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DEPUTADO DO PSDB FAZ SEVERAS CRÍTICAS À GESTÃO E DIZ NÃO ACREDITAR NA REELEIÇÃO DE FÁTIMA BEZERRA

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Deputado do RN dispara contra Fátima: “Mal educada, incompetente e não sabe  ler porque nunca deu aula”; VEJA VÍDEO - Rádio 98 FM Natal
Deputado estadual José Dias (PSDB) – Foto: João Gilberto / ALRN

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) já foi considerado um partido de esquerda, atuou como centro-esquerda e hoje, entre os seus integrantes há que o considere atuando como entidade política de centro-direita e até de direita. Tem avaliação para todos os gostos. A verdade é que o PSDB sempre atuou como o principal antagonista do PT – Partido dos Trabalhadores, de esquerda.

Se é de esquerda, de centro ou de direita, a verdade é que aqui no Rio Grande do Norte, o PSDB se aliou na última eleição de 2018 ao PT da então senadora Fátima Bezerra que disputou o Governo do Estado, em segundo turno, com o candidato do PDT, então considerado de esquerda, de Carlos Eduardo.

Sendo aliado da eleita governadora Fátima Bezerra, obviamente, o PSDB passaria a ter cargos na gestão e partilhar com os seus deputados, em número de 5, que assumiram a Assembleia Legislativa e dariam sustentação ao governo, certo? Errado.

O PSDB elegeu os deputados Ezequiel Ferreira de Souza, Raimundo Fernandes, Gustavo Carvalho, Tomba Farias e José Dias. Desses cinco deputados, apenas o presidente da Assembleia e o ex-bigodão Raimundo Fernandes são governistas de carteirinha. O dono da Destaque (Gustavo), o fervoroso Tomba e o empresário Zé Dias não andam muito satisfeitos com o governo da preferida do PT aqui no RN. Parece um partido político partido ao meio e, por isso, não se sabe, ainda, qual a tendência do PSDB na próxima eleição, quando a irmã de Tetê vai disputar a sua reeleição.

A editoria do www.blogtuliolemos.com.br entrevistou o decano da Assembleia Legislativa José Dias, com nove mandatos, oriundo do PMDB e com passagem pelo PSD. Encaminhou as perguntas pertinentes ao momento, e ele nos respondeu, assim:

P. Como o senhor analisa esses 2 anos e meio da gestão Fátima Bezerra?

R. Como já disse repetidas vezes – e, infelizmente, ainda não encontrei motivos para mudar de opinião – a gestão da governadora Fátima Bezerra pode ser resumida, sem exagero, num só adjetivo: péssima. A gestão é péssima, o governo é péssimo, e acredito que há uma causa estranha, que poderia até ser atribuída a uma “genética política”, caso existisse tal condição na ciência: o DNA do partido da governadora foi corrompido ao tentar colocar em prática seus ideais fantasiosos de outrora. O PT já se mostrou incapaz de bem gerenciar o que é do povo, a não ser pelo proselitismo político, pela mera politicagem.

Não é necessário fazer nenhuma análise mais profunda: é o próprio governo que não tem o que mostrar para a sociedade que, iludida, votou em alguém que não honrou a esperança nela depositada, e já a partir dos primeiros seis meses fez com que todos se arrependessem pela escolha equivocada.

P. O senhor, além de político é também empresário. Na gestão de Fátima Bezerra, o RN tem retomado o seu desenvolvimento econômico? Em qual setor o governo petista tem se destacado?

R. Desconheço. Os únicos investimentos feitos em nome do governo Fátima, na verdade foram feitos com recursos vindos do governo federal, o que é uma grande ironia para quem se considera de oposição a quem hoje está no poder maior da República.

A Transposição do São Francisco, a Barragem de Oiticica, além de outros investimentos que estão acontecendo ou por acontecer na Habitação, no Saneamento, nos Transportes, tudo isso vem de recursos federais. Já o boom observado há algum tempo em relação à energia eólica ocorre graças à iniciativa privada e ao financiamento do BNDES. O mesmo se observa no setor das Comunicações: em breve o estado terá 100% de cobertura digital e uma rede de fibras óticas interligará 12 municípios-polo, através dos projetos Digitaliza Brasil e Infovia Potiguar.

Não é preciso dizer que esses investimentos são parte da luta e do trabalho de dois ministros potiguares, realmente empenhados no desenvolvimento do nosso estado. Seria cômico se não fosse trágico, constatar que o governo do PT no Rio Grande do Norte tem como única boia de salvação quem considera ser seu maior inimigo e alvo constante de suas críticas.

P. O senhor faz parte dos políticos que entendem que a candidata Fátima Bezerra é imbatível na eleição para o governo do estado, no próximo ano?

R. Não me permito, no alto dos meus nove mandatos como deputado estadual, os delírios de viver num estado desconectado da realidade.

Por outro lado, a minha larga experiência ao menos me garante o benefício de acreditar que os eleitores norte-rio-grandenses, tal como os raios na natureza, não cairão no mesmo conto-do-vigário duas vezes seguidas.

P. O senhor consegue enxergar um nome com densidade eleitoral que enfrente o favoritismo de hoje da petista Fátima Bezerra?

R. Faltando mais de um ano para o pleito eleitoral, prefiro não me arriscar em apostas que, no momento, não fazem sentido algum, a não ser para quem pretende se reeleger na falta de um trabalho consistente a apresentar no tempo que falta para o fim do mandato.

P. O que o senhor espera da CPI, que vai apurar possíveis irregularidades nas contas da saúde, do governo estadual?

R. Justiça. Transparência. E, se for ocaso, a punição necessária.

P. Deputado, em determinado momento o senhor se disse incomodado com algumas atitudes de seu partido, o PSDB. O senhor continua incomodado, pretende deixar o PSDB? Qual o futuro político do deputado José Dias?

R. Realmente, o PSDB não tem correspondido às minhas crenças políticas e é possível, sim, uma mudança, bem como uma permanência. Digamos que estou, não em cima do muro que nunca foi o meu lugar, mas na iminência de pular para um lado ou permanecer onde estou, desde que atendidas algumas condições com a minha história.

O fato é que, desde sempre, estando no PMDB ou no PSD, em tenho votado no PSDB para presidente, mas devo dizer que gastei meu último cartucho com Geraldo Alckmin.

Quanto ao futuro político, a resposta é simples: tal como o poeta, vou aonde o povo do meu estado estiver precisando do meu trabalho, do meu compromisso.


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