Confira na íntegra:
1.AVALIAÇÃO DO GOVERNO BOLSONARO SEGUE EM QUEDA.
Embora a interrupção no recesso do funcionamento da CPI da Covid, a maior velocidade da vacinação contra a Covid e o bom desempenho do Brasil na Olimpíada de Tóquio tenham diminuído o volume do noticiário negativo, o mau humor da opinião pública face ao governo não diminuiu. Ao contrário, sua avaliação positiva (O/B) recuou para 23% ( era 25% em julho) e a negativa (R/P) avançou de 52% para 54%.
No mesmo período, a aprovação do presidente caiu de 31% para 29%, mantendo-se a desaprovação em 63%. É a avaliação mais baixa e a primeira vez que a aprovação é inferior a 30% desde o início das medições desse mandato.
2.VACINAÇÃO ACELERADA PREMIA GOVERNADORES E PREFEITOS.
Com a intensificação do processo de imunização da população, a avaliação positiva dos governadores e prefeitos, especificamente quanto ao seu desempenho no enfrentamento da pandemia, deu um salto do mês passado para cá. Indo de 36% para 43% no caso dos gestores estaduais e de 45% para 55% nos municipais. Diferentemente, a do presidente Bolsonaro oscilou negativamente um ponto ( de 22% para 21%).
3. ANTES MESMO DO RELATÓRIO DA CPI, MAIORIA EXPRESSIVA ACREDITA NAS DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO.
57% crêem no envolvimento do governo e de alguns de seus membros contra 29% que não. Percentuais que praticamente coincidem com os da aprovação ao funcionamento da CPI: 57% versus 31% que desaprovam a atuação da mesma. A Comissão continua atraindo a atenção de grande parte do público: 67% dizem que têm acompanhado seus trabalhos.
Os dados revelam que nela, até o momento, os oposicionistas e os que se autodenominam “independentes” continuam ganhando por larga margem a batalha da comunicação.
Ao fundo, um número que revela como as mortes da pandemia se aproximaram de cada pessoa: 74% dos brasileiros perderam até agora, para a Covid, pelo menos um parente, amigo ou colega.
4.VOLTA A CRESCER A PERCEPÇÃO DE QUE “A ECONOMIA ESTÁ NO CAMINHO ERRADO”.
Depois de retroceder desde abril, a avaliação negativa da economia do país volta ao patamar de 63%, contra 27% que manifestam
a opinião de que ela está no “caminho certo”. No mês de julho eram, respectivamente, 59% contra 29%.Observe-se que, segundo a pesquisa, 66% já tinham conhecimento do “Auxilio Brasil”, associado na pergunta ao presidente Bolsonaro e acompanhado da informação de que seu valor seria “pelo menos 50% maior que o atual Bolsa Família”.
5.ELEIÇÃO 2022:BOLSONARO PERDERIA NO 2º TURNO PARA QUALQUER DOS ADVERSÁRIOS.
Como já comentei várias vezes, faltando tanto tempo para uma eleição na qual o incumbente é candidato, a avaliação do governo, a aprovação do presidente, a avaliação da economia, e nessa conjuntura também a avaliação do governo em relação à pandemia, são variáveis mais relevantes para nos ajudar a conjecturar o que poderá ocorrer ano que vem do que as “ intenções de voto” , sobretudo as “estimuladas”, com listas de possíveis candidatos que carregam grande desigualdade no seu nível de conhecimento pelo eleitorado.
O avanço das atitudes negativas em relação ao governo e ao presidente Bolsonaro leva a que, pela primeira vez, seja ultrapassado por todos os seis nomes testados num hipotético segundo turno contra ele: Lula, Ciro Gomes, Sérgio Moro, Mandetta , João Doria e Eduardo Leite.
6. AUMENTA A CHANCE DE UMA TERCEIRA VIA?
A eventual consolidação do cenário apontado acima – com a constatação de que Bolsonaro não teria condições de impedir nas urnas a retomada do poder pelo PT, seja com o ex- presidente Lula, seja com outro nome do partido apoiado por ele – poderá acelerar a coordenação de uma alternativa capaz de representar o centro – direita com maiores chances de vitória. O que levaria a um esvaziamento ainda maior do apoio a Bolsonaro no campo eleitoral e/ou até ao reembaralhamento pragmático das cartas no campo da política.
Assista entrevista: