O deputado Federal licenciado e ministro das Comunicações, potiguar Fábio Faria, tem se caracterizado por usar as redes sociais para replicar palavras e posições do presidente Jair Messias Bolsonaro. Em outras ocasiões, Faria produz seus próprios textos em defesa do presidente ou para atacar adversários do Governo. Não é o recomendável, mas faz parte do jogo democrático da política.
Na verdade, o que se espera da postura de um ministro de Estado é bem diferente do que vem fazendo Fábio Faria nas redes sociais. Parece que o filho de Robinson esquece a dimensão do cargo e o peso de suas declarações. Afinal de contas, é o ministro das Comunicações de um País continental como o Brasil. Suas palavras e atitudes têm peso até internacional. Ou, pelo menos, deveriam ter. O conteúdo é que determina o peso.
Porém, o nosso ministro, além de não ter a dimensão do cargo, também distorce situações somente para agradar ao chefe; traduzindo, para bajular o presidente.
FRASES DO MINISTRO
Em cerimônia pública, de inauguração de uma ponte no Piauí, realizada nesta quinta-feira, 20, o ministro Fábio Faria disse, entre outras coisas, as seguintes frases sobre o filho do presidente Jair Bolsonaro, vereador do Rio, Carlos Bolsonaro:
“Eu quero saber se o senador Renan não conversa com o filho dele, lá em Alagoas”
“Eu quero saber se os senadores que estão na CPI não conversam com seus filhos!
Se eles não podem participar de almoço, de jantar, de conversa. Porque o filho tem que ficar do lado do pai.
E eles fazem isso porque eles sabem que Carlos Bolsonaro foi responsável pela eleição de Jair Bolsonaro”
“Não fique no Rio não! Fique do lado do seu pai em Brasília”.
Confira o vídeo:
A DISTORÇÃO DO MINISTRO
Na verdade, o que poderia parecer frases de apoio de um amigo sobre a relação do filho com o pai, não é nada disso. É muito mais sério e mais grave do que podemos imaginar. Não se trata de uma conversa ou refeição entre pai e filho; não se trata de ficar ou não ao lado do pai, de participar de um almoço em família. Se fosse realmente pela saudade provocada pela distância entre Rio e Brasília, Fábio Faria mereceria todos os aplausos do mundo. Ele sabe que não é isso. Mas espanca a verdade para agradar ao chefe.
O FATO
Paradoxalmente, o que Fábio Faria quis ocultar e apoiar ao mesmo tempo, foi a presença, injustificada, do vereador carioca numa reunião com a direção da empresa multinacional Pfizer, para tratar da venda de vacinas ao Brasil.
A informação foi prestada pelo gerente da empresa para a América Latina, Carlos Murillo, que confirmou no último dia 13 de maio à CPI da Covid, que a reunião aconteceu com a presença do vereador filho do presidente e um assessor da presidência. Reunião essa que não foi conclusiva e o Brasil deixou de comprar vacinas há muito mais tempo e deixou de salvar milhões de vidas. A presença do filho do presidente não era por saudade; era algo bem diferente. E o desfecho não foi legal. Fábio também sabe disso.
Portanto, o ministro potiguar usar uma solenidade oficial para bajular o filho do presidente como se a saudade ou o sentimento de filho para pai estivesse em jogo, é distorcer a realidade e achar que o País cujo ministério das Comunicações ele comanda, é formado por manadas de idiotas. No mínimo.
A polarização política extremada no Brasil deve fabricar idiotas nível master em série. Quem ousa pensar ou enxergar algo diferente, é elevado à condição de ‘contra’ ou ‘adversário’.
Mas, pensar ainda faz bem. Vote e apoie quem quiser, mas pense e ouse pensar criticamente.