Pré-candidato a prefeito de Natal do Avante, o ex-deputado federal e ex-secretário de Álvaro Dias, Rafael Motta, vai oficializar sua participação na disputa municipal no próximo sábado (08), às 10h, no Clube Albatroz, em Natal. O evento deve ter a presença do presidente nacional do Avante, deputado federal Luis Tibé, o presidente estadual, Jorge do Rosário e do presidente municipal, Eduardo Campos. A ocasião também terá o lançamento da nominata do Avante na capital, com 35 pré-candidatos.
Recém-saído do PSB, onde não conseguiu ter o seu projeto a majoritária avalizado pelo arco de alianças, que incluía o PT, Motta diz que prefere manter o perfil moderado, da “centro-esquerda” que representa.
Ainda assim, em conversa com o Diário do RN, critica o pré-candidato Paulinho Freire, nome que o prefeito escolheu apoiar nestas eleições: “Se alguém tem que ajustar o discurso seria Paulinho, que ensaiou um rompimento, com uma série de troca de declarações públicas de pessoas próximas, exonerações e, ainda assim, anunciaram essa união”. A fala se refere à questionamento sobre sua postura de oposição ao prefeito da capital após ter sido aliado.
Já sobre Carlos Eduardo, o ex-deputado evita criticar o pré-candidato do PSD: “Carlos Eduardo deve ter feito o melhor que ele pôde, assim como Wilma, por exemplo”. Leia conversa na íntegra abaixo.
Diário do RN – O ex-prefeito Carlos Eduardo fez ataques ao PT e Álvaro Dias em declarações recentes. Qual a opinião do senhor sobre a fala dele? Rafael Motta – Não acredito que seja de interesse do natalense minha opinião sobre isso. Pelo que escuto por onde estamos andando, com as pessoas que estamos conversando, eles querem saber o que eu penso para Natal, quais os nossos projetos e as nossas propostas.
Diário do RN – O senhor concorda com as críticas feitas por Carlos Eduardo aos opositores Paulinho e Natália? Rafael Motta – Eu tenho minha própria percepção sobre cada concorrente. Carlos e Paulinho, por exemplo, já passaram pela prefeitura. Natália, assim como Paulinho, representa um extremo. Uma à esquerda e o outro, à direita. Eu tenho um perfil mais moderado, de centro-esquerda. São exemplos do meu pensamento quanto aos demais pré-candidatos.
Diário do RN – Em 2022 o senhor teve eleição ao senado preterida pelo PT em detrimento de Carlos Eduardo. Como vê agora as críticas que ele faz contra o partido? Rafael Motta – Não agrega em nada para o natalense esse jogo de comentários. O que é dito por terceiros é de responsabilidade deles. O que é dito por mim, é de responsabilidade minha. Comentar comentários não faz parte do meu perfil político.
Diário do RN – Recentemente o senhor esteve com o presidente nacional do Avante. Todas as garantias políticas e financeiras foram dadas para sua candidatura a prefeito de Natal? Rafael Motta – Quando decidimos pela filiação ao Avante é porque recebemos todo apoio do partido por parte das executivas nacional, estadual e municipal.
Diário do RN – Quem o senhor pensa em trazer de liderança nacional para sua campanha? Rafael Motta – Estamos conversando com lideranças, com personalidades políticas para agregar ao nosso grupo. Isso é bem característico deste período de pré-campanha, afinal, política é a arte do diálogo. Para o nosso lançamento, por exemplo, esperamos contar com a presença do nosso presidente nacional do Avante, o deputado federal Luis Tibé.
Diário do RN – Liste as principais diferenças entre você, Carlos Eduardo, Paulinho e Natália. Rafael Motta – Citei mais no início da entrevista o perfil moderado. Tem a questão da juventude, pois ainda me considero jovem, sim. Temos disposição para o inovador, para trabalhar com tecnologias a serviço da população, com parcerias público-privadas.
E, claro, sem esquecer que quem tem que listar essas diferenças são os eleitores. A população cada vez mais informada saberá julgar e definir no momento oportuno. Por aqui, estamos prontos e querendo fazer uma gestão diferenciada em Natal.
Diário do RN – Se pudesse escolher qual melhor adversário o senhor gostaria de enfrentar no segundo turno: Carlos Eduardo, Natália ou Paulinho? Rafael Motta – Não se escolhe adversário e nem se tem adversário. Somos concorrentes buscando cada um convencer a população sobre o melhor projeto para Natal.
Diário do RN – Carlos Eduardo foi prefeito por 14 anos. Merece um novo mandato? Por que? Rafael Motta – Eu tenho uma visão muito democrática sobre gestões anteriores. Carlos Eduardo deve ter feito o melhor que ele pôde, assim como Wilma, por exemplo. E assim como Paulinho quando era vice de Micarla e assumiu a Prefeitura. Ele também deve ter se esforçado para atender as expectativas.
Só que ninguém vive de passado e eu posso falar por mim, que estamos buscando nosso espaço, mostrando os serviços que já fizemos para Natal, com mais de R$ 20 milhões em emendas, pelo que fizemos pelo RN com mais de R$ 250 milhões em emendas e que podemos fazer muito mais. Para isso, queremos que o natalense conheça cada vez mais o nosso projeto.
Diário do RN – Se não for para o segundo turno, em quem não vota de jeito nenhum? Rafael Motta – Temos convicção que o nosso projeto será aprovado e estaremos no segundo turno, caso tenha um segundo turno.
Diário do RN – Em quem poderia votar? Rafael Motta – Em mim mesmo, rs!
Diário do RN – Como fazer um discurso de oposição a Álvaro, tendo sido secretário dele? Rafael Motta – Álvaro não é pré-candidato. Se alguém tem que ajustar o discurso seria Paulinho, que ensaiou um rompimento, com uma série de troca de declarações públicas de pessoas próximas, exonerações e, ainda assim, anunciaram essa união.
Passei quatro meses como secretário. Aceitei o convite com o intuito de contribuir. Entregamos obras, promovemos o Viva Natal na praia de Miami que reuniu uma multidão com esporte, lazer e cultura. Eu trouxe o ministro do Esporte, Fufuca, para conhecer e ouvir as necessidades dessa área na cidade. Dei mais essa contribuição para Natal, dentro do que me cabia à época, com um orçamento tímido, mas honrando o trabalho que me foi confiado em um curto período.
Sobre a gestão, Álvaro tem uma atuação com obras em andamento, que esperamos que sejam concluídas, mas a gente não pode ignorar os problemas. Natal tem transporte público deficitário, problemas no trânsito, de infraestrutura, da falta de vagas nas creches da rede e de saúde que precisam de atenção e de respostas por parte da gestão. E estamos dispostos a debater iniciativas para amenizar essas situações citadas.
“Houve um golpe”, diz o deputado estadual Luiz Eduardo (SDD) à reportagem do Diário do RN sobre a sessão extraordinária que destravou, nesta terça-feira (04), a pauta na Assembleia Legislativa do RN. A sessão aconteceu após articulação do governismo, que alcançou número de deputados suficiente para abrir a sessão e apreciar os vetos do Governo do RN a projetos votados na Casa. A pauta estava trancada desde o início de maio, quando a oposição passou a obstruir as votações da Ordem do Dia, como forma de pressionar o Governo pelo pagamento das emendas parlamentares impositivas de 2024.
Na sessão desta terça-feira, os parlamentares votaram as matérias em bloco e decidiram manter 69 dos 70 vetos da governadora Fátima Bezerra (PT). A sessão contou com 14 deputados, um a mais que o necessário para o quórum da votação. O deputado oposicionista Nelter Queiroz participou da sessão.
Estavam presentes Divaneide Basílio (PT), Dr. Bernardo (PSDB), Dr. Kerginaldo (PSDB), Eudiane Macedo (PV), Ezequiel Ferreira (PSDB), Francisco do PT, George Soares (PV), Hermano Morais (PV), Isolda Dantas (PT), Ivanilson Oliveira (União Brasil), Kleber Rodrigues (PSDB), Neilton Diógenes (PP), Nelter Quieiroz (PSDB) e Ubaldo Fernandes (PSDB).
Do outro lado, a oposição, que esvaziou o plenário com a intenção de manter a pauta travada, defende que a extraordinária desobedece ao Regimento Interno da Casa.
“Sessão extraordinária tem que ser anunciada numa sessão anterior. Ou seja, ela teria que ter sido anunciada na quarta-feira passada, na última sessão, de que haveria na terça-feira uma extraordinária. E ao final também da sessão hoje era para o deputado que estava presidindo a sessão também ter anunciado e não anunciou”, explica o deputado Luiz Eduardo.
A bancada deverá, com esse argumento, entrar com um recurso junto à Mesa Diretora. Se a Mesa não acatar, a realização da sessão extraordinária deverá ser judicializada pela oposição, “porque não foi cumprido na regra o Regimento Interno”, conforme explicou o deputado ao Diário do RN.
Luiz Eduardo explica, ainda, que é preciso utilizar “todas as estratégias dentro da Assembleia para questionar o Governo” e entender porque as parcelas das emendas parlamentares, conforme calendário do Executivo, foram liberadas somente para alguns deputados.
“A gente tem burburinhos dentro da Assembleia. Eu vou requerer à Comissão de Finanças informação oficial, porque ela tem que ser igualitária, pagar igual para todos. Estão dizendo que foi pago x para um, x para outro”, complementa o deputado, que recebeu, até agora, R$ 500 mil em emendas.
Concurso Para o deputado Francisco do PT, líder do Governismo na ALRN, o momento foi de vitória. Ele destaca o único veto derrubado na votação, de projeto que cria cargos no Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema/RN). A matéria introduz cargos de analista ambiental, analista administrativo e fiscal ambiental: “O Idema terá concurso, é fruto de um acordo que está sendo construído através de um de um Termo de Ajustamento de Gestão”.
O parlamentar ressalta que a partir de agora o projeto que regulamenta a política de educação em tempo integral deve ser apreciado: “Esse projeto não tinha sido votado porque a oposição estava trancando a pauta usando um instrumento legítimo que eles tinham. Agora isso foi resolvido”.
Além deste, o líder governista espera quórum para votar “o mais breve possível” a regulamentação da utilização das águas do Rio São Francisco: “O Pernambuco, a Paraíba e o Ceará já regulamentaram. Falta apenas a aprovação pela assembleia do Rio Grande do Norte, mas a matéria está aqui, já foi lida em plenário, está pronta para votação”, finaliza Francisco do PT.
Convidado a conceder entrevista para o jornal impresso e portal DIÁRIO DO RN, o prefeito de Natal Álvaro Dias aproveitou a oportunidade para fazer um relato sintetizado de suas duas administrações, ocasião em que criticou, mesmo sem nominar, o seu antecessor Carlos Eduardo, por ter levado Natal a um nível elevado de estagnação quando perdeu cerca de 300 mil habitantes para municípios vizinhos. Ainda na parte administrativa, ao mesmo tempo em que enumera as obras físicas que irão se transformar em sua marca administrativa perante os natalenses, Álvaro Dias discorda da maioria da população que elege o setor de saúde como o maior problema da cidade e tenta justificar a discordância com suas ações administrativas.
Na parte política, mesmo tendo evitado fazer a avaliação de cada um dos pré-candidatos a prefeito de Natal até o momento apresentados publicamente, Álvaro justifica seu apoio ao atual deputado federal Paulinho Freire – mesmo quando estava em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais divulgadas anteriormente à sua escolha – tendo levado em consideração principalmente critérios administrativos.
Ainda sobre a política, mesmo tendo externado anteriormente a correligionários o desejo de administrar o Rio Grande do Norte, ao ser abordado sobre o seu futuro político, em 2026, após passar dois anos sem mandato eletivo, o prefeito de Natal saiu pela tangente ao dizer que “está muito longe ainda”, mas sentenciou que “vou trabalhar para ter forças de desempenhar um papel de destaque até lá”.
DIÁRIO DO RN: Prefeito, o que é governar uma cidade com quase 800 mil habitantes, como Natal com os seus inúmeros problemas, durante 6 anos consecutivos? Álvaro Dias: Um desafio incessante. A cada problema resolvido, surgem três ou quatro novos (risos). Brincadeiras à parte, não é nem uma reclamação, é uma constatação. Posso dizer que sou muito realizado pela oportunidade de enfrentar todos os desafios que me surgem como prefeito de Natal. É muito gratificante para qualquer homem público do RN poder administrar Natal, além de um enorme aprendizado. Há sacrifícios também, sobretudo no lado pessoal e familiar, que fica um pouco prejudicado nas horas de lazer em função das responsabilidades como gestor. Também precisamos nos deparar com algumas injustiças na caminhada, mas a experiência acumulada me ensinou a lidar com elas e até a revertê-las para crescer individualmente e produzir mais em favor da coletividade.
DIÁRIO DO RN: A bancada de Vereadores que dá sustentação à sua gestão aprovou suas propostas que fizeram alterações profundas no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Natal, o que possibilita o surgimento de investimentos vultosos em Natal. Essa guinada no Plano Diretor era realmente necessária? Álvaro Dias: Muito necessária. É senso comum que Natal estava estagnada com o Plano Diretor anterior. Uma política urbanística que estava emperrando o nosso desenvolvimento e até afugentando natalenses para cidades vizinhas. As estatísticas demográficas comprovam que perdemos mais de 300 mil pessoas para Parnamirim e Extremoz, municípios que experimentaram bom crescimento, em detrimento do de Natal. Então, trabalhamos com afinco para mudar essa realidade e poder tirar a nossa cidade do atraso. Apresentamos nossa proposta e coordenamos de maneira democrática o processo de debate e deliberação do Plano Diretor. Hoje, passados mais de dois anos da sanção do Plano, a realidade prova que seguimos o caminho correto. Após a sua implementação, Natal voltou a atrair investimentos privados. São mais de R$ 1,8 bilhão já movimentado pela construção civil e pelo setor imobiliário. Outros R$ 2 bilhões estão projetados para vir nos próximos dois anos. Esses números se traduzem em fatores muito positivos para a nossa economia, principalmente na geração de emprego e renda para os natalenses e de divisas para o Município.
DIÁRIO DO RN: Se essas mudanças eram tão necessárias, por que o seu antecessor, de quem também o senhor foi seu vice-prefeito, Carlos Eduardo, não promoveu essas alterações agora contidas no Plano Diretor de Natal? Álvaro Dias: A pergunta precisa ser dirigida a ele.
DIÁRIO DO RN: Nesse período de governança, qual o setor de responsabilidade da Prefeitura de Natal que mais tem se destacado nas suas gestões? Álvaro Dias: Desde que assumi a Prefeitura, em abril de 2018, orientei nossa equipe a seguir o princípio defendido pelo arquiteto dinamarquês Jan Gehl, renomado mundialmente, de fazer “uma cidade para as pessoas”. Em todas as nossas ações administrativas, procuro me guiar por essa premissa. Seja na Saúde, na Educação, no Urbanismo, Meio-Ambiente e em todas as áreas em que atuamos. Correria o risco de cometer injustiças se quisesse destacar uma área ou outra.
Sem falsa modéstia, e as pesquisas indicam isso, creio que estamos tendo um desempenho geral muito satisfatório do ponto de vista administrativo.
Álvaro Dias: “Fizemos a escolha certa quando decidimos por Paulinho Freire”
DIÁRIO DO RN: O seu mandato se expira no dia 31 de dezembro próximo, qual a marca, o que a sua gestão deixa de mais relevante para a população natalense? Álvaro Dias: Confio que vamos deixar uma marca de muitas realizações. Estamos realizando obras que estão entre as maiores já feitas pela Prefeitura em toda a história. Não há como classificar de outra maneira obras como a construção do Hospital Municipal de Natal, cuja primeira etapa estamos preparando para entregar à cidade no início do segundo semestre.
Também aponto a construção do Complexo Turístico da Redinha, um projeto que vai mudar a face econômica não apenas daquela faixa da nossa orla, mas de toda a Zona Norte. Aliás, ainda na nossa orla, estamos com outros dois grandes projetos: a engorda de Ponta Negra, que esperamos iniciar nas próximas semanas, e a completa reurbanização das praias da Zona Leste (praias do Meio, do Forte, dos Artistas), já em ritmo acelerado. Temos ainda a requalificação da avenida Felizardo Moura, uma obra reclamada há mais de 20 anos não apenas pela Zona Norte, mas por toda a Natal — e com razão, já que a via, um dos principais corredores viários da cidade, estava em estado simplesmente precário. Nesta semana mesmo, entregamos o Residencial Mãe Luiza, um condomínio construído para ser a nova moradia das 29 famílias que perderam suas casas no deslizamento que ocorreu no bairro, em 2014. Fizemos com recursos do próprio Município para garantir a obra que já está mudando a vida de todas essas famílias.
DIÁRIO DO RN: Segundo os Institutos de Pesquisas, a maior reclamação da população natalense é com relação ao setor de Saúde. Como médico e como gestor da cidade, o senhor concorda que o setor da Saúde é deficitário? Álvaro Dias: Claro que não. Discordo totalmente. Estamos trabalhando diuturnamente no setor e conseguindo resultados muito bons para os usuários da rede municipal. Volto a citar o Hospital Municipal, que estará pronto em muito breve e vai transformar o atendimento público da Saúde em Natal, além de sanar uma distorção histórica. Basta dizer que a nossa cidade é a única que ainda não dispõe de um hospital próprio em sua rede. E nós já estamos mudando esse quadro.
Também apresentamos números expressivos de investimento no setor. Somente no ano passado, despendemos R$ 690 milhões com a Saúde municipal, o que equivale a 34% da Receita, e com um detalhe, nada menos do que 50% com recursos próprios. Isso representa 387 milhões de reais a mais do que o mínimo exigido constitucionalmente. Em relação a 2022, houve um aumento de 88 milhões de reais nas despesas com a Saúde, comprovando o que venho dizendo há tempos: Natal está bancando a saúde do Estado. Nossas portas abertas estão recebendo pacientes de todo o RN, sem a respectiva contrapartida financeira. Preciso lembrar, também, toda a luta que travamos contra a Covid 19, em que não nos acovardamos e enfrentamos a doença com centros de testagem, hospital de campanha, centros de enfrentamento e ampla vacinação. Em outra frente, estamos melhorando nossas unidades básicas e abrindo outras, como no Alto da Torre e na Planície das Mangueiras, obras que estavam paradas há anos e que nós conseguimos concluir.
Também inauguramos do ano passado para cá as UBS de Mirassol e de Dix-Sept Rosado. Ainda estamos dando andamento a obras nas unidades básicas do Santarém, Igapó, e Bairro Nordeste. Em breve, iniciaremos a construção da UBS Village de Prata, no Planalto e trabalhamoms tabém na ampliação da Policlínica Norte. O Hospital dos Pescadores está com 98% de sua obra concluída, e teremos a cobertura de toda a rede psicossocial em imóveis próprios, após a ampliação do CAPS III Leste. São só alguns exemplos. Temos feito muito mais. É certo que ainda temos problemas a resolver, e é humanamente impossível resolver todos. Mas propagar falta de serviços prestados da Prefeitura à Saúde é, no mínimo, desinformação. Acabei de elencar ações que provam o contrário.
DIÁRIO DO RN: Politicamente, teve ocasião em que o senhor acenou ao PT para se tornar o seu aliado, mas foi ignorado. A seguir, tentou lançar a candidatura de Joanna Guerra à sua sucessão, tendo como reserva o nome do ex-deputado federal Rafael Motta, sem sucesso. Depois disso, o senhor se aproximou da candidatura do ex-prefeito Carlos Eduardo, mas somente no prazo marcado, mês de maio, o senhor se definiu pela candidatura de Paulinho Freire. Como explicar esse périplo? Álvaro Dias: Não é périplo. É próprio da política dialogar. Em minha história pública, nunca agi movido por radicalismos. Ela também é prova de que sempre tive posições firmes, claras e propositivas, sempre que fui exigido. Por outro lado, como gestor, tenho a exata dimensão das minhas responsabilidades e não vou prejudicar os deveres administrativos que tenho por motivação político-eleitoral. No período pré-eleitoral deste ano, aceitei conversar com todos os que me procuraram. Ao fim, porém, fiz minha escolha por Paulinho Freire, pelos motivos que já expus, em especial por enxergar nele mais que um aliado histórico, uma pessoa que tem condições de dar continuidade à linha administrativa que estamos empreendendo. Uma linha que vem sendo bem-sucedida em seus projetos e recebe ampla aprovação popular.
DIÁRIO DO RN: Tendo conhecimento de que a candidatura do ex-prefeito Carlos Eduardo a prefeito de Natal tem batido os 40 pontos na preferência do eleitorado natalense, por que o senhor não ficou com o candidato atualmente favorito? Álvaro Dias: Como disse há pouco, fiz minha opção por Paulinho Freire baseado em critérios administrativos. Poderia ter seguido o caminho aparentemente mais confortável, mas reitero a responsabilidade que tenho com Natal e o dever de buscar os rumos que julgo mais adequados para a cidade. Sobre as pesquisas, é preciso considerar que a campanha ainda não começou para valer. Anunciei minha escolha por Paulinho há pouco tempo e as pessoas só agora estão começando a perceber nossa aliança. Já estamos até percebendo uma mudança nas simulações eleitorais a que temos tido acesso. Creio, também, que poderei dar minha contribuição à campanha, que ainda terá a exposição das boas propostas que ele tem para a cidade e os debates naturais entre os candidatos. Teremos tempo suficiente até a eleição para mostrar aos natalenses que fizemos a escolha certa quando decidimos por Paulinho Freire.
DIÁRIO DO RN: Qual a justificativa que o senhor tem a dar ao eleitorado natalense em ter feito opção por apoiar a candidatura de Paulinho Freire que hoje ocupa a terceira posição entre os pré-candidatos a prefeito de Natal, segundo alguns Institutos de Pesquisas? Álvaro Dias: A própria história de Paulinho Freire o credencia. Ele tem uma longa trajetória de serviços prestados a Natal, principalmente como presidente da Câmara Municipal por vários mandatos, atuando mais diretamente no contato com a população e com as comunidades. Há pouco mais de um ano, ele atua como deputado federal e também contribui com Natal, ajudando nossa administração a obter recursos federais e garantir o êxito de diversos dos nossos projetos. Além disso, é um político de perfil equilibrado, que por isso mesmo tem bom trânsito por todos os setores e pensamentos alinhados com os nossos sobre a melhor maneira de administrar Natal. A população vai poder enxergar suas qualidades de maneira mais nítida durante a campanha e, muito certamente, também decidirá pelo seu nome.
DIÁRIO DO RN: O senhor acha que o eleitorado natalense irá se envolver por completo nesse clima de radicalização entre o lulismo e o bolsonarismo, deixando de lado a discussão sobre os problemas da Capital do Estado? Álvaro Dias: Honestamente, não acredito. A polarização radical, de qualquer lado que venha, não traz nenhuma contribuição efetiva a Natal, como de resto a lugar nenhum. O que o natalense quer saber é de quem está cuidando da cidade, de quem tem capacidade para resolver os seus problemas cotidianos: a saúde, a educação, a limpeza pública, a boa gestão dos recursos públicos.
Quem colocar a ideologia à frente dos problemas da cidade e dos anseios da população estará prestando um desserviço a Natal e muito provavelmente será rejeitado pelos natalenses.
DIÁRIO DO RN: Qual a avaliação que o prefeito Álvaro Dias faz dos nomes de Carlos Eduardo, Natália Bonavides, Paulinho Freire e Rafael Motta que se propõem a administrar Natal pelos próximos 4 anos? Álvaro Dias: Já expus minha avaliação sobre a capacidade de Paulinho Freire. Sobre os demais, todos merecedores do meu respeito, cabe à população avaliar.
DIÁRIO DO RN: Nas eleições de 2026, o eleitorado irá escolher o seu deputado estadual, deputado federal, senador (duas vagas) e governador. Qual a opção política do cidadão Álvaro Dias nessa eleição? Qual o cargo que pretende disputar, em 2026? Álvaro Dias: Por enquanto, só quero ser candidato a sossego (risos). Minha prioridade é poder encerrar bem a minha segunda gestão à frente de Natal, entregando todas as grandes obras que temos. É o compromisso que assumi com todos os natalenses e vou me empenhar até meu último dia no Palácio Felipe Camarão para cumpri-lo. Evidentemente, também quero contribuir com a campanha, com o projeto de Paulinho Freire e trabalhar também para ajudar o meu partido e a eleger uma boa bancada para a Câmara Municipal. Sobre 2026, está muito longe ainda e seria muito prematuro traçar planos concretos em relação a algum projeto eleitoral para um futuro ainda tão distante. De todo modo, é óbvio que vou trabalhar para ter forças de desempenhar um papel de destaque até lá.
“O meu desejo é ser mãe e professora. É o meu desejo atual na minha vida”, diz Katherine Bezerra, esposa do ex-deputado Beto Rosado (PP), citada nos bastidores mossoroenses como possível nome a ser indicado como vice-prefeita representando os Rosados em composição à majoritária na disputa municipal. Katherine, no entanto, descarta a possibilidade.
O nome da professora doutora do curso de Gestão Ambiental da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) tem circulado como o novo a ser indicado em alianças do PP de Rosalba Ciarlini com a candidatura de Lawrence Amorim (PSDB). Ela também tende a ser bem aceita caso o grupo Rosadista decida se aliar com o PL de Rogério Marinho. O pré-candidato Genivan Vale já sinalizou positivo, também, pelo fato de ser mulher.
Mãe de três filhos com o vice-presidente estadual do PP, a engenheira agrônoma seria uma saída para o grupo, sem o peso do nome de Rosalba, que tem acumulado rejeição relativamente alta em pesquisas eleitorais.
No entanto, Katherine afirmou, em conversa com o Diário do RN, que não surgiu esse convite, e nem existiram conversas. “Não existe isso. Também não existe ser vereadora. Eu estou aqui brincando com os três meninos. O que eu quero é ser professora e mãe”, reiterou ela ao telefone.
“Eu não me imagino numa função desse porte em Mossoró, é de muita responsabilidade, é de muita dedicação. E se houvesse uma possibilidade de pelo menos fazer um trabalho bacana, mas é muito complicado para eu me dedicar nesse momento a uma atividade como essa, complicado mesmo”, explica.
A professora afirma, ainda, que não sabe se as conversas chegaram a Beto Rosado: “Eu não posso dizer, porque a gente não fala sobre isso”.
Neste período pré-eleitoral, Katherine tem atuado em algumas reuniões do Progressistas junto a Rosalba Ciarlini nas conversas com os pré-candidatos a vereador do partido, mas, segundo ela, a atuação é relacionada a organização dos eventos e nas questões contábeis.
“Eu participo das reuniões do PP, eu participei das convenções, participo de organização de evento, até um pouco da questão contábil, mais de organização, de quanto vem para a gente poder repassar para os candidatos e garantir que todo mundo receba igualitariamente, principalmente manter o legado de Betinho (Rosado): ‘todo mundo tem vez, todo mundo vai ser igual’. Então é isso que a gente sempre tenta conversar com as pessoas que estão querendo junto com o PP participar dessa campanha de agora”, diz ela, frisando que nem sempre está presente, só “na medida do possível”.
Sobre os ajustes do grupo para a majoritária, ela ressalta que as conversas têm acontecido entre Beto Rosado e João Maia, junto com Rosalba e Carlos Augusto que, neste momento, estão mais ausentes pelas complicações na saúde do ex-deputado. Entretanto, garante que eles “querem sim ter uma representatividade dentro de Mossoró”.
“O nome para prefeito não sei se vai ter, se vai ser Rosalba, mas os vereadores já estão aí com a nominata formada, eles estão muito empolgados”, complementa.
Seis compromissos marcam a agenda da governadora Fátima Bezerra (PT) em Mossoró, Baraúna, Pau dos Ferros e Campo Grande nestas terça (28) e quarta-feira (29). A visita, mais de três meses depois da última passagem de agenda administrativa pela região, inclui recuperação de obras em rodovias, ordem de serviço para ampliação de escola e nova sede do Corpo de Bombeiros Militar.
Em Mossoró, a chefe do Executivo estadual visitou a obra de recuperação da RN-117. A via tem extensão de 34 quilômetros, entre Mossoró e Governador Dix-sept Rosado, na rota do Oeste para o Médio Oeste. Este é o primeiro trecho iniciado entre os 33 licitados pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN/RN) no primeiro lote do Programa de Restauração de Rodovias. Segundo o Governo, o Lote do Oeste, sob jurisdição dos distritos rodoviários de Mossoró e Pau dos Ferros, totaliza 210,5 km e o investimento é de R$ 134 milhões.
Além da RN 117, o Lote 1 também deve recuperar a RN-015, entre Mossoró e Baraúna, trecho também visitado por Fátima Bezerra no mesmo dia. A obra teve início no dia 20 de maio, no trecho de 44 quilômetros e está em fase de colocação do asfalto em pontos já recuperados.
A RN-015 está na rota da fruticultura e também na da produção de cimento. Em Baraúna, está instalada a fábrica Mizu, uma das maiores unidades do Nordeste.
Ainda em compromisso na capital do Oeste, a governadora assinou a Ordem de Serviço de reforma e ampliação do Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana, escola referência em Mossoró. A unidade está recebendo investimento de R$ 4.962.245 e deve beneficiar 886 estudantes e 71 professores e servidores.
Após mais de 50 anos de funcionamento, a escola receberá reforma em 20 salas de aulas teóricas, seis laboratórios para aulas práticas (química/biologia, matemática/física, informática, humanas, línguas e artes) e duas salas multiusos. Além disso, serão feitas obras na biblioteca, sala de recursos multifuncionais, grêmio, auditório, refeitório, setor administrativo, com secretaria, coordenação.
De acordo com o Governo do RN, outras cinco escolas estaduais de Mossoró estão com ordens de serviço assinadas. Duas em processo inicial de execução, as escolas José Martins de Vasconcelos e Hermógenes Nogueira da Costa, no bairro Abolição IV.
Em Campo Grande, canteiro de obras do IERN é destaque
Já hoje (29), Fátima Bezerra visita, às 10h, no município de Pau dos Ferros, o canteiro de obras de recuperação da RN-177, que liga o município a São Miguel. Este trecho interliga os dois municípios mais populosos da região e aproxima mais de 70 mil habitantes da área de influência da rodovia com o Ceará. É também o primeiro de cinco trechos da RN-177 que foram licitados e passarão por melhorias.
Pau dos Ferros tem 30.479 habitantes, uma movimentação comercial de comércio e agricultura, conta com campi do Instituto Federal (IFRN); Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa); Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e uma faculdade privada; além do Hospital Regional Cleodon Carlos de Almeida, referência no atendimento de urgência e emergência no Alto Oeste.
De acordo com previsão da Secretaria de Infraestrutura, as obras dos 33 trechos rodoviários da primeira etapa do Programa de Restauração de Rodovias serão finalizadas até dezembro de 2024.
Além de visita ao IERN de Campo Grande, Fátima Bezerra visita, ainda, obras da nova sede do Corpo de Bombeiros Militar em Pau dos Ferros, sub-grupamento que será composto por 37 bombeiros e atenderá 37 cidades, com população total de 320 mil habitantes. A obra, uma parceria entre a secretaria de Estado de Infraestrutura e o Corpo de Bombeiros, está orçada em R$ 1.557.536,09, com recursos do Fundo Especial de Reaparelhamento do CBM – FUNREBOMA.
O prefeito Álvaro Dias (Republicanos) diz que não ouviu as declarações que mais movimentaram a cena política natalense no último final de semana. O ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) falou durante evento de instalação do movimento de líderes comunitários do PSD, no último sábado (25). “O acordão é esse, onde lá em Brasília, distante dos bairros de Natal, eles lotearam a Prefeitura, é duas secretarias pra deputado tal, é três para senador tal, é quatro para deputados estaduais, vamos arrumar os vereadores e dar mais outra secretaria, mas cometeram um erro grave, deixaram o povo do lado de fora”, disse sobre a Prefeitura e a pré-candidatura de Paulinho Freire (UB).
Acuado, o prefeito escolheu silenciar sobre o ataque que sofreu. “Eu não ouvi, não ouvi, não tenho o que dizer”, afirmou ao Diário do RN, em evento administrativo nesta segunda-feira (27), no bairro de Mãe Luiza.
Fugindo das críticas do ex-aliado, Álvaro Dias, que há três semanas oficializou apoio à pré-candidatura de Paulinho Freire, e há uma semana posou para fotos ao lado do deputado federal General Girão (PL) e de nomes do PL, durante apoio do deputado ao mesmo projeto, agora preferiu se desviar e garantir que “a questão política é secundária”.
Questionado sobre o tom das conversas que tinha quando Carlos Eduardo buscava o apoio do prefeito, Álvaro não respondeu e disse que está “preocupado com a gestão”.
“Eu estou preocupado com a minha administração, com a gestão, em construir moradia, em trazer a dignidade de volta para essas famílias, a questão política é uma questão secundária para mim, campanha não começou, não existem candidatos ainda, existem pré-candidatos, a prioridade total é a gestão”, insistiu em afirmar.
Natália Bonavides, sobre Carlos Eduardo e Paulinho: “Em uma ou outra eleição, se pintam de adversários”
Outro alvo do ex-prefeito foi o Partido dos Trabalhadores e a pré-candidatura de Natália Bonavides (PT): “O PT quer a Presidência da República, o PT quer o Governo do Estado, o PT quer a Prefeitura Só o seguinte: Natal não é PT, Natal é da liberdade. Nós vamos para as ruas, para as avenidas, para as travessas, para praça pública e vamos derrotar o PT e o acordão que faz contra o povo de Natal”.
Para Natália Bonavides (PT), que em 2022 votou contra o apoio do PT à candidatura de Carlos ao Senado, mas foi voto vencido, tanto o ex-prefeito, quanto Paulinho Freire “costumam fazer a política das salas de jantar de algum apartamento dos líderes de partido”.
“Esse pessoal que tem ocupado a Prefeitura de Natal há alguns anos é do mesmo grupo político. E, em uma ou outra eleição, se pintam de adversários. Carlos Eduardo teve como vice Micarla de Sousa. Por sua vez, Paulinho Freire foi vice de Micarla, quando ela foi eleita. Ou seja, esse pessoal está entre os seus”, afirmou.
Ela destaca, ainda, que no início do ano, “era Carlos Eduardo que tentava costurar um acordão com Paulinho Freire em uma sala de jantar. Então, ele fala em acordão porque sabe que o grupo político do qual ele e Paulinho Freire fazem parte, costuma fazer política do acordão”, diz.
A pré-candidata do PT afirma acreditar que Natal vai escolher “um novo projeto para nossa cidade e não esse pacto de mediocridade que tem governado Natal”.
“Essa política, na verdade, vai ser derrotada, porque relegou nossa cidade ao atraso. O povo natalense sabe que o PT tem um projeto que pode livrar Natal desse pessoal que funciona como uma âncora para a nossa cidade ao impedir que Natal melhore as condições de vida de nosso povo e cresça com qualidade”, aposta.
Empresário, membro da direção da Federação das Indústrias do RN (FIERN), como presidente da Comissão Temática das Micro e Pequenas Empresas (COMPEM-FIERN) e presidente do Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias e Marcenarias do Rio Grande do Norte (SINDMÓVEIS/RN), até 2025. Até lá, Ney Robson pretende compor a Câmara Municipal de Natal, ocupando uma das cadeiras a serem conquistadas pela nominata do Podemos em outubro. Casado, pai de três filhos, natural de Natal, o empresário de 58 anos pretende seguir rumo à sua terceira campanha eleitoral. Já foi candidato a vereador em Natal em 2008, quando filiado ao PL, e em 2012, pelo PP.
Agora, optou pelo Podemos pelo alinhamento do partido com o segmento que o apoia, a indústria e o comércio.
“O que me leva a ter essa pré-candidatura para uma candidatura a vereador é a visão de ser um microempresário. A visão de estar hoje dentro da Casa da Indústria focado na presidência do Sindicato, liderando e buscando uma qualificação para o segmento moveleiro e ao mesmo tempo abrir um olhar da necessidade de ter uma voz representativa do segmento empreendedor de forma geral”, destaca.
O empresário, que é cadeirante como consequência de uma distrofia muscular do tipo Miosite, por corpus de inclusão, conhece a vida de uma pessoa que tem limitações. Com este olhar, ele sonha em incluir as pessoas com deficiência no empreendedorismo e defender as singularidades de cada cidadão.
“Essa voz me compete, um empreendedorismo de inclusão, algo que me possibilita também ter esse olhar da luta. Das pessoas que precisam ter uma defesa, Natal não está preparada para receber esse público, que ainda não tem uma receptividade, que possa contribuir na nossa cidade. Tem muita gente que está em diversas situações de locomoção reduzida e especificidades, de cuidados especiais, e que têm qualidades, que podem acrescentar na nossa cidade”.
Compreender o que acontece na cidade e os motivos do atual momento econômico em Natal, que “não está bem” é, para ele, premissa fundamental para construir mudanças. O debate é chegar a um senso em que se possa dar apoio ao setor produtivo e ao comercial “a várias mãos”.
O empresário, que atua há 30 anos em Natal, opina que a Câmara de Natal precisa sair do “mais do mesmo” neste debate: “Transporte público, malha viária, escolas, falta médico, falta isso. Mas eu acho que a questão é mais profunda. A gente precisa ser mais propositivo, pensando no horizonte mais longe. Quando a gente prepara a cidade para dez anos, a gente tem que fazer um debate não das dores momentâneas, mas pensando em uma Natal daqui a 15, 20, 25 anos”.
Dentro dessa temática, Ney Robson defende a inclusão do setor produtivo num debate constante, para que as políticas públicas acompanhem as transformações na vida do comércio, indústria e serviços.
“O setor produtivo que que é responsável pelo sustentável dessa cidade, seja comércio, seja indústria, seja serviço ele tem que ser continuamente perene discutido dia após dia. Porque é um setor mutante, comércio muda, indústria muda, serviço muda. Então a gente precisa estar continuamente debatendo essa transformação para que não aconteça o que está acontecendo na Ribeira, o que está acontecendo na Cidade Alta, o que está acontecendo hoje no Alecrim; se você olhar para o Alecrim ele está caindo o fluxo. Você tem uma obra da ponte de Igapó, que irresponsavelmente está atingindo vários comércios e esse debate não está fluindo dentro da Câmara Municipal”, detalha.
Podemos Na campanha eleitoral, o empresário apoiará o palanque de Paulinho Freire (UB) a prefeitura de Natal.
“É um empresário e tem um nome já. É um cidadão natalense, que tem um serviço prestado em Natal, ainda na iniciativa privada e eu creio que diante da saída do prefeito Álvaro Dias, Paulinho chegando teremos uma continuidade, mas também teremos novidades, implementação de uma cidade mais dinâmica”, defende.
A escolha pelo Podemos também se deu pelo alinhamento com objetivos do partido. Segundo Ney Robson, empresários de diversos segmentos apoiam o seu projeto no partido do Senador Styvenson.
“A nominata foi trabalhada junto com o vereador Preto Aquino, ele é o responsável, coordenador na capital municipal e eu escolhi a nominata em que a gente pretende fazer de duas a três cadeiras e desta forma estamos confiantes na nossa vitória”, completa.
“Ali é algo meio desesperador, ele estar sozinho, um político como ele, pesado, um político que não sabe fazer as coisas, uma campanha sozinha que já vem de anos aí com esse com esse nome dos Alves nas costas, é complicado ser um político do naipe dele, que nem a família Alves está aceitando mais”. É o que diz o senador Styvenson Valentim (Podemos) sobre o ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD), após os ataques aos opositores na disputa à Prefeitura do Natal. Styvenson compõe o arco de apoios do pré-candidato Paulinho Freire (UB), criticado pelo ex-prefeito como um “acordão”.
Na fala, que aconteceu durante evento do PSD, no último sábado (25), Carlos Eduardo se referiu aos apoiadores de Paulinho: “O acordão é esse, onde lá em Brasília, distante dos bairros de Natal, eles lotearam a Prefeitura, é duas secretarias pra deputado tal, é três para senador tal, é quatro para deputados estaduais, vamos arrumar os vereadores e dar mais outra secretaria, mas cometeram um erro grave, deixaram o povo do lado de fora”.
Carlos Eduardo atacou, ainda, o PT, com quem esteve aliado nas últimas eleições, em 2022 para viabilizar sua candidatura ao senado: “O PT quer a Presidência da República, o PT quer o Governo do Estado, o PT quer a Prefeitura Só o seguinte: Natal não é PT, Natal é da liberdade. Nós vamos para as ruas, para as avenidas, para as travessas, para praça pública e vamos derrotar o PT e o acordão que faz contra o povo de Natal”
Segundo o senador Styvenson Valentim, isso mostra a “incoerência” de Carlos Eduardo: “Incoerente. Pior de tudo é incoerência que até semana passada ele estava lá com o PT na campanha com o PT, pedindo voto para Lula, no colo de Fátima, e agora o PT não presta. Mostra aí a ingratidão, mostra aí a forma dele fazer política”.
Para ele, “é estranho” Carlos Eduardo liderar as pesquisas e não ter apoios: “Estranho isso, né? Não é esquisito? É esquisito. O cara lidera tudo, aí vai dizer, ‘não, é só o povo que vê”.
Styvenson complementa: “A campanha não começou ainda. A campanha vai ter tempo de TV, tempo de rádio, vai ter tempo suficiente para mudar o pensamento das pessoas em relação ao que ele deixou Natal atrasado até hoje”.
A forma de Carlos fazer política, de acordo com o senador do Podemos, é responsável pelo “atraso” de Natal. Ele atribui a Carlos Eduardo, “numa época de ouro”, obras que não foram finalizadas na capital, “obras da Copa”. “A incompetência a administrar a cidade como Natal, como a grande capital, não é só limpar ruas não, tem outros problemas muito maiores. Hoje a gente sofre com isso”, ressalta.
Styvenson diz, ainda, não ter se sentido atingido pela fala do ex-prefeito: “Não entrei em defesa porque não me ofende Ele disse que estão loteando secretaria. Se ele está se referindo a mim, eu não quero nada. Eu não vivo da política que ele vive. Meu acordo com Paulinho Freire foi para melhorar, como eu já disse, o que o que ele deixou de fazer. Melhorar a Zona Norte, no caso, calçamento, saneamento”, destaca.
“Pediu para conversar comigo, mas a conversa não saiu do vamos”
O senador explicitou que Carlos Eduardo, durante as tratativas para viabilizar seu arco de alianças chegou, inclusive, a convidá-lo para conversar, confirmando que o ex-prefeito tinha interesse nos partidos que, hoje, apoiam Paulinho e que, agora, ele critica. Styvenson não quis conversar com ele.
“Ele procurou vários que estão apoiando Paulinho hoje para pedir apoio, sentou para conversar, pediu para conversar comigo, mas a conversa não saiu nem do ‘vamos’. Nem precisei disso. Já tinha declarado apoio a Paulinho Freire”, disse.
Isso reflete, para ele, a solidão em que se encontra o ex-gestor da capital.
“Realmente uma espécie de política que ninguém quer estar perto. Então hoje eu consigo observar quem faz política sozinho, né? Não se faz essa política sozinho. Ele procurou o prefeito, procurou o outro senador (Rogério Marinho), procurou um, procurou outro e ninguém foi aderindo a ele. Só com a senadora Zenaide (Maia). Então, ele é o candidato de um apoio só praticamente, né? De uma senadora”, finaliza.
A vice-prefeita de Parnamirim, Kátia Pires, usou as redes sociais para anunciar a confirmação de sua pré-candidatura para disputar as eleições majoritárias em outubro.
Em entrevista ao Diário do RN, Kátia afirmou que sua decisão foi confirmada por uma pesquisa divulgada no último fim de semana. “Nós recebemos com muita alegria a divulgação de uma pesquisa no último domingo, onde a população cita meu nome como a 2a colocada na preferência na corrida a prefeitura de Parnamirim! Isso nos deixa na condição de continuar ouvindo a voz do povo”
Depois de confirmada a pré-candidatura, a curiosidade geral se volta para o vice, mas quando o assunto é a formação da chapa, Kátia Pires não tem pressa e confirma apenas conversas: “Em relação a composição de chapa, estamos conversando com alguns partidos. Ainda está cedo para anúncio de chapa. A prioridade é ouvir a população”
Os partidos são Avante e PRTB, siglas que “defendem a família, o desenvolvimento do município e a dignidade humana; conhecem Parnamirim”, afirma a pré-candidata.
O Diário do RN também questionou Kátia Pires se em algum momento existiu a possibilidade de aliança com a Professora Nilda – pré-candidata que aparece em primeiro lugar nas pesquisas – conforme noticiado por vários blogs da região metropolitana. Kátia negou, mas elogiou a adversária: “Minha pré-candidatura responde a essa pergunta. Respeito a professora Nilda, acho que ela está num momento que ela construiu”
APOIO DA FAMÍLIA A confirmação da pré-candidatura de Kátia Pires foi publicada nas redes sociais no sábado (25): “Hoje é uma data importante na minha vida… junto com amigos e familiares, decidi que sou pré-candidata a prefeita de Parnamirim”, diz a legenda que acompanha um vídeo que inicia com a narração da filha, a vereadora Carol Pires, que escreve uma carta à mãe. Em reposta, a atualmente vice e agora confirmada pré-candidata a prefeita de Parnamirim afirma que “Muitas ações precisam ser efetivadas, as pessoas precisam do nosso carinho do nosso olhar e do nosso abraço”.
“Ele é oposição ao prefeito em Natal e à governadora, que é onde a gente sempre esteve. Então isso abre um canal de diálogo. Ele está no mesmo campo que a gente”, diz Kelps Lima (Solidariedade) sobre as tratativas para ser colocado como candidato a vice-prefeito em composição com o PSD.
O ex-deputado não consegue ver, hoje, um outro nome que possa ser colocado como vice de Carlos Eduardo: “Eu não sei, o que a gente sabe são dados, que a gente é forte em Natal. Nosso grupo é forte. Fábio (Dantas) teve 100 mil votos. Eu tive 23 mil votos em Natal. Eu tive quase a mesma votação de Paulinho Freire, ele com apoio de 17 vereadores. Nosso partido tem dois deputados estaduais. Nosso partido é forte no entorno de Natal. Tem Nilda em Parnamirim, que é uma área conurbada muito forte”, afirma ele.
Entre possibilidades a fazer composição na aliança com o PSD, surge o nome, além de Kelps, do ex-deputado Rafael Motta (Avante). Motta, no entanto, mantém sua pré-candidatura a prefeito. E Kelps, apesar de apresentar a importância do partido, nega que as conversas foram concluídas.
“Teve uma conversa, não foi conclusiva e não tinha como ser conclusiva, nem da parte da gente, nem da deles, a gente não podia concluir e vice-versa. Porque a gente é muito experiente e a gente sabe que não se resolve agora”, explica.
As conversas podem não ter sido conclusivas com o PSD, mas dentro do Solidariedade, o acerto é de unidade.
“O partido vai junto. A gente teve reunião eu, Cristiane Dantas, Fábio Dantas e Luiz Eduardo. Vai todo mundo para um canto só. Isso é muito importante porque Luiz Eduardo teve muitos votos em Natal, Cris teve, eu tive, Fábio teve quase cem mil”, relembrou Kelps Lima.
Mas que tudo vai depender do cenário que se apresentará até as convenções: “Ninguém é candidato a vice-prefeito. Ninguém é. Isso é conjuntura. Ninguém se lança a vice. Ninguém tenta ser vice, isso é conjuntura. Aqui, em Mossoró, em Parnamirim e na Nova Zelândia”, explica.
Carta branca Para o deputado estadual Luiz Eduardo (Solidariedade) o consenso dentro do partido é para Kelps decidir diretamente com Carlos Eduardo a composição para o pleito de outubro em Natal.
“Eu, Cristiane e Fábio demos carta branca para que o ex-deputado Kelps possa tratar desse assunto direto com Carlos Eduardo e o que ele decidir a gente vai acompanhar”, afirmou.
Luiz Eduardo explica que é necessário decidir “um lado ou outro”. “O projeto que mais se assemelha ao que nós pensamos é o de Carlos Eduardo”, opina.
“Se o senhor Carlos Eduardo trabalhar bem no sentido de trazer políticas públicas importantes para Natal, projetos importantes para o crescimento da cadeia produtiva mais importante do nosso estado, que é o turismo; Natal está entre os quatro destinos mais procurados do Brasil.
Então nós precisamos estruturar para que a gente permaneça nesse nível ou melhor, e eu tenho muito como ajudar na questão do turismo. Eu não entro muito nesse viés de esquerda e direita.
Eu nem gosto de discutir isso. Eu gosto de projeto, de planejamento”, analisa.
Com a presença do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que aconteceu nesta semana, “teve momentos de tensão e divergência, especialmente em relação ao presidente Lula”. O presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Luciano Santos, descreve o clima durante o encontro que reuniu prefeitos de todo o Brasil.
“Houve episódios de vaias e aplausos, refletindo a diversidade de opiniões e sentimentos entre os participantes. No entanto, é importante ressaltar que o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, interveio de maneira decisiva para dirimir as tensões.”, relata.
Conhecida como Marcha dos Prefeitos, o evento é organizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) chegou à 25ª edição.
“Este evento proporciona uma plataforma essencial para que as lideranças municipais possam apresentar suas demandas e discutir soluções com o Governo Federal e o Congresso Nacional.
O Seminário “Energias Renováveis e Justiça Social: Construindo a Legislação do RN” é uma proposição do mandato da Deputada Estadual Isolda Dantas (PT/RN), em articulação com a Deputada Estadual Divaneide Basílio (PT/RN) e o Deputado Estadual Francisco do PT (PT/RN) junto aos movimentos sociais do campo, dos povos tradicionais e da pauta ambiental, com objetivo de promover um debate amplo sobre o impacto das energias renováveis nas comunidades a partir de uma perspectiva da transição energética justa. O evento ocorrerá nesta sexta-feira (24), a partir das 8h, no auditório da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Rio Grande do Norte (FETARN).
Em 2023, o Nordeste brasileiro era responsável por 82,3% de toda a energia renovável das matrizes eólica e solar utilizada no país. O Rio Grande do Norte (RN) se destaca, sobretudo, na produção da energia eólica: com um total de 293 parques eólicos em atividade, e mais 91 projetos em desenvolvimento, fazendo com que 32% de toda a produção nacional nesta matriz seja oriunda do RN. No entanto, a forma como as energias renováveis têm sido implementadas no Nordeste tem trazido consequências para as comunidades atingidas pelos empreendimentos que são, em sua maior parte, geridos por empresas multinacionais. Isso se dá, em especial, pela ausência de regulação do Estado sobre a atuação dessas empresas, o que gera a instalação de torres em locais inapropriados, a imposição de contratos abusivos de arrendamento de terra para os pequenos proprietários, na falta de contrapartidas significativas para as comunidades atingidas.
O Seminário abordará, pela manhã, o tema: “Política energética e o impacto das renováveis no RN”, que focará nos marcos normativos em vigência tanto no âmbito nacional quanto estadual, que incide quanto à produção energética no país e no RN. Além disso, serão debatidos quais os impactos têm ocorrido apesar dessas legislações, com a presença de pesquisadoras/es e lideranças dos movimentos sociais para construir um panorama da conjuntura socioambiental e jurídica das renováveis no RN.
A Oficina “Por uma transição energética justa e popular: construindo a legislação do RN” acontecerá à tarde, visando à construção de uma minuta do Projeto de Lei que terá por objetivo regulamentar a atuação dos empreendimentos eólicos no Rio Grande do Norte. A Oficina, que será mediada pela Deputada Estadual Isolda Dantas, contará com a presença da Deputada Estadual Rosa Amorim (PT/PE) que vai apresentar a experiência do Pernambuco. Além dela, a ONG Nordeste Potência e o Coletivo Cirandas apresentarão o documento “Salvaguardas Socioambientais para Energia Renovável”, que subsidiará o debate quanto à competência estadual na regulação da atuação dos empreendimentos eólicos.
O evento é gratuito e aberto à participação de interessados na discussão, com o limite de até 100 vagas. A inscrição deve ser feita pelo formulário.
A determinação é de restituição ao Tesouro Nacional de R$ 38.563,38 pela desaprovação das contas do partido Democratas, hoje União Brasil, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O partido é comandado no Rio Grande do Norte pelo ex-senador José Agripino. A decisão foi proferida nesta quinta-feira (23), em sessão plenária.
A relatora do Processo nº 0600300-77.2022.6.20.0000 foi a juíza Maria Neíze de Andrade Fernandes, que teve voto acompanhado pela maioria. Votaram contra o relatório o juiz Marcello Rocha e o desembargador Expedito Ferreira.
A decisão apontou “malversação de recursos do fundo partidário”. Entre os pontos destacados, está a ausência de comprovação material sobre a execução do serviço de marketing, custeado com recursos do Fundo Partidário, no valor de R$ 32.800.
Também foi efetivada a aquisição de combustível sem a correspondente cessão ou locação de veículo: “Identificou-se o pagamento de despesas pagas com recursos do Fundo Partidário, referentes a abastecimento de óleo Diesel S10, no valor de R$ 2.472,88, sem a existência de veículos movidos a esse tipo de combustível registrados na presente prestação de contas. Da mesma forma, verificou-se um pagamento a maior (R$ 168,38) referente à despesa com serviço de monitoramento e alarme, uma vez que os comprovantes de pagamento totalizaram o montante de R$ 1.497,26, enquanto que as notas fiscais apresentadas perfazem a quantia de R$ 1.328,88”, diz trecho do acordão que descreve a decisão do Tribunal.
A cota do fundo para candidaturas femininas também foi julgada. Foi constatada a ausência de destinação mínima de 5% de recursos do fundo partidário para os programas de promoção e difusão da participação feminina na política. Segundo o processo, o partido recebeu a quantia de R$ 204.000,00 de recursos do Fundo Partidário, no ano avaliado, sem a devida transferência para o fundo partidário mulher, equivalente a R$ 10.200,00.
Sobre este tema, os magistrados observam, porém: “Contudo, apesar de configurada a irregularidade em razão da não aplicação dos recursos para a finalidade prevista, a Emenda Constitucional nº 117/2022 afastou a aplicação de penalidades ou qualquer condenação pela Justiça Eleitoral aos partidos que não tenham utilizado os recursos destinados aos programas de promoção e difusão da participação política das mulheres nos processos de prestação de contas de exercícios financeiros anteriores a 2022, possibilitando ainda a utilização desses valores nas eleições subsequentes”.
Portanto, a quantia definida para o pagamento refere-se às irregularidades com combustíveis e serviços de marketing. O valor deve ser pago no prazo de 12 meses, “mediante desconto nos futuros repasses de quotas do fundo partidário”.
Fernando Fernandes se apresenta no Instagram como o coordenador da campanha da pré-candidata a prefeita Kátia Pires (UB). Na mesma rede social, em um de uma série de vídeos postados sobre a sucessão parnamirinense, ele fala a funcionários da empresa Solares, prestadora de serviço para a Prefeitura do Município, atrelando a eleição dela a pagamento de FGTS atrasado a servidores da empresa. Na fala, ele orienta, ainda, que os servidores “guardem” o vídeo, sugerindo uma promessa de campanha.
“Quero que os funcionários da Solares guardem esse vídeo para me cobrar depois da eleição. O compromisso que eu assumo com todos vocês é que se Kátia Pires (UB) for prefeita de Parnamirim, eu prometo a vocês que a Solares vai ter que pagar tudo que está atrasado com relação ao Fundo de Garantia”, afirma no vídeo.
O coordenador faz uma promessa financeira aos eleitores, de um direito que incide financeiramente na vida dos servidores e sugere que esse direito está atrelado à eleição da pré-candidata. Ou seja, ele alia um ato que é obrigação do Município ao voto.
Com imagem vinculada à vice-prefeita, comprovada na mesma rede, o coordenador se enquadra, e enquadra a pré-candidata, em uma das modalidades de abuso de poder político, conforme especificado no Artigo 22 da Lei Complementar 64/90, a Lei de Inelegibilidade.
“Uma vez que ela é vice-prefeita e ele condiciona essa situação a uma eleição dela, há um patente abuso de poder e até uma análise também sobre captação ilícita de voto, a famosa compra de voto por parte dele, e com benefício para ela, se confirmar uma ligação entre eles. A gente sabe que não existe oficialmente o instituto de pré-campanha, mas se demonstrado aí que existe um vínculo entre eles, há sim possibilidade de se configurar um ilícito eleitoral”, analisa Luiz Lira, advogado especialista em direito eleitoral.
O advogado explica, no entanto, que, por não existir o instituto da pré-campanha, o material, juridicamente, pode ser válido somente após um possível registro de candidatura. Caso a pré-candidata venha desistir do projeto e passe a apoiar outro candidato ou outra candidata, “não há compra de voto”.
“Tem que aguardar o registro da candidatura. Só lá na frente poderia se mover qualquer tipo de processo nesse sentido, mas nesse caso, na minha visão, há sim uma patente irregularidade. A única questão é que uma vez que, por exemplo, ela não registre a candidatura, não teria que se falar de abuso e poder ou compra de voto, já que ela não é candidata. Mas esse material é muito importante para o futuro”, esclarece.
Nem todas as parlamentares natalenses quiseram se pronunciar sobre a polêmica em que se inseriu a vereadora Camila Araújo (UB) a respeito de boatos em relação à sua vida conjugal. Nesta terça-feira (21), a vereadora também reclamou da falta de apoio das colegas e das feministas sobre o assunto.
Boatos que circularam em blogs e redes sociais, sem citar o nome de Camila diretamente, apontaram o marido de uma parlamentar da região metropolitana como homossexual e que teria um relacionamento extraconjugal. A vereadora usou suas redes sociais e o espaço na Câmara Municipal de Natal para se colocar como vítima de notícia falsa e ataques para paralisá-la. Em sua defesa, a vereadora criticou, ainda, a bancada feminina e o movimento feminista que, segundo ela, só atende a uma parte das mulheres.
“O movimento feminista, que diz que defende mulheres, né? Estamos todas unidas, uma não larga mão da outra, tá. Mas se essa é da corrente de direita e conservadora a gente deixa realmente ser achincalhada e vilipendiada, não tem problema. Então aí eu faço essa reflexão até porque não é a primeira vez que eu sofro qualquer tipo de ataque pela minha fé”, disse ela em conversa com o Diário do RN, em reportagem publicada nesta quarta-feira (22).
A reportagem do Diário do RN procurou parlamentares municipais e estaduais para falar sobre o assunto.
A colega de casa legislativa de Camila, vereadora Brisa Bracchi (PT), que integra o movimento feminista não comentou o assunto. Através de sua assessoria de imprensa, afirmou que estava em produção de material de pré-campanha e “não teve tempo de entender o que aconteceu para poder se posicionar”.
Já a vereadora Nina Souza (UB), colega de partido, explicou que não viu a vereadora ser atacada, porque não viu o nome dela ser exposto em nenhum lugar, já que ela não havia sido citada diretamente. “No dia que de fato tiver algo contra a imagem dela, eu serei a primeira a defender, porque ela é uma parlamentar competente, inteligente, uma pessoa de honra. Eu respeito a atitude dela, se ela fez, deve ter ocorrido”, afirmou.
Ana Paula Araújo (Solidariedade) concorda. A parlamentar segue o mesmo raciocínio da vereadora Nina: “Enfatizo que o blog que expôs a polêmica não citou o nome da vereadora e nem a cidade de Natal especificamente, fez uma generalização sobre a região metropolitana. A vereadora diz em declaração não ter se sentido atingida pela notícia, então não faz sentido, para mim, a prestação de solidariedade”, informou.
Outra colega de Camila, Margarete Régia (Republicanos) pontuou que fez um depoimento, nesta terça-feira (21), no plenário do Legislativo Municipal. Ela disse que nos primeiros quatro meses após assumir a cadeira na Câmara sofreu “ataques perversos” e não teve defesa alguma.
“Eu fiz essas colocações, da questão de ser mulher e de ter essa perseguição. Eu fui solidária ontem, eu fiz uma defesa na hora e disse do jeito que eu fui também perseguida por alguns meios de comunicação e por pessoas, hoje Camila está passando pelo mesmo processo. Então eu pelo menos posso falar que eu fiz uma defesa ontem favorável a ela”, destacou.
Margarete ressalta à reportagem que está à disposição para ajudar a vereadora a “saber melhor quem está por trás disso”. “Porque é terrível, principalmente para uma mulher estar nessa situação”, finaliza.
Já a deputada estadual Isolda Dantas (PT), ligada ao movimento feminista em Mossoró e no Rio Grande do Norte, relaciona a violência de gênero aos governos de direita, mas, segundo ela, as mulheres de todos os espectros se tornam vítimas.
“A violência política de gênero cresceu significativamente nos governos de direita. Em partidos que, na sua prática cotidiana, colocam as mulheres apenas para preencher a cota de gênero. No momento de atingir a nós mulheres, não há distinção. Todas nós somos vítimas. Mas vamos seguir na luta para construir uma sociedade com igualdade”, avalia.
A vereadora Julia Arruda (PCdoB) foi procurada pela reportagem para falar sobre o assunto, mas não retornou até o fechamento desta edição.
Pré-candidato do PL em Mossoró, o empresário Genivan Vale afirma que é preciso ter “competência e maturidade” para unir a oposição e fortalecer a sua candidatura “a ponto de ser competitivo”. Genivan havia declarado, logo que o PSDB lançou o presidente da Câmara de Mossoró, Lawrence Amorim, à Prefeitura, que não abriria mão da sua candidatura já posta pelo Partido Liberal. Genivan agora está aberto a conversar, mas diz esbarrar “nas divergências profundas” entre o PL e o PT.
“Nós percebemos que Lawrence é o candidato dos sonhos do petismo. É o candidato dos sonhos de Isolda, de Fátima. E isso é natural porque Bernardo, tio dele, deputado, é muito próximo ao Governo. Até Ezequiel é figura importante do Governo Fátima. E aí, essa será a nossa grande barreira”, explica.
O PL se tornou oposição em Mossoró em março, quando não emplacou candidato a vice na chapa do prefeito Allyson Bezerra (UB) à reeleição. Apesar de baixas intenções de votos, vem buscando apoios a fim de unir parte da oposição centro-direita em Mossoró. Com o lançamento do nome de Lawrence Amorim, que também rompeu com o prefeito, na disputa majoritária, o PL viu reduzir suas possibilidades de alianças eleitorais para o pleito de outubro, já que o parlamentar do PSDB integra o centro e, além disso, tem a simpatia de parte da esquerda em Mossoró.
Entretanto, em conversa com o Diário do RN, Genivan acredita que “há outros grupos políticos na oposição que é possível tentar um arco de aliança”, que não seja com o projeto do PT, antagônico ao do PL.
“A gente precisa lançar as candidaturas e ir conversando com a sociedade e ver como ela vai abraçar candidaturas e ver quem é o nome mais viável para fazer frente a Allyson Bezerra. Claro e evidente que não é só uma pesquisa quantitativa que vai definir”, disse.
As tratativas entre o nome do PL e Lawrence aconteceram antes do rompimento do presidente da Câmara com o prefeito e, portanto, não prosperaram.
Atualmente, o PL só tem oficializado o apoio do Podemos, partido do senador Styvenson Valentim. Diálogos travados com o grupo rosalbista e com o Avante, presidido por Jorge do Rosário e tem o vereador Tony Fernandes como pré-candidato, ainda não tiveram retorno. Tanto o Rosalbismo, quanto o Avante também tem conversado com o representante do PSDB em Mossoró.
“Nós gostaríamos muito de contar com o grupo do PSDB, mas nós hoje estamos mais preocupados em mandarmos nossa mensagem, haja vista nós já termos o apoio do Podemos. Então hoje nós estamos muito mais preocupados em fazermos chegar a nossa mensagem ao mossoroense”, ressalta.
Segundo Genivan, a indicação do vice nesta aliança vai depender das tratativas e dos partidos que virão.
“Allyson trata o servidor público como inimigo”
A união de forças para tornar a candidatura competitiva que o empresário se refere pretende fazer frente ao “aparato midiático” do prefeito e mostrar “que essa Mossoró do Instagram do prefeito, com esses R$ 12 milhões em mídia, não é a Mossoró de seu Zé, de dona Maria, que precisam pegar um ônibus de uma ou duas horas da manhã para fazer uma endoscopia em Natal, não é a Mossoró que o cidadão não pode botar o carro para dentro de casa porque a rua dele tem tanto buraco, com tanta lama”.
Ex-aliado do prefeito, Genivan defendeu o projeto de Allyson por mais de três anos, mas não vê problemas em agora apontar os problemas na administração municipal de Mossoró. “Tanto eu sei que é possível elogiar um adversário, como eu também sei que é possível criticar um aliado”, diz.
Genivan relembra outros aliados que posteriormente romperam com o gestor mossoroense. De acordo com ele, além de Lawrence, “a maioria” se afastou. “Acho que tem umas vinte pessoas de primeira hora do prefeito”, afirma ele, observando também a dificuldade de relacionamento entre o prefeito e os servidores públicos.
“Ele precisava dedicar mais tempo a relação com os servidores públicos, que é uma relação extremamente desgastada. Ele é servidor público, ele sabe que o servidor público é importante e ele trata o servidor público como inimigo. Eu vi outras gestões, você não votava em Rosalba, mas você não era inimigo de Rosalba, era adversário. Hoje eu converso com servidores públicos e é uma relação ódio. É uma relação extremamente estressada, extremamente deteriorada”, destaca.
“Eu esperava ser chamado para as decisões que o partido iria tomar em Parnamirim. Eu fui o deputado mais votado lá em Parnamirim e não fui convidado para nenhuma reunião ou alguma decisão que o partido tomou. Se me escutar ou não, não sei, mas eu acho que eu deveria ter sido convidado”, é o que diz o deputado do União Brasil, Taveira Junior. Ele se refere ao racha dentro do partido no município.
Taveira está acompanhando o apoio do seu pai, prefeito de Parnamirim, Rossano Taveira (Republicanos), a candidatura de Salatiel de Souza (PL) a Prefeitura. A vice-prefeita, Kátia Pires, presidente do diretório municipal, lançou candidatura própria. Já o presidente estadual, ex-senador José Agripino, não tem mobilizado o partido para apoiar o PL. Ele afirma que o União Brasil parnamirinense tem liberdade de tomar as próprias decisões.
Taveira Junior ressalta que soube de reuniões com outros deputados, incluindo Kleber Fernandes (PSDB), patrocinador da campanha da professora Nilda (Solidariedade), também pré-candidata a prefeita de Parnamirim.
“Teve reuniões do União Brasil com o PSDB, teve reunião União Brasil com Kleber Fernandes, teve reunião União Brasil e Ivanilson com Kleber; Ivanilson está apoiando Nilda, não apoia nem o candidato que é do União Brasil”, complementa o deputado, afirmando que o posicionamento de oposição que o União Brasil insiste em tomar em Parnamirim “é ruim para o partido”.
Taveira Junior reitera, ainda, que não existe qualquer reunião marcada entre ele e José Agripino ou com outros representantes do partido.
“Eu fui eleito pelo União Brasil. Eu não fui eleito por outro partido. Faço parte do Partido União Brasil. Então eu acho se é grupo, eu acho que é para todos participarem da decisão. Mas cada um tem sua opção, né? Se ele acha que eu não deveria participar isso é uma decisão do presidente do partido e cada ação tem uma reação”, completa.
Exonerações Tornando ainda mais evidente o racha no União Brasil em Parnamirim, o prefeito Rossano Taveira (Republicanos) exonerou 6 cargos na Prefeitura ligados a vereadora Carol Pires, filha de Kátia. Publicadas no Diário Oficial desta terça-feira (21), o gestor disse que as exonerações não foram retaliação a Kátia por manter pré-candidatura a Prefeita e não apoiar o projeto do PL com o nome de Salatiel, mas “a pedido”, segundo afirmou em entrevista à 98 FM.
Apesar de apoio do PL ao União Brasil na capital, o ex-senador José Agripino, presidente do partido no RN, sustenta que não interfere na decisão do diretório municipal para que haja uma retribuição e o União Brasil suba ao palanque do PL parnamirinense.
Ele classificou as exonerações como “ato de hostilidade” e acrescentou que a ação “expulsa” Kátia Pires do convívio do prefeito. O líder do União assevera que a vice-prefeita tem autonomia para conduzir os caminhos do partido na cidade.
“Em Parnamirim, o União Brasil segue orientação de sua fundadora e comandante eleita. Ela não foi nomeada, foi eleita numa convenção”, enfatizou José Agripino. Já a vice-prefeita negou à mesma emissora que seu grupo tenha pedido as exonerações.
Paulinho Freire e Benes Leocádio podem anunciar apoio ao comunicador Salatiel nos próximos dias
Segundo Taveira Júnior, há maior chance de a bancada federal apoiar a candidatura de Salatiel, e que os novos apoios deverão ser oficializados nos próximos dias.
“O partido hoje tem dois deputados estaduais e tem dois deputados federais. Tudo indica que vamos ter um deputado estadual e dois deputados federais apoiando a candidatura de Salatiel em Parnamirim, se encaminha para isso. O partido tomando outra decisão, a gente tem a maior parte apoiando a candidatura de Salatiel e o partido indo para a oposição é ruim para o União Brasil”, anuncia.
O parlamentar está em Brasília acompanhando o pai na Marcha dos Prefeitos e tem aproveitado a estada para reuniões nos gabinetes dos co-partidários. Esteve reunido com Benes Leocádio e com Paulinho Freire, que tem o apoio do PL em Natal, mas que ainda não assegurou o apoio em Parnamirim.
“Eles não estão definidos exatamente, mas Benes, como foi feito uma dobradinha em Parnamirim, deve caminhar com o candidato do prefeito e Paulinho do mesmo jeito”, afirmou, se referindo a parceria de 2022 entre eles.
A vereadora Camila Araújo resolveu se explicar sobre boatos que supostamente seriam sobre ela e que circularam em blogs e redes sociais desde a última sexta-feira (17) e durante o fim de semana. Sem citar o nome dela diretamente, circulou que o marido da parlamentar seria homossexual e teria um relacionamento extraconjugal. Colocando-se como vítima de uma notícia falsa, a vereadora afirma ao Diário do RN que seu passado de “maconheira” a ajudou a ter “maturidade para sobreviver a uma situação como essa”.
“Quando eu digo isso, me refiro a essas pessoas que tentam me paralisar com essas notícias mentirosas, mas meu lombo é grosso, sou passada na casca do alho, tenho um passado e um passado muito forte, só quem sabe o que se experimenta no mundo das drogas sabe o que se passa e se experimenta lá”, afirmou.
A parlamentar explicou, ainda, que trazer o assunto à tona na sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira (20) não fez com que o assunto aumentasse de proporção porque, segundo ela, já estava com uma “proporção gigante” e tinha atingido o segmento evangélico, ao qual ela atende.
Para ela, esta é mais uma perseguição sofrida pela sua atuação cristã e conservadora: “Vamos supor que realmente seja verdade, então eu sou vítima duas vezes. Eu teria sido vítima de um suposto adultério e agora vítima porque a lacração está vindo toda em cima de mim. É uma mulher que supostamente foi vítima, mas que agora ela é uma hipócrita. Então as pessoas estão achincalhando mesmo a minha imagem, vilipendiando a imagem de uma mulher que é mãe, que é parlamentar, que representa o segmento evangélico”, protesta.
Em sua defesa, a vereadora critica, ainda, o movimento feminista que, segundo ela, só atende a uma parte das mulheres.
“O movimento feminista, que diz que defende mulheres, né? Estamos todas unidas, uma não larga mão da outra, tá. Mas se essa é da corrente de direita e conservadora a gente deixa realmente ser achincalhada e vilipendiada, não tem problema. Então aí eu faço essa reflexão até porque não é a primeira vez que eu sofro qualquer tipo de ataque pela minha fé”, completa.
Após período de resistência do deputado federal General Girão (PL) sobre o apoio de Rogério Marinho (PL), líder do PL no Rio Grande do Norte, a pré-candidatura de Paulinho Freire (UB) à Prefeitura de Natal, o parlamentar anunciou a retirada de sua pré-candidatura a majoritária na capital e oficializou apoio ao nome do União Brasil. Declaração foi feita em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (20), em seu gabinete, em Natal.
Entre os motivos citados para sua decisão, o deputado mencionou “conversas com Rogério Marinho” e a constatação de que sua candidatura seria isolada, caso levasse à frente o projeto.
“Nós construímos um trabalho e, nessa última eleição liderada pelo senador Rogério Marinho, nós fizemos uma base muito forte aqui. Temos uma base política bastante forte. Mas, mesmo assim, nós identificamos, o senador Rogério Marinho liderando esse trabalho, que para fazer o apoio aqui para Natal, para fazer uma composição em Natal ou uma candidatura própria, nós pensamos em, claro, unir forças”, explicou.
Girão, ao lado do deputado Sargento Gonçalves, discordaram do presidente partidário sobre o apoio em Natal. Entretanto, diferente do colega parlamentar, Girão não defende mais o lançamento de uma candidatura própria pelo bolsonarismo potiguar.
Quando perguntado pelo Diário do RN, sobre as razões para mudanças de planos e como avalia o posicionamento do deputado Sargento Gonçalves de não acompanhar o partido, Girão declarou que foi o melhor caminho a ser traçado e que cada um tem sua visão individual da situação: “Entendemos que essa pré-candidatura nossa seria uma pré-candidatura isolada, e que devíamos buscar a união. Cada um tem a sua vida, cada um tem a sua experiência e cada um age como quiser”, afirmou Girão.
O deputado federal também avaliou a liderança da pré-candidatura de Carlos Eduardo. Para ele, não há coerência: “Vocês sabem muito bem, basta procurar na internet aí, nós já fomos para uma campanha política juntos, e naquela oportunidade ele se mostrou de um jeito, e agora ele está se mostrando de um outro jeito. Agora não, nas últimas campanhas ele se mostrou de outro jeito. É aquilo que a gente diz, né? Nós precisamos ter coerência de atitudes”.
O senador Rogério Marinho não esteve presente, mas foi representado pelo Brigadeiro Carlos Eduardo. Falando à Paulinho e Joanna Guerra, ele declara que o apoio de Girão consolida um momento importante para os bolsonaristas: “Essa bolha bolsonarista que nós temos, que é representativa, importante, ela (a candidatura de Paulinho) busca essa bolha. Tenho certeza que encontrarão em você e na Joana, para juntos podermos caminhar. E essa bolha, você sabe que quando a bolha é barulhenta, ela é voluntária, é barulhenta e ela chega na hora realmente, que tem que chegar”, disse ele destacando que esse foi o recado que “o senador pediu para transmitir”.
Já Paulinho Freire frisou a parceria e o acordo entre ele e Girão. Os valores conservadores também foram defendidos pelo candidato do União Brasil.
“Nós tínhamos conversado há muito tempo, que ou ele me apoiaria ou eu apoiaria ele, até porque eu teria um prazer muito grande se ele fosse o candidato e eu votaria com toda tranquilidade por sua história, pelo seu passado, por defender princípios e valores que eu também defendo. Então é um apoio que chega numa hora para se somar, além do apoio do prefeito Álvaro Dias, importantíssimo, o Girão chega agora para a gente engrossar ainda mais nossas filendas e vamos tomar as ruas de Natal levando a nossa mensagem e levando principalmente a mensagem de que as obras terão continuidade”, afirmou.
Sargento Gonçalves mantém defesa de candidatura própria do PL em Natal
Com o novo posicionamento de Girão, o Sargento Gonçalves passa a ser o único nome do PL a se declarar oficialmente contra a decisão do seu partido e do seu líder partidário, Rogério Marinho, sobre a sucessão na capital potiguar.
Após o anúncio do colega, o parlamentar, através de sua assessoria de imprensa, informou que ele permanece na defesa de uma candidatura própria que represente o bolsonarismo em Natal. Em reportagem publicada no Diário do RN em 09 de maio, o deputado desafiou Rogério Marinho e falou que, atualmente, não “tem a mínima pretensão de apoiar o projeto de Paulinho Freire (UB)”. Para ele, não existe ainda candidatura posta, só depois das convenções.
“Na política não podemos descartar possibilidade, mas hoje não tenho a mínima intenção de apoiar o projeto. Continuo defendendo a ideia que o PL deve apresentar uma opção para Natal.
Continuo com a opinião que Paulinho não representa a direita, nem de longe”, disse o deputado na ocasião.
O parlamentar chegou a afirmar, ainda, que sua posição “clara” acontece com “todo respeito” a Rogério e que até as convenções as definições podem mudar. “Agora, quando as peças estiverem postas no tabuleiro, tomarei a decisão de quem apoiarei”.
Questionado pela reportagem, após a definição de Girão, sobre ofício supostamente divulgado por Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, sobre proibição dos integrantes apoiarem projeto diferente do definido pelo partido na eleição municipal, o deputado não enviou resposta até o fechamento da edição.
A coletiva que marcou a retirada de pré-candidatura do General Girão (PL) a prefeito de Natal e o consequente apoio do deputado federal ao nome de Paulinho Freire (UB) teve a presença do ex-senador José Agripino, presidente do União Brasil no RN. Agripino não esteve no anúncio de apoio do prefeito Álvaro Dias (Republicanos), mas dessa vez, segundo ele, a “participação de forças da direita é valorizada no limite máximo pelo União Brasil, que é um partido de centro”.
Nesta segunda-feira (20), em resposta à imprensa, Agripino afagou o PL, de Natal: “A participação de forças expressivas como a da direita do general Girão, do senador Rogério Marinho, do coronel Hélio, do brigadeiro Cadu, me permita dizer com intimidade, é valorizada no limite máximo pelo União Brasil, que é o partido de centro. Paulinho vai fazer a campanha do Centro Democrático.
Quem for de esquerda, toma o rumo da esquerda. Centro significa apoio à direita com muito orgulho e tem candidato, quem for de centro vai votar em Paulinho Freire. Em nome da continuidade, da não interrupção de coisas que vem trazer geração de emprego e renda para as pessoas”, disse.
A parceria, no entanto, não se repete na vizinha Parnamirim. Mesmo com o apoio do PL à pré-candidatura do União Brasil na capital, na terceira cidade do RN Agripino não transpareceu nenhum movimento a fim de solucionar o racha interno dentro do seu partido e retribuir o apoio do Partido Liberal, oficializando a presença no palanque de Salatiel de Souza.
Diante do racha interno, Salatiel, ex-União Brasil, se filiou ao PL no final do prazo eleitoral com o apoio do prefeito Rosano Taveira (Republicanos) a sua pré-candidatura a prefeito. O deputado estadual Taveira Junior, filho do gestor de Parnamirim, é do União Brasil e também um dos articuladores do arco de alianças em torno de Salatiel, que reúne PL, Republicanos e, agora, PSDB. Mesmo assim, dividido, o partido de Agripino tem a pré-candidatura a majoritária da vice-prefeita Kátia Pires (UB).
Diferente de Parnamirim, em Natal, Agripino defende que a pré-candidatura de Paulinho Freire e Joanna Guerra representam valores defendidos pela direita. Segundo ele, esses são os interesse reais da população natalense.
O presidente do União Brasil disse ainda que o apoio de Girão e do PL ao projeto do União Brasil é corajosa” e será valorizada depois da campanha eleitoral.
Ele se dirigiu ao General Girão e os membros do PL: “É um apoio que será valorizadíssimo durante a campanha e depois da campanha, porque é importante que vocês participem de uma gestão voltada para o interesse real da população. E Natal é uma cidade que valoriza a igreja evangélica, a seriedade dos militares, o que vocês representam e Girão traz voluntariamente, corajosamente, esse apoio no início de campanha, no momento em que Paulinho ainda não é, ainda não é, ponteiro. E isso valoriza ainda mais a posição de vocês. A posição corajosa. Quem chega primeiro será valorizado, sem sombra de dúvida”, completa.