Iniciando 2025 em plena reestruturação, o Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), organização privada sem fins lucrativos financiada por empresas do setor de energia e recursos naturais, espera coroar a nova fase com uma ampliação do apoio de Estado e Municípios para impulsionar projetos de geração de energia no Rio Grande do Norte. Entre as novas medidas, a instituição está criando um Conselho de Mantenedores que será presidido pelo fundador do grupo, o ex-presidente da Petrobras e ex-senador pelo RN, Jean-Paul Prates.
O CERNE é o mais importante centro de pensamento estratégico empresarial do Norte-Nordeste do Brasil, tendo atuação multisetorial, e favorecendo o desenvolvimento socioeconômico e da exploração sustentável dos recursos naturais e energéticos da região. Sediada em Natal, a entidade tem como missão promover a articulação e a integração entre instituições, acadêmicos, cientistas, empresas e governos para a exploração socioeconômica responsável dos recursos naturais e energéticos, visando a sustentabilidade e a eficiência dos recursos.
Na etapa que se inicia, o CERNE faz uma alteração da área de trabalho, focando no Brasil Equatorial – região que abrange os estados da porção setentrional do país, desde o Rio Grande do Norte até o Amapá – e estabelecendo escritórios em Teresina, no Piauí, e em Fortaleza, no Ceará, além de pontos de apoio em Brasília e em São Paulo. O direcionamento para região Equatorial se dá pelo destaque dessa porção do país tanto na geração de energia renovável terrestre quanto no elevado potencial para geração de energia offshore.
No âmbito da governança, a formação do Conselho de Mantenedores se dará por representantes das empresas que financiam a entidade, liderados por Jean Paul Prates, presidente desse conselho, e marcará uma nova etapa de alinhamento estratégico entre o CERNE e os Comitês de Orientação Estratégica (COS) das empresas mantenedoras. Darlan Santos segue como Diretor-Presidente, Edmilson Cinquini será o Diretor Financeiro, e Thiago Medeiros ocupará o cargo de Diretor de Relações Institucionais.
De acordo com Darlan Santos, para 2025, a expectativa é ampliar o apoio do governo do RN e de Municípios que contemplam projetos de geração de energia e áreas afetadas. “Essa mesma ação será feita nos estados que contém uma sede do CERNE, além de apoio nas discussões regulatórias em Brasília. Destacam-se as comissões criadas para tratar de temas como impactos socioambientais e econômicos, o desenvolvimento dos projetos offshore, recursos hídricos entre outros”, disse.
O diretor-presidente afirmou que, no ano passado, apesar de ter sido dada continuidade aos projetos em execução no RN, o comprometimento do retorno financeiro dos projetos devido ao chamado “Curtailment” – a limitação da geração de energia – foi uma pauta destaque para o setor. “Os cortes se referem a solicitações para paradas de geração devido à sobrecarga na rede.
Essa ação tem comprometido o retorno financeiro dos projetos, sendo pauta de resolução pelo agente regulador”, afirmou.
PRINCIPAIS PROJETOS
Além do apoio ao desenvolvimento do ambiente de investimento para as empresas que se instalaram no RN, o CERNE tem entre os principais trabalhos desenvolvidos no estado o Projeto do Novo Porto de Natal – Porto Potengi. A iniciativa foi apresentada pela primeira vez após uma chamada nacional lançada pelo Governo Federal para a atualização do programa de logística. Ao perceber que o RN não tinha propostas nesse sentido, o CERNE apresentou um projeto visando modernizar a estrutura do porto de Natal e a criação de um parque ecológico para preservação da área do entorno.
Outro projeto destaque visa a produção de hidrogênio verde no estado, em apoio CPFL Renováveis, com a implantação de unidade piloto no Rio Grande do Norte. De acordo com o Centro, o estado se colocou como possível HUB de atuação na cadeia verde de hidrogênio, tanto na produção e escoamento para o mercado interno e externo.
A instituição atuou ainda em um projeto na área de segurança hídrica, atendendo mais de 3000 pessoas na região do município de João Câmara com “o maior sistema de dessalinização do país para fins sociais”, segundo informações da CERNE. O trabalho se deu junto à empresa STATE GRID/CPFL Renováveis.