgou procedentes as Ações de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC) propostas pelo próprio Ministério Público e pela coligação opositora, que tem como candidato Dr. Bruno Filho (PSDB). A decisão é baseada na inelegibilidade de Souza em razão de atos de improbidade administrativa.
Em maio passado, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), pelo placar de 4 a 1, condenou o ex-deputado estadual e ex-prefeito por fraudes em processo licitatório quando Souza foi prefeito de Areia Branca, entre 2010 e 2012.
No parecer, a procuradora afirma: “O mesmo foi condenado por órgão judicial colegiado, face a prática de ato doloso de improbidade administrativa, que importou, concomitante, lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, tendo-lhe sido aplicada a sanção de suspensão dos direitos políticos, não tendo transcorrido, ainda, o prazo de 8 (oito) anos desde aquela condenação até o cumprimento da “pena”.
Buscando viabilizar sua candidatura, ele firmou um Acordo de Não Persecução Cível com o MPE, com o objetivo de negociação das penas e retirada da suspensão dos direitos políticos. O acordo judicial, no entanto, precisa ainda ser homologado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. Caso homologado, Souza ainda deve recorrer à Justiça Eleitoral para reverter a situação.
Por enquanto, seus votos serão computados como “anulados sub judice” no próximo domingo, 6, dia da eleição.
Pesquisa DataVero/Diário do RN ouviu 350 eleitores sobre as intenções de votos a prefeito do município de Sítio Novo. Distante 106 quilômetros de Natal, o município tem 4.654 habitantes.
De acordo com a sondagem estimulada, a prefeita Andrezza Brasil (PT) tem 63,14% das intenções de votos; o candidato da oposição, Edilson Júnior (PL) tem 30,29%; responderam votar em nenhum, 2,57%; e não sabem ou não responderam, 4%.
Na pesquisa espontânea, quando não são apresentados os nomes dos candidatos, a prefeita Andrezza foi lembrada por 62,86% dos eleitores; Edilson Junior foi citado por 29,43%. Não sabem ou não responderam, 5,14%; e disseram ‘nenhum’, 2,57%.
Rejeição Quando questionados sobre os candidatos em quem não votariam, Edilson foi o que apresentou maior rejeição, com 51,71%. Andrezza Brasil é rejeitada por 26,29%. Disseram votar em todos, ou seja, não rejeita nenhum, 6%. Responderam que não votaria em nenhum, rejeitando todos, 2,29%. Não sabem ou não responderam, 13,71%.
No município governado pelo PT, Andrezza, Fátima e Lula são aprovados
Carlos Eduardo e Julio Protásio protagonizaram o “Encontro dos amigos”, acompanhados de outros – Foto: Reprodução
A pesquisa DataVero/ Diário do RN, realizada no município de Sítio Novo, também mediu o grau de satisfação da população sobre as gestões municipal, estadual e federal.
A gestão da prefeita Andrezza Brasil (PT) é aprovada por 74,29% da população; enquanto 18,86% desaprovam a gestora; 6,86% não sabem responder.
Sobre a avaliação da prefeita, 39,71% afirmam ser excelente e 33,71% classificam como boa. Já 4,29% avaliam como regular para mais e 9,71% como regular para menos. Outros 3,43% dizem ser ruim e 6,57% avaliam como péssima. Nesta parte da pesquisa, 2,57% não sabem ou não responderam.
Sobre a gestão da governadora Fátima Bezerra (PT), os sítio-novenses aprovam o Governo do RN.
São 46,86% os que afirmam aprovar Fátima; 33,14% desaprovam a gestão estadual e 20% não sabem ou não responderam.
A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovada em Sítio Novo com ampla maioria. Aprovam o Governo Lula 72,29%; desaprovam 14%; e 13,71% não sabem ou não responderam.
A pesquisa DataVero/Diário do RN ouviu 350 entrevistados no município de Sítio Novo no dia 21 de setembro de 2024. A margem de erro é de 4%. O nível de confiança é de 95%. Está registrada no TSE sob o número RN-03745/2024.
“Quem não vem da iniciativa privada não sabe o que é uma gestão”, é o que defende o candidato a prefeito de Natal, Paulinho Freire (UB), sobre a capacidade de gerir dificuldades, por não ser de família de políticos e “ter que ter ido atrás de tudo” na sua vida. O assunto foi abordado na quarta sabatina do Diário do RN, com o candidato que representa a direita em Natal.
Para Paulinho Freire (UB), dentre os candidatos à Prefeitura da capital, ele é o que tem “mais condições de recuperar o tempo atrasado”. O atraso, segundo ele, foi causado por Carlos Eduardo (PSD) à frente das gestões que ocupou em Natal. “Nós perdemos mais de 100 mil habitantes; Natal perdeu por conta do atraso que ele fez Natal passar”, afirma, se referindo ao ex-prefeito.
Paulinho Freire também opina sobre a candidatura de Natália Bonavides (PT), a quem atribui rejeição e diferença entre discurso e prática como “grandes problemas”. De acordo com o candidato do União Brasil, o “grande problema” de Rafael Motta é a falta de posição política.
Na disputa pelo Executivo natalense com a coligação que reúne UB, PP, PL, PSDB, Republicanos, Podemos e Solidariedade, Paulinho Freire promete “modernidade e tecnologia” em todos os setores. Veja a entrevista na íntegra:
Diário do RN – Candidato, por que ser prefeito de Natal? Paulinho Freire – Olha, eu acho que por tudo que eu já fui na política, vereador seis vezes, presidente da Câmara, por ter me preparado, por ter esse sonho de querer devolver a Natal tudo que Natal me deu nos meus mandatos e como empresário também. Natal foi muito generosa com a nossa empresa, nós fizemos o Carnatal, que foi abraçado por toda cidade, e por querer uma cidade mais moderna, uma cidade pensando no futuro, gerando empregos, uma cidade que não volte mais para o atraso. Natal é uma cidade que ficou parada no tempo e no espaço. E nós precisamos recuperar esse tempo. Eu acredito que de todos os candidatos o que tenha mais condições de recuperar esse tempo atrasado sou eu.
Diário do RN – Esse tempo atrasado se deveu, candidato, a que? Nós tínhamos Natal como uma cidade menor um pouco do que Fortaleza, bem melhor do que João Pessoa, mas hoje Natal se coloca já no último lugar das capitais do Nordeste. Se deveu a que? Paulinho Freire – Eu acho que o natalense acomodou-se com maquiagem e não teve nenhum gestor, fora Álvaro Dias, que teve a coragem de mandar a revisão do plano diretor para Câmara, que pensasse no futuro. Hoje a gente vê alguns gestores quando pagam o salário parece que é ‘paguei em dia’. É obrigação. E hoje é como se fosse um grande projeto, uma grande coisa. Então, eu acho que faltou principalmente ao gestor que passou quatro anos um olhar para o futuro, um olhar para uma Natal desenvolvida, nós estamos nessa cidade como João Pessoa, passou o Natal, Natal é uma cidade que caiu a geração de emprego e de renda. Aí você vê com o plano diretor, nós já conseguimos aí 70 obras que foram licenciadas, isso gerando, com todas as obras que tiverem funcionando, em torno de 14 mil empregos. Fora as obras que estão para ser licenciadas. Qual a grande obra de Natal? A última grande obra é a de Vilma e esse do entorno do Arena das Dunas, que é do PAC. O PAC da Copa. Não teve nenhum gestor que trabalhou com obras de infraestrutura.
Agora nós estamos vendo a Felizardo Moura é uma realidade, a engorda de Ponta Negra, se Deus quiser vai sair, mesmo com os que são contra, vai sair e vai ser um grande avanço para Natal. O hospital, que está sendo construído com 260 leitos e eu sei que nós vamos sim fazer obras estruturantes em Natal, porque é uma cidade com a área pequena, que não tem mais para onde crescer e não tem como alargar as avenidas. Nós temos que pensar em obras que modifiquem a cidade, que tragam prosperidade, que tragam emprego e renda e principalmente que a nossa economia volte a ser pujante.
Diário do RN – Em relação a questão das vagas das creches, situação que todos os candidatos estão falando e cada um apresentando a solução. Paulinho Freire – Até o candidato que criou o sorteio está falando que foi ele que criou mais vagas nas creches. Como é que você diz que criou mais vagas, que deixou esse legado, esse cruel legado, para os próximos gestores. Então nós vamos resolver, do jeito que a gente vai fazer na saúde, nós vamos comprar vouchers em toda Natal tem escolas, escolinhas infantis do próprio bairro, nós vamos fazer parceria e não vai ficar nenhuma criança fora da creche, nem fora da sala de aula, até que nós possamos construir os CMEIs suficientes para que o município possa atender toda a demanda. Isso foi o primeiro ponto do nosso do nosso plano de governo. Que eu achei um absurdo isso. Porque você podia ter resolvido isso fazendo parcerias com a iniciativa privada.
Diário do RN – O senhor já falou no ex-prefeito, Carlos Eduardo está prometendo transporte de qualidade, mais linhas e com ar condicionado e fala também da tarifa. A candidata Natália disse que ele foi o prefeito que mais aumentou tarifa do transporte coletivo aqui em Natal. Como é que o senhor vê essa relação? Paulinho Freire – E ela disse uma verdade. Realmente foi. Ele agora quer um transporte “geladinho”, os caras não sabem se é aquele picolé que o pessoal vende na rua, tem que deixar de mentira né? O sistema vem se degradando desde a época de Carlos Eduardo, que não cuidou, que não chamou, que não fez a licitação, porque ele não fez a licitação? É por isso que ele não participa dos debates, porque ele não tem coragem de enfrentar as perguntas. Ele não vai resolver, porque não vai resolver quem já não resolveu. Teve quatro oportunidades e não resolveu. Foi quem mais aumentou tarifa nesse período todo. Então assim, quem vai resolver o problema do transporte sou eu, com diálogo. Vou chamar as partes interessadas, nós vamos fazer, se Deus quiser, ainda esse ano a licitação, mas se não sair, é prioridade nossa fazer essa licitação.
Quem não pode perder é o usuário e o usuário já teve quatro oportunidades com o Carlos Alves, o candidato do passado, para resolver essa situação e não resolveu. Então, nós queremos uma oportunidade que a população dê uma oportunidade para gente poder resolver essa situação.
“Quem vai resolver o problema do transporte sou eu”, diz Paulinho
Candidato critica a falta da licitação para o transporte coletivo em Natal e aponta ex-prefeito como responsável pela situação
Diário do RN – O candidato Carlos Eduardo diz que, não só o senhor, mas incluiu também o senhor, e todos os demais adversários, mentem sobre ele porque têm medo que ele volte, já que ele afirma que vai voltar. Paulinho Freire – Ele quem tem medo de não ir para o debate, botar a verdade. Tinha um amigo meu que dizia, ‘onde arma a rede tem uma goteira’, onde ele diz uma coisa tem uma goteira para molhar ele. Ele quem mente muito dizendo o que fez e o que não fez. Aliás, ele fez muito pouco para quem foi quatro vezes prefeito de Natal. Eu tinha até vergonha, ele chega aí diz, Paulinho, 30 anos, que que ele fez por Natal? Eu nunca fui (poder) Executivo. Agora, eu fiz leis. Eu mandei emendas, só como deputado, eu mandei mais de R$ 30 milhões de emendas para Natal e digo para onde foi, saúde, educação, esporte, para o turismo. Então, ele não tem o que se defender. Ele mesmo sabe que o tempo que ele passou na Prefeitura, ele fez muito pouco. Poderia ter feito muito mais. Nós perdemos mais de 100 mil habitantes, Natal perdeu por conta do atraso que ele fez Natal passar, porque não revisou o plano diretor. Natal é uma cidade economicamente fraca hoje, o pessoal sai daqui para ir jantar em João Pessoa, para ir passear em João Pessoa, porque Natal ficou para trás. E quem causou isso com Natal chama-se Carlos Alves.
Diário do RN – Candidato, o senhor falou de vários setores e a questão da saúde? Todo mundo fala que vai fazer isso, aquilo, mas ninguém fala da receita do município. O senhor acha que o município, além das UBSs, das UPAs, tem condição real de manter um hospital como esse que está sendo construído? Paulinho Freire – Olhe, eu penso como empresário. Primeiro, nós gastamos 35% hoje quase do orçamento na saúde. Nós temos que diminuir isso. Pode diminuir e ter uma saúde com mais eficiência. Para isso, nós precisamos ter controle. O maior problema do serviço público hoje é controle. E hoje nós temos a tecnologia a nosso favor. Nós vamos contratar sim com a iniciativa privada uma empresa de logística para saber onde é que tem melhores preços de remédio para armazenar, para distribuir os remédios, para distribuir e para, principalmente, monitorar como é que está saindo esse remédio. Só vai sair remédio hoje das UBS com prontuário. Vai ter que ter prestação de contas. A gente não pode desperdiçar. O grande problema do poder público é o desperdício. Então assim, nós temos esse hospital, que é um hospital que vai atender com 260 leitos. Claro, na hora que esse hospital estiver funcionando, vai diminuir esse atendimento das UPAs, de UBS. E a gente vai economizar em uma parte para gastar na outra. As UPAs hoje estão superlotadas. Natal hoje tem quase um 1,5 milhão de cartão SUS com 758 mil moradores, tem quase o dobro. Quer dizer, nós temos que ajustar isso, nós temos que ajustar com os municípios, a gente vai só entrar no Ministério Público para fazer uma varredura nisso, que não pode; a gente pode até atender, que é porta aberta. Você vem no interior, mas fazer a câmara de compensação, para que os municípios possam arcar com isso, porque não pode uma cidade que tem quase o dobro de cartão SUS e tem a metade dos moradores. Isso sacrifica muito a saúde. E nas UBS, nós estamos pretendendo aumentar o horário de atendimento. Estamos pretendendo fazer UBS onde não tem. Vamos fazer uma coisa importante que deu certo em São Paulo em algumas cidades, é o Corujão da Saúde. Vamos abrir uma licitação para as clínicas que ficam fechadas de 20h às 8h da manhã, para que a gente possa comprar consultas, possa comprar exames e até mesmo diminuir a fila de cirurgias. Tem muita gente precisando de cirurgias eletivas. Agora, para isso, você precisa ter gestão. Você precisa economizar em algumas coisas para sobrar para a saúde, que é essencial para o cidadão. Lá, eles diminuíram a demanda e vão criar a plataforma Inova Saúde, para que as pessoas possam marcar suas consultas e exames pelo próprio celular, para que não tenha a humilhação de ir para uma fila da UBS, chegar de meia-noite e sair às vezes sem a ficha.
Então, é planejamento, modernidade, tecnologia, nós vamos usar isso em todos os setores. A gente fazendo isso, a gente pegando uma empresa de logística, a gente tem mais ou menos, na cabeça, só na compra de remédios, na distribuição, no controle, a gente pode economizar mais de R$ 1 milhão por mês. Você paga uma empresa, mas você economiza. Então vai sobrar dinheiro para fazer a licitação para as clínicas, comprar exames, comprar consultas. Eu não acredito que que a população ache ruim que seja na iniciativa privada. Ela acha ruim o não atendimento. Nós temos que fazer o serviço chegar na ponta, chegar nas pessoas. Porque nós temos que atender as pessoas, principalmente os mais carentes da nossa cidade.
Diário do RN – Candidato, no plano de governo existem políticas para as mulheres? Diário do RN – Claro que sim, nós vamos criar o centro de referência das mulheres, vamos ampliar a Patrulha Maria da Penha, que foi vetada pelo ex-prefeito Carlos Eduardo; ele vetou a lei Maria da Penha, a Câmara derrubou o veto e ele entrou com ADIN contra a lei Maria da Penha.
Então, nós vamos ampliar a Patrulha, vamos criar o Centro de Referência da Mulher, vamos aumentar o número de CRAS, que é o primeiro atendimento da assistência social, que as mulheres muitas vezes precisam, vamos criar o Centro de Referência do Autista, pensando nas mulheres, para que ela possa ter condição também de trabalhar. Em muitas famílias hoje os casais se separam por conta de estresse da questão que são famílias atípicas, 60% das mães atípicas hoje têm depressão. Então, nós temos que cuidar da mulher e esse centro de referência vai ser um centro onde a mulher vai ter psiquiatra, psicólogo, vai ter assistente social, vai ter atendimento médico, para que ela possa, não só o filho ser atendido, mas que a mulher também possa ser atendida e possa ter uma saúde mental tranquilizada, porque muitas vezes, por conta de estresse, leva à separação, muitas vezes até o suicídio, e nós temos que cuidar da saúde mental das mulheres para que a gente possa avançar. Agora, sabemos que é fundamental a ampliação da patrulha Maria da Penha.
Diário do RN – E para juventude, o que o senhor tem projeto? Paulinho Freire – Nós temos uma parceria hoje, como deputado, eu coloco emendas, já coloquei mais de R$ 300 mil de emendas para a Casa do Menor Trabalhador. Eu acho que ali é uma referência e vamos querer abrir na zona Norte, na zona Leste, para que a gente possa qualificar esses jovens. A Casa bota mais de 1.500 jovens no mercado de trabalho, porque ela tem convênio com muitas empresas. Então, elas preparam jovens, qualificam, e botam no mercado de trabalho.
E nós vamos fazer isso dentro da Prefeitura, ou em parceria com eles, ou a própria Prefeitura gerando esses cursos com a Fecomércio, com a Fiern, com o Sesi, com todo mundo. O que a gente precisa é qualificar esses jovens, além de deixar ele dentro da sala de aula, que é importantíssimo, a gente criar um clima para que a juventude possa cada vez mais estudar e principalmente se qualificar. Fora isso, áreas de lazer, áreas de esporte, para que o jovem possa praticar, vamos estimular escolinhas nos bairros de Natal, para que a gente possa linkar ele à frequência na escola, ele só participa da escolinha se ele tiver com frequência na escola e tiver com notas boas. Porque nós temos que estimular também a melhora do IDEB de Natal. Nós temos que premiar professores, alunos. Lá em Sobral, é um case de sucesso. O IDEB lá é um dos maiores do Brasil. Uma cidade do interior de Fortaleza. E a gente pegou a informação lá. Eles premiam o professor, premiam alunos, trabalham muito a questão do esporte, relacionado à educação.
Então, nós vamos tentar e fazer isso aqui também em Natal, para que a gente possa mudar a vida de muitos jovens, que às vezes por falta de oportunidade entram na criminalidade.
Diário do RN – O senhor avaliou Carlos Eduardo. Qual a avaliação que o senhor faz Natália Bonavides e, na sequência, de Rafael Motta? Paulinho Freire – Natália é do PT. O PT é quem está governando o Rio Grande do Norte. A governadora Fátima tem mais de 70% de desaprovação em Natal. Então o natalense não quer uma gestão igual como é do Governo do Estado. Ele está dizendo isso toda hora nas pesquisas. Em todas as pesquisas. Já teve pesquisa em que rejeição está mais de 80%. Então, eu acho que ninguém quer um modelo de gestão de Fátima para Natal. Eu acho que o grande problema da candidata Natália é essa rejeição e a questão do discurso. O PT tem muita narrativa, mas, na prática, foi totalmente diferente o que nós vimos aqui. Até os próprios sindicatos estão decepcionados com a gestão, que é de uma sindicalista e de uma professora. Então, ninguém quer esse modelo de gestão.
Diário do RN – E Rafael Motta? Paulinho Freire – Olha, Rafael precisa definir. Ele esteve do lado mais à esquerda, agora ele se coloca com um candidato de centro, mais moderado, que, na realidade, as últimas eleições, ele se elegeu deputado federal pela esquerda e tentou ser senador também pela esquerda, votando em Fátima, falando de Lula, que o partido dele era aliado de Lula. Como o próprio Carlos Eduardo, que na hora que convém a ele, ele foi Bolsonaro, depois foi para Lula, agora ele quer ser os dois, quer voto dos dois lados. Então, acho que o grande proble
Presença esperada como virada de chave para a campanha de Natália Bonavides (PT) a prefeita de Natal, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deverá não atender as expectativas do PT da capital. Apesar de não admitir, ainda, que Lula não vem, a campanha de Natália Bonavides vê cada vez mais distante a possibilidade de não conseguir viabilizar um espaço na agenda do Chefe do Executivo Federal para alavancar sua candidatura com a presença da maior liderança do partido na reta final da campanha.
O Diário do RN entrou em contato com a assessoria da candidata, nesta segunda-feira, 30, que respondeu não existir nenhuma informação sobre a vinda do presidente. Questionados sobre a possibilidade da visita estar descartada, a reportagem não obteve mais retorno. A presidente do diretório municipal do PT, deputada estadual Divaneide Basílio, informou que “a data ainda não foi confirmada” e que estão “aguardando retorno”.
Ainda nesta segunda-feira, 30, o presidente surgiu em vídeo publicado na rede social Instagram, pedindo voto para a candidata. “Dia seis de outubro vocês têm a oportunidade extraordinária de votar numa jovem mulher, deputada de muita qualidade, para ser prefeita de Natal”, afirmou Lula.
Na curta gravação, o petista ainda diz: “para melhorar a qualidade de vida das pessoas, para melhorar a qualidade da educação, a qualidade da saúde, a qualidade do transporte. Dia seis de outubro, vote Natália para prefeita”. O vídeo foi publicado na conta oficial de Bonavides, junto com a mensagem: “aquele recado de quem transformou o Brasil e vem com a gente fazer história rumo à mudança que nossa cidade precisa”.
Além do vídeo na última semana de campanha eleitoral, com a ausência do presidente, a campanha de Natália Bonavides se valeu também de vídeos dos ministros Fernando Haddad, Camilo Santana e Simone Tebet, a quem a campanha nominou de “O time de Lula”, como uma maneira de relacionar o nome da candidata ao presidente.
A vinda de Lula foi o principal anúncio da convenção eleitoral do PT, realizada no dia 02 de agosto. Mesmo sem a certeza da vinda do presidente da República ao Estado, a candidata a prefeita de Natal do PT garantiu, no dia 11 de setembro, ao Diário do RN, que o líder petista estaria na capital do Estado na reta final da campanha eleitoral.
Após viagem internacional, Lula cancelou agenda em São Paulo, para campanha do candidato Guilherme Boulos (PSOL) e não apresenta previsão de novas viagens para onde o PT apresenta candidaturas.
A candidata à Prefeitura de Parnamirim Professora Nilda (Solidariedade) fala com orgulho da sua trajetória de serviços prestados como educadora na rede pública. “Tenho 36 anos de serviços prestados, sou educadora, concursada há mais de 36 anos”, disse à equipe do Diário do RN.
Porém, quando questionada sobre os números da educação no município, ela mostra desconhecimento sobre a realidade da cidade que quer administrar.
Em recente entrevista ao Diário do RN, durante um evento de campanha, a professora Nilda afirmou desconhecer a taxa de analfabetismo de Parnamirim. “Não tenho o total exato neste momento”, respondeu a candidata. “Mas eu quero dizer que nós vamos investir para que todas as nossas crianças tenham uma educação de qualidade e que nós possamos combater o analfabetismo”, completou Nilda.
O que Nilda desconhece é que, embora exista sim trabalho a ser feito para zerar esse número, Parnamirim tem taxa de analfabetismo abaixo da média nacional. Segundo o último Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022, o índice de analfabetos na terceira maior cidade do RN é de 5,09%. Ainda de acordo com o mesmo levantamento, no Brasil 7% da população com 15 anos ou mais não sabe ler e escrever.
Ainda sobre a educação parnamirinense, a professora apresentou números equivocados quando questionada sobre os resultados do município da Grande Natal no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo a educadora, as notas obtidas pela Rede Municipal de Parnamirim foram 4.2 nos Anos Iniciais e 3.5 nos Anos Finais. Porém, os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram o município mais à frente, com notas 4.8 do 1º ao 5º ano e 3.7 do 6º ao 9º, números diferentes dos que foram citados pela candidata. Ou seja: Apesar de ser da área da educação, professora Nilda Cruz desconhece dados básicos do setor.
Nilda continua sem explicar origem dos R$ 70 mil guardados em casa
Jornalista Ayrton Freire questionou a Professora Nilda sobre a origem dos R$ 70.000,00 e o motivo de não preferir guardar o montante em uma instituição bancária – Foto: Reprodução
A Professora Nilda foi a entrevistada desta quinta-feira (26), do telejornal Bom Dia RN, da InterTV Cabugi. Questionada, mais uma vez sobre a origem dos R$ 70.000,00 que guarda em casa e porque o valor não está depositado em uma instituição bancária, a candidata falou, falou e, mais uma vez, continuou sem explicar.
“Você sabe o quanto a gente, mãe, economiza. Quero dizer que Professora Nilda é ficha limpa, é uma mulher honesta. Esse dinheiro é fruto de muito trabalho, com muita dedicação, com muita responsabilidade e de forma honesta”, disse a candidata.
A questão é que, por mais que a candidata se esforce em dizer que o valor é fruto da economia de muitos anos de trabalho, não existia em suas declarações de 2012, 2016 e 2020. Em 2022, quando tentou a cadeira de deputada federal, Nilda declarou R$ 3.000,00 em espécie. O dinheiro, guardado em casa, rendeu mais de 2.000% em dois anos, uma vez que o montante em espécie declarado à Justiça Eleitoral, em 2024, foi de R$ 70.000.
Até o próximo sábado (28), o Governo do Rio Grande do Norte está, temporariamente, estabelecido em Mossoró. A instalação simbólica da sede do Executivo Estadual na cidade aconteceu nesta quinta-feira (26) em um gesto de aproximação com a população e valorização da história e cultura local, especialmente no período da tradicional Festa da Liberdade, celebração anual que rememora importantes marcos históricos de Mossoró, como o Motim das Mulheres, a Libertação dos Escravos, a resistência ao bando de Lampião e o pioneirismo no voto feminino.
Esses acontecimentos reforçam o espírito de luta e resistência da cidade e são comemorados com orgulho pela população local.
“Estamos aqui, mais um ano, para celebrar a existência do povo mossoroense, seu protagonismo na libertação da mão de obra escrava, no primeiro voto feminino da América Latina e no Motim das Mulheres, quando realizamos uma grande Festa da Liberdade. Tradicionalmente, essa celebração conta com a transferência da sede do Governo do Estado para o chão mossoroense, ocasião em que iremos anunciar ações muito importantes, não só para Mossoró, mas para toda a região Oeste”, afirmou a governadora Fátima Bezerra durante a solenidade de instalação.
A solenidade — realizada durante a manhã na Reitoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) — marca o início de três dias de intensas atividades, incluindo entregas de obras, visitas e reuniões com técnicos e a população local, abrangendo áreas de infraestrutura, educação, segurança e abastecimento.
“A instalação do governo aqui não é apenas simbólica, mas o claro testemunho da força transformadora que a nossa universidade representa para o Rio Grande do Norte. Ela nos aproxima ainda mais da população potiguar e dos municípios vizinhos, descentralizando as decisões e fazendo do espaço universitário um canal direto entre a sociedade e o poder público.
Ao longo desses 56 anos de história, a UERN tem sido, sim, governadora, um farol de inclusão, um farol de acolhimento em todos os cantos”, destacou a reitora Cicília Maia ao acolher a sede do Governo do RN nas instalações da UERN.
A transferência temporária da sede do governo, autorizada pela Assembleia Legislativa, é uma tradição que reforça a integração entre o poder estadual e os municípios da região.
“Quero destacar aqui a importância deste ato de instalação, com a assinatura dos atos que ocorrerão, é extremamente importante e simbólica para todos nós. Mossoró, nos próximos três dias, se transforma na capital, com a sede do poder estadual instalada em nossa universidade”, ressaltou a deputada estadual Isolada Dantas, que juntamente com a deputada Divaneide Basílio, participam do ato representando a Assembleia Legislativa.
A agenda da governadora Fátima Bezerra no Oeste Potiguar ainda inclui vistorias em diversas obras e discutir, junto à população, demandas locais que envolvem setores estratégicos, como segurança pública, saúde e educação.
LANÇAMENTOS E PARCERIAS A instalação do governo em Mossoró será também marcada pela assinatura de atos normativos importantes.
Ainda na manhã de quinta-feira, a governadora enviou duas mensagens importantes à Assembleia Legislativa. A primeira propõe alterações na Lei Estadual n° 10.536, de 3 de julho de 2019, que criou o Programa Estadual de Compras Governamentais da Agricultura Familiar e Economia Solidária (PECAFES), visando aprimorar o programa e ampliar o seu alcance. A segunda tratou da doação de um bem imóvel do Estado para a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), fortalecendo o compromisso com a educação superior no estado.
Também foram sancionados dois projetos de lei da deputada estadual Divaneide Basílio. O primeiro institui a Semana Estadual da Apicultura, Meliponicultura e Proteção às Abelhas, que passará a integrar o Calendário Oficial do Estado. O segundo reconhece a Campanha da Fraternidade como Patrimônio Cultural e Religioso Imaterial do Rio Grande do Norte, valorizando uma das mais importantes tradições religiosas do estado.
“Um momento histórico. O reconhecimento da Campanha da Fraternidade como patrimônio no Rio Grande do Norte celebra seus 50 anos de atuação no estado, consolidando seu papel de solidariedade e ação social. Além disso, a criação da Semana da Apicultura, Meliponicultura e Proteção das Abelhas busca fortalecer essa cadeia produtiva e promover a conscientização ambiental, com ações previstas já para o próximo ano”, comemorou a deputada estadual Divaneide Basílio.
Destaque também para o lançamento de mais um episódio da websérie “Vem Ver”, uma produção que explora o potencial turístico do Rio Grande do Norte. O episódio lançado em Mossoró foca no turismo de sol e mar no interior do estado, promovendo a integração de comunidades tradicionais ao setor turístico.
ENTREGA Durante o período de instalação em Mossoró, um dos principais destaques é a entrega da pavimentação da Rodovia Milton Marques de Medeiros (RN-117), conectando o município a Governador Dix-Sept Rosado, primeiro dos 33 trechos do Programa de Restauração de Rodovias Estaduais do Rio Grande do Norte.
“Essas obras reforçam o compromisso do governo com o desenvolvimento da infraestrutura e a melhoria da qualidade de vida da população”, pontuou o secretário estadual de Infraestrutura, Gustavo Coelho, reforçando ainda que “neste trecho restauramos toda a estrutura de suporte da rodovia. Isto é, recuperamos a base e a sub-base, fizemos o recapeamento de todo o percurso, num investimento de R$ 21,5 milhões”
Foram cinco meses e meio entre a assinatura da ordem de serviço e a inauguração nesta quinta-feira (26), quando a governadora Fátima Bezerra destacou a importância para o desenvolvimento da economia e à logística de transporte. A RN-117 liga Mossoró ao Médio Oeste e ao Alto Oeste e tem a mais elevada taxa de circulação de veículos entre todos os trechos licitados pela Secretaria de Estado da Infraestrutura. “É uma demanda de muito tempo que estamos atendendo. Estou muito feliz. Isso é cuidar da vida das pessoas, do desenvolvimento do nosso Estado. Estamos realizando o maior investimento da história contemporânea do Rio Grande do Norte”, disse a governadora.
Além do trecho Mossoró/Governador/Dix-sept Rosado da RN-117, duas outras estradas sob jurisdição do Distrito Rodoviário de Mossoró estão com as obras em fase de conclusão. São elas a RN-015, Mossoró/Baraúna (com 82,1% do serviço executado), e ainda o acesso Tibau/Grossos (92,1% executado).
Na restauração de quase 800 quilômetros da malha rodoviária, o governo do Estado está investindo 428 milhões. A previsão é de que todos trechos estarão concluídos até 31 de dezembro deste ano.
Até o próximo sábado (28), o Governo do Rio Grande do Norte está, temporariamente, estabelecido em Mossoró. A instalação simbólica da sede do Executivo Estadual na cidade aconteceu nesta quinta-feira (26) em um gesto de aproximação com a população e valorização da história e cultura local, especialmente no período da tradicional Festa da Liberdade, celebração anual que rememora importantes marcos históricos de Mossoró, como o Motim das Mulheres, a Libertação dos Escravos, a resistência ao bando de Lampião e o pioneirismo no voto feminino.
Esses acontecimentos reforçam o espírito de luta e resistência da cidade e são comemorados com orgulho pela população local.
“Estamos aqui, mais um ano, para celebrar a existência do povo mossoroense, seu protagonismo na libertação da mão de obra escrava, no primeiro voto feminino da América Latina e no Motim das Mulheres, quando realizamos uma grande Festa da Liberdade. Tradicionalmente, essa celebração conta com a transferência da sede do Governo do Estado para o chão mossoroense, ocasião em que iremos anunciar ações muito importantes, não só para Mossoró, mas para toda a região Oeste”, afirmou a governadora Fátima Bezerra durante a solenidade de instalação.
A solenidade — realizada durante a manhã na Reitoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) — marca o início de três dias de intensas atividades, incluindo entregas de obras, visitas e reuniões com técnicos e a população local, abrangendo áreas de infraestrutura, educação, segurança e abastecimento.
“A instalação do governo aqui não é apenas simbólica, mas o claro testemunho da força transformadora que a nossa universidade representa para o Rio Grande do Norte. Ela nos aproxima ainda mais da população potiguar e dos municípios vizinhos, descentralizando as decisões e fazendo do espaço universitário um canal direto entre a sociedade e o poder público.
Ao longo desses 56 anos de história, a UERN tem sido, sim, governadora, um farol de inclusão, um farol de acolhimento em todos os cantos”, destacou a reitora Cicília Maia ao acolher a sede do Governo do RN nas instalações da UERN.
A transferência temporária da sede do governo, autorizada pela Assembleia Legislativa, é uma tradição que reforça a integração entre o poder estadual e os municípios da região.
“Quero destacar aqui a importância deste ato de instalação, com a assinatura dos atos que ocorrerão, é extremamente importante e simbólica para todos nós. Mossoró, nos próximos três dias, se transforma na capital, com a sede do poder estadual instalada em nossa universidade”, ressaltou a deputada estadual Isolada Dantas, que juntamente com a deputada Divaneide Basílio, participam do ato representando a Assembleia Legislativa.
A agenda da governadora Fátima Bezerra no Oeste Potiguar ainda inclui vistorias em diversas obras e discutir, junto à população, demandas locais que envolvem setores estratégicos, como segurança pública, saúde e educação.
LANÇAMENTOS E PARCERIAS A instalação do governo em Mossoró será também marcada pela assinatura de atos normativos importantes.
Ainda na manhã de quinta-feira, a governadora enviou duas mensagens importantes à Assembleia Legislativa. A primeira propõe alterações na Lei Estadual n° 10.536, de 3 de julho de 2019, que criou o Programa Estadual de Compras Governamentais da Agricultura Familiar e Economia Solidária (PECAFES), visando aprimorar o programa e ampliar o seu alcance. A segunda tratou da doação de um bem imóvel do Estado para a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), fortalecendo o compromisso com a educação superior no estado.
Também foram sancionados dois projetos de lei da deputada estadual Divaneide Basílio. O primeiro institui a Semana Estadual da Apicultura, Meliponicultura e Proteção às Abelhas, que passará a integrar o Calendário Oficial do Estado. O segundo reconhece a Campanha da Fraternidade como Patrimônio Cultural e Religioso Imaterial do Rio Grande do Norte, valorizando uma das mais importantes tradições religiosas do estado.
“Um momento histórico. O reconhecimento da Campanha da Fraternidade como patrimônio no Rio Grande do Norte celebra seus 50 anos de atuação no estado, consolidando seu papel de solidariedade e ação social. Além disso, a criação da Semana da Apicultura, Meliponicultura e Proteção das Abelhas busca fortalecer essa cadeia produtiva e promover a conscientização ambiental, com ações previstas já para o próximo ano”, comemorou a deputada estadual Divaneide Basílio.
Destaque também para o lançamento de mais um episódio da websérie “Vem Ver”, uma produção que explora o potencial turístico do Rio Grande do Norte. O episódio lançado em Mossoró foca no turismo de sol e mar no interior do estado, promovendo a integração de comunidades tradicionais ao setor turístico.
ENTREGA Durante o período de instalação em Mossoró, um dos principais destaques é a entrega da pavimentação da Rodovia Milton Marques de Medeiros (RN-117), conectando o município a Governador Dix-Sept Rosado, primeiro dos 33 trechos do Programa de Restauração de Rodovias Estaduais do Rio Grande do Norte.
“Essas obras reforçam o compromisso do governo com o desenvolvimento da infraestrutura e a melhoria da qualidade de vida da população”, pontuou o secretário estadual de Infraestrutura, Gustavo Coelho, reforçando ainda que “neste trecho restauramos toda a estrutura de suporte da rodovia. Isto é, recuperamos a base e a sub-base, fizemos o recapeamento de todo o percurso, num investimento de R$ 21,5 milhões”
Foram cinco meses e meio entre a assinatura da ordem de serviço e a inauguração nesta quinta-feira (26), quando a governadora Fátima Bezerra destacou a importância para o desenvolvimento da economia e à logística de transporte. A RN-117 liga Mossoró ao Médio Oeste e ao Alto Oeste e tem a mais elevada taxa de circulação de veículos entre todos os trechos licitados pela Secretaria de Estado da Infraestrutura. “É uma demanda de muito tempo que estamos atendendo. Estou muito feliz. Isso é cuidar da vida das pessoas, do desenvolvimento do nosso Estado. Estamos realizando o maior investimento da história contemporânea do Rio Grande do Norte”, disse a governadora.
Além do trecho Mossoró/Governador/Dix-sept Rosado da RN-117, duas outras estradas sob jurisdição do Distrito Rodoviário de Mossoró estão com as obras em fase de conclusão. São elas a RN-015, Mossoró/Baraúna (com 82,1% do serviço executado), e ainda o acesso Tibau/Grossos (92,1% executado).
Na restauração de quase 800 quilômetros da malha rodoviária, o governo do Estado está investindo 428 milhões. A previsão é de que todos trechos estarão concluídos até 31 de dezembro deste ano.
Solenidade na Reitoria da UERN marcou o início de três dias de atividades do executivo em Mossoró – Foto: Reprodução
Governadora Fátima Bezerra: “Estamos aqui, mais um ano, para celebrar a existência do povo mossoroense” – Foto: Reprodução
“Não tem nada mais importante hoje na nossa cidade para um candidato a prefeito do que ter empatia com o extremo grau de sofrimento ao qual o nosso povo trabalhador está submetido naquelas áreas mais básicas”. A candidata a prefeita de Natal, Natália Bonavides (PT), descreve um dos motivadores que a levou a colocar seu nome à prefeita da capital do RN nesta eleição. A terceira entrevistada da série de sabatinas do Diário do RN explica o foco do Plano de Governo nos transportes coletivos e em novas possibilidades de geração de emprego e renda, além do turismo, educação e direitos da mulher.
Segundo Bonavides, Carlos Eduardo (PSD), Paulinho Freire (UB), apoiado por Álvaro Dias (Republicanos), e Rafael Motta (Avante) têm muito em comum. O ex-prefeito e o ex-presidente da Câmara, para ela, tiveram oportunidades e não corrigiram problemas crônicos da cidade. E Rafael Motta gostaria de estar no lugar de um deles. Veja a íntegra da entrevista, realizada no dia 17 de setembro.
Diário do RN – Candidata, a senhora está preparada para gerir o município de Natal? Natália Bonavides – Primeiro eu queria agradecer ao convite para essa conversa, para essa entrevista. Eu não só estou preparada, como todos os debates têm mostrado que eu sou a mais preparada. Nós temos visto um nível de discussão aqui na nossa cidade em que muitas candidaturas se limitam a colocar ali algumas frases de efeito, não aprofundam os temas, suas propostas, e nós temos ido para todos os lugares possíveis dar entrevistas, participamos de todos os debates, aqui estamos convidadas para demonstrar que não é a idade que determina a competência e o preparo de uma pessoa. Na verdade, é a nossa experiência como advogada, mestre em direito constitucional, especialista em gestão pública municipal, vereadora de Natal por dois anos, deputada federal desde 2019, sendo sido inclusive a mais votada da cidade, fez parte desse processo de preparação em que a coisa mais importante na verdade, apesar de todos esses títulos foi o contato com o nosso povo. Não tem nada mais importante hoje na nossa cidade para um candidato a prefeito do que ter empatia com o extremo grau de sofrimento ao qual o nosso povo trabalhador está submetido naquelas áreas mais básicas. Quando a gente olha para a educação pública, a gente vê sorteio de crianças para acessar a creche, um tema que nós conseguimos fazer com que todos os candidatos também falassem, porque temos pautado não agora na campanha, mas desde muito antes nosso povo submetido a sair de casa de madrugada para enfrentar filas para pegar um papel para entrar numa lista de espera isso em 2022, o nosso povo totalmente descrente com um sistema de transporte público que há mais de 20 anos só piora, só fica mais disfuncional para o povo trabalhador da nossa cidade e tantos outros temas que não são de hoje, não são dessa gestão nem na gestão passada, mas vem se perpetuando há pelo menos duas décadas sem que os últimos gestores tivessem tido a capacidade ou a vontade de resolvê-los. E é por isso que a gente apresenta nessas eleições a única candidatura que representa uma mudança de verdade nos rumos que a cidade tem tomado e que tem deixado a nossa economia estagnada.
Diário do RN – Nessa questão do transporte público, Natália fará licitação ou vai implementar uma empresa estatal no modelo Tarifa Zero? Natália Bonavides – Quando eu era estudante eu já participava de todos os debates e manifestações públicas sobre essa pauta. O meu candidato a vice-prefeito vereador Milklei Leite foi 20 anos motorista de ônibus no sistema opcional, ele foi fundador do sindicato, na Câmara Municipal tem a maior produção legislativa sobre o tema do transporte. Isso porque tanto eu quanto ele, a gente não vem tratando só porque é época de eleição, ou só porque estamos em cargos parlamentares. Mas na verdade, de muito antes, porque a gente sabe como esse tema afeta a vida do povo trabalhador da cidade. A gente não está falando aqui do direito de passear de ônibus. Nós estamos falando de como chegar ao local de trabalho. De como chegar ao local de estudo. De como chegar – por que não? – no local de lazer também, porque hoje o trabalhador passa a semana inteira ralando e no domingo o ônibus é retirado e ele não pode ir visitar a praia da sua cidade, mesmo que tenha gente vinda de outros continentes para viver essa mesma paraia. Então, o que nós temos nas últimas gestões é uma total omissão desse tema. Quando acabou a pandemia, que tudo voltou, menos as linhas de ônibus, que foram retiradas. Eu entrei com ação judicial contra a Prefeitura e o Seturn. Consegui várias decisões favoráveis ao retorno dos ônibus e o que a Prefeitura fez? Se posicionou do lado do Seturn nessa ação judicial. Disse que o nosso pedido de retorno das linhas não deveria ser aceito, que o setor estava certo de amanhecer o dia e aquele ônibus que o trabalhador ia pegar na parada simplesmente não passar.
Sem nem ter tido um aviso sequer. Então essas últimas gestões têm sido extremamente complacentes com essas empresas. Inclusive, tendo um tipo de relação que é bastante inadequada para você ter realmente um trabalho sério para resolver esse tema da licitação. Vou dar aqui um exemplo: Carlos Eduardo, quando foi prefeito, ele foi o prefeito que mais deu aumento de tarifa. Ele aumentou a passagem em 130%, quando você soma sucessivos aumentos que ele deu, perdoou R$ 70 milhões em dívidas que essas empresas tinham com o município de Natal e ele também foi o candidato que recebia doação na campanha eleitoral de pessoas do ramo. Então, quando você tem esse tipo de relação, você tem uma postura da Prefeitura, que é simplesmente de fazer de conta um edital que já sabe que vai dar deserto, que já sabe que as empresas não vão comparecer, porque para elas interessa que o sistema fique desregulamentado, que ela não tenha um contrato e Natal é a única capital que não teve até hoje licitação do transporte, é uma relação informal, não existem as obrigações para dar o direito usuários, os direitos, as obrigações da Prefeitura e da das concessionárias e isso tem feito com que o tema não ande. Eu não vou dizer que ele está igual há 20 anos, porque teve piora. Ele mudou, mas está pior.
O número de linhas de ônibus e de veículos, da frota que temos hoje é 40% em média menor do que nós tínhamos 20 anos atrás. Então, tanto o Carlos Eduardo, quanto o Álvaro Dias fizeram esse processo de aprofundamento da piora do sistema de trânsito. E por que nós, eu, Natália, e o nosso vice-prefeito Milkley, somos a única candidatura que coragem de resolver esse problema?
Primeiro, porque não é um tema que a gente trata com palavra de efeito que o marketing falou para dizer e que na hora H vai ser só mais um.
Natália Bonavides: “Carlos Eduardo só aparece na cidade quando tem eleição”
Candidata afirma que ex-prefeito não tem interesse na cidade e Paulinho se propõe a manter problemas de Natal
Diário do RN – Outro assunto bastante também comentado durante a campanha tem questão das vagas nas creches. Qual é a solução que a senhora aponta? Natália Bonavides – Eu tenho um orgulho já nessa campanha, que é ter feito com que nenhum candidato deixe de falar desse tema. Se você observar na campanha passada já estava acontecendo o sorteio de creches há anos e isso foi falta, por exemplo, de Álvaro Dias. Ele nunca falou que ia acabar com a fila na creche e esse é um tema que até por eu ser a única mulher candidata a prefeita nessa eleição de Natal, não poderia não estar na nossa agenda. Se você me perguntar de três temas prioritários, esse é emergencial. Carlos Eduardo está dizendo por aí que dobrou o número de vagas na creche na época dele. Vamos lembrar que a gente tinha creches em tempo integral. Ele acabou com tempo integral e colocou no turno em que as crianças estavam as outras crianças. Então, ele diz que dobrou, mas na verdade à custa do emprego de milhares de mulheres. Que quando o tempo integral acabou, ficaram simplesmente inviabilizadas de trabalhar, foi isso que ele fez e aí começou o sorteio porque nem isso resolveu. Então, essa foi a solução encontrada, sortear criança. Isso é muito cruel. E quando não tem a vaga, quem faz o trabalho são as mulheres, quem fica sem autonomia financeira são elas. E a gente tem consequências tão graves nisso, por exemplo, todos os estudos mostram que uma mulher em situação de violência doméstica ela vai ter muito mais dificuldade de sair daquela situação se ela não tiver uma fonte de renda dela. Porque se ela denuncia e o companheiro, o ex-companheiro, vai preso e fica sem como pagar uma pensão, por exemplo, é ela que vai ficar ali com os filhos para criar uma alternativa. Eu estou dizendo isso para gente entender o tamanho da crueldade que é essa prática do sorteio. É por isso que nós temos proposta de imediato, médio e longo prazo para o tema. De forma imediata, nós vamos fazer convênios que tão acontecendo inclusive em outras cidades, já existe formato jurídico para isso, tem em Juiz de Fora, Recife, fazendo também convênios com organizações sem fins lucrativos para gente ampliar de forma imediata mais vagas.
Diário do RN – A senhora falou do assunto das creches, do problema do trabalho da mulher para população de uma maneira geral. Dentro do seu plano de governo, o que existe em termos de expandir oportunidades de emprego de Natal, já que Natal hoje é vinculada apenas com o turismo como mola propulsora? Natália Bonavides – Sempre que eu posso falar sobre o tema do desenvolvimento econômico na nossa cidade eu falo como hoje a nossa matriz econômica é reduzida. A gente é muito dependente de duas áreas na economia, o turismo e o setor público, e as possibilidades que a gente tem na cidade são simplesmente ignoradas pelas últimas gestões municipais. Eu tenho uma obsessão, obstinação, quando for prefeita, que é gerar emprego, porque eu sei que não tem política social que seja melhor que essa. Aqui na nossa cidade nós temos muitas áreas que já estão em funcionamento, mas que não são enxergadas e áreas que podem vir para nossa cidade, mas não tem nenhuma ação de articulação sendo feita nem pelo atual prefeito, nem foi feita pelos últimos prefeitos. Vou dar aqui três rápidos exemplos. A pesca industrial. Nós temos o setor pesqueiro, que é responsável por 80% de atum do Brasil e que os Estados Unidos, de tudo que importam desse pescado, 40% vêm de Natal e simplesmente não tem nenhuma área na Prefeitura que lide com pesca, nem com pesca artesanal, nem com pesca industrial. Nós temos um setor de design de vestimenta, e roupas e acessórios de moda, que tem muitos talentos aqui, que não tem nenhum apoio e a gente vê muitas marcas abrindo e fechando porque não consegue se desenvolver. Aí a gente vem em Fortaleza, em Recife, marcas que utilizam técnicas artesanais locais vendendo até em exposições de alta costura com valor agregado altíssimo e a nossa cidade que tem uma vocação para indústria têxtil também ignora esse mercado. E eu vou falar de um terceiro setor, porque eu não me conformo que a gente acha que a cidade tem uma vocação natural e é só isso que a gente pode fazer. É claro que a nossa vocação natural com o turismo precisa ser potencializada, até porque hoje a infraestrutura turística não é boa. Você vai em Ponta Negra, que supostamente era para ser um local mais valorizado em termos de infraestrutura turística e não tem escada para você descer do calçadão para areia. Ou são os sacos de areia ou umas tábuas, fica com medo – o turismo de aventura é para ser em outro canto, não para ser do calçadão para areia. Você tem umas tábuas lá quase quebrando no ponto turístico principal da cidade. O setor de tecnologia de informação do processamento de dados e correlatos é hoje o setor que mais emprega e que não tem mão de obra qualificada, falando de Brasil. E sobra vaga nesse setor. Aí o que que acontece? A gente tem na UFRN o Instituto Metrópole Digital.
Instituições que estão encubando startups para criação de software, de aplicativo, de tecnologias e não tem uma vinculação disso com o que tá acontecendo no Governo Federal, o programa Nova Indústria Brasileira, que o vice-presidente Geraldo Alckmin está impulsionando e cidade não tá se inserindo, você tem como trazer para cá uma indústria que ocupa um terreno pequeno, porque nossa cidade é pequenininha, já tá muito ocupada, a gente tem que buscar esses nichos justamente que não requeiram parques industriais muito extensos que pode até ficar na região metropolitana e isso é bom e muito importante para Natal.
Diário do RN – Em algumas gestões de Carlos Eduardo o PT foi parceiro, inclusive fez parte gestão. Não foi partícipe do atraso de algumas situações, como a licitação, como outras coisas? Natália Bonavides – Não, inclusive, porque em algumas gestões houve pessoas, figuras, pessoas físicas que participaram e que inclusive em alguns casos pediram licença na sua filiação partidária para poder participar da gestão. Nós temos nos debates sobre tática eleitoral sempre um desafio grande. Eu não estou dizendo que não se possa conversar com quem você não esteve antes do lado ou que não se possa deixar de conversar com quem eh uma vez estava ao seu lado, mas a gente tem que entender qual é o sentido dessas escolhas de táticas eleitorais. Por exemplo, o candidato Carlos Eduardo, as escolhas que ele faz de aliança política, demonstram que o que ele tem em mente é um mero projeto pessoal de poder. Você em 2018 se presta a apoiar Bolsonaro, eu tenho um panfleto lá em casa que eu guardei nessa época que parece uma peça assim do submundo bolsonarista com fake news e o CNPJ da campanha dele lá. Aí em 2022, porque quer o apoio do outro espectro político, se arrepende. Aí dois anos depois diz que quer derrotar aquelas pessoas que estavam com você dois anos antes. É como eu disse, não é que não possa mudar de posição e se aproximar ou se afastar dos setores que estavam ou não com você antes, mas quando você tem esse tipo de mudança tão drástica, como uma hora é do Bolsonaro, e depois dizer que vai derrotar, você entende que o que tá em jogo ali não é um projeto para sociedade, não é uma visão de cidade, não é um projeto de desenvolvimento, é sim um projeto pessoal. Carlos Eduardo só aparece na cidade quando tem eleição. Eu pelo menos não sei com quem ele trabalha, o que ele contribui para uma cidade, se participa de algum projeto social, se na pandemia, quando eu estava lá distribuindo quentinha e outras coisas, naquela época horrível que nosso povo passou, não soube de nenhum trabalho. Então você só tem interesse no povo da cidade quando é para alavancar sua própria carreira pessoal? Eu não acho que a política é para gente assim, eu acho que é para quem está disposto a servir, eu acho que é para quem está disposto a trabalhar muito para resolver os problemas que são muito difíceis que a nossa cidade tem hoje e acho que quem quer carreira pessoal, devia ir para outra área.
Diário do RN – O presidente Lula vem? Quando? Natália Bonavides – Nos foi dito que na reta final pela última semana de setembro seria a data que ele vinha.
Diário do RN – Que avaliação a senhora também faz dos demais adversários, Paulinho Freire e Rafael Motta? Natália Bonavides – Eu acredito que os três têm muito em comum. Inclusive, eu achei curioso como o Carlos Eduardo e o Paulinho Freire até o marketing deles concluiu isso, porque a logomarca deles é praticamente igual. O conceito artístico que eles apresentaram para cidade foi basicamente a mesma coisa e eu concordo muito com o marketing deles nesse sentido. Então, Carlos Eduardo ele foi prefeito quatro vezes teve toda a oportunidade do mundo para resolver esses problemas estruturais, não resolveu, se não se não teve competência ou não teve vontade fica para história avaliar. Paulinho Freire está se propondo a ser o candidato de continuidade da gestão Álvaro Dias, que é a gestão que está mantendo todos esses absurdos acontecendo. É tanto que a gente já falou aqui de creche, de educação, de saúde, de alagamento, ele, por exemplo, chegou a abrir um hospital veterinário sem autorização de licença só para o candidato dele poder passar na inserção eleitoral que tinha um hospital veterinário. Ele fez de tudo para conseguir a licença para engorda de Ponta Negra para poder dizer que está sendo feita e a obra está parada, numa atitude de irresponsabilidade com o dinheiro público que eu tenho visto poucos precedentes. Rafael Motta se prestou, sabendo de tudo isso, aceitar ser secretário de Álvaro Dias.
Hoje ele critica muito a candidatura de Paulinho, mas bem que ele queria estar no lugar, de receber esse apoio. Então, você vê que todo mundo ali já foi secretário, o outro foi vice-prefeito, o outro foi prefeito, foi prefeito, foi prefeito, foi prefeito, e agora o que eles dizem que é um problema que vão resolver quando eles estiverem lá com a caneta na mão, com a oportunidade e a possibilidade de articulação. Eles não fizeram isso. Então, a nossa candidatura é a única que representa realmente uma mudança de rumos da cidade para gente sair dessa estagnação que o povo natalense tem, que a gente sente, todo mundo achava hwá 15, 20 anos, que aqui era o maior potencial, era a cidade melhor de se viver no Nordeste, quando foi que a gente deixou essas oportunidades escorrerem pelos dedos e agora a gente fica olhando para João Pessoa, para Fortaleza, para Recife, só se lamentando porque os investimentos vão para lá, a inovação vai para lá, o turista natalense quer ir para lá. Não estou dizendo que nenhum deles fez nada de bom na vida, gente. Mas a nossa cidade merece uma oportunidade de algo melhor, algo que não seja o mais ou menos, medíocre. A gente pode resgatar aquela autoestima que a gente já teve antes e fazer essa cidade se projetar no nordeste, no Brasil e no mundo em outro patamar.
A pesquisa DataVero/ Diário do RN entrevistou 400 eleitores do município de Ipanguaçu, a 214 quilômetros de Natal, sobre as intenções de votos a prefeito neste pleito eleitoral. Com 11 pontos de diferença, o prefeito Remo (PT), candidato à reeleição, lidera a disputa.
Remo tem 52,25% das intenções de votos e o candidato Jefferson Santos (PL), vereador no município, aparece com 41,25%. O número de indecisos está em 3,5%, que são os que não sabem ou não responderam. Disseram votar em ‘nenhum’ 3% dos entrevistados.
Dos votos válidos, quando se exclui os nulos e brancos, Remo ficaria com 55,88% e Jefferson com 44,12%.
Espontânea Na sondagem espontânea, o nome mais lembrado é o de Remo. Ele foi citado por 52,75% dos eleitores. Já Jefferson foi citado por 40,50%.
Ainda foi citado Josimar, por 0,25%. Não sabem ou não responderam, 5%; disseram ‘nenhum’ 1,50%.
A pesquisa espontânea não apresenta os nomes dos candidatos aos eleitores, e os entrevistados dizem o primeiro que vem à cabeça.
Rejeição Quando questionados sobre a rejeição aos candidatos, a população de Ipanguaçu rejeita em primeiro lugar o candidato da oposição, Jefferson, com 38,75%. Já o prefeito Remo tem 31,75% de rejeição.
Responderam que votariam em todos, sem rejeitar nenhum, 9,25%. Disseram votar em nenhum, rejeitando todos, 3%. Não sabem ou não quiseram responder, 17,25%.
População de Ipanguaçu aprova gestões de Remo e Lula e desaprova Fátima
A pesquisa DataVero/Diário do RN mediu a satisfação dos moradores de Ipanguaçu com as gestões municipal, estadual e federal. O governo do prefeito Remo (PT) é aprovado pela maioria da população.
Na opinião dos ipanguaçuenses, a gestão municipal é aprovada por 53%; outros 36,25% desaprovam a gestão que tenta a reeleição; não sabe ou não responderam, 10,75%.
O Governo Lula (PT) também é aprovado. São 72,25% dos entrevistados que afirmam aprovar a gestão Federal; 16% desaprovam; e 11,75% não sabem ou não responderam.
Já a gestão da governadora Fátima Bezerra (PT) tem 55% de desaprovação. Outros 31,25% aprovam a gestora estadual; 13,75% não sabem ou não responderam.
Em Ipanguaçu, vereador mais citado tem 9,25% de intenções de votos
Em Ipanguaçu, o número de indecisos sobre o voto a vereador é 15,50%, que afirmam à pesquisa DataVero/Diário do RN não saber sobre o voto à Câmara Municipal.
Dos candidatos que foram citados na pesquisa DataVero/Diário do RN, o vereador Toinho das Caçambas tem 9,25%; também vereador, Braúlio tem 5,50%; o parlamentar Paulinho de Chico Joca tem 5,50%. Já Berguinho e Doel Soares aparecem com 5%, cada um.
Tuanny de Francinaldo tem 4,50% das intenções de votos; Frank do Baldum e Luzineide Fonseca 3,50%, cada; Josimar Lopes foi citado por 3,25% e Batista Bertoldo tem 3%.
A pesquisa DataVero Diário do RN ouviu 400 pessoas nos dias 19 e 20 de setembro. A margem de erro é de 3%, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. O número de registro é RN-00671/2024.
O Setembro Amarelo abre a oportunidade para a reflexão acerca da saúde mental e a visibilidade de todos, seja dos mais jovens, dos adultos e também dos mais velhos. Para falar da importância da sanidade na terceira idade, os principais sinais de alerta, preconceitos, quando procurar ajuda especializada, qual o impacto do isolamento e quais as principais dicas de prevenção, o Diário do RN procurou uma especialista na saúde mental dos idosos.
A seguir, uma breve entrevista com a médica geriatra Ângela Gonçalves Costa. Titulada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), ela atende na clínica Equilibre e também no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), em Natal.
Diário do RN – Qual a importância da saúde mental para o idoso? Ângela Gonçalves Costa – A saúde mental é essencial para o bem-estar geral do idoso, já que ela influencia diretamente na qualidade de vida, na independência, e no controle de doenças crônicas. Enfrentar as mudanças associadas ao envelhecimento, como a perda de entes queridos e a diminuição da capacidade funcional, pode afetar significativamente o humor e a disposição.
Diário do RN – Quais são os principais sinais de alerta de depressão em idosos? Ângela Gonçalves Costa – Os sinais podem ser sutis, como irritabilidade, apatia, perda de interesse por atividades antes prazerosas, isolamento social, fadiga, alterações no apetite e no sono, e dificuldades de concentração. Muitas vezes, sintomas físicos, como dores inexplicáveis, também podem estar associados à depressão.
Diário do RN – Existe preconceito em torno da depressão e outras doenças mentais nos idosos? Ângela Gonçalves Costa – Sim. Muitos idosos e até familiares consideram os sintomas de depressão como parte “natural” do envelhecimento, o que não é verdade. Esse estigma pode impedir que os idosos busquem tratamento adequado, prolongando o sofrimento.
Diário do RN – Como identificar quando o idoso precisa de ajuda especializada? Ângela Gonçalves Costa – Se o idoso apresentar alterações persistentes de humor, comportamentos incomuns, isolamento, choro frequente ou falta de motivação, é importante procurar um profissional de saúde. Mudanças repentinas de comportamento também são um sinal de que algo mais sério pode estar acontecendo.
Diário do RN – Qual o impacto do isolamento social na saúde mental do idoso? Ângela Gonçalves Costa – O isolamento social é um dos maiores fatores de risco para a depressão e ansiedade em idosos. Ele pode contribuir para o surgimento de sentimentos de solidão, tristeza e até aumentar o risco de suicídio. Manter uma rede de apoio social e o envolvimento em atividades comunitárias são formas eficazes de prevenir esses problemas.
Diário do RN – Quais práticas ajudam a manter a saúde mental do idoso? Ângela Gonçalves Costa – A prática regular de atividades físicas, a manutenção de laços sociais, o envolvimento em atividades cognitivas e criativas, e a busca de suporte emocional são fundamentais. Além disso, uma alimentação saudável, o controle de doenças crônicas e o acompanhamento médico regular contribuem para um envelhecimento mental saudável.
Diário do RN – Como podemos falar sobre prevenção ao suicídio com os idosos? Ângela Gonçalves Costa – É importante falar abertamente sobre os sentimentos do idoso, sem julgamentos, e estar atento aos sinais de desespero ou desesperança. Perguntar diretamente sobre pensamentos suicidas, longe de incentivar o ato, pode proporcionar um espaço para que o idoso compartilhe sua dor e, assim, receba o apoio necessário. Profissionais de saúde mental e programas de apoio são fundamentais nesse processo.
Poderia ser um mês como qualquer outro do ano de 1991. Mas a primavera daquele ano, no mês de outubro, foi diferente para as crianças Vaneide e Rannon. Vaneide, com aproximadamente nove anos, chegava do interior juntamente com seus avós paternos para morar em Natal. Vinha de uma família humilde, sendo a quinta de dez irmãos, com sonhos tão grandes quanto as estrelas que brilhavam nas noites de sua cidadezinha, e sabedoria diferente das outras crianças que tinham sua mesma idade.
“Acabei morando com eles três anos. Minha avó foi diagnosticada com depressão e precisou ser internada. Eu precisava voltar para casa dos meus pais, mas eu não queria. Eu era muito pequena, mas eu já tinha muita consciência, não queria voltar para ser uma pessoa a mais nas despesas, e aí eu pedi a minha tia que conseguisse uma família para me adotar, me acolher”, conta Vaneide.
O que ela não esperava, era que a decisão tomada ainda criança, seria responsável por deixá-la em uma família muito acolhedora, onde ali também se encontrava o amor da sua vida. Um menino, com aproximadamente sete anos, de olhar doce e sorriso tímido: Rannon. Ele era dois anos mais novo, e desde o primeiro momento, tornou-se seu companheiro nas brincadeiras da infância. Cresceram juntos, como primos, passando férias, tardes despreocupadas e risos que enchiam a casa. Era uma relação de pura amizade, sem nunca imaginar o futuro que os esperava.
O tempo passou, a adolescência chegou, e a vida seguiu seus rumos. Vaneide voltou para o interior por um tempo, e perdeu o contato diário com Rannon. “Minha mãe biológica precisou passar por um tratamento e eu fui para o interior ficar com meus outros irmãos enquanto ela ficava em Natal fazendo o tratamento. Eu realmente perdi o contato com ele. Tinha notícias dele, mas não falava diariamente porque meus pais moravam no Sítio Saco de Dentro, distrito de Lages Pintada. Fica perto de Santa Cruz. Na época, se você precisasse falar com alguém, você tinha que marcar um horário. Era muito burocrático, então a gente acabou ficando sem esse contato”, relembrou Vaneide.
O REENCONTRO E A LUTA PELA VIDA Anos mais tarde, quando tudo se ajeitou, o reencontro trouxe algo novo: ele não era mais aquele menino. Agora, Vaneide via nele algo diferente, um jovem homem com quem ela começou a sonhar em compartilhar uma vida. Começaram a namorar em segredo, com o coração cheio de esperanças e promessas sussurradas entre abraços. Pouco tempo depois, Vaneide engravidou e o segredo do relacionamento veio à tona. As famílias, que sempre os viram como primos, apoiaram o casal. Mas a felicidade de um novo começo foi logo ofuscada por uma dura realidade: Rannon tinha dificuldades para enxergar e ouvir, e, após consultas com especialistas, veio o diagnóstico, Síndrome de Alport.
“Essa síndrome era um problema renal que atacava primeiro a visão e a audição, aos poucos ela ia atingir todos os órgãos até paralisar a pessoa e vir a óbito. Nós fomos para uma nefrologista e ela disse que de fato, ele tinha essa síndrome, que ia ficar cego, surdo, e depois morrer. Não se sabia quanto tempo, talvez, em anos ou meses. Mas pelo avanço da doença, pelos exames, ele já estava em uma fase final e talvez não visse nossa filha nascer”, explicou. A notícia caiu como uma tempestade. Os dias seguintes foram de angústia, mas Vaneide não cedeu ao desespero. Ela acreditava, do fundo de sua alma, que Deus tinha um propósito maior. Encorajou Rannon a buscar uma segunda opinião, a lutar. E foi assim que começaram a enfrentar a doença juntos.
A filha nasceu, e Vaneide, segurando aquele pequeno ser em seus braços, sabia que sua missão era manter Rannon ao lado delas. Com a fé inabalável, buscou todos os tratamentos possíveis, especialistas que pudessem dar uma nova esperança. Foram anos de luta, tratamentos, consultas, e um amor que se fortaleceu a cada batalha vencida. Mas, quando a doença de Rannon voltou a avançar, ele precisou iniciar a hemodiálise.
A BUSCA PELO TRANSPLANTE Era um processo exaustivo! Enquanto os familiares faziam testes de compatibilidade para um possível transplante de rim, a fé de Vaneide crescia cada vez mais. Ela sentia, em seu coração, que seria ela a doadora. “Ele começou a fazer hemodiálise. A gente sempre com muita fé em Deus, acreditando que ia dá certo. Eu sempre tinha uma força muito grande dentro de mim dizendo que ia dar tudo certo. E Deus sempre falava no meu coração que eu ia doar um rim para ele quando fosse preciso. Eu falava isso para todo mundo, e ficavam rindo achando que eu falava as coisas que não sabia”, disse.
Após muitas dificuldades, o teste de compatibilidade foi feito. Vaneide era a resposta com 98% de compatibilidade. O milagre que ela sempre acreditou se concretizou e poderia salvar a vida do seu esposo. Entre burocracias e preocupações, conseguiram realizar a cirurgia. O rim que ela doou, deu a Rannon uma nova chance de vida, uma nova oportunidade de ser o pai, o marido, o homem que sempre sonhou ser. “Nos conhecemos em outubro de 1991, e minha vida foi salva por ela em 22 outubro de 2016”, expressou Rannon.
CAMPANHA “Quando a gente descobriu o tamanho da misericórdia de Deus, ficamos pensando o que poderíamos fazer para ajudar e conscientizar outras famílias, além das pessoas se ajudarem com doação de sangue, de órgão, de medula, de tudo”, declarou Vaneide. Hoje, o casal tem uma campanha permanente que se chama “Seja Um Doador de Vida”, e mantém o perfil no Instagram com o mesmo nome (@sejaumdoadordevida). A campanha serve para incentivar a doação de sangue e órgãos, conscientes de que, assim como eles, muitas outras famílias poderiam ser salvas pela generosidade de quem se dispõe a ajudar. Vaneide, que já deu parte de si para salvar o amor de sua vida, continua dando de si para o mundo, doando sangue, ajudando, e compartilhando a história de fé, coragem e amor, na esperança de inspirar outros finais felizes.
“Eu não gosto de vender minha consciência”. Esse é o modo como o candidato a prefeito de Natal, Rafael Motta (Avante), resume o caminho que o levou a disputar o pleito majoritário na capital pelo Avante. O ex-deputado federal faz duras críticas ao PT, citando “intervenção” sobre o PSB, e à Carlos Eduardo, a quem chama de “antiquado” e com “uma arrogância do tamanho do mundo”.
O candidato fala sobre o conceito de Smart City, colocado em seu plano de governo, e seus pensamentos sobre saúde, educação, transporte coletivo e mobilidade urbana de Natal, além de infraestrutura. A entrevista foi a segunda da série de sabatinas do Diário do RN com os candidatos, realizada no dia 12 de setembro. Leia na íntegra:
Diário do RN – Por que resolveu se candidatar à Prefeitura de Natal? Rafael Motta – Primeiro agradecer o convite, dizer que é um prazer estar aqui nesse jornalismo que sempre saiu imbuído da verdade, um jornalismo comprometido com a notícia. Bom, a candidatura se deu principalmente por uma questão que Natal vem travada há um bom tempo.
Natal, no meu ponto de vista, parou e a gente na verdade está ficando para trás de alguns municípios como João Pessoa, Recife, até Mossoró está caminhando a passos largos. E também por algumas injustiças que eu estava presenciando. Isso na parte social, basicamente falando, essa questão do sorteio de crianças. Natal não tem uma obra mais grandiosa e uma série de injustiças sociais que estão sendo cometidas e a nossa ideia foi justamente essa de trazer um modelo diferente, como está sendo adotado lá em Recife, como está sendo adotado em Maceió, de uma nova de uma nova geração de gestores. Então, a nossa ideia era trazer essa energia, essa jovialidade, esse novo modelo de fazer política que faz com que a cidade seja mais acelerada, trazer conceitos como Smart City para Natal, trazer um modelo que seja otimizado, gerencialmente falando. E principalmente, porque realmente as opções que estavam aí do meu ponto de vista não eram opções que renderiam no desenvolvimento da cidade. Respeitando todas as candidaturas que são super legítimas, mas a gente tem candidaturas como a de um ex-prefeito que já foi quatro vezes prefeito, que Natal no meu ponto de vista não avançou nesse período. A gente foi ficando para trás nesse período que atrasou salários deixou a cidade estagnada, cidade travada. Uma outra candidata aqui também respeito muito, mas que parece que vive numa ilha.
Em que o Rio Grande do Norte está numa situação e Natal está completamente diferente, então eu não sei se seria uma boa dinâmica para a nossa cidade. E o outro candidato que também foi presidente de Câmara durante várias oportunidades e na Câmara ele tem condições de fazer com que algumas ações no município caminhem, visto que você tem como negociar algumas situações, negociar no bom sentido obviamente, e se fazer alguns atrativos para a cidade. E a gente, que tem uma dinâmica mais jovem, mais nova, mais progressista e sustentabilidade. Então foi justamente por isso, porque também eu amo Natal, eu acho que a cidade que é belíssima, tem coisa que dinheiro não compra, que são os cartões postais da nossa cidade, a beleza natural, cultural e o povo da gente que precisa de um cuidado maior.
Diário do RN – O senhor vem citando, desde que a campanha iniciou, falhas dos adversários. Por que que o senhor acha que mesmo assim nas pesquisas, o senhor continua em quarto lugar, sem conseguir o avanço? Rafael Motta – É, quando eu critico eu faço críticas gerenciais, não são críticas pessoais. Eu acho que a gente tem que saber como cada um se comportou gerencialmente, como cada um pensa, críticas pessoais de forma nenhuma. Sobre a questão de pesquisas, eu já estou meio que escaldado sobre pesquisa porque em 2022 eu fui candidato ao Senado e as pesquisas apontavam que eu teria ali 3, 4, 7% de intenções de votos. E eu sabia, tinha um sentimento de rua que não era esse, apesar de ser uma campanha estadual, a gente sabia que não era a realidade. E quando abriram as urnas, a gente segurou ali com 24% de votos. Então, as pesquisas são retratos momentâneos. Pode acontecer um fato que de repente tudo mude, pode acontecer absolutamente nada e de repente as pessoas começarem a prestar atenção no seu nome. Então, qual é a nossa expectativa? A gente permanece num patamar que as pesquisas indicam, só que tecnicamente, eu trabalho com pesquisas qualitativas e quantitativas, e o que existe no meu nome é que eu ainda estou, de certa forma, menos conhecido do que as pessoas, mas as pessoas que me conhecem têm uma boa imagem minha, o que é positivo. Então, fazer ser conhecido e mostrar o meu plano de governo. Isso é uma dificuldade pelo tempo, com certeza. Eu estou batalhando aí contra o Governo do Estado e o Governo Federal e com estrutura milionária de um partido gigantesco com uma série de partidos que inclusive o PSB, que foi tirado de mim e o PSOL que impediram a candidatura, a gente está indo contra uma estrutura da prefeitura municipal e uma série de partidos com uma megaestrutura de televisão, etc. Mas o que acontece é que as campanhas estão mais digitalizadas. Então, é onde eu tenho uma penetração. Então, é onde a gente tem uma expectativa, até porque hoje quem decide o voto é a juventude. E a tendência é que as pessoas comecem a procurar quem são os candidatos. É aí que existe uma possibilidade da gente ter um crescimento, eu sou um eterno esperançoso. A campanha do Senado mostrou muito isso.
“Eu tenho um plano jovem, moderno; Carlos Eduardo é um cabeção atrasado”
Motta defende novo modelo de fazer política ao criticar essência de “arrogância” de ex-prefeito e adversária do PT
Diário do RN – O senhor se arrepende de ter saído do PSB? Rafael Motta – De forma nenhuma, pelo contrário. Já aconteceu isso tudo lá atrás quando eu fazia parte do Pros e houve uma compra de um helicóptero e de uma casa no Lago Sul com o dinheiro do fundo partidário. E aí eu fiz uma reclamação e acabei sendo expulso. E saí de cabeça erguida. Da mesma forma quando eu fazia parte da base de Temer e pediram para a gente votar a Reforma Trabalhista. Eu disse que não votaria e falaram que eu ia perder algumas indicações que eu teria, eu disse ‘pode levar as indicações que eu saio’. Eu não me prendo a essas coisas, não é que eu seja arredio, é porque eu não gosto de vender minha consciência.
Diário do RN – Mas o senhor não acha que isso politicamente pode acabar prejudicando, até atrasando, alguns projetos mais à frente? Por exemplo, se estivesse hoje na aliança com o PT e unindo forças junto com Natália teria maiores perspectivas para 2026. Rafael Motta – Não. Qual é a dívida que eu tenho com o PT? Nenhuma. Em 2018 a gente tentou fazer coligação com o PT, o PT não quis. Eu continuei votando no PT. Em 2022 o PT escolheu um candidato que foi adversário deles em 2018 e ao invés de escolher alguém que estava com eles direto, votando junto, escolheram um adversário. Então, qual é a sobrevida que eu teria no ambiente onde eu já fui deixado em banho-maria? Para crescer na política tem que arriscar, tem que ter coragem.
Diário do RN – Aliança com o PT é predatória? Rafael Motta – O PT tem uma filosofia que eu aprendi na convivência, que é primeiro, o PT, segundo, o PT e terceiro, o PT. E outra, eles têm essa dinâmica com quem é de fora do PT e com quem é jovem dentro do PT. Então assim, se você for um uma liderança nova, você também vai ser ceifado. Você imagine o receio que o PT tinha se, me apoiando em 2022 para o Senado e eu tivesse ganhado a eleição para senador com 36 anos. Eu criaria assim uma nova liderança de esquerda, então eles acham que eu seria uma ameaça para eles.
Diário do RN – Um assunto que está vindo muito à tona é a questão do sorteio das vagas para crianças nas creches. Como o senhor vê isso e que solução daria para esse problema? Rafael Motta – Veja só, se você tiver duas crianças na mesma rua. Uma criança que teve sorte de ter o sorteio e de poder ter uma vaga de creche. E do outro lado da rua, no mesmo ambiente social, mesma renda per capita familiar, ele não teve a sorte de ter sido sorteado. Uma dessas crianças tem o futuro garantido. A outra provavelmente não. Então, por causa de uma situação que foi criada por Carlos Eduardo você vai ter aí uma leva de talvez 1.208 crianças que não tenham certeza de um futuro garantido. Isso é uma questão desumana. Isso está na Constituição, o direito à educação. Essa foi uma das razões que a gente buscou justamente ser candidato por causa disso. Uma das coisas que me atinge profundamente no meu interior tem diversas soluções. Primeiro, colocar para funcionar dez CMEIs que estão fechadas ou precisam ser finalizadas. Lá no Guarapes tem uma que está praticamente pronta.
Diário do RN – Como seria para se resolver esse problema? Rafael Motta – Imediatamente fazer parceria público-privadas com instituições que tenham vagas remanescentes ou que se contratem vagas pro município. ‘Você tem quantas vagas aqui? 50? Eu preciso de 20. Você tem quanto? 100 vagas aqui para crianças? Eu preciso de 30’. E a partir daí você vai ocupando essas vagas com as crianças do município. Não tem problema com isso. Parceria público-privada é feita para resolver problemas como esse, por exemplo.
Diário do RN – Outro tema também que é muito discutido é a questão da mobilidade urbana no trânsito de Natal e também o transporte coletivo. Como o senhor vê? Rafael Motta – São duas coisas que caminham juntas. Transporte coletivo, todo mundo sabe qual é a solução. É abrir a concorrência. Você vai ter pessoas interessadas que vão prestar um serviço de maior qualidade com preço menor, então vão ser mais usuários usufruindo daquele serviço.
Diário do RN – O senhor é a favor da tarifa zero? Rafael Motta – A gente está estudando isso para algumas categorias, talvez, mas algo que melhor do que a tarifa zero é o que a gente planeja para Natal, que se chama o Cartão Único Mensal. Você vai ter o cartãozinho, pagar uma mensalidade e vai poder usufruir do transporte na hora, local, dia que você quiser. Você vai poder comprar a o cartão com viagens limitadas. Então, você vai poder ir realmente no médico às 11h da noite, poder ir para a praia no final de semana, poder ir para o futebol no final de semana, você vai poder ir para sua aula e depois ir para o seu curso depois. ‘Ah, mas isso é devaneio’. Não, não é, porque se existe em São Paulo, existe em outras cidades.
Diário do RN – No plano de governo tem alguma proposta em relação aos direitos da mulher? Rafael Motta – A ampliação da Patrulha Maria das Penha, que é importantíssimo a gente trazer essa ideia de consciência em relação à violência doméstica. A nossa ideia também é informar ao cidadão que ele não tem o direito sobre a mulher, através de propaganda de televisão. A propaganda de televisão de prefeitura não é para você divulgar a sua obra, que você fez tal coisa.
É importante o cidadão ver. A gente tem que divulgar questões sobre saúde pública, sobre consciência de utilização da faixa de pedestre, da questão do rotatória, e é possível também sobre violência doméstica; o cidadão tem que saber que ele não é dono das mulheres. E outra, na nossa gestão 50% dos gestores serão mulheres. Eu não vi isso nem um plano de governo, a própria candidata (Natália) não tem nada que fale lá sobre questão das mulheres. Ela, apesar dela ser mulher, tomei o cuidado de olhar todo plano de governo dela não tem. Pode ser que ela tenha retificado. Eu até falei para ela, que ainda dava tempo fazer a correção.
Diário do RN – Qual é a sua proposta para o turismo, que é a mola mestra da economia de Natal? Rafael Motta – Turismo você faz com atrativos naturais, que a gente já tem de sobra. Você faz com infraestrutura, que a gente tem os leitos, uma rede hoteleira muito ampla, um Centro de Convenções bom. E a gente precisa fazer agora a parte estrutural da cidade em si. Divulgação de destino turístico. Você imagina, um cara russo lá no leste europeu ou lá na Rússia mesmo, naquele frio, vendo aquela beleza de Natal numa revista. Turismo você faz por divulgação, a gente tem que divulgar Natal, tem que levar Natal para as feiras, tem que levar Natal para os cantos, para fazer propaganda da nossa cidade e também com infraestrutura. Tem um turismo em Natal que é pouquíssimo explorado, que é o turismo cultural histórico da Ribeira, da Cidade Alta. A gente tem o turista, que fica ali no hotel, na Via Costeira, três dias, vai para Maracajaú, talvez para Pipa, São Miguel do Gostoso, mas fica três, quatro dias no hotel, depois vai embora. Tem que tirar ele um pouco ali da Zona Sul, mostrar para ele que existe a Ribeira, que a gente pode fazer uma Ribeira completamente diferente. A gente pode fazer da Ribeira uma zona franca, livre de impostos, para você poder atrair investimentos, cafés, livrarias. A gente poder atrair uma instituição tipo um IFRN ou um campus da UFRN, para poder ter gente morando lá próximo, para poder divulgar aquela região, então tem uma série de coisas que podem ser feitas através do turismo cultural histórico. E Natal, como eu volto a dizer, é uma cidade que foi abençoada por Deus, só precisa ter um cuidado maior com a nossa cidade.
Diário do RN – Carlos Eduardo disse em recente entrevista para o jornal que o marketing de Rafael, Paulinho e Natália está mentindo sobre ele. Rafael Motta – Sorteio de vagas foi ele que criou, não é mentira. Atraso de salário, quem atrasou? Carlos Eduardo, não é mentira. Ainda bem que a gente tem Google e internet. Sobre a questão das obras da Copa, foi ele que atrasou, não entregou. Sobre a questão da Jerônimo Câmara, também.
Me consta até que esse estudo da jazida da engorda foi feito por ele. Então, Carlos Eduardo, ele tem alguns surtos de esquecimento ou de embaralhamento mental, porque uma hora ele é Bolsonaro, outra hora ele é Lula, até o ‘cabeção’ ele está aceitando, para você ver como é que está.
O marketing dele é um marketing bom, mas a essência de Carlos Eduardo permanece a mesma. É um cara de pouco diálogo, uma pessoa que acha que está certa em tudo, que acha que pode tudo e que tem uma arrogância do tamanho do mundo. Eu tive diálogo com ele. Eu falei, Carlos, eu tenho um plano de governo muito jovem, moderno, mas a cabeça dele é em PDF, não muda, é imutável.
Então, vai continuar sendo um pensamento atrasado, um cabeção atrasado.
Diário do RN – Ele é atrasado? Rafael Motta – Totalmente. Antiquado, atrasado. É um cara que não consegue se antenar com o futuro, com o Smart City. Como a gente vai tratar sobre uma cidade inteligente com Carlos Eduardo? Como é que você vai conseguir falar que a gente pode fazer na Ribeira, por exemplo, um polo digital, fazer software dentro da Ribeira, entendeu? É complicado. Respeito as opiniões dele, mas do meu ponto de vista, é um pensamento antiquado. Como eu disse, são 12 anos e a cidade continua a mesma. Foi passada por João Pessoa, né?
As mulheres de Natal têm hoje um serviço de apoio em cumprimento à lei Maria da Penha, ampliando a proteção quanto à violência doméstica e familiar. Mas nem sempre foi assim. A Patrulha Maria da Penha (PMP), cuja lei foi promulgada pela Câmara dos Vereadores em 2017, teve um início complicado, sendo combatida pelo então prefeito, Carlos Eduardo Alves (PSD), que não só vetou, como levou à Justiça Estadual (TJRN) e recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, porém, o projeto está em operação e é uma referência para outros municípios, que têm procurado orientações para a implantação da Patrulha, segundo informações da Prefeitura.
A PMP surgiu por meio de proposta da vereadora Júlia Arruda (PC do B) para criar, no âmbito da Guarda Municipal da capital potiguar, um instrumento visando qualificar os serviços de atendimento, apoio e orientação policial no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher.
“A Patrulha Maria da Penha surgiu da necessidade de se pensar em alguma iniciativa legislativa que pudesse acolher as mulheres vítimas de violência porque é muito fácil dizer que a segurança é papel do Estado. Mas como é que nós, do Município de Natal, como legisladores, poderíamos contribuir? ”, conta a propositora da lei.
“Foi aí que, pesquisando algumas experiências pelo Brasil a fora, tomamos conhecimento desse instrumento que visa resguardar o direito da mulher e também já é um dispositivo fruto do avanço da lei Maria da Penha, que foi instituída para proteger as mulheres vítimas de violência”, completou Arruda.
O projeto tem por ações: realizar o atendimento, quando noticiado o descumprimento da medida protetiva de urgência; garantir o cumprimento das medidas protetivas de urgência; dissuadir e reprimir o descumprimento de ordem judicial; identificar os casos graves; orientar e esclarecer a vítima sobre os seus direitos; realizar palestras de prevenção e orientação, entre outras.
De acordo com a delegada da Polícia Civil do Rio Grande do Norte (PCRN) Sheila Freitas, ex-Secretária de Segurança de Natal, a Patrulha funciona como “olhos do Judiciário”. “A principal função dela é fazer a fiscalização do cumprimento das medidas protetivas”, explicou. Ao ser determina a ação da PMP, a equipe “entra em contato com essa mulher, vai até ela, ouve seus problemas, entende sua situação e começa a fazer um plano de trabalho em cima da situação de cada uma”, explicou Freitas ao Diário do RN.
BATALHA JUDICIAL Na época da propositura da lei que criou o projeto, o prefeito em mandato, Carlos Eduardo, vetou-a integralmente. No entanto, a Câmara dos Vereadores realizou a promulgação. Diante disso, o ex-Chefe do Executivo Municipal iniciou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no TJRN, pedindo suspensão da lei.
Durante o processo, o relator pediu uma manifestação do Ministério Público Estadual (MPRN) sobre o caso, sendo a resposta do Procurador-Geral de Justiça Eudo Rodrigues Leite a de que não havia que “se falar em violação aos ditames da Constituição Estadual, visto que a lei vergastada não criou funções de policiamento para as guardas municipais, mas apenas as especificou, em consonância com a legislação que rege o tema”. Sendo assim, o caso foi levado a audiência pública, e, por maioria, a ação do ex-prefeito foi julgada improcedente pelo TJRN.
Diante de mais um insucesso, Alves entrou com um recurso no STF, porém, mais uma vez, teve o pedido negado. A relatora do caso, ministra Rosa Weber, disse que “o entendimento da Corte de origem não diverge da jurisprudência firmada no STF”, negando a inconstitucionalidade da lei e o seguimento do processo no órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro, encerrando as possibilidades de Carlos Eduardo conseguir a revogação.
Para a vereadora Júlia Arruda, a oposição à iniciativa foi lamentável, visto que a demora para fazer valer o projeto teria custado vidas. “O meu sentimento com relação à tentativa da gestão da época em barrar esse projeto é de muito lamento. Enquanto estava nesse imbróglio, nessa luta jurídica, mulheres morreram por falta de um equipamento, por falta de um instrumento eficaz, como é a Patrulha”, afirmou.
IMPLEMENTAÇÃO A Patrulha Maria da Penha foi implementada na capital potiguar em março de 2020, na gestão do prefeito Álvaro Dias (Republicanos). Segundo a delegada Sheila Freitas, o início do funcionamento se deu com limitações pela falta de estrutura.
“A implementação da Patrulha, inicialmente, foi com muita dificuldade, porque tínhamos apenas uma viatura, três guardas e um número muito pequeno de mulheres para fazer a proteção diária, já que ela funciona 24 horas, e também a falta de empatia com a causa porque a gente não podia colocar guardas para trabalharem na Patrulha se não tivessem empatia com a causa”, ressaltou.
OS RESULTADOS Atualmente, a Patrulha Maria da Penha mantém em zero o índice de reincidência de agressão e feminicídio contra as mulheres assistidas. “Hoje, o projeto já prova, por si só, a sua necessidade.
Ele tem um índice extraordinário: de 300 mulheres que tiveram oportunidade de serem acompanhadas pela Patrulha, nenhuma foi vítima de feminicídio. Então, todas as mulheres estão vivas, nenhuma foi morta. Isso mostra que o projeto é necessário, que salva vidas”, ressaltou a vereadora Júlia Arruda.
Para a delegada Sheila Freitas, implementar o projeto em Natal foi um trabalho muito gratificante. “Hoje a Patrulha é referência nacional, ela foi tema de estudos, é tema de vários Trabalhos de Conclusão de Cursos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é tema de um estudo de Pós-doutorado na Universidade de Brasília (UnB) em que se prova a eficácia da PMP”, contou a delegada.
No entanto, Freitas ressalta que os esforços não podem parar. “Nos dá uma tranquilidade muito grande saber que estamos no caminho certo, que é uma política pública que deu certo e que precisa ser cada dia mais fortalecida, para que mais mulheres seja amparadas”, pontuou.
O nome é complicado: Kappaphycus alvarezii. Trata-se de um musgo marinho chifre-de-alce, uma espécie de alga vermelha. Varia em tamanho, peso e idade. Possui um tom marrom-esverdeado escuro e às vezes pode ser roxo profundo, com formato cilíndrico. Porém, o mais complicado não é falar o nome, difícil mesmo é conseguir a licença ambiental para sua exploração. No Rio Grande do Norte, que possui potencial milionário, a espera dessa liberação já dura mais de 3 anos.
A Kappaphycus alvarezii é uma macroalga exótica, originária das Filipinas, que é usada comercialmente por ter grande importância para diversos setores da economia. Na agricultura, pode ser usada como bioinsumo, dando mais qualidade ao solo e resistência vegetal a doenças.
Na pecuária, serve como alimentação animal, melhorando o desempenho e a saúde dos bichos.
Na indústria, a alga é fonte rica em compostos com propriedades espessantes, gelificantes e emulsificantes. E pode ser utilizada em diversos produtos, inclusive farmacêuticos e cosméticos.
Por fim, é altamente sustentável, pois contribui para a fixação de carbono, auxiliando na mitigação das mudanças climáticas e também na reconstrução de ambientes marinhos.
E onde este tipo de alga se reproduz? Em águas rasas, claras e limpas, com altos níveis de iluminação, temperaturas que variam entre 20 e 32 graus e salinidade superior a 30 partes por mil, ou seja, condições encontradas na costa potiguar. O problema, até então, é a liberação para o cultivo. No Brasil, isso só é possível por meio de instrução normativa do IBAMA. Atualmente, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo possuem produções já liberadas pelo órgão.
“Isso pode se tornar um negócio gigante”, diz Secretário de Agricultura
“Hoje, mundialmente cultivada, a alga Kappaphycus alvarezii tem vários benefícios ambientais, porque tem uma capacidade de crescimento gigante. E com essa capacidade de crescimento, ela consegue captar o CO2 (dióxido de carbono) que está na água, nas águas oceânicas, e transformar em uma alga que tem um altíssimo teor de potássio. A ideia é essa, é aproveitar esse crescimento e iniciar essa exploração aqui no estado do Rio Grande do Norte. Assim, atrairíamos empresas que atuam nesse segmento de adubos biológicos, empresas que aproveitassem essas algas para produzir adubo à base de potássio, para ser utilizado na agricultura”, acrescentou o secretário estadual de Agricultura, Guilherme Saldanha.
Ainda de acordo com Guilherme, o que falta para o RN se aproveitar dessa potencialidade é a autorização ambiental. “Nesse caso específico, é o IBAMA. A gente já está tratando disso há mais de três anos”, confirmou.
“Temos um grupo de trabalho, junto com o Governo do Estado, Secretaria da Agricultura, Emparn, EMATER, IDEMA, IGARN, UFRN, Escola Agrícola de Jundiaí, e com o próprio IBAMA, onde discutimos para ver se a gente consegue acelerar e concluir esse processo da autorização. E aí poderemos entrar com a pesquisa de campo, ver os potenciais que essa alga tem de crescimento, provar que ela respeita todas as diretrizes ambientais, e aí começar uma exploração comercial”, destacou Guilherme.
“Olha, isso pode se tornar um negócio gigante, gigante mesmo, algo que possa movimentar a casa dos milhões de reais, de dezenas de milhões de reais na produção de adubos orgânicos à base de potássio”, reforçou o secretário da Agricultura.
IBAMA faz reunião e promete retomar discussão Ao Diário do RN, o superintendente do IBAMA no RN, professor Rivaldo Fernandes, prometeu retomar as discussões. “Hoje fizemos uma reunião para tratar disso. Vamos retomar”, prometeu.
Natal tem jornada para discutir estratégias de implementação do cultivo da Kappaphyccus
Natal está sediando, até o dia 4 de outubro, a “2ª Jornada Norte-Rio-Grandense pró Kappaphyccus”. O evento é uma iniciativa conjunta da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca do RN (SAPE), da Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura do Estado do Rio Grande do Norte (SFPARN) e da Sociedade Brasileira de Ficologia (SBFic). O objetivo é definir os parâmetros logísticos a serem adotados como estratégia na implementação dos processos operacionais envolvidos numa possível cadeia produtiva das macroalgas no estado.
A 2ª JRNpK integrará também as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão desenvolvidas pelo setor de Aquicultura da Escola Agrícola de Jundiaí-EAJ-UFRN, respectivamente, vinculadas ao PRONATEC, ao PRODEMA e ao Projeto “Maricultura de Macroalgas: Tecnologia Social e Organização de Grupos Produtivos no Rio Grande do Norte”.
A programação conta com apresentações orais, debates, oficinas de trabalho e visitas técnicas às localidades litorâneas que possuem as melhores condições socioambientais para executar o cultivo comercial da K.alvarezii, de forma sustentável.
As visitas técnicas ocorrerão de 01 a 03 de outubro, abrangendo localidades praianas nos municípios de Caiçara do Norte, Extremoz, Macau, Maxaranguape e Rio do Fogo.