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CULTURAS EXÓTICAS NO RN ABREM OPORTUNIDADES PARA O AGRONEGÓCIO

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O cultivo de produtos agrícolas exóticos como açaí, cacau e eucalipto, já é uma realidade com alto potencial de crescimento, no Rio Grande do Norte. Embora essas produções sejam fortemente associadas a estados como Pará, Minas Gerais e Bahia, agricultores potiguares já obtêm resultados positivos e apresentaram suas lavouras com culturas consorciadas durante uma visita técnica realizada nesta quarta-feira (6), na cidade de Pureza, com o objetivo de incentivar novas produções no estado.

A Rota de Culturas Exóticas, promovida pelo Ecossistema Local de Inovação Agro (Eli Agro), com o apoio do Sebrae-RN, integra ações estratégicas para apresentar essas culturas a outros produtores e destacar o potencial que o estado oferece nesse setor. Com o intuito de compreender o manejo e explorar o potencial de mercado das culturas exóticas, a iniciativa reuniu representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Caixa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Escola Agrícola de Jundiaí – UFRN (incluindo professores e alunos), Embrapa, prefeituras da região metropolitana, além de produtores e consultores.

Para Mona Nóbrega, gerente da Unidade de Desenvolvimento Rural do Sebrae-RN, a iniciativa representa uma excelente oportunidade para que o ecossistema compreenda as culturas adicionais que podem ser implementadas no Rio Grande do Norte. “A intenção é despertar o interesse de mais produtores, garantindo um mercado seguro, onde eles possam investir, escoar a produção e, efetivamente, gerar renda adicional em suas propriedades rurais”, destaca.

Um exemplo disso é Carlos Frederico, da Pioneira Agrícola, que trocou o cultivo de coco pela produção de açaí. Sua empresa possui uma área de produção de cerca de 80 hectares, divididos em três propriedades nos municípios de Pureza, Touros e Sagi. Com plantações há sete anos, ele já produz açaí há cerca de três anos, dominando todo o processo produtivo: desde o cultivo da fruta, passando pela transformação em polpa, até a comercialização do produto e a produção de sorvete.

Para ele, é comprovadamente possível cultivar açaí com bons resultados, “até melhores que nas regiões tradicionais”. Carlos relata que “ao entrar neste negócio, observamos o gigantesco potencial de mercado que existe em busca do nosso produto, de forma que não conseguimos atender toda essa demanda sozinhos”, acrescentando que busca parcerias agrícolas na região.

Em sua análise acadêmica, o professor José Hamilton da Costa Filho, coordenador do curso de Engenharia Agronômica da UFRN, destaca a grande oportunidade de estabelecer parcerias para pesquisa e extensão universitária, além da troca de saberes entre a academia, empresas agrícolas e produtores rurais. Ele observa que essa iniciativa representa uma valiosa experiência de aprendizado para os alunos, especialmente pelo interesse demonstrado pela empresa pioneira em abrir vagas de estágio para estudantes de agronomia, promovendo a vivência prática e o desenvolvimento profissional dos futuros engenheiros agrônomos.

Culturas consorciadas
O cultivo em sistema consorciado envolve a implantação de uma cultura perene, como o açaí, que atinge uma produção economicamente viável cerca de três anos e meio a quatro anos após o transplantio das mudas para o campo, junto a uma cultura anual. Essa cultura anual permite que o produtor gere renda enquanto espera a maturação da cultura principal, a perene.

Esse método é uma forma eficaz de viabilizar a introdução de culturas exóticas, garantindo a sustentabilidade financeira do produtor até que a cultura principal esteja plenamente estabelecida. Trata-se de uma alternativa promissora para a agricultura familiar, oferecendo uma oportunidade concreta para o desenvolvimento rural e a melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares no Rio Grande do Norte.

Eli Agro
O Ecossistema Local de Inovação do Agro Potiguar (Eli Agro) é um projeto que visa criar um hub de inovação para fomentar soluções inovadoras. A iniciativa é uma parceria entre o Sebrae e o Senar, com apoio de outras instituições.

O objetivo central do Eli Agro é potencializar soluções sustentáveis e tecnológicas para o agronegócio no Rio Grande do Norte. Nesse contexto, a visita técnica cumpre esse propósito, estimulando a atuação de diversos atores, apresentando novas culturas e oferecendo aos produtores a oportunidade de diversificar e até consociar essas atividades em suas propriedades.


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