Com o objetivo de acabar com a superlotação nos seus corredores, uma realidade que já acontece há anos, o maior hospital público do Rio Grande do Norte, o Hospital Walfredo Gurgel, passa, a partir desta quarta-feira (15.12), a regular a entrada de pacientes.
Segundo informou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap),a partir de agora os pacientes cadastrados anteriormente na central de regulação, serão encaminhados de acordo com o tipo de gravidade e prioridade de atendimento .
O Walfredo se destina a atender pacientes clínicos graves e politraumatizados, como de acidentes de carros e motos e vítimas de armas de fogo e brancas, fazendo com que esta unidade hospitalar receba pacientes com seu perfil de atendimento e não de praticamente todo tipo de demanda.
Inicialmente a medida será adotada em pacientes vindos dos municípios da Região Metropolitana de Natal, que corresponde a 70% dos atendimentos do hospital. Os casos vindos destas localidades, são geralmente de menor gravidade, alcançando 50% dos pacientes que chegam ao Walfredo, o que é um dos motivos da histórica superlotação da unidade hospitalar .
A presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde, Maria Eliza Soares, disse que esta medida trás algumas preocupações, como o fato de que os pacientes que não forem aceitos no atendimento do Walfredo Gurgel, podem ficar sem ter para onde ir.
“A pergunta é: para onde essas pessoas vão? As outras unidades estão organizadas? Não basta fazer um desenho se não houver nas outras unidades uma verdadeira condição de atendê-las. A gente resolve parte do problema, mas cria outro grande problema”, disse a presidente Maria Eliza.
Este é um caso polêmico, que acontece há vários anos, sem nunca ter uma solução concreta e assim o Walfredo Gurgel acaba recebendo pacientes com todo tipo de enfermidade, tanto de baixa como alta complexidade, muitas vezes superlotando seus corredores, como se fosse um hospital atendimento soldados feridos em uma guerra.
E acontece em grande parte porque existe a necessidade da rede pública de saúde, tanto estadual como municipal do interior do R N, ser bem mais estruturada, o que faria com que os pacientes sejam atendidos nos seus lugares de origem ou em lugares próximos de onde moram sem a necessidade de serem encaminhados para o Walfredo Gurgel pelos municípios.