A oposição no RN estava à procura de um nome capaz de enfrentar a governadora Fátima Bezerra em seu projeto de reeleição. Soltou alguns balões de ensaio que não duraram 24 horas. Mas apareceu o nome que aceita o desafio: Benes Leocádio.
A candidatura de Benes assusta a reeleição de Fátima Bezerra? Hoje não.
Mas não existe vitória ou derrota antecipada. O RN está repleto de candidatos que estavam de ‘férias’ esperando só a hora de ganhar a eleição e perderam.
O caso mais célebre é o de Garibaldi Filho. Todo mundo dava como certa sua volta ao Governo do Estado, que já havia administrado duas vezes. Era considerado o governador de férias, tamanha sua vantagem aparente.
Chegou Wilma de Faria e deixou Garibaldi curtindo as férias na derrota. O improvável aconteceu. Wilma começou bem atrás e conseguiu desidratar a gordura que havia na candidatura de Garibaldi e terminou vencendo o pleito.
Se formos um pouco mais ao passado, veremos a vitória certa de João Faustino em 1986, com quase 70% de aceitação popular e uma derrota improvável. Apareceu Geraldo Melo e seu tamborete com o vento forte e fez uma lipoaspiração na gordura eleitoral de João do Coração e ganhou a eleição surreal, quase impossível. Quase. Porque não existe o impossível em política.
Hoje Fátima surfa com tranquilidade para permanecer mais quatro anos administrando o Estado. Aparentemente, não há nada que possa atrapalhar esse projeto de reeleição. Aparentemente. Pois nenhum adversário pode ser subestimado e o curso de uma eleição apresenta muitos e variados atropelos. Não existe tranquilidade definitiva.
Benes não assusta Fátima. O comparativo de história, de números, de popularidade, não deixa dúvidas. A superioridade de Fátima é incontestável.
Mas uma série de fatores precisa ser levada em consideração. A começar pela formação da chapa governista. Quem será o vice de Fátima? Quem será seu candidato a senador? Como estará Lula em 2022 e como estará Bolsonaro?
São variáveis que precisam ser medidas e pesadas num contexto mais amplo. Elas podem ajudar ou atrapalhar.
O fato é que não há candidato imbatível e nem vitória antecipada.
O Governo pensa que hoje, Benes é o nome mais fácil a ser batido por Fátima. Com Álvaro Dias seria mais complicado. Com Carlos Eduardo seria difícil. Com Benes é mais fácil. Tudo isso é hoje.
Amanhã, tudo pode ganhar contornos diferentes e uma nova configuração no tabuleiro político potiguar.
Fátima tem tudo para renovar o mandato. Mas precisa cultivar a humildade e manter chinela rasteira ao invés do incômodo salto alto.
Benes precisa se superar e encontrar um discurso que justifique ao eleitorado que ele é melhor que Fátima.
O tempo cuidará de ajustar a cronologia política e deixar os concorrentes do tamanho que realmente são. A medida de hoje não é a mesma de amanhã.