Por: Bosco Afonso
Nos primeiros meses deste ano, o deputado José Dias (PSDB), ao acompanhar o desempenho da cúpula nacional de seu partido em se aproximar, naquele momento, do Partido dos Trabalhadores (PT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mostrou a sua insatisfação e se disse incomodado por estar filiado ao Partido Social da Democracia Brasileira. Agora, ao ser questionado sobre o seu destino político pelo www.blogtuliolemos.como.br, o deputado respondeu que “O destino político do deputado José Dias está atrelado aos interesses dos seus eleitores, a quem ele representa e vem representando, com seguidas aprovações”. Sobre a possibilidade mudar de partido para enfrentar a próxima eleição, o deputado do PSDB foi incisivo: “É sempre cedo quando se trata de discutir hipóteses”.
Ao ser solicitado a analisar a aprovação da Federação de Partidos, que surgiu para substituir as coligações partidárias, o deputado José Dias criticou dos chamados “donos de partidos” ao dizer que “Essa é uma pergunta simplista para uma questão complexa. Os partidos políticos brasileiros não têm fidelidade ideológica. Mas têm dono. E gozam de um instrumento, ao meu ver, permissivo a distorções – o fundo partidário. Tudo seria diferente caso os partidos perdessem o seu financiamento público. Então, qualquer discussão sobre federalização dos partidos, deveria ser precedida por muitas outras questões”.
Perguntado sobre a chapa da oposição (Senador e Governador) ideal para enfrentar a chapa encabeçada pela governadora Fátima Bezerra, nas próximas eleições, o deputado José Dias se valeu da experiência de seus nove mandatos legislativos e opinou dizendo: “A minha experiência tem me ensinado que não se deve botar o carro na frente dos bois, nem que uma composição política deva ser feita visando apenas uma suposta vitória que, sane-se, só se concretiza efetivamente nas urnas, no dia do pleito eleitoral”. E complementou enigmaticamente: “Estamos a um ano das eleições de 2022, temos muita água a passar por baixo da ponte – daqui a um ano pode ter seca, pode ter cheia, e pode até nem ter ponte”.
Sabendo de seu posicionamento contra a atual gestão estadual, a reportagem perguntou ao deputado José Dias: Mesmo sem integrar o quadro de deputados envolvidos diretamente com a CPI da Covid, o senhor entende que a gestão Fátima Bezerra registra falcatruas em suas contas na saúde? A resposta veio com comedimento, dentro de suas responsabilidades: “A CPI da Covid no nosso estado deverá responder essa questão, bem como seus indícios, suspeitas e suspeições sobre a atual gestão, que foi o que levou, justamente, à instalação da Comissão. Hoje, posso reafirmar o que disse em maio deste ano: que em três décadas e meia como deputado, fui o parlamentar que menos assinou um pedido de CPI, mas, diante da realidade que então se mostrava, não havia outro caminho. Esse é o meu entendimento, e não poderia ser outro, pelo simples fato de que a CPI ainda está em plena atividade e devemos aguardar o seu juízo final”.
Perguntado qual nota, entre zero a 10 daria ao funcionamento do setor da saúde na gestão Fátima Bezerra, o deputado José Dias disse que “Certamente será uma nota abaixo de 5, bem abaixo. Mas pelo exposto na resposta anterior, vamos aguardar o término dos trabalhos da CPI, que podem influenciar ainda mais negativamente a minha avaliação”.
Para encerrar as intervenções o deputado José Dias na avaliação da atual gestão estadual, a reportagem pergunto: Na sua avaliação, quais os pontos negativos e positivos na gestão Fátima Bezerra? A resposta foi simplesmente lacônica: “Não vejo pontos positivos”.
Se a gestão Fátima Bezerra tem pontos negativos, não foi desta vez que o deputado Zé Dias enumerou.