
Por: Bosco Afonso
A semana praticamente começou com uma polêmica encenada pelo ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, ao tratar rispidamente os vereadores natalenses desejosos de migrar do seu PDT para outras legendas que viabilizem suas pretensões em disputas pelas cadeiras na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.
A jornalista Thaisa Galvão escreveu em seu blog: “Senador de Fátima pode não ter os votos do próprio partido” e avançou: “Os vereadores do PDT de Carlos Eduardo Alves querem deixar o partido, mas o “senador” de Fátima não quer deixar. Acha que segurando os parlamentares pelo pescoço, já que o presidente do partido é ele, terá o apoio à sua candidatura ao Senado. Não terá. ”
Os vereadores de Natal filiados ao PDT e com chances de alcançar êxito na disputa por vagas na Câmara dos Deputados e no legislativo potiguar não ficaram paralisados com as ameaças do ex-prefeito em não liberar a “carta de alforria”.
E como para toda ação tem uma reação, ligeirinho chegou aos ouvidos do filho de Agnelo de que os insatisfeitos do PDT na Câmara Municipal de Natal (CMN) estariam criando uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para investigar as contas específicas da Urbana e da STTU, na gestão do ex-prefeito. Até aí, nada demais. Apenas dor de cabeça para Tata e, certamente, arranhar a sua imagem como gestor. Mas de prático, que viesse impedir a sua candidatura ao Senado, nadica.
Mesmo assim, o todo imponente Carlos Eduardo Alves, que tentara engabelar os vereadores pedetistas de Natal, engatou uma marcha à ré e passou a tratar o vereador Paulinho Freire (um dos insatisfeitos com o seu tratamento dentro do PDT) com carinhos e pão de ló. Até convidou o presidente da Câmara de Natal para viajarem juntos e manter uma conversa com o presidente Lupi, do PDT nacional.
Recuada grande.
Mas a pressão dos edis natalenses sobre o candidato a Senador de Fátima Bezerra não seria apenas interna, no legislativo.
De imediato, a Comissão de Finanças da Câmara de Natal oficializou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN) pedido de informações sobre a análise das contas do ex-prefeito, já que havia suposição de irregularidades.
Bastou essa ação da CMN e o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves se apressou a ir pessoalmente ao TCE/RN se informar sobre essas supostas irregularidades e fez questão de dar visibilidade a essa visita, onde seu primo Paulo Roberto Chaves Alves é Conselheiro. Por que?
Para quem estava surfando em ondas brandas e fazendo o dever de casa para consolidar o seu sonho de ser o candidato ao Senado na chapa de Fátima Bezerra, as águas ficaram turvas e os ventos bravios para testar a competência de Carlos em agir com diplomacia assuntos tão indigestos, criados pelo próprio.
Os próximos capítulos podem ser surpreendentes.