O cenário da sucessão 2022 no RN começa a ser desenhado internamente entre partidos e lideranças políticas.
A governadora Maria de Fátima Bezerra é candidatíssima à reeleição. Seu candidato a vice para o novo mandato deverá ser o ex-senador Garibaldi Alves Filho, fruto da aliança entre MDB e PT.
O MDB levará para o palanque do PT a capilaridade municipal interiorana que falta ao PT. O partido presidido no Estado pelo deputado Federal Walter Alves tem cerca de 40 prefeitos, 400 vereadores e inúmeros vice-prefeitos, ex-prefeitos e a segunda força política nos municípios em que não elegeu o prefeito.
Além de fortalecer o palanque governista com lideranças em todo o RN, o MDB leva seu quadro de maior expressão eleitoral, o ex-governador Garibaldi Filho, político que dispensa apresentação em qualquer parte do Estado pelos mandatos que exerceu e pelas eleições que disputou. É inegável o peso positivo que Garibaldi leva ao palanque de Fátima.
Para o Senado, o candidato que poderia somar na chapa com Fátima e Garibaldi seria o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo.
Porém, o comportamento arredio e arisco a articulações e conversas políticas, tem distanciado o filho de Agnelo da participação de uma chapa competitiva com reais chances de vitória. Além disso, há outro componente que pode impedir a aliança. O PDT de Carlos Eduardo tem Ciro Gomes como candidato a presidente batendo forte em Lula, líder maior do PT.
Nesse caso, a se concretizar o isolamento de Carlos Eduardo, o nome que surge para ser o senador de Fátima é o do deputado Estadual e presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira.
Ele levaria também a capilaridade do PSDB para cerca de 40 cidades em que o partido elegeu o prefeito, mais dezenas de vereadores e outras lideranças em boa parte do Estado. Além disso, desarmaria um pilar de sustentação da oposição, que via em Ezequiel, um grande apoiador do projeto encampado pelos ministros Rogério Marinho e Fábio Faria.
O nome de Ezequiel certamente somaria ao grupo de Fátima. Porém, é preciso realmente que prove ser imprescindível ao projeto de reeleição da governadora. Justamente porque o PT foca na reeleição de seus governadores e na eleição de Lula, com um olhar diferenciado para o Senado.
Em caso de vitória de Lula, precisa de uma bancada no Senado afinada com o partido. Em caso de derrota, precisa ter um senador que mantenha acesa a chama da oposição. Ezequiel cumpre esses requisitos?
Portanto, enquanto a oposição ainda não apresentou seu nome para disputar contra a governadora Fátima Bezerra, o grupo governista já começa a dar cores ao seu palanque multicolorido.
A chapa Fátima governadora, Garibaldi vice e Ezequiel senador poderá ser materializada para ir as ruas e em busca do voto nas urnas no pleito do próximo ano.
Mas tudo ainda sujeito a negociações e mudanças em função das conveniências locais e nacionais.
Até a convenção, nada é definitivo na política potiguar. Tudo é possível.