Denúncia anônima revelou restos de cachorros e galinhas no quintal do imóvel em Santa Tereza, em Parnamirim
No bairro de Santa Tereza, em Parnamirim, a vizinhança não quer falar sobre o assunto. O proprietário do imóvel estaria preso e a companheira ainda não foi localizada após as denúncias sobre maus tratos a animais no imóvel que funcionava como um canil clandestino.
Na manhã da quarta-feira (14), a organização não governamental (ONG) Instituto Senhores Patas, publicou em redes sociais imagens fortes. Vários animais mortos, provavelmente vítimas do abandono, com fome e sede. Um verdadeiro cenário de horror que, misteriosamente, foi apagado.
Na manhã desta quinta-feira (15), protetores e veículos imprensa retornaram ao local e encontraram a casa abandonada sem qualquer resquício dos restos de animais registrados no dia anterior. Em uma caixa de plástico, entre panos e folhagens, apenas uma pequena tartaruga.
A situação revoltou a presidente-fundadora do Instituto Senhores Patas, Luciene Lima de Azevedo: “É revoltante, eles tiraram todas as provas, porque tiveram tempo para isso. A gente sabe que a justiça é lenta e que cada dia mais se decepciona. O que a gente viu aqui ontem foi um cenário de horror, e nós e a polícia temos as provas de como estava antes, mas infelizmente tiveram tempo para vir aqui e limpar tudo” afirmou ela.
A descoberta do local foi feita através de denúncia anônima recebida pela Guarda Municipal de Parnamirim, que em seguida contatou o Instituto Senhores Patas para resgatar os animais que poderiam estar abandonados no local. A ação contou com apoio da Polícia Militar e Polícia Ambiental, mas ao chegarem ao canil na quarta-feira (13), os policiais se recusaram a entrar, alegando que não tinham ordem judicial para isso. Para a advogada Juliana Rocha, pós-graduada em direito ambiental e ativista, essa foi uma conduta equivocada das forças policiais:
“Claramente estavam diante de um crime cuja pena mínima é de dois anos de prisão. A situação de flagrante delito autorizava a entrada na residência. Em razão dessa demora na atuação das forças de segurança acabou se perdendo provas. Um prejuízo inestimável para a causa animal em busca da punição de culpados”.
As investigações ainda devem determinar a autoria dos crimes. Mas, no interior da casa, existiam muitas fotos e documentos que levam ao casal Hélio Jr. e Anna Celly Xavier da Silva Pedroza.
A protetora Luciene Lima, falou que não irá descansar enquanto a justiça pelos animais vitimados não for feita: “Com certeza, tem mais animais com eles. A gente vai achar e o responsável por isso não vai ficar sossegado”.
APELO
Revoltada com a situação encontrada no canil clandestino, a presidente fundadora do Instituto Senhores Patas, Luciene Lima de Azevedo, fez um apelo: “Parem de comprar animais se você não sabe de onde eles vêm. Compre se você tem certeza de que aquele animal não está sendo explorado, sustentando gente que não quer trabalhar. Por favor, antes de comprar um animal exija ver pessoalmente o local onde eles ficam. Porque quanto mais as pessoas compram, mais acontecem episódios como esse” finaliza Luciene.