A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado Federal foi instalada com o objetivo de fiscalizar os gastos e atitudes do governo federal durante a pandemia da Covid-19 que se instalou no Brasil em fevereiro de 2020, mas vem sendo desvirtuada e, mesmo tendo detectado algumas irregularidades na gestão do Ministério da Saúde, tem se transformado numa peça meramente política.
Na semana que passou, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou requerimento pedindo a quebra de sigilo bancário e fiscal da emissora Jovem Pan, retroagindo, inclusive a 2018. Nesta segunda-feira, 2, a Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (FENAERT), a Associação de Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP) e o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Paraná (SERT-PR) divulgaram notas de repúdio contra o requerimento do senador Renan Calheiros.
Em sua nota, a FENAERT disse que a medida não tem embasamentos concretos que possam ser justificados de forma alguma e disse que a emissora, em seus quase 80 anos de história, “se tornou e continua sendo uma referência ao público brasileiro com seu jornalismo independente e de qualidade, cumprindo o seu dever de informar fatos que sejam importantes e de interesse público”. E continua focalizando que “A CPI tem por objetivo apontar as falhas e eventuais omissões do governo federal no combate à pandemia do coronavírus no país e qualquer ameaça ao trabalho dos veículos de imprensa não será tolerada, pois trata-se de uma afronta a um dos principais direitos garantidos pela Constituição Federal, que é a liberdade de expressão”.
As notas da AERP e do SERT-PR acompanham o mesmo princípio da publicação da FENAERT que repudia o requerimento do senador alagoano Renan Calheiros.