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DANIELA BEZERRA É A HOMENAGEADA DA 8ª CONFERÊNCIA DOS DIREITOS HUMANOS

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A manhã desta terça-feira (7) foi marcada pela abertura da 8ª Conferência Estadual dos Direitos Humanos do Rio Grande do Norte, que aconteceu auditório do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA), em Natal. O evento, que reuniu autoridades, entre elas a governadora do Estado Fátima Bezerra, representantes da sociedade civil, do poder público e de movimentos sociais de diversas regiões do estado, prestou homenagem póstuma à psicóloga e militante Daniela Bezerra Rodrigues, que faleceu em agosto deste ano, aos 50 anos, e deixou um legado de atuação na defesa das populações vulneráveis e na promoção da justiça social.

A solenidade foi aberta com o discurso da professora e psicóloga Isabel Fernandes, do curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), orientadora de Daniela durante o mestrado. Em tom de respeito, Isabel iniciou o discurso destacando a relevância do momento e o simbolismo de recordar o nome da mulher cuja trajetória se confunde com a própria história dos Direitos Humanos no Estado, segundo ela.

“Em tempos de radicalização do ódio e de intolerância à diferença, defender direitos humanos é defender a vida de milhares de pessoas que não encontram outras possibilidades de existência sem a nossa atuação”, afirmou Isabel, emocionando o público. “Hoje homenageamos uma dessas pessoas que partiu precocemente, mas deixou marcas indeléveis: a psicóloga Daniela Bezerra Rodrigues. A ausência de Daniela preenche a vida de todas as pessoas que tiveram sua presença, sentiram seu afeto, partilharam suas lutas”, relembrou emocionada.

A professora continuou o discurso falando sobre a luta incansável de Daniela, mesmo diante da enfermidade da qual foi acometida. “Mesmo lutando bravamente por sua saúde, nunca deixou de debater, propor, ouvir as pessoas que continuaram a lhe procurar. Então a melhor e maior homenagem a sua trajetória é que continuemos o seu legado, como toda a humanidade que lhe era inerente, com toda a sua ousadia e, por fim, com todo o seu compromisso, para além de si própria, com uma sociedade mais justa e verdadeiramente humana”, finalizou.

A governadora Fátima Bezerra também proferiu homenagem à psicóloga e militante: “O nome de Daniela Bezerra Rodrigues, por si só, já diz muito sobre o sentido deste encontro. Por tudo o que Daniela representou e pelo legado que deixou, ela se destacou como uma mulher de coragem, uma profissional de ética irretocável e uma militante incansável na defesa dos direitos humanos.

A governadora reforçou ainda que “Daniela foi psicóloga, pesquisadora e gestora pública, e seu legado continua inspirando aqueles de nós que têm compromisso com a democracia, servindo de exemplo para as gerações presentes e futuras, ressaltou.”

O presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania do Rio Grande do Norte (COEDHUCI/RN), Jan Varela, também destacou a relevância da atuação de Daniela. Segundo ele, a militante “dedicou-se fervorosamente à defesa dos direitos sociais dos grupos mais vulneráveis, incluindo pessoas em situação de rua, jovens, mulheres e a população negra. Os cidadãos do Rio Grande do Norte nutrem profundo respeito por Daniela, lembrando-a com carinho como uma figura singular na consolidação das políticas de Direitos Humanos no Estado”, disse o presidente em tom de homenagem.

Autoridades do Estado, familiares e amigos de Daniela Bezerra estiveram presentes durante a homenagem – Foto: Reprodução

Com uma vida dedicada aos Direitos Humanos, se tornou referência na área

A psicóloga Daniela Bezerra Rodrigues deixou um legado marcante no campo dos direitos humanos e da psicologia social. Mestre em Psicologia pela UFRN, foi uma das profissionais mais atuantes na defesa de crianças, adolescentes e populações em situação de vulnerabilidade.

No início da carreira, coordenou o Programa de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto, o primeiro do gênero em Natal, e, em seguida, integrou o Centro de Atendimento às Vítimas de Violência da Coordenadoria de Direitos Humanos e Defesa das Minorias (CODEM). Também foi membro do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (2017–2019), coordenadora técnica do Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) e, mais recentemente, coordenadora estadual do Programa Fazendo Justiça, do PNUD/ONU, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério da Justiça.

Daniela foi, ainda, presidente do Conselho Regional de Psicologia do RN (CRP-17) entre 2016 e 2019, período em que promoveu debates e ações voltadas à construção de uma psicologia ética e socialmente comprometida. Na UFRN, foi uma das fundadoras do Observatório da População Infantojuvenil em Contextos de Violência (OBIJUV), grupo de pesquisa e extensão que hoje é referência na área.

8ª Conferência Estadual dos Direitos Humanos
Realizada após nove anos de intervalo, a 8ª Conferência Estadual dos Direitos Humanos mobilizou mais de 20 cidades potiguares, cinco conferências livres e uma regional no Seridó, tornando-se um espaço democrático de escuta e formulação coletiva.

Em sintonia com a 13ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos, marcada para dezembro, o evento estadual adotou o tema “Por um Sistema Nacional de Direitos Humanos: consolidar a democracia, resistir aos retrocessos e avançar na garantia de direitos para todas as pessoas”. O encontro reforça a importância do fortalecimento do Sistema Estadual de Direitos Humanos, que articula conselhos, gestores e movimentos em defesa da vida, da liberdade e da igualdade.

Durante a abertura da Conferência, a secretária de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (SEMJIDH), Júlia Arruda, ressaltou a relevância do reencontro entre Estado e sociedade civil.

“Depois de nove anos, o Rio Grande do Norte volta a ter esse espaço de diálogo e escuta qualificada junto aos movimentos sociais e conselhos. Foram 23 municípios mobilizados, conferências livres e regionais que trazem temas essenciais para enfrentarmos ataques e retrocessos à dignidade e aos direitos humanos. Cada cidadão deve encontrar os direitos humanos em todas as áreas – na escola digna, no atendimento à saúde, na assistência social”, afirmou.

A secretária destacou ainda o caráter intersetorial da


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