No conhecimento popular o girassol representa luz, vitalidade e simboliza a energia que emana do sol. Mas, agora, a flor se torna também um símbolo anticapacitista e atrelada a um cordão, se torna representativa de uma causa, assegurada por lei de nº 14.624, sancionada em 17 de julho, que formaliza o uso do cordão de girassol como identificação de autismo e deficiências ocultas, aquelas que não podem ser identificadas de imediato, como a surdez, autismo e algumas deficiências intelectuais.
O objetivo da nova lei é a garantia e suporte aos direitos que essas pessoas precisam, como atendimento prioritário ou em situações de emergência.
Eridan Paulino, 44, administradora de uma Unidade de Saúde Pública em Natal, afirma que o colar de girassol é mais uma forma de apoio às crianças e adultos atípicos: “É mais uma ferramenta a favor dos nossos filhos e filhas. Mas precisa que a sociedade conheça o real significado e que realmente possamos ser prioridades em todas as situações”.
A filha de Eridan, a adolescente Anne Eloah de 15 anos, desde os 5 estava sendo acompanhada por profissionais de saúde que investigavam o quadro clínico dela, mas somente aos 14 anos, Anne foi diagnosticada com o Transtorno de Espectro Autista (TEA).
Anne já usava o cordão de girassol antes mesmo do direito assegurado por lei, que já era usado em outros países e alguns municípios brasileiros. Eridan acredita que o cordão de girassol é mais uma forma de inclusão no debate anticapacitista, que nos dias atuais, com as redes sociais é uma temática bastante abordada. Ela coloca em perspectiva que apesar de tantas questões que precisam ser aprimoradas na sociedade, as deficiências vêm sendo cada vez mais debatidas: “Quando a gente volta um pouco na história, não se falava em autismo ou em deficiências porque essas pessoas eram escondidas pela família e internadas, exterminadas da sociedade. Hoje elas têm o direito de estarem inseridas na sociedade como parte dela, não as escondemos mais”.