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HOSPITAL DE MACAÍBA VAI RECEBER NOVO PRONTO-SOCORRO ORTOPÉDICO

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A Governadora Fátima Bezerra anunciou na tarde desta terça-feira (03) a ampliação de atendimentos no Hospital Regional Alfredo Mesquita Filho, em Macaíba, que funcionará como ”Barreira Ortopédica”, recebendo atendimentos de baixa e média complexidade, contribuindo para desafogar o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, que poderá se deter ao seu propósito que são os atendimentos de alta complexidade.

O custo de R$900 mil por mês será bancado pelo Ministério da Saúde, como informou a Governadora: “Já está decidido, já foi autorizado pelo Ministério da Saúde, atendendo ao apelo que a governadora fez. Hoje pela manhã já houve uma reunião da CIBE, que é a Comissão Intergestora Bipartide e já foi também homologada. O serviço de baixa e média complexidade da ortopedia, vai funcionar.

O cronograma prevê o início dos atendimentos no Hospital Regional de Macaíba na primeira quinzena de janeiro. Ainda segundo a Governadora, a escolha pelo local obedeceu a critérios técnicos: “Foram feitas visitas a São Gonçalo do Amarante, Extremoz e Parnamirim também. O dado concreto é que depois desses estudos técnicos, dessas visitas realizadas, a equipe chegou à conclusão que o lugar mais adequado é o Hospital Regional Alfredo Mesquita. É um hospital que já integra a rede regional do SUS, no Rio Grande do Norte”

Fátima Bezerra ainda destacou que a nova demanda não altera os serviços já oferecidos pela unidade de saúde: “Importante destacar que esse serviço que vai ser implantado lá no Hospital Alfredo Mesquita vai ser implantado sem prejuízo aos serviços que o Hospital Alfredo Mesquita já oferece hoje à população de Macaíba e da região, que são maternidade de risco habitual, retaguarda de leitos clínicos, cirurgias eletivas e UTI adulto”.

Durante a coletiva, Fátima Bezerra fez questão de destacar que o problema do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel “não é de hoje, já vem de muito tempo. O Walfredo tem mais de cinco décadas de existência. Quando ele foi implantado, Natal, por exemplo, tinha uma população de cerca de 250 mil habitantes. Há muito tempo que só Natal superou a casa de mais de 700 mil habitantes. Quando você envolve o conjunto dos municípios que integram a região metropolitana, nós estamos falando de uma população de mais de um milhão de habitantes. E o lado concreto é que há muito tempo que se faz necessário um investimento para descentralizar o serviço oferecido pelo Hospital Walfredo Gurgel e, ao mesmo tempo, reduzir a pressão na própria unidade”.

Segundo a Governadora, ainda nesta terça-feira (03), começaram a funcionar 16 leitos no segundo andar do HWG que estava em obras. Na próxima sexta-feira (6), serão liberados mais 18 leitos e, para a próxima semana, está prevista a abertura de outros cinco, fechando 39 leitos na maior unidade de urgências e emergências do Estado.

Além disso, o Governo do Estado também anunciou a abertura imediata de mais 6 leitos no Hospital Geral João Machado e confirmou que, em até 15 dias, serão mais 12 leitos no Hospital Alfredo Mesquita Filho, em Macaíba.

MODELO DE GESTÃO
A implantação dos serviços de baixa e média complexidade de ortopedia no Hospital Regional, em Macaíba, se dará por meio de um Consórcio Interfederativo em saúde. “É através do Consórcio que o serviço vai ser oferecido, inspirado no modelo já bem-sucedido do Consórcio Interfederativo da região do Seridó, que também conta com o apoio do Ministério da Saúde. Então assim, eu quero, nesse momento aqui, agradecer muito ao Governo Federal, ao Presidente Lula, ao Ministério da Saúde, na pessoa da Ministra Nísia, os seus secretários executivos, pela sensibilidade que demonstraram, que tiveram atendendo ao apelo que a Governadora fez numa demonstração muito clara de cooperação federativa, porque é disso que nós estamos tratando”.

HOSPITAL METROPOLITANO
O edital de licitação para a construção do Hospital Metropolitano do Rio Grande do Norte deve ser publicado ainda na primeira quinzena de dezembro. A notícia também foi passada pela Governadora na tarde desta terça-feira (03), acompanhada pelo secretário de Infraestrutura Gustavo Coelho. “Já tem terreno, vai ser ali em Emaús, em Parnamirim, já tem a licença do Idema, já tem a licença da vigilância sanitária e estamos agora nas tratativas finais com a Caixa Econômica para que nos próximos dias, espero que nos próximos 15 dias, a gente publique o edital de licitação para no primeiro semestre do ano que vem a gente dá início à construção do Hospital Metropolitano”.

A obra está incluída nas prioridades do Governo do Estado, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e a previsão de conclusão das instalações físicas é para 2026: “ Ele faz parte daquelas três prioridades que cada governo tem o direito de apresentar junto ao Governo Federal e, como nós incluímos a saúde entre as três principais prioridades, graças a Deus, os passos estão sendo dados e, se Deus quiser, no primeiro semestre do ano que vem, vocês estarão juntos lá conosco para a gente dar início à obra do Hospital Metropolitano, que vai ser erguido lá em Emaús, em Parnamirim”.


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JUNGLE HOTEL INOVA EM SERVIÇOS E AMPLIA ATENDIMENTO PARA AVES

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Inaugurado em janeiro de 2024, o Jungle Hotel, conhecido inicialmente por hospedar cães, dá um passo ousado e pioneiro ao abrir espaço para aves e outros pets não convencionais em Natal. A ideia, segundo Alex Matheus, sócio do empreendimento, nasceu da paixão por esses animais e da percepção de um nicho inexplorado na região.

“Eu e meu sócio, Gabriel, sempre tivemos contato com aves e outros pets não convencionais.

Quando vimos um hotel com esse conceito em São Paulo, pensamos: ‘Por que não trazer isso para o Nordeste, para Natal? ’. Aqui não existe nada semelhante voltado para aves”, explica Alex.

O espaço, que começou a receber aves no mês de novembro, foi projetado para garantir conforto e segurança. “As aves passam por um check-up antes da hospedagem para evitar qualquer risco de transmissão de doenças. Temos gaiolas amplas, oferecemos ração, frutas e, durante a estadia, elas podem desestressar em um playground adaptado, que promove o enriquecimento ambiental”, detalha o empresário.

O hotel é capaz de acomodar até 10 aves simultaneamente, de tamanhos variados, desde calopsitas até araras e papagaios. Para Alex, o diferencial está não apenas na estrutura, mas no suporte técnico oferecido. “Meu sócio é médico veterinário especialista em pets não convencionais. Ele garante todo o cuidado necessário para os hóspedes”, ressalta.

Trajetória de desafios e inovação
O Jungle Hotel, localizado em Nova Parnamirim, começou hospedando cães como estratégia para estruturar o negócio e preparar o espaço para aves e outros pets não convencionais. “Esse ano foi de muita luta para organizar tudo. Graças a Deus, conseguimos montar o espaço e já estamos recebendo os hóspedes. Nossa inspiração veio de São Paulo, onde essa área é muito forte.

Decidimos trazer o conceito para Natal e ver como seria a aceitação por aqui”, relata Alex.

A ampliação do serviço inclui planos para atender outros tipos de pets não convencionais, como roedores, coelhos e até répteis. Alex destaca que o objetivo é alcançar não apenas Natal, mas também cidades vizinhas.

Como adquirir o serviço?
Para os interessados, o contato pode ser feito pelo Instagram, no perfil @jungle_hotelpet, ou pelo telefone (84) 99157-4401. Alex reforça que a equipe está comprometida em oferecer um atendimento diferenciado, tanto para aves quanto para outros pets não convencionais.

Com a paixão pelos animais, a proposta o Jungle Hotel é consolidar-se como um espaço inovador no Rio Grande do Norte, unindo cuidado, dedicação e amor por espécies que muitas vezes não encontram serviços especializados.


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PROJETO SOCIAL FAZ RELEITURA DO CLÁSSICO DO BALLET DE TCHAIKOVSKI: “O QUEBRA-NOZES”

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Mundialmente conhecido, o espetáculo ‘O Quebra-Nozes’, um dos três ballets escritos pelo compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovski já encantou milhares de pessoas mundo à fora. A mágica da apresentação continua enchendo os olhos e corações do público por onde passa.

Em uma releitura minimalista, com elementos de referência e o envolvimento de várias crianças e adolescentes, o espetáculo será apresentado pelas alunas do Instituto Viva Esperança, no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves, o Cemure. Os ingressos para apresentação podem ser adquiridos por R$ 15,00, através do instagram @SomosVivaEsperança, ou na sede do instituto.

A apresentação do espetáculo faz parte de uma série de ações realizadas pelo instituto para arrecadação de valores que serão destinados à compra de uniformes, equipamentos para realização das oficinas e confecção de roupas para competições e apresentações dos alunos assistidos pelo projeto.

Instituto Viva Esperança
Transformar a vida de crianças, adolescentes, jovens e adultos é um dos pilares que movimenta a existência do Instituto Viva Esperança. A organização sem fins lucrativos realiza atividades sociais e educativas com mais de 150 pessoas na sede do instituto, localizado no bairro de Cidade da Esperança, zona Oeste de Natal.

Através de aulas gratuitas de balé, ginástica rítmica, bordado, taekwondo e futebol, meninas e meninos de vários bairros da zona Oeste estão tendo acesso a esportes e arte.

O Instituto Viva Esperança foi idealizado em 2011, iniciando as atividades na comunidade conhecida como Cidade de Deus, no bairro de Cidade da Esperança. Inicialmente, o projeto realizada atividades dentro do conjunto habitacional, mas com o crescimento da procura, foi preciso encontrar um novo local para que as oficinas possma acontecer.

Atualmente, as atividades ocorrem em um anexo disponibilizado pela Igreja Batista Viva Esperança, na rua Condado, 29, no mesmo bairro, com funcionamento aos sábados pela manhã.

Além disso, as aulas de ginástica rítmica acontecem durante a semana, na sede do instituto.


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BAILARINO ÁLVARO DANTAS APRESENTA “O MENINO QUE DESAPRENDEU A DANÇAR”

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O espetáculo “O menino que desaprendeu a dançar” tem como mote central a masculinidade na infância e adolescência, gira em torno do que é imposto aos meninos, que comportamentos eles são condicionados a ter e até onde a sua natureza é afetada a partir disso. A obra também busca muitas referências do mundo pop nas décadas de 90/2000 período vivenciado por Álvaro Dantas – diretor, coreógrafo e intérprete – quando faziam sucesso É o Tchan, Claudinho Buchecha, Rouge, Broz, Sandy e Júnior: “Sandy e Júnior eu sou super fã até hoje”, contou Álvaro em entrevista ao Diário do RN.

O desejo de abordar o tema era antigo. A coragem e inspiração vieram após ler “O menino que desaprendeu a chorar”, de Aureliano Medeiros. O texto foi inspiração uma vez que, conta Álvaro, “assim como no livro o menino guardou suas lágrimas, outros meninos guardam suas danças, cantos e outras expressões em torno de sua liberdade”.

A dança entrou na vida do artista potiguar ainda na infância. “Sempre fui muito apaixonado pela música e geralmente ligado à música e dança. Quando eu fui crescendo, essa dança que eu fazia começou a ser podada também. Chegou um período que começaram a dizer que não era coisa de menino. E aí, eu comecei a me questionar mesmo sobre todas essas coisas, por isso o espetáculo”.

Álvaro lembra que, ainda naquela época, começou a participar do Ministério de Dança da igreja e de lá encontrou escolas de dança, começou a fazer balé e iniciou uma trajetória mais profissional: “Entrei no grupo da UFRN, depois entrei no Gira Dança. No Gira Dança eu atuo há 18 anos”.

Desde 2007, Álvaro Dantas acumula vivências artísticas em diversas linguagens das artes cênicas como espetáculos, workshops e oficinas, iniciando assim sua formação profissional. Integrou a Cia. de Dança da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e atualmente é bailarino criador e diretor artístico da Companhia Giradança, onde atua há 18 anos.

“O menino que desaprendeu a dançar” teve pré-estreia online em 2020 através de recursos da Lei Aldir Blanc. Nesta temporada, a produção já foi exibida em Caicó e Martins, agora chega a Natal com apresentação marcada para esta sexta-feira (29), às 20h, no Espaço Gira Dança. A entrada é gratuita mediante lotação.

A circulação do espetáculo integra o projeto “Roda Menino – Ações para o menino dançar” e tem como foco alunos da rede pública de ensino. Para esse público, a exibição do espetáculo, inclui bate-papos e ações formativas, com a distribuição de publicações impressas para os participantes. O acesso às atividades é totalmente gratuito, proporcionando uma oportunidade de reflexão e aprendizado sobre a infância e adolescência, a expressividade e as questões relacionadas à formação dos meninos na sociedade.

Álvaro conta que a circulação do espetáculo representa um marco em sua trajetória artística. “Estou muito feliz por essa circulação estar chegando aos interiores do nosso estado, em cidades com as quais já tenho uma relação afetiva, construídas a partir de outros trabalhos que realizei nessas localidades. Tem sido um reencontro muito especial com as pessoas desses lugares”, comenta.


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SETOR PRODUTIVO AFIRMA QUE PACOTE NÃO SOLUCIONA DESEQUILÍBRIO FISCAL

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O pacote de contenção de gastos do governo federal anunciado nesta quarta-feira (27) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi tido por especialistas e representantes do comércio e indústria do Rio Grande do Norte como possivelmente incapaz de solucionar o desequilíbrio fiscal do país. Segundo as projeções do Poder Executivo, as medidas devem resultar em uma economia de R$ 70 bilhões nos dois próximos anos.

Entre os principais pontos está o aumento do limite de isenção do Imposto de Renda (IR) de R$ 2.824 para R$ 5 mil por mês em troca de uma alíquota efetiva de 10% para os que recebem mais de R$ 50 mil por mês. A medida cumpre promessa realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última campanha.

Outras propostas serão mudanças na regra do salário mínimo, que será restrita aos parâmetros do arcabouço fiscal, com um limite de 2,5% ao ano acima do índice inflacionário; regulamentação do teto salarial no serviço público; novos critérios para o Benefício de Prestação Continuada (BPC); restrição na concessão de benefícios fiscais enquanto as contas estiverem deficitárias; limitação às emendas orçamentárias parlamentares e alterações na aposentadoria dos militares, como a imposição de uma idade mínima de 55 anos para a entrar na reserva.

Para o superintendente do Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Norte (Corecon-RN), Ricardo Valério Menezes, o valor anunciado pode ser um significativo para os dois anos seguintes, mas, talvez seja necessária outra medida após esse período.

“Acredito que os 70 bilhões sejam um valor já bastante representativo para esses próximos dois anos dentro das dificuldades naturais que o governo tem de fazer os cortes fiscais. De qualquer maneira, há uma preocupação em função de que os gastos públicos são altos e que, talvez, haja necessidade de um novo complemento após esses dois anos para a gente manter a estabilidade fiscal do país”, afirmou.

Ainda sobre os aspectos negativos do anúncio, o economista criticou a opção do governo de divulgar a nova faixa de isenção do IR junto às demais medidas. “Ficou transparecendo que houve uma certa intenção do governo de fazer uma compensação (…) Foi oportuno fazer a isenção do IR, mas isso podia ser feito desassociado, quinze dias depois, para não parecer um “toma lá, dá cá”, uma troca para maior aceitação do pacote dos cortes”, disse.

Apesar de concordar com a isenção de IR para os que têm renda mensal de até R$ 5 mil, o que avalia como “socialmente, extremamente justo”, Menezes ressalta que ela resultará em uma grande perda na arrecadação e que é preciso verificar “economicamente”, como o governo vai fazer a compensação. “Gera uma dificuldade e é um volume de R$ 35 bilhões que deixa de entrar de arrecadação”, frisou.

Por outro lado, Menezes avalia positivamente os cortes de cunho estrutural apontados pelo governo, que, afirma, serão muito bons para um efetivo combate fiscal. “Um dos pontos mais fortes do pacote foram os cortes fiscais de natureza estruturais e de natureza praticamente definitiva, assim, é cortar o mal pela raiz. Não adiantava todos os anos ficarem sendo renovados esses motivos. Foi feito o corte em relação ao reajuste do salário mínimo, assim vão ser feitos os cortes em relação aos salários dos militares, do abono, do pente fino que vai ser feito em cima do BCP e do bolsa família”, destacou.

O gestor do CORECON, no entanto, sentiu falta de um teto para reajuste do salário mínimo e para as despesas obrigatórias com saúde e educação. “São que mais sacrificam, que estão mexendo mais com o orçamento e, como os recursos obrigatórios das áreas de saúde e educação são muito elevados, eles deveriam também ter um teto, igual ao arcabouço fiscal, e o crescimento seguir exatamente a posição do arcabouço fiscal”.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio RN), Marcelo Queiroz, seguiu o posicionamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a qual avaliou que o plano do Executivo Federal “é insuficiente para enfrentar o problema fiscal brasileiro”.

Ainda segundo as opiniões de Queiroz e da entidade, os empresários serão m muito impactados negativamente por uma bitributação. “Existem questões que vão impactar, de forma contundente, o empresariado brasileiro, como a inclusão de tributação de dividendos sem a respectiva redução da tributação sobre as empresas, o que configura bitributação e afetará drasticamente a capacidade do setor produtivo de gerar riqueza”.

Eles manifestam, ainda, receio diante da nova proposta para isenção de IR, “dado o peso que essa medida terá sobre o quadro fiscal brasileiro, tornando todo o esforço do pacote fiscal praticamente inócuo”, avaliaram. “É crucial que o Brasil busque uma plena coordenação entre as políticas fiscal e monetária, garantindo um cenário de médio e longo prazo estável e previsível, o que permitirá a redução dos juros e da inflação, fatores que atualmente sufocam o setor produtivo e os consumidores”, destacaram.

Ainda para Marcelo Queiroz e para a CNC, é preciso pensar em ações que possam fomentar a economia do país de forma de forma mais duradoura. Eles conclamaram “o governo federal e o Congresso Nacional a priorizarem medidas que promovam não apenas o equilíbrio fiscal imediato, mas também reformas estruturais capazes de sustentar o crescimento econômico e a competitividade do País em longo prazo”.

Já para o presidente das Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, o tópico sobre isenção do IR é o grande destaque, o qual avalia como “surpreendente” e “preocupante”.

De acordo com ele, “especialistas calculam que dificilmente a maior taxação dos salários acima de R$ 50 mil anunciada pelo Governo irá gerar uma receita que compense o impacto fiscal de R$ 51 bilhões da isenção anunciada para a faixa até R$ 5 mil”.

Serquiz disse também que a proposta pode terminar surtindo o efeito contrário ao esperado. “Uma medida de contenção sem a devida segurança da compensação acaba por promover um aumento de gastos, na contramão do que pretende o próprio governo”, pontuou.


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PLURALIDADE RELIGIOSA, DEMOCRACIA E JUSTIÇA SOCIAL EM PAUTA NA PRAÇA CÍVICA

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A Praça Cívica, em Petrópolis, será palco de um evento pela diversidade religiosa e direitos sociais nesta quinta-feira (28). A partir das 16 horas, terá início a 2ª edição da Celebração Inter-Religiosa pela Democracia com Justiça Social. A programação contará com reflexões, testemunhos, orações e música, e também com uma feira solidária de artigos religiosos, artesanatos e comidas, encerrando às 20 horas.

De acordo com o coordenador do evento, o missionário Leão da Cruz (Gecionny Pinto), da Fraternidade de São Pio de Pietrelcina – pertencente à Igreja Católica Apostólica Romana -, o principal objetivo do evento é a defesa da democracia e outros temas defendidos pela organização são os direitos dos homossexuais, pessoas com deficiência, quilombolas, indígenas e refugiados, além da segurança alimentar, garantia de moradia e terra, entre outros. “São pautas que unem todas as religiões e igrejas que estão compondo essa celebração”, disse.

Além de valorizar a diversidade religiosa, a celebração dará espaço para abordar o ateísmo e agnosticismo. “A gente tem que quebrar o preconceito, também, com os agnósticos e ateus.

Muitas pessoas são agnósticas ou ateias e, mesmo assim, são boas pessoas, do bem, que cultivam a paz e que admiram os líderes das várias religiões globais e locais”, afirmou o ministro.

Líderes espirituais proporcionarão momentos de reflexão, oração e testemunho nos quais os visitantes poderão conhecer mais sobre diferentes religiões. Entre os representantes religiosos estarão o diretor da Federação Espírita do Rio Grande do Norte, Nilo Emerenciano; o fundador da Fraternidade de São Pio de Pietrelcina, Frei Antônio de Pádua; o bispo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias Emerson Souza e o escritor sobre judaísmo Janduí Medeiros. “Será um momento de congraçamento, um momento de união”, ressaltou Leão da Cruz.

Já na Feira Modelo de Empreendedorismo Solidário Popular, mais de vinte expositores ofertarão para venda ou doação produtos como artesanatos, livros, imagens e comidas. O objetivo da feira é fortalecer o empreendedorismo social. “Vamos ter de várias tradições religiosas vendendo ou doando produtos – porque algumas religiões doam produtos, como os mórmons, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A Igreja Católica vai doar também alguns materiais”, explicou o religioso.

O evento está relacionado à Frente Religiosa pela Democracia com Justiça Social, que será oficializada durante a celebração. O movimento visa combater a intolerância política, conforme explica o ministro Leão da Cruz. “Ela surgiu diante de tantos atos de intolerância política que têm havido no Brasil. A gente tem percebido o aumento da violência política. E aí a gente percebeu a necessidade de formar uma frente com pessoas de várias religiões e igrejas para tentar defender e consolidar, dar nossa contribuição para a democracia no Brasil. Mas não qualquer democracia, uma democracia que defenda as pautas da justiça social”, ressaltou.


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CRESCIMENTO DO TURISMO RELIGIOSO TRANSFORMA DESTINOS NO PAÍS E NO RN

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O turismo religioso no Brasil tem se revelado um caminho de fé e descoberta, onde destinos se transformam em pontos de encontro entre a espiritualidade e a cultura. Segundo o Ministério do Turismo do Brasil (MTur), esse segmento movimenta cerca de R$15 bilhões por ano em todo o país e cresce a cada ano, mostrando-se uma força que movimenta economias locais, gera empregos e transforma o cotidiano de pequenas e grandes cidades. Em tempos de pluralidade e diversidade, ele se torna também uma ponte que aproxima diferentes culturas e crenças, mostrando que, em cada templo, há um eco de unidade que reverbera por todo o país.

Em 2017, o Fórum Nacional de Turismo Religioso, idealizado por Sidnésio Moura, uma referência no Turismo Religioso no país, surgiu com o propósito de direcionar, incentivar e motivar o segmento. “Mais do que uma viagem, o turismo religioso é uma jornada de conexão — com a história, com a fé, e com a beleza singular que cada religião oferece”

De acordo com Sidnésio, o Fórum busca unir a academia, especialistas e autoridades do setor para discutir soluções e direcionamentos para o crescimento do turismo religioso no Brasil. “Nosso objetivo é pensar no evento em uma visão macro, mas também regionalmente dentro da realidade de cada região brasileira. Existem vários eventos no país que atraem o turismo religioso ou de formação sobre o segmento, mas faltava um evento que trouxesse a academia, especialistas, mestres e doutores para discutir e trazer direcionamento para o Turismo Religioso que vem crescendo a cada ano no Brasil”, comenta Sidnésio, destacando que o evento visa além do aspecto religioso, também seu impacto socioeconômico e cultural, reconhecendo o turismo religioso como uma poderosa ferramenta de desenvolvimento urbano e geração de emprego e renda.

“O Fórum Nacional e os Regionais foram pensados para preencher uma lacuna no mercado de eventos religiosos no Brasil. Haja visto que o segmento é um dos que mais tem ganhado destaque na última década, apresentando crescimento superior à média. Além de sermos o principal evento com foco exclusivo no Turismo Religioso no Brasil”, afirma Sidnésio. Durante a pandemia, o Fórum foi adaptado para o formato online, com edições regionais nos Estados do Norte e Nordeste, ampliando ainda mais seu alcance.

Este ano, o Fórum Nacional de Turismo Religioso tem como tema “O Turismo Religioso como Fonte de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso”, alinhado com o espírito do Concílio Vaticano II, que desde o Papa Paulo VI busca o diálogo com as diferentes religiões. Sidnésio destaca a importância de construir pontes entre as religiões, em vez de muros, uma ideia que tem sido amplamente defendida pelo Papa Francisco: “O turismo religioso é uma dessas portas para aproximarmos as diversas realidades religiosas e culturais”.

Sidnésio reforça que, embora o catolicismo seja a religião que mais fomenta o turismo religioso no Brasil, o evento tem um enfoque plural, que valoriza todas as expressões religiosas e culturais presentes no país: “Que possamos trabalhar sim em nossas realidades religiosas, mas que ao pensarmos no turismo religioso possamos olhar sua amplitude e podermos ver a beleza de uma experiência de Deus e do sagrado através das diversas religiões”.

Programação da 6ª Edição
A 6ª edição do Fórum Nacional de Turismo Religioso teve início nesta quarta-feira (27) e segue até a próxima sexta-feira (29), com uma programação repleta de palestras, mesas de debates e ações voltadas para o fortalecimento do segmento no Brasil. Durante o evento, especialistas do setor irão discutir temas como afroturismo, governança no turismo religioso, sustentabilidade e os caminhos do turismo religioso em sua diversidade. Ao final de cada dia, as discussões serão compiladas em artigos científicos. Em janeiro de 2025, serão submetidos trabalhos acadêmicos que também irão se tornar artigos científicos e virão a ser publicados na primeira edição da Revista FNDETUR. Para conferir a programação completa de cada dia do evento acesse diariodorn.com.br.


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CÂNCER DE PRÓSTATA MATOU MÉDIA DE 47 HOMENS POR DIA SÓ EM 2023

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O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil e, em 2023, causou a morte de 47 por dia, em média, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Neste mês de novembro, dedicado à conscientização sobre a saúde masculina, a equipe do Diário do RN entrevistou o médico urologista Matheus Amaral, da Liga Contra o Câncer, para esclarecer informações sobre a doença.

O especialista explica que a próstata é um órgão do sistema reprodutor masculino, sendo responsável pela produção de 70% do sêmen. Ela fica localizada abaixo da bexiga e à frente do reto. O câncer nesse órgão consiste em um nódulo com consistência endurecida.

De acordo com o Dr. Matheus, a doença é mais comum em idosos, mas os exames preventivos devem começar a ser feitos antes dessa fase. “A gente costuma dizer que o câncer de próstata acomete mais a terceira idade. Então, a idade é exatamente um fator de risco. Os exames devem ser realizados a partir de 50 para a população geral, e, quem tem histórico na família, a partir de 45 anos”, disse.

Ele explica que há quatro exames para identificar a existência de câncer de próstata: exame de toque retal – “rápido e indolor” –, o de PSA – “uma proteína dosada no sangue” –, a ressonância nuclear magnética, e, para confirmação, a biópsia. Ele ressalta também que as principais formas de prevenção são a prática de atividade física, a manutenção de uma dieta saudável e não fumar.

Ainda segundo o médico, o câncer de próstata não tem sintoma quando na fase inicial. “Ele só vai dar sintoma quando a doença está em estágio mais avançado. Aí, o paciente pode apresentar sangue na urina, dor nos ossos e insuficiência renal”, pontuou, frisando, ainda, que há diversos tipos de tumores, mais ou menos agressivos, que determinam a rapidez com que a doença poderá avançar. No entanto, caso seja identificado precocemente, há chances elevadas de regressão. “Os pacientes que são diagnosticados com câncer de próstata na fase inicial da doença têm acima de 90% de cura”, frisou.

Os tratamentos utilizados podem ser o acompanhamento, chamado de “vigilância ativa”; a cirurgia da próstata, que é a prostatectomia radical; a radioterapia, e, em alguns casos mais avançados da doença, a hormonioterapia e a quimioterapia, conforme explicou Dr. Matheus Amaral.


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70% DOS ATENDIDOS NA ORTOPEDIA DO HWG SÃO DE BAIXA E MÉDIA COMPLEXIDADE

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Em meio à crise de superlotação do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior hospital de urgência e emergência do Rio Grande do Norte, a secretária estadual de Saúde, Lyane Ramalho, afirmou nesta segunda-feira (25) que 70% dos atendimentos de ortopedia da unidade de saúde são de baixa e média complexidade. O dado foi divulgado no programa 12 em Ponto, da 98 FM Natal, e faz parte de um relatório concluído nesta segunda pela gestora.

Os números chegam no momento em que a Secretaria de Saúde do Estado (Sesap) vive um impasse com municípios da Grande Natal que se opõem a uma proposta da Sesap para criação de um sistema compartilhado de atendimento ortopédico de baixa e média complexidade na região.

O objetivo com o consórcio é desafogar a fila de espera do Walfredo Gurgel.

“A gente tem plena certeza de que se a gente não atuar na organização dessa rede de baixa e média complexidade, nós não conseguiremos resolver [a superlotação do Walfredo Gurgel]. E aí, o terceiro eixo do plano de contingência é exatamente a implantação de um serviço de baixa e média complexidade”, disse Lyane Ramalho.

“É uma questão de a gente entender que o Walfredo Gurgel precisa assumir, de uma vez por todas, o seu perfil. Aquele paciente de baixa complexidade que adentra o Walfredo Gurgel está ocupando o leito de um idoso, de uma pessoa que sofre politraumatismo da cabeça”, completou a secretária.

“Traição”
Em nota divulgada na última sexta-feira (22), a Federação dos Municípios do RN (Femurn) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN (Cosems) se manifestaram contrariamente à proposta do Governo do Estado de dividir os custos dos atendimentos ortopédicos com os municípios.

De acordo com Lyane Ramalho, o presidente da Femurn, Luciano Santos, esteve em reunião para tratar sobre o acordo e não se opôs durante o encontro. Para a secretária, o sentimento é de traição.

“Nós recebemos a nota e recebemos com muita indignação. Porque, primeiro, tivemos uma reunião com a presença da governadora e a Femurn, inclusive, Dr. Luciano estava presente na reunião, e nada disso ele falou na reunião. (…) fizemos a reunião, foi excelente. No outro dia, recebo essa nota da Fermurn e do Cosems. A pessoa se sente até traída porque, enfim, na reunião, não foi dito nada disso. Se era para dizer, dissesse na reunião, à própria governadora”, afirmou.

Recusa de municípios não impedirá implantação

Ainda segundo a secretária, mesmo que haja recusa dos municípios da Região Metropolitana em dividir os gastos, o serviço será implementado. “Com a implantação desse serviço de baixa e média complexidade, que deverá ser aqui nos arredores de Natal ou em Natal. Mesmo que os Municípios não aceitem, a gente vai fazer essa implantação, a gente vai fazer essa discussão com o Ministério Público porque há necessidade desses pacientes saírem de dentro do Walfredo Gurgel. Apenas a gente não sabe, ainda, como isso vai se dar”.

Leitos bloqueados
Ainda durante a entrevista, a Secretária Liane Ramalho afirmou também que uma das dificuldades é encontrar leitos nas redes municipais que possam ser usados para encaminhamento de pacientes e reclamou que os municípios têm reduzido o número de vagas.

“A gente está abrindo leitos e os municípios estão fechando leitos. (…) A gente precisa ter condições de usar a rede como um todo e não só a rede estadual. A gente quase não tem leito bloqueado porque utiliza a nossa rede no topo. O que a gente precisa é enxergar onde nós podemos utilizar leitos fora de rede estadual. A gente tem certeza absoluta que existem leitos em outros Municípios que nós deveríamos estar conseguindo encaminhar pacientes, porém, a gente não tem força para isso”, ressaltou.


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PROJETO EMPODERA ALUNOS NA LUTA PELA VALORIZAÇÃO DA CULTURA NEGRA

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Em um país marcado pela desigualdade racial e pela herança da escravidão, a educação antirracista emerge como um dos pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A Lei 10.639/03, de 2003, tornou obrigatória a inclusão de história e cultura afro-brasileira no ensino fundamental e médio, marcando uma evolução na educação brasileira. Apesar dos desafios após 20 anos da lei, a educação mais inclusiva e empoderadora já mudou a vida de muitos estudantes pelo país.

No Nordeste, um projeto educacional e cultural vem ganhando destaque, o Escrevivências Afro-Baianas, idealizado por três professoras da rede pública de ensino da Bahia, é um exemplo de como a educação pode ser uma ferramenta poderosa na luta contra o racismo. Através da valorização da cultura afro-brasileira e da promoção da autoestima de jovens negros, o projeto tem incentivado a reflexão sobre identidade, resistência e pertencimento, tanto nas escolas quanto na comunidade.

O Escrevivências Afro-Baianas nasceu em 2021, durante o período de aulas remotas da pandemia de COVID-19. As idealizadoras, professoras Jucy Silva, Hilda Cerqueira e Liliane Vasconcelos, já atuavam no Colégio Estadual Edvaldo Brandão, em Salvador. Foi durante as aulas remotas do colégio, em parceria com os programas PIBID da Ucsal e UFBA, que o projeto ganhou forma.

A partir da leitura de obras de autores negros, como Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus e Itamar Vieira Júnior, os estudantes começaram a produzir poesias, contos e outras formas de expressão literária e artística, por meio do projeto piloto entitulado “Lerversificar”. Observando o talento criativo dos alunos, as professoras decidiram formalizar a iniciativa, criando o Escrevivências Afro-Baianas.

O projeto tem como objetivo principal fomentar a produção literária de estudantes negros, especialmente aqueles da periferia, e dar visibilidade às suas histórias e experiências.
Em 2022, o grupo lançou o primeiro “Zine Escrevivências” na Festa Literária Internacional do Pelourinho e, em 2023, o primeiro livro do projeto foi publicado, e leva o mesmo nome do projeto: “Escrevivências Afro-Baianas”. Em 2024, o segundo livro está em processo de conclusão. Além disso, o projeto tem conquistado diversos prêmios, como o 1° e 2° lugar no Prêmio Lélia Gonzalez do IBAJUD, além de classificações importantes como no Concurso Jovens Escritores da Bahia.

Em entrevista ao Diário do RN, a professora Jucy Silva, uma das fundadoras do projeto, destaca a importância da educação antirracista na formação de jovens e crianças. Ela enfatiza a necessidade de incluir História e Cultura Afro-Brasileira em currículos e adotar práticas pedagógicas que valorizem as contribuições do povo negro. “A Escola, além de construir bons projetos, precisa ter um plano estratégico que envolva toda a comunidade escolar, que crie protocolos claros para lidar com situações de discriminação, invista na formação permanente de professores e funcionários e crie indicadores para avaliar os avanços de práticas antirracistas na escola, sempre avaliando os resultados e fazendo ajustes”, afirma Jucy.

O projeto, além de formação literária para os alunos, é um espaço para expressão criativa e ressignificação da identidade negra. A Literatura é uma ferramenta poderosa para fortalecer autoestima e identidade de jovens negros em um contexto de racismo estrutural. “A educação antirracista surge como uma necessidade de reestruturação de todo um sistema de sociedade que foi formada a partir de concepções eurocêntricas. O Escrevivências surge dessa necessidade de potencializar através da leitura e escrita de meninos e meninas negras, a escrita criativa como afirmação de identidade”, afirma Liliane a outra fundadora do projeto.

Para os alunos que participaram do projeto, como Victor Cunha, ex-estudante do Colégio Edvaldo Brandão Correia e ex-participante do Escrevivências, o impacto foi profundo. “O projeto me fez sentir a representatividade que faltava para que eu me aceitasse de fato enquanto negro. Ver através da arte como a cultura africana e afro-brasileira é linda e complexa”, relata Victor, que hoje estuda direito na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Hillary Monique, ex-participante do Escrevivências e estudante da UFBA, também ressalta a importância do projeto na construção da identidade negra. “A educação antirracista me ajuda a me proteger e a me reconhecer. O Escrevivências foi o maior motivo para hoje eu me reconhecer como mulher preta.”, afirma Hillary, que destaca a mudança em sua visão de mundo após o contato com as obras de Conceição Evaristo.

Entre os alunos atuais, a estudante Laís Cruz compartilha sua experiência com o Escrevivências.

Para ela, o projeto foi transformador. “O Escrevivências é mais do que um projeto. Ele se tornou uma segunda família para mim. Aqui, eu descobri o meu amor pela arte e pela escrita e aprendi a me valorizar como mulher preta”, relata Laís.

Dia da Consciência negra
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é um marco de reflexão sobre a história, a cultura e a luta do povo afro-brasileiro. Escolhido em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra, o dia celebra a resistência e a contribuição do povo negro na formação do Brasil.

Este ano, a data assume uma importância ainda maior, pois pela primeira vez se torna feriado nacional. Em dezembro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei 14.759/2023 que tornou o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra um feriado nacional, válido a partir de 2024.

No entanto, professora Jucy chama atenção para que a educação e luta antirracista não devem ser limitadas ao mês de novembro, quando se celebra o Dia da Consciência Negra. “Novembro é o mês da consciência negra, momento importante para se refletir sobre temas diretamente ligados às opressões racistas que atingem a população negra. É um momento de celebração das nossas raízes ancestrais, mas também é um dia estratégico para denunciar as desigualdades raciais que ocorrem diariamente, o ano inteiro no nosso país”, complementa a professora.


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CARNATAL MOBILIZA CADEIA PRODUTIVA PARA AMPLIAR NEGÓCIOS NOS DIAS DE FESTA

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Com o propósito de bater, em 2024, a meta dos R$ 74,2 milhões de movimentação econômica na economia local, alcançados em 2023, a direção do maior carnaval fora de época do mundo, o Carnatal, vem promovendo encontros sistemáticos com o intuito de envolver os diversos setores produtivos para se engajarem e superarem as expectativas e a movimentar a economia da capital potiguar. Para isso, nos últimos meses foram realizadas reuniões com a Abrasel, CDL, ABIH e Fecomércio para dinamizar as iniciativas. O Carnatal 2024 acontece de 6 a 8 de dezembro, no largo e dentro da Arena das Dunas, numa produção da Clap Entretenimento, Vybbe e RB Entretenimento.

De acordo Felinto Filho, diretor da Clap Entretenimento e do Carnatal, serão pensadas ações como sorteios, cupons de descontos, dentre outras iniciativas para gerar movimentação nos bares e restaurantes como forma de incrementar oportunidades a partir do evento. A ideia, segundo Felinto Filho é envolver a rede hoteleira, comércio, bares, restaurantes, e oferecer visibilidade para o pequeno produtor e fornecedor, como salões de beleza, costureiras, vendedores de vestuário para que toda a cidade se envolva com a superação da meta.

“Com sua capacidade de atrair milhares de visitantes, o Carnatal impulsiona significativamente o comércio e os serviços locais, antecipando o início da nossa alta estação. Segundo dados do Instituto Fecomércio RN, em 2023, o evento movimentou mais de R$ 74 milhões, evidenciando seu papel crucial na economia. Além disso, o Carnatal promove Natal como destino turístico, destacando a cultura vibrante e a hospitalidade do nosso povo”, afirmou Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio RN.

Ano passado, segundo estudo divulgado pela Fecomércio-RN, o Carnatal movimentou cerca de R$ 74 milhões nos dias do evento. A meta ousada para 2024 é superar esse montante e o trabalho junto ao setor produtivo se encaixa dentro disso. “O Carnatal tem se posicionado e pensado agenda com os segmentos produtivos da capital”, afirmou Felinto Filho.

A ação proativa do Carnatal faz parte de uma estratégia de mostrar, mais que nunca, que o evento é de toda a cidade. “É gerar movimentação, chances de negócios a partir do nosso Carnatal”, declarou. Ele ressaltou que a ideia do Carnatal é criar uma relação junto às instituições de forma que todo o ecossistema econômico seja movimentado antes e durante o evento de forma a criar um clima diferenciado na cidade.

A FESTA
Em 2024, o Carnatal chega a 33ª edição e resgata o legado da Pipoca com a estreia do Largo dos Reis, “um novo epicentro de cultura, música e gastronomia dentro do Carnatal”, como define o diretor da Clap Entretenimento e do Carnatal, Felinto Filho: “O local vai resgatar a essência da folia e proporcionar uma experiência energética e vibrante para os visitantes”.

A expectativa é que de 6 a 8 mil pessoas passem pelo Largo em cada noite do Carnatal. O espaço gratuito busca apresentar novas ativações no Corredor da Folia tendo como atrações principais Kiko Chicabana (sexta-feira, 6), Ricardo Chaves (sábado,7), e Timbalada (domingo, 8). Em cada um desses dias vão ter participações especiais no Largo dos Reis: Na sexta, Raquel Tombesi, vocalista da banda Cheiro de Amor. No sábado, Sergynho Pimenta e no domingo a Banda Grafith, logo após encerrar o bloco 084, vai encontrar com a turma da Timbalada para fazer um grande encerramento do Carnatal.

A criação do Largo dos Reis traz mudança no percurso dos blocos: os trios vão passar três vezes em frente ao setor, enquanto que no Corredor da Folia serão duas passagens.

Para quem pretende curtir a festa nos blocos e camarote, as vendas estão a todo vapor e mais informações estão disponíveis no perfil @carnatal.


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ADVOGADA POTIGUAR SERÁ ATRAÇÃO EM FESTIVAL INTERNACIONAL DE SUPERAÇÃO

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A advogada Jociara Azevedo representará o Rio Grande do Norte no primeiro festival de superação da América Latina, o All.In Experience, que acontecerá no próximo sábado (16), em Alphaville, São Paulo. Especialista nas áreas trabalhista, empresarial e imobiliária, ela vem se destacando no empreendedorismo jurídico, atuando com empresas nacionais e internacionais.

No evento, Jociara contará sua trajetória profissional no painel “Se você pode, você deve”.

Com mais de 10 anos de experiência no mercado jurídico, realizou cursos e capacitações em empreendedorismo com o objetivo de abrir um escritório de advocacia nos moldes de grandes empresas jurídicas estrangeiras, o Azevedo e Guimarães Advogados Associados, que representa grandes companhias dentro e fora Brasil, como diversas franquias da imobiliária internacional RE/MAX. Além disso, a advogada também oferece mentorias para mulheres empreendedoras e jovens advogados.

De acordo com a Jociara Azevedo, um escritório jurídico no modelo americano facilita um alto desempenho e a entrega de serviços mais eficientes, além de personalizados. “Esse modelo promove uma cultura meritocrática em que o desempenho e a dedicação dos profissionais são recompensados com crescimento na estrutura do escritório, o que incentiva o desenvolvimento contínuo e a manutenção dos talentos. Além disso, a estrutura associativa permite a especialização e o trabalho colaborativo, de forma que resulte em um alto desempenho e uma entrega de serviços jurídicos mais eficientes e personalizado para o cliente”, disse.

Hoje, o Azevedo e Guimarães tem entre os principais serviços o compliance jurídico, cujo objetivo é auxiliar na identificação, prevenção e correção de práticas que possam expor empresas a riscos legais e reputacionais, evitando, por exemplo, envolvimento em litígios, multas e processos administrativos.

“No compliance jurídico, o principal fundamento é fazer com que empresas possam estar em conformidade legal e ética. Muitos escritórios atuam somente de forma corretiva; após ocorrer os danos, o advogado entra para atuar. O nosso escritório entra de forma a prevenir, e, hoje, já temos grandes resultados com essas ações”, explicou a advogada.

Mentorias
Além dos serviços advocatícios, Jociara Azevedo também ministra mentorias para mulheres empreendedoras e jovens advogados. Segundo ela, essa orientação é um “pilar essencial” para o desenvolvimento, consistindo em uma “oportunidade única” de aprendizado. “Em ambas as áreas, acredito que a mentoria é uma ferramenta poderosa para desenvolver os talentos e fomentar a equidade e o sucesso, impulsionando as carreiras e os negócios com propósito e impacto positivo”, disse.

Desafios do empreendedorismo jurídico

Para a advogada, o empreendedorismo consiste em uma grande dificuldade para muitos profissionais do Direito. “Alguns dos principais desafios são a captação e a fidelização dos clientes, devido à alta competitividade; a gestão financeira, com a qual muitos advogados enfrentam grandes dificuldades, desde a precificação adequada dos serviços até o controle de caixa e a gestão de fluxos e a adequação às inovações tecnológicas”, contou.

“Muitos advogados têm dificuldade de equilibrar a dedicação com os casos e a gestão empresarial. Empreender exige tempo para cuidar das estratégias do mercado, da administração, das finanças, do marketing, o que pode entrar em conflito com a intensa rotina do trabalho jurídico. Essa conciliação exige organização, e, muitas vezes, a delegação das funções administrativas, que é um dos principais gargalos do empreendedorismo na advocacia”, completou.

All.In Experience
A potiguar Jociara Azevedo estará entre os mais de vinte palestrantes que trocarão conhecimentos e experiências que prometem ser inspiradoras, como o escritor Augusto Cury e o ator Arthur Aguiar. A advogada conta que participará do painel realizado em conjunto com master franqueado RE/MAX Pedro Viriato.

“A ideia é trazer uma narrativa contando a própria história e é isso que vou falar, sobre a minha história. Eu estarei em um painel [chamado] “Se você pode, você deve”, juntamente com Pedro Viriato, um dos grandes nomes do mercado imobiliário. Estaremos juntos, falando, cada um da sua história até os dias atuais, como uma forma de inspirar outras pessoas”, explicou.

“As expectativas para o evento são as melhores possíveis, de forma que possa transbordar e inspirar outras pessoas em busca dos seus sonhos e da realização dos seus projetos. Essa será a primeira edição em Alphaville, e nossa pretensão é trazer esse evento para cá também, para o RN, e poder transbordar outros estados”, completou Jociara Azevedo.


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MOUNJARO PODE LEVAR A RESULTADO COMPARÁVEL AO DA CIRURGIA BARIÁTRICA

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Um medicamento para diabetes, Mounjaro, está sendo apontado como passível de oferecer resultado comparável ao da cirurgia bariátrica. A informação é da médica endocrinologista Clara Bandeira, que apesar de destacar a potência da medicação para a perda de peso, também ressalta a necessidade de acompanhamento médico para o tratamento. A droga, que ainda não tem venda permitida no Brasil, pode ser importada por pacientes que tenham prescrição para uso.

De acordo com a Dra. Clara, o Mounjaro é utilizado em casos de diabetes tipo 2, auxiliando no controle dos níveis de açúcar no sangue, mas também tem sido indicado para emagrecimento por aumentar a sensação de saciedade, reduzindo o apetite. “Recentemente, ele também tem sido indicado para auxiliar na perda de peso em pessoas que precisam reduzir o percentual de gordura corporal e melhorar a saúde metabólica, em conjunto com dieta e exercícios”, afirmou.

“O Mounjaro tem demonstrado ajudar significativamente na perda de peso, pois age no controle da insulina, nos mecanismos de saciedade e no controle do apetite. Estudos mostraram que, dependendo da dose, o Mounjaro pode levar a uma redução de peso médio entre 15% e 22,5%.

Esse percentual é comparável aos resultados obtidos com a cirurgia bariátrica. Assim, para muitas pessoas, o Mounjaro pode ser uma alternativa potente para a redução de peso, especialmente para aqueles que não desejam ou não podem fazer uma intervenção cirúrgica”, explicou a especialista.

Mais antigo, o Ozempic também foi uma medicação muito citada pelos resultados quanto à perda de peso. No entanto, os resultados do Mounjaro têm sido apontados como ainda melhores. Segundo a Dra. Clara, isso se deve à maneira como o medicamento mais recente age. “A principal diferença entre o Mounjaro e o Ozempic está na forma como agem no corpo. O Mounjaro possui uma ação dupla, agindo em dois hormônios – GLP-1 e GIP – que ajudam a controlar o açúcar no sangue e aumentar a sensação de saciedade. Já o Ozempic, age em apenas um desses hormônios.

Essa diferença na ação faz com que o Mounjaro tenha um efeito mais potente e leve a uma perda de peso mais significativa do que o Ozempic”, disse.

Apesar dos possíveis resultados, que podem parecer tentadores para quem busca perda de peso e vê nas mídias diversos supostos casos de usos do medicamento, é preciso levar em consideração os riscos da utilização, sobretudo indiscriminada, do medicamento. Entre os efeitos colaterais mais comuns do Mounjaro estão: náuseas, vômitos e diarreia ou constipação intestinal. De acordo com a endocrinologista, o acompanhamento médico é fundamental, até mesmo para que não haja um posterior novo ganho de peso.

“O médico precisa avaliar se o paciente tem indicação ou contraindicação para o uso do Mounjaro, além de verificar possíveis interferências com outras medicações que o paciente já esteja utilizando. O profissional também define a dose adequada e monitora a resposta do organismo ao medicamento. Além disso, o acompanhamento deve incluir a orientação para modificações no estilo de vida, como reeducação alimentar e prática de exercício físico, já que o uso da medicação deve ser sempre acompanhado por essas mudanças de hábitos para resultados sustentáveis. O acompanhamento contínuo também é importante para reduzir os possíveis riscos associados ao uso do medicamento e, especialmente, para garantir que o paciente não reganhe o peso perdido quando o medicamento for retirado”, pontuou a Dra. Clara.

A médica frisa, ainda, que as contraindicações ao uso do Mounjaro são diversas, como: histórico de pancreatite, alergia aos componentes da fórmula, pessoas com histórico pessoal ou familiar de carcinoma medular de tireoide (um tipo raro de tumor maligno na tireoide), ou em pacientes com neoplasia endócrina tipo 2 (uma síndrome genética), e também em pessoas que utilizam alguns tipos de medicação que possam aumentar o risco de hipoglicemia.


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PARA SETOR PRODUTIVO, AUMENTO DO ICMS NÃO RESOLVE DESEQUILÍBRIO FISCAL

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Após a governadora Fátima Bezerra (PT) enviar à Assembleia Legislativa (ALRN) um Projeto de Lei (PL) para elevar a alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de 18% para 20%, apresentado em conjunto com outras medidas fiscais, dirigentes das entidades do comércio e da indústria têm se manifestado e proposto alternativas para o reequilíbrio das contas do estado.

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, não se coloca contra os PLs apresentados pela chefe do Executivo Estadual, mas afirma que eles não conseguirão solucionar os problemas fiscais do estado. “O decreto contendo medidas anunciadas pelo Governo do Estado, apesar de ser uma iniciativa importante e elogiável, é insuficiente para o enfrentamento do problema”, disse.

Serquiz afirmou, ainda, que não é uma conta razoável aumentar a arrecadação sem diminuir a despesa e que “chegamos em um momento no Rio Grande do Norte onde não se discute mais o ‘quando fazer’, ou seja, já estamos no ‘agora ou será tarde demais’” para isso. Para o gestor, uma ação conjunta entre todos os poderes e órgãos do RN é essencial, e um pacto, também, com a sociedade civil, poderia ser uma alternativa.

“A tarefa não pode ser apenas do Poder Executivo. Cortar gastos e otimizar despesas devem ser tarefas de todos os Poderes e órgãos. Como bom litorâneo: ‘a maré não está boa para ninguém’.

Não há como construir soluções para o RN sem o comprometido esforço de todos os Poderes e órgãos públicos. Aliás, refiro-me a soluções, porquanto não existe uma única solução mágica. Um pacto entre Poderes e sociedade civil, subscritores de um pacote de efetivas medidas de contenção de despesas e prospecção de receitas, bem que poderia ser tentado”, declarou.

Fecomércio é contra o acréscimo de 2%

Marcelo Queiroz: “Essa medida sobrecarrega diretamente a sociedade” – Foto: Reprodução

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio), Marcelo Queiroz, afirma que o aumento do ICMS pode enfraquecer a economia local e vai penalizar principalmente a população mais pobre.

“A Fecomércio RN se posiciona contrária ao aumento do ICMS. Acreditamos que essa medida sobrecarrega diretamente a sociedade, sobretudo as camadas mais vulneráveis, e pode desacelerar a economia local, penalizando tanto consumidores quanto empreendedores. Nossa posição é pautada pelos resultados de arrecadação e desempenho econômico do estado. Em vez de aumentar a carga tributária, defendemos que é essencial buscar alternativas que não resultem em mais custos para a população”, afirmou ao Diário do RN.

Para Queiroz, é interessante que a gestão estadual coloque o foco em reduzir despesas e no incentivo a novos negócios para que possam ser obtidos resultados mais efetivos. “Propomos que, para equilibrar as contas, o Governo do RN inicie uma revisão detalhada de suas despesas. Este é o momento de adotar um Plano de Equilíbrio Fiscal que contemple a redução dos gastos públicos e a otimização dos recursos, sem onerar ainda mais o contribuinte. Além disso, é fundamental fortalecer o diálogo com todos os setores da sociedade, desenvolvendo políticas que incentivem novos investimentos e o crescimento sustentável da economia. Somente com planejamento e execução de medidas eficazes é possível estabelecer um ajuste financeiro duradouro e eficiente”, afirmou.

Em análise específica sobre o cenário do comércio local, Marcelo Queiroz aponta que o incremento do ICMS ocasionaria um impacto expressivo. “A medida tende a elevar os custos operacionais e, em consequência, o preço final dos produtos e serviços, reduzindo o poder de compra dos consumidores e, potencialmente, afetando negativamente as vendas e a geração de empregos”, pontuou.


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BARBEARIA EM NATAL PASSA A ACEITAR CRIPTOMOEDAS: “DEMANDA CRESCENTE”

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Uma barbearia em Natal tem divulgado a aceitação de criptomoedas, despertando a curiosidade sobre o uso dessa forma de pagamento. Segundo informações da empresa, essa seria a primeira do segmento no país a oferecer a modalidade de pagamento.

O proprietário, Johny Lima, investe em moedas digitais há 5 anos e diz que o uso de moedas digitais no comércio é “uma demanda crescente”. Segundo o empresário, foi percebida na Mr. John Barbearia a existência de uma clientela que também é investidora em criptomoedas, que serviu de motivação para possibilitar o uso desses ativos em seu negócio.

“Já conheço o mercado e sou investidor desde 2019. Nos Estados Unidos, muitas empresas já estão começando a receber pagamento em criptomoedas, e aí, a gente teve esse insight de ser a primeira barbearia do Brasil a implementar esse tipo de pagamento”, afirmou.

“Conversando com nosso público, [descobri] que temos muitos clientes que já investem, só que não tem lugares para eles comprarem, pagarem; eles são só investidores. Quando fui fazer uma pesquisa mais a fundo, vi que, em Natal, tem em torno de 10 mil investidores. Então, esse público é o que a gente está tentando atingir agora com esse método de pagamento novo no mercado”, completou Johny.

O empresário afirma que tem sido “boa” a procura por pagamentos com criptomoedas na barbearia. “Hoje mesmo eu fiz um recebimento de corte de cabelo e barba em criptomoeda, aí bati uma foto e guardei para, possivelmente, lá na frente, a gente usar com a parte de marketing, na divulgação. É uma novidade no mercado, mas tem tudo para nos próximos dois ou três anos isso estar bem forte, com uma tendência bem grande, como nos Estados Unidos”, contou.

Segundo informações da empresa, “as criptomoedas, como o Bitcoin e o Ethereum, têm ganhado popularidade ao redor do mundo e vêm sendo adotadas por grandes lojas e redes varejistas. Nos Estados Unidos, empresas como a Starbucks e a Tesla permitem o uso de criptomoedas em algumas operações. No Brasil, setores de turismo, tecnologia e gastronomia já começaram a incluir essa opção, com destaque para algumas lojas que aceitam pagamentos em moedas digitais por meio de operadoras e carteiras digitais seguras”.

A empresa divulga, ainda, que tem equipe à disposição para “orientar clientes interessados nessa modalidade, promovendo ainda mais inovação e modernidade para o público potiguar”.


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PREVIDÊNCIA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE É DESTAQUE NO RN NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS

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Nos últimos dois anos, o município de São Gonçalo do Amarante alcançou notável desenvolvimento em diversas áreas e o Instituto de Previdência Municipal (IPREV/SGA) tem sido um dos principais motores desse avanço. A entidade ocupa a primeira posição no Índice de Situação Previdenciária do Rio Grande do Norte, ao lado de Macaíba, destacando-se pela gestão eficiente e transparência. Esse índice avalia institutos de previdência em todo o país, e o IPREV/SGA demonstra resultados consistentes na modernização de processos, assistência aos servidores e solidez financeira.

Sob a gestão do presidente Helomar Júnior, e com o apoio do prefeito Eraldo Paiva, o IPREV/SGA investiu na melhoria do atendimento e na automatização de serviços internos, incluindo um sistema digital de controle de contratos e um software de gestão de patrimônio e almoxarifado, além de proporcionar capacitação contínua aos servidores. Segundo Helomar Júnior, o esforço tem gerado resultados expressivos: “Concedemos 92 benefícios nos últimos dois anos, e qualquer servidor aposentado elogiará a qualidade do nosso atendimento. ”

No campo digital, um dos avanços de maior impacto é a implementação da margem consignável eletrônica, que permite ao beneficiário realizar empréstimos consignados por aplicativo, eliminando a necessidade de deslocamento até a sede.

Outro destaque é o equilíbrio financeiro do IPREV/SGA, que mesmo com a inclusão de 780 novos servidores, entre agentes de saúde, agentes de endemias e concursados, conseguiu ampliar seu patrimônio em quase R$100 milhões desde março de 2022, totalizando R$243 milhões. Esse crescimento se deu, em parte, pela cooperação técnica entre a entidade e a prefeitura de São Gonçalo do Amarante, juntamente com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) que, através do programa Pro-Gestão, auxilia o IPREV/SGA em estratégias para fortalecer a sustentabilidade financeira.

Principais avanços do IPREV/SGA nos últimos dois anos:

  • Implementação de sistemas de controle de contratos e patrimônio;
  • Participação no Prêmio ABIPEM de investimentos;
  • Capacitação dos servidores em áreas como contabilidade e assessoria;
  • Desenvolvimento do COMPREV, com capacitação de membros;
  • Certificações de gestores e comitês de investimento;
  • Crescimento do patrimônio do IPREV, com filiação à ABIPEM;
  • Iniciativas de qualidade de vida para aposentados e pensionistas;
  • Cooperação técnica com o TCE/RN para aderência ao Pro-Gestão;
  • Reforma e modernização da sede, com aquisição de novos mobiliários.

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IBANEZ MONTEIRO É ELEITO PRESIDENTE DO TJRN PARA O BIÊNIO 2025/2026

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O desembargador Ibanez Monteiro foi eleito presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte para o próximo biênio (2025-2026). A escolha foi realizada nesta quarta-feira (6), por unanimidade, em sessão do Tribunal Pleno da Corte Estadual de Justiça. A vice-presidência e a corregedoria-geral de Justiça serão ocupadas pelas desembargadoras Berenice Capuxu e Sandra Elali, respectivamente.

Em seu discurso inicial, o desembargador Ibanez Monteiro demonstrou gratidão pelo resultado.

“Estou pronto e grato pelo exercício da Presidência nos próximos dois anos. Temos a consciência do quanto precisamos dos colegas. A Presidência depende disso. Resisti o quanto pude a essa indicação dos demais desembargadores, mas estou grato pela confiança nos próximos dois anos que toda Corte depositou”, disse.

Já a vice-presidente eleita, desembargadora Berenice Capuxu, ressaltou o desejo pela continuidade da qualidade dos serviços prestados nos últimos anos. “Temos certeza que será uma gestão tão profícua quanto têm sido as anteriores. Estamos cada vez mais sendo um tribunal comprometido e preocupado em atender melhor à população”, afirmou.

A eleição ainda definiu os ocupantes de mais três cargos. A função de Ouvidor será exercida pelo desembargador Saraiva Sobrinho, a direção da Escola de Magistratura (ESMARN) ficará com o desembargador Amílcar Maia, a Coordenação dos Juizados Especiais e Turmas de Uniformização e Jurisprudência será função do desembargador Cornélio Alves e a Revista do Poder Judiciário (REPOJURN) será dirigida pelo desembargador João Rebouças.

Em nome da Associação dos Magistrados do Rio Grande do Norte (Amarn), o juiz Artur Cortez cumprimentou os eleitos. “Rogo a Deus pelo êxito do desembargador Ibanez Monteiro, da desembargadora Berenice, da desembargadora Sandra e dos dirigentes desta casa. Colocamo-nos, portanto, à disposição do Tribunal de Justiça, como sempre nos colocamos, para que continuemos bem servindo ao jurisdicionado potiguar, aos nossos colegas e a toda a sociedade.

Também cumprimento aos demais embargadores pelos cargos assumidos nos demais postos”, declarou.

Trajetória do novo presidente
O desembargador Ibanez Monteiro nasceu em Santana do Matos, na região Central do estado, e é graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com Especialização em Direito e Cidadania pela mesma instituição.

Juiz de Direito desde 1985, também foi magistrado do Tribunal Regional Eleitoral no RN de 2002 a 2004. Além disso, ocupou o cargo de corregedor regional eleitoral nos anos de 2016 a 2018, e de vice-diretor da Escola de Magistratura (ESMARN) em diversos períodos.

Atualmente, ocupa a função de presidente da 2ª Câmara Cível do TJRN. Monteiro é, ainda, autor do livro “Sentença Transitada em julgado que Contraria Dispositivo Constitucional – Validade e Eficácia (trabalho de conclusão do curso de Especialização)”.

A vice-presidente eleita
A desembargadora Berenice Capuxú é natural de Caicó, localizada no Seridó potiguar, e se formou na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). No ano em que concluiu a graduação, foi aprovada para promotora do Ministério Público e para juíza substituta da Magistratura Estadual, carreira pelo qual optou.

Iniciou sua atuação como magistrada em 1982, na comarca de Jardim de Piranhas, atuando em seguida nas comarcas de Serra Negra do Norte, Jucurutu e Currais Novos. Em 1995, começou nova etapa na 3ª Vara de Família, em Natal, onde permaneceu até o ano passado.

Atuou como juíza convocada na Corte potiguar em diversas oportunidades e, de 2016 a 2018), foi juíza efetiva do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RN). Sua promoção à Corte de Justiça potiguar ocorreu pelo critério de antiguidade. Tomou posse no Pleno do TJRN em outubro de 2023.

A futura corregedora-geral de Justiça
A desembargadora Sandra Elali ingressou na Magistratura Estadual em 1980. A primeira comarca em que atuou foi a de Santana do Matos, tendo sido removida para a de Monte Alegre em 1981, e, em 1984, promovida para a de Goianinha. Em 1989, chegou à Comarca de Natal, onde foi titular das 7ª, 8ª, 10ª e 15ª Varas Criminais.

Integra a Escola da Magistratura do RN (ESMARN) desde a sua criação. Em agosto de 2020, assumiu a titularidade do 1º Gabinete da 1ª Turma Recursal (Permanente) dos Juizados Especiais Cíveis, Criminais e da Fazenda Pública do Estado do Rio Grande do Norte.

Integrante da Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais de Natal durante seis anos, acumulou o trabalho na Turma com a Vara Criminal. Também integrou o TRE/RN.


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CULTURAS EXÓTICAS NO RN ABREM OPORTUNIDADES PARA O AGRONEGÓCIO

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O cultivo de produtos agrícolas exóticos como açaí, cacau e eucalipto, já é uma realidade com alto potencial de crescimento, no Rio Grande do Norte. Embora essas produções sejam fortemente associadas a estados como Pará, Minas Gerais e Bahia, agricultores potiguares já obtêm resultados positivos e apresentaram suas lavouras com culturas consorciadas durante uma visita técnica realizada nesta quarta-feira (6), na cidade de Pureza, com o objetivo de incentivar novas produções no estado.

A Rota de Culturas Exóticas, promovida pelo Ecossistema Local de Inovação Agro (Eli Agro), com o apoio do Sebrae-RN, integra ações estratégicas para apresentar essas culturas a outros produtores e destacar o potencial que o estado oferece nesse setor. Com o intuito de compreender o manejo e explorar o potencial de mercado das culturas exóticas, a iniciativa reuniu representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Caixa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Escola Agrícola de Jundiaí – UFRN (incluindo professores e alunos), Embrapa, prefeituras da região metropolitana, além de produtores e consultores.

Para Mona Nóbrega, gerente da Unidade de Desenvolvimento Rural do Sebrae-RN, a iniciativa representa uma excelente oportunidade para que o ecossistema compreenda as culturas adicionais que podem ser implementadas no Rio Grande do Norte. “A intenção é despertar o interesse de mais produtores, garantindo um mercado seguro, onde eles possam investir, escoar a produção e, efetivamente, gerar renda adicional em suas propriedades rurais”, destaca.

Um exemplo disso é Carlos Frederico, da Pioneira Agrícola, que trocou o cultivo de coco pela produção de açaí. Sua empresa possui uma área de produção de cerca de 80 hectares, divididos em três propriedades nos municípios de Pureza, Touros e Sagi. Com plantações há sete anos, ele já produz açaí há cerca de três anos, dominando todo o processo produtivo: desde o cultivo da fruta, passando pela transformação em polpa, até a comercialização do produto e a produção de sorvete.

Para ele, é comprovadamente possível cultivar açaí com bons resultados, “até melhores que nas regiões tradicionais”. Carlos relata que “ao entrar neste negócio, observamos o gigantesco potencial de mercado que existe em busca do nosso produto, de forma que não conseguimos atender toda essa demanda sozinhos”, acrescentando que busca parcerias agrícolas na região.

Em sua análise acadêmica, o professor José Hamilton da Costa Filho, coordenador do curso de Engenharia Agronômica da UFRN, destaca a grande oportunidade de estabelecer parcerias para pesquisa e extensão universitária, além da troca de saberes entre a academia, empresas agrícolas e produtores rurais. Ele observa que essa iniciativa representa uma valiosa experiência de aprendizado para os alunos, especialmente pelo interesse demonstrado pela empresa pioneira em abrir vagas de estágio para estudantes de agronomia, promovendo a vivência prática e o desenvolvimento profissional dos futuros engenheiros agrônomos.

Culturas consorciadas
O cultivo em sistema consorciado envolve a implantação de uma cultura perene, como o açaí, que atinge uma produção economicamente viável cerca de três anos e meio a quatro anos após o transplantio das mudas para o campo, junto a uma cultura anual. Essa cultura anual permite que o produtor gere renda enquanto espera a maturação da cultura principal, a perene.

Esse método é uma forma eficaz de viabilizar a introdução de culturas exóticas, garantindo a sustentabilidade financeira do produtor até que a cultura principal esteja plenamente estabelecida. Trata-se de uma alternativa promissora para a agricultura familiar, oferecendo uma oportunidade concreta para o desenvolvimento rural e a melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares no Rio Grande do Norte.

Eli Agro
O Ecossistema Local de Inovação do Agro Potiguar (Eli Agro) é um projeto que visa criar um hub de inovação para fomentar soluções inovadoras. A iniciativa é uma parceria entre o Sebrae e o Senar, com apoio de outras instituições.

O objetivo central do Eli Agro é potencializar soluções sustentáveis e tecnológicas para o agronegócio no Rio Grande do Norte. Nesse contexto, a visita técnica cumpre esse propósito, estimulando a atuação de diversos atores, apresentando novas culturas e oferecendo aos produtores a oportunidade de diversificar e até consociar essas atividades em suas propriedades.


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ESTUDANTES DO RN VÃO AO PRINCIPAL EVENTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA DO PAÍS

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Uma professora e duas alunas da Escola Estadual Vigário Bartolomeu, localizada na Zona Sul de Natal, vão participar, nesta sexta-feira (8), do principal evento de divulgação científica do país, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que está acontecendo em Brasília. O grupo está na capital federal para falar sobre o Clube de Cultura Oceânica da unidade de ensino, que é o único do Rio Grande do Norte e faz parte do pequeno grupo de 15 clubes com o tema no Brasil.

O projeto teve as atividades iniciadas em março deste ano, com foco em estudos sobre conservação e preservação dos oceanos através de conceitos científicos, atividades pedagógicas, culturais e socioambientais. Sob coordenação da professora de Ciências Luciana Fentanes, as alunas do 7º e 8º ano, Allice Beatryz Monteiro, Juliana Fonseca, Maria Luiza Lira, Mariana Pimenta e Yasmim Alcântara são bolsistas de iniciação científica juniores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e administram uma conta na rede social Instagram, no qual divulgam suas pesquisas, a @mardanossaescola.

“Elas que fazem as pesquisas, as postagens, as interações, as atividades. Meu trabalho é só de coordenar e revisar as postagens, nada mais. Tudo é mérito delas nesse Instagram”, conta a professora Luciana.

Segundo a educadora, o Clube de Cultura Oceânica da escola é uma atividade integrante do projeto Maré de Ciências, que faz parte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Campus Santos. O projeto ainda está relacionado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e é apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com colaboração do projeto EUceano da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar e da Rede de Escolas Azuis do Atlântico (All-Atlantic Blue Schools Network).

Entre os principais eventos dos quais as estudantes participaram, está a Olimpíada do Oceano, organizada pela Unifesp. Agora, a apenas 8 meses do começo do projeto, as participantes Allice Beatriz e Mariana irão contar suas experiências no evento de divulgação científica mais importante do Brasil.

Ainda de acordo com Luciana, o clube contribuiu para incentivar as estudantes quanto ao universo acadêmico e ao futuro profissional. “Elas mudaram as posturas dele com relação aos estudos. Sempre foram duas excelentes alunas, são as alunas nota 10 da escola que estão indo comigo. Mas mudou a vivência delas com relação aos estudos. Elas entenderam que o que elas quiserem, elas vão alcançar, porque só depende delas e só depende dos estudos, e isso foi muito importante”, contou.


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“ORIENTAÇÃO SOBRE AUTOPROTEÇÃO DEVE SURGIR DESDE OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA”

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O caso de Maria Fernanda, a menina de 12 anos encontrada morta nesta segunda-feira (4), na Grande Natal, após ficar desaparecida por quatro dias, traz de volta o alerta para a prevenção de violência contra crianças e adolescentes. Apesar das investigações não estarem concluídas, não sendo possível saber o que, de fato, aconteceu com a estudante, é preciso que pais e responsáveis de menores fiquem atentos a sinais de risco e que saibam como orientá-los para que se mantenham seguros.

A psicóloga clínica de crianças e adolescentes, Eveline Ribeiro, afirma que explicações e aconselhamentos sobre segurança são pertinentes desde os primeiros anos de vida. “Na medida em que a criança vai se desenvolvendo, ela deve ser orientada de forma clara sobre os riscos que podem prejudicar sua saúde e sua vida. Estou falando de todos os riscos; sobre prevenção de acidentes domésticos, sobre uma boa alimentação, sobre o uso exagerado de eletrônicos, sobre a importância da atividade física para o desenvolvimento do corpo. Estou falando de modo mais amplo porque as orientações desse tipo devem fazer parte da relação de cuidado que os pais têm com os seus filhos. Sempre”, pontua.

Além disso, a especialista ressalta que mesmo orientações sobre autoproteção podem começar de maneira natural desde a fase de bebê. “A orientação sobre autoproteção em uma situação de violência sexual, não surge isoladamente, ela deve surgir desde os primeiros anos de vida, quando um bebê ainda é um bebê, inclusive. Quando a gente começar a fazer aquela brincadeira ‘onde é que está a cabeça? Onde é que está o joelho?’, isso já pode ser considerado dentro de uma formação para proteção de situações de violência sexual”, explica

“O sentido disso é que a criança possa conhecer seu próprio corpo e que ela possa ir entendendo que esse corpo é valioso, que precisa ser protegido, que tem algumas partes dele que a gente não expõe, que são privadas, que não é todo mundo que pode ter acesso e, aos poucos, na hora do banho, durante a rotina, essas informações, naturalmente, vão sendo construídas nesse sentido de cuidado de si”, completa a Eveline.

A psicóloga destaca que explicações mais detalhadas devem ser dadas à medida em que a criança for apresentando questionamentos, que são naturais em uma relação em que há confiança. “Na medida em que a criança vai crescendo, começa a trazer dúvidas sobre as diferenças entre o corpo do menino e da menina, questionamentos relacionados às experiências desse corpo, como ‘por que a gente não beija todo mundo na boca?’, ‘como os bebês nascem?’. A ideia é que você não estimule, é que espere. Quando uma criança faz uma pergunta, o ideal é que você diga ‘me conte o que você acha sobre isso. Você já ouviu falar sobre isso em algum lugar?’. E aí você vai construindo essa conversa a partir do que ela traz, também. Então, não tem uma orientação específica sobre a idade certa, pois isso faz parte dessa relação de confiança, de cuidado”, afirma.

Eveline ressalta, ainda, que a resistência da sociedade brasileira quanto ao tema da sexualidade dificulta a existência dessas orientações dentro do ambiente familiar. “A educação para esse aspecto é desafiadora por vários motivos. Um deles é como o tema da sexualidade é envolto de muito preconceito. Custa para as pessoas, de modo geral, terem uma compreensão mais ampla sobre a sexualidade humana, que envolve autoconhecimento sobre o próprio corpo, sobre os limites do acesso a esse corpo, sobre autoproteção. São temas que antecedem e muito a noção de genialidade e prazer sexual”, diz. “Outro desafio é o fato das violações sexuais serem cometidas na maioria das vezes por pessoas próximas, com quem a criança tem um vínculo de afeto, infelizmente”.

De acordo com a psicóloga, as fases de infância e adolescência requerem uma postura vigilante dos responsáveis. “A criança ou adolescente – em uma condição de vulnerabilidade própria dessa fase do desenvolvimento – fica muito suscetível a serem vítimas dos abusadores. Nesses casos, orientações sobre com quem ela pode conversar sobre uma experiência desconfortável e a vigilância deve ser a postura dos principais cuidadores”, pontua.

Ela frisa, ainda, que criança ou o adolescente que está sofrendo violência silenciosa no contexto da sexualidade pode apresentar sinais como: mudança repentina no comportamento, alterações de apetite ou no padrão do sono, enurese noturna (voltar a fazer xixi na cama), queda no rendimento escolar, choro frequente sem motivação aparente, irritabilidade e recusa de encontrar ou estar na presença de algum adulto específico.

“Outros sinais podem estar relacionados com a experiência sexual precoce como a erotização ou o conhecimento aprofundado sobre situações e comportamentos sexuais, termos ou cenas que a criança não deveria ter acesso sem que tenha vivido aquela experiência ou presenciado um estímulo inadequado”, destaca.

Abordando diretamente o caso da menina Maria Fernanda, Eveline pontua aspectos importantes no contexto social que precisam ser observados e a importância de defender a educação sexual nas escolas. “Nessa situação específica de Maria Fernanda, há outros elementos também. Embora a violência sexual esteja absolutamente presente em todos os extratos sociais, não esteja restrita a uma situação de vulnerabilidade econômica, nos contextos em que as famílias têm menos conhecimentos formais, têm menos tempo para o relacionamento com os filhos, os filhos acabam ficando sob os cuidados de muitas outras pessoas. Então, os riscos aumentam nesse sentido. Por isso que tem muita discussão sobre a importância da educação sexual na escola, que a compreensão é bem deturpada, mas a ideia é de fortalecer essa rede de cuidados como está previsto no Estatuto”.


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