Rubens Lopes deixa o cargo depois de outros delegados responsáveis por inquéritos contra o ex-ministro serem exonerados; divisão de meio ambiente também será realocada em coordenação com menos recursos
O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, decidiu tirar do cargo o chefe da Divisão de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, Rubens Lopes da Silva, informa Malu Gaspar em O Globo.
Maiurino já havia exonerado os delegados responsáveis pelos dois inquéritos que acusam o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles de favorecer madeireiras clandestinas que atuam na Amazônia.
Na chefia da sua divisão, Rubens Lopes deu sustentação aos inquéritos contra Salles, que nem chegaram a passar pelo crivo do diretor-geral da PF. Foi ele, por exemplo, que fez o contato com os investigadores americanos que constataram problemas de documentação no desembarque da madeira contrabandeada em um porto dos EUA.
Além de exonerar Lopes, a chefia da PF vai tirar a divisão de meio ambiente da Coordenação-Geral de Polícia Fazendária, que investiga crimes financeiros, e subordiná-la à área de repressão a crimes contra direitos humanos, que lida mais com questões indígenas na Amazônia.
Segundo a colunista do jornal carioca, na estrutura da PF, isso representa um rebaixamento, uma vez que a coordenação de direitos humanos tem menos recursos e uma equipe menor.
A direção da Polícia Federal, no entanto, afirma que a alteração tem como objetivo aumentar a eficiência das investigações.
*Informações do Antagonista.