Corte Eleitoral capacitou mesários e fez uma série de orientações sobre como auxiliar as pessoa com deficiência durante pleito
Em dois dias, teremos eleições gerais em todo o Brasil. Nachamada “festa da democracia”, as eleições deste domingo (2) decidirão quais pautas serão ouvidas no Rio Grande do Norte e no Brasil nos próximos quatro anos. Entre as minorias, a população que possui algum tipo de deficiência é uma das que mais precisam exercer o direito do voto.
Aos dois anos, o jornalista e influencer digital potiguar Fernando Campos foi acometido por retinoblastoma bilateral (câncer de retina) e passou por várias seções de quimioterapia. Apesar do tratamento, o tumor continuou a crescer, sendo necessária uma atitude drástica: os globos oculares de Fernando foram removidos e substituídos por próteses.
Apesar das adversidades e dos desafios causados pela deficiência, Fernando sempre teve o apoio familiar para superar as limitações causadas pela situação e viver uma vida de qualidade. Hoje, o influencer usa da deficiência para levantar a bandeira da inclusão e da importância do voto em suas redes sociais, onde possui mais de 120 mil seguidores.
Desde os 16 anos, ele participa das eleições e, para ele, exercer o voto é uma ferramenta fundamental para garantir o direito à inclusão e ao avanço da acessibilidade para deficientes de todo o Brasil. “Todos nós precisamos fazer valer esse direito. Eu estou sempre reivindicando o direito da pessoa com deficiência, e sobre as coisas que eu acredito que precisam mudar nesse sentido. O momento que nós temos para fazer isso valer é nas eleições”.
Pensando nos eleitores que possuem algum tipo de deficiência, o Tribunal Regional Eleitoral do RN (TRE/RN) divulgou uma série de direitos e orientações voltadas a esse público, ressaltando que o atendimento às pessoas com deficiência é prioritário. Entre eles, a garantia de seções com acessibilidade e a companhia de uma pessoa de sua confiança no local de votação, desde que não esteja a serviço da Justiça Eleitoral, de partido político ou coligação.
Ao chegar ao local de votação, o acompanhante deve ter o nome e os dados registrados na ata pelo presidente da Mesa. Caso necessite ou queira, o eleitor com deficiência visual também poderá votar em companhia do cão-guia e utilizar o fone de ouvido, que será liberado em função de cadastro na Justiça Eleitoral. Se o eleitor não estiver previamente cadastrado, ele deve entrar em contato com o “administrador de prédio” ou o coordenador de Acessibilidade para solicitar um fone de ouvido.
MESÁRIOS ORIENTADOS
Os mesários são orientados como auxiliar as pessoas com deficiência. Eles não devem, por exemplo, tocar na cadeira de rodas ou muletas sem a permissão do usuário e deve deixar os equipamentos próximos aos donos.
Com relação às pessoas com deficiência visual, o mesário deve se identificar, sem gritar e os informes sobre o teclado em Braile e o fone de ouvido devem ser feitos ali. Para auxiliar aqueles que têm deficiência auditiva, os mesários devem se posicionar à frente do leitor para facilitar a leitura labial. Eles devem falar baixo, serem expressivos, além de gesticular durante a comunicação.