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EVANGÉLICOS QUEREM QUE MENDONÇA DEIXE POLÊMICAS PARA DEPOIS DAS ELEIÇÕES DE 2022

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Foto: Coluna Guilherme Amado


Parlamentares evangélicos sugeriram ao novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça que deixe para se posicionar sobre temas polêmicos na Corte somente em 2023. Ou, ao menos, até passar as eleições presidenciais de outubro de 2022.

Apesar de ressaltarem confiar nas decisões de Mendonça e que ele é “100% alinhado” aos valores evangélicos, aliados dele avaliam que será melhor para Jair Bolsonaro que o novo ministro indicado pelo presidente não toque em temas rumorosos em pleno ano eleitoral.

Nos bastidores, parlamentares evangélicos citam como exemplo questões relativas ao porte e maior liberdade para compra de armas de fogo no Brasil. O tema, classificado por bolsonaristas como essencial, enfrenta resistência entre parte dos evangélicos.

Como ministro do STF, Mendonça terá de votar em ações que questionam decretos de Bolsonaro sobre armas de fogo. O temor dos evangélicos é de que uma possível posição do ministro nesse tema desagrade parte do eleitorado de Bolsonaro e prejudique o presidente no pleito de 2022.

Outra votação considerada sensível será na ação que decidirá se travestis e transexuais poderão cumprir pena em presídios do gênero de sua escolha. Apesar de evangélicos e bolsonaristas terem a mesma opinião sobre o tema, o receio é que Mendonça, por qualquer razão, dê um voto seguindo o relator.

Caso isso aconteça, é possível que pastores cobrem parlamentares aliados a Mendonça pela posição do escolhido de Jair Bolsonaro, como fizeram após a declaração de Mendonca sobre casamento gay ainda durante sua sabatina no Senado.

Durante sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Mendonça prometeu defender no STF o “direito constitucional” de pessoas do mesmo sexo se casarem. A fala não foi bem recebida entre os evangélicos, que costuma ser totalmente contra uniões homossexuais.

Para lideranças evangélicas no Congresso, uma alternativa para Mendonça evitar temas polêmicos seria adiar a divulgação de seus votos, quando for relator de ações. Quando não for, o novo ministro poderia pedir vista, evitando desagradar parte do eleitorado evangélico de Bolsonaro em ano eleitoral.

Por Gustavo Zucchi/Metrópoles


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