
O PP no momento está conversando com o PSL e o Republicanos. Isso já saiu na imprensa. Acredito que forme um grande partido de centro-direita, e independente dessa fusão acontecer ou não, eu irei para o PP. E com essa fusão, também continuarei nela”.
O Ministro das Comunicações, Fábio Faria, concedeu entrevista na tarde desta segunda-feira (23), a um programa da Rádio 98 FM Natal. Durante a conversa, o ministro falou sobre diversos assuntos, entre eles, a desaprovação que o presidente Jair Bolsonaro enfrenta nas pesquisas de intenção de voto para o pleito de 2022.
“Eu acredito que o Presidente Bolsonaro estará em uma situação muito melhor no ano que vem. Lula está em um bom momento, foi considerado elegível novamente, chegou a ser preso, com os direitos políticos cassados. Enquanto Bolsonaro, está no meio de uma pandemia, enfrentando uma CPI [da Covid-19]. Os opositores todos se unindo. Essa mesma oposição contra Lula, pelo menos não agora, não existe. Mas, quando as pessoas começarem a analisar os dois candidatos, irão perceber que Lula não vem só, carrega consigo todo o PT na bagagem. Eu acredito que a rejeição do PT é maior do que a de Lula”, explicou Fábio.
O ministro Fábio Faria, também comentou sobre a pesquisa de intenção de voto para o Senado, realizada no Rio Grande do Norte, em que aparece praticamente empatado em 1º lugar na disputa. A pesquisa teria sido realizada pelo Instituto Seta, em parceria com a Band no Estado.
Deputado federal licenciado, Fábio declarou que disputar uma vaga no Senado é seu “caminho natural” mas, ressaltou que a decisão ainda depende do aval do presidente Jair Bolsonaro e também de um entendimento com o ministro, Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, que estuda ser candidato ao mesmo cargo nas próximas eleições.
“Eu fico muito feliz e agradecido, são oito pesquisas só este ano, que me colocam muito bem posicionado. Mas é um projeto pessoal meu. Já que eu amadureci em Brasília, tenho uma boa relação com os poderes e os Ministérios, então isso é importante, para viabilizar recursos para os Estados. Acredito que o meu ciclo como deputado federal se venceu. Mas tenho que conversar com Bolsonaro, saber em que lugar posso contribuir melhor”, afirmou.
Atualmente filiado ao PSD, Faria também anunciou durante a entrevista que vai deixar o partido e se filiar ao PP – mesma legenda do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL). Com a troca, o ministro vai para um partido mais aliado ao presidente Bolsonaro.
Segundo o ministro: “O PP no momento está conversando com o PSL e o Republicanos. Isso já saiu na imprensa. Acredito que forme um grande partido de centro-direita, e independente dessa fusão acontecer ou não, eu irei para o PP. E com essa fusão, também continuarei nela.”
Faria, avaliou que são pequenas as chances de surgimento de uma “terceira via” competitiva para as eleições de 2022. Para o ministro, o pleito do próximo ano deverá ser polarizado entre o presidente Jair Bolsonaro (ainda sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na avaliação de Fábio, o Brasil vai ser rachado entre petistas e não petistas, em uma espécie de repetição das eleições de 2018.
Ele aposta que a mesma fórmula vai ser repetida no Rio Grande do Norte, com vários campos da oposição unidos em um só projeto para derrotar a atual governadora Fátima Bezerra (PT), provável candidata à reeleição.
“O Brasil vai ser dividido: o PT e contra o candidato do PT. E aqui no Estado não é diferente. Vai ser a mesma coisa”, disse o ministro. “Uma candidatura ao governo tem que ser contra a governadora do PT”, ressaltou.
Em relação ao governo do Rio Grande do Norte em 2022, o ministro explicou que têm conversado com o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo. “Tem que ser uma candidatura que não vá de confronto com a candidatura de Bolsonaro. A gente tem uma candidatura de direita, contra Lula e Fátima Bezerra (PT), não tem outro caminho”, finalizou.
Matéria veiculada na edição desta terça-feira (24) do jornal Agora RN