
A presidente do PT no Rio Grande do Norte, Samanda Alves, afirmou que a tentativa do deputado Coronel Azevedo (PL) de transformar a defesa da UERN, do Judiciário e do serviço público em “pauta de esquerda” é uma distorção que revela a postura ideológica da extrema direita. Para ela, essas agendas não deveriam ser classificadas como progressistas, mas como compromissos mínimos de qualquer gestor público.
“Defender a UERN ou respeitar o Judiciário é cumprir o básico do que se espera de qualquer gestor republicano, não é ser de esquerda”, disse Samanda ao Diário do RN, em reação à fala de Azevedo. Em entrevista recente ao Diário do RN, o deputado estadual apontou semelhanças entre o discurso do prefeito Allyson Bezerra (UB), crítico de propostas atribuídas a Rogério Marinho, e o posicionamento ideológico do campo governista.
Samanda fez questão de desvincular o prefeito de Mossoró da esquerda. Para ela, a fala é um erro de interpretação. “Tentar apresentar Allyson como alguém da esquerda não se sustenta na prática. Política não se define por frase dita em entrevista, mas por projeto, coerência e escolhas concretas. E todos no Rio Grande do Norte sabem quem esteve e quem não esteve ao lado da UERN, do serviço público e da democracia quando foi preciso”, declarou.
A presidente do partido de Fátima Bezerra (PT) também rebateu a tese de divisão interna no campo progressista.
“A esquerda poucas vezes esteve tão unida em nosso Estado. O que existe é um campo democrático plural, vivo, com partidos que dialogam. Isso é próprio da política”, afirmou, citando a candidatura de Cadu Xavier (PT) ao governo e o alinhamento nacional com o presidente Lula (PT).
Logo após Samanda, o vereador Daniel Valença (PT-Natal) reforçou o entendimento de que a reação de Azevedo revela o distanciamento da extrema direita em relação às políticas públicas essenciais. “No momento em que Coronel Azevedo diz que defender a UERN é pauta de esquerda, ele prova que a extrema direita é contrária aos interesses populares. A UERN já formou 60 mil pessoas, 80% oriundas de escola pública. Ele não ataca a esquerda, ataca o povo. O povo precisa de educação pública, da creche à universidade, para se desenvolver como ser humano e profissional. A fala dele repete uma lógica elitista que tenta desacreditar instituições que servem às maiorias”, disse.
As falas de Samanda e Daniel respondem às declarações de Azevedo após Allyson Bezerra criticar propostas atribuídas a Rogério Marinho, como reduzir repasses ao Judiciário, demitir servidores e vender ou fechar a UERN, classificando-as como “soluções mágicas”. Azevedo, por sua vez, afirmou que a esquerda estaria “dividida” entre as pré-candidaturas de Cadu e Allyson, apoiado pela senadora Zenaide Maia, vice-líder do governo Lula no Senado.