
A governadora Fátima Bezerra acreditou que estava concretizando uma jogada de mestre ao atrair para seu palanque, o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo, já na condição de candidato a senador, repelindo uma candidatura do próprio PT.
Carlos Eduardo chegou chegando. Um verdadeiro espalha brasa da política.
A presença do filho de Agnelo no grupo governista, abriu crise dentro do próprio PT, que não aceita perder a cadeira de senador para alguém que até ‘ontem’ criticava Fátima, o PT e o governo; além de ter trabalhado incansavelmente para derrotar a atual governadora. Além disso, pesa sobre o ex-prefeito, a má fama de ser inconfiável e traidor nato. O PT não esquece essas ‘qualidades’.
A ‘força’ política de Carlos Eduardo não resistiu aos seus arroubos ditatoriais, de ameaçar tomar o mandato de quem ‘ousasse’ sair do PDT. O chicote do ex-prefeito virou bumerangue. A debandada do PDT é uma realidade.
Sem precisar da ‘carta de alforria’ de Carlos Eduardo, os vereadores buscaram a Justiça para amparar a justa causa e sair do PDT e das amarras do ex-prefeito.
Começou com Paulinho Freire. Depois, um a um foi conseguindo se livrar do jugo ditatorial do filho de Agnelo. Além de Aldo Clemente, Robson Carvalho e até o primo de Carlos Eduardo, Felipe Alves; todos conseguiram a sonhada liberdade partidária e voarão para outras legendas. Ficou somente a vereadora Nina Souza, que não deixou o partido porque não será candidata neste pleito. Mas já disse publicamente o que pensava sobre o ex-prefeito no comando do PDT. E não foi coisa boa.
Carlos Eduardo está só. Chega ao grupo de Fátima bem menor do que estava. Leva um partido nanico, sem representatividade e sem capilaridade na capital e no interior. Seu maior trunfo era dizer que contava com o prefeito da capital, o maior eleitorado do Estado. Também perdeu. Não conta mais com o apoio e nem o voto do prefeito Álvaro Dias.
Mas, nada é tão ruim que não possa piorar, já diz o sábio ditado interiorano.
Além de todo esse enfraquecimento, Carlos Eduardo ainda pode perder o direito de ser candidato no pleito de outubro e em outros seguintes.
Parecer técnico do TCE pede reprovação das contas do ex-prefeito de Natal. Caso a Câmara reconheça a decisão do TCE, Carlos Eduardo ficará inelegível. Para reverter a situação, ele precisa de 20 votos. Missão para Tom Cruise. Ou seja: Impossível.
Carlos Eduardo permaneceu somente com um poder. O da hipnose.
Foi justamente por usar esse poder invisível que ele conseguiu convencer a governadora Fátima Bezerra de que seria a salvação do novo mandato do PT. E funcionou.
A filha de Seu Severino, que nunca foi de cair em conversa flácida, não observou a face de madeira de Carlos Eduardo ao tentar se salvar do isolamento e conseguiu um abraço de afogados.
Fátima caiu no conto vigário sem batina e sem saber rezar um rosário.
Carlos Eduardo faz hoje a reunião do PDT na frente de um espelho de 1,20m por 1,80m. Todo o Diretório do partido está ali, naquela imagem refletida.
É o que ele tem a oferecer a Maria de Fátima Bezerra para o pleito de 2022.
Cada uma paga o preço de suas escolhas.