A vereadora de Parnamirim, Rhalessa Cledylane Freire dos Santos (PTB) e mais quatro pessoas foram intimadas a apresentar suas alegações finais no Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-RN), referentes à ação penal nº 0600197-04.2021.6.20.0001, em que são investigados pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, peculato e lavagem de dinheiro no município, no âmbito da Operação Dízimo, deflagrada em junho de 2021. A parlamentar chegou a ser detida na época e afastada do cargo, mas retornou à Câmara Municipal em março passado.
Conforme o juiz da 1ª Zona Eleitoral, Gustavo Fernandes, o Ministério Público recusou firmar acordo com Rhalessa Freire e com o ex-vereador Alex Sandro da Conceição Nunes da Silva; o ex-chefe de gabinete Sandoval Gonçalves de Melo; Danilo Rodrigues Peixoto de Vasconcelos e Gerlúcio de Aquino Guedes, na 1ª Instância e perante a 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Eleitoral.
“Com isso, determino ao Cartório Eleitoral que proceda nova intimação, primeiro do MPE e, em seguida, dos réus por meio de suas respectivas defesas técnicas, para que ofereçam suas alegações finais, em memoriais, no prazo de cinco dias, nos moldes determinados no artigo 403, § 3º do Código do Processo Penal”, escreveu o magistrado, que intimou também o Ministério Público Eleitoral (MPE) para se pronunciar sobre o fato.
Em setembro do ano passado, Rhalessa Freire foi afastada do exercício de sua função parlamentar na Câmara de Parnamirim decretado e resguardado através de um mandado de segurança acatado por maioria no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN). No entanto, no dia 28 de março deste ano, o TRE-RN determinou o retorno da parlamentar às atividades na Casa legislativa.
ENTENDA O CASO
Conforme denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), Rhalessa Freire e os quatro acusados são investigados sobre uma possível ocorrência de crimes de falsidade ideológica eleitoral, lavagem de dinheiro, peculato e associação criminosa na cidade de Parnamirim durante as eleições municipais de 2020. Na época, foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária e outros dez de busca e apreensão, em Parnamirim.
Para o MP Eleitoral, o ex-vereador Alex Sandro, na condição de presidente de fato da Associação Proamfa, junto com os vereadores Ítalo de Brito Siqueira e Rhalessa Cledylane Freire dos Santos, destinavam recursos para a Associação, através de emendas parlamentares e, após o recebimento dos valores pela entidade, transferiam para eles o montante, em um verdadeiro esquema de desvio de recursos públicos com a finalidade eleitoral.
Alguns desses réus também foram alvos da operação Mateus 7:15, deflagrada em novembro de 2020. Com auxílio do MPRN, foram apreendidos aproximadamente R$ 70 mil em espécie a poucos dias das eleições municipais em endereços vinculados ao ex-vereador Pastor Alex.
A Associação Proamfa recebeu recursos públicos de Parnamirim, diretamente e através de emendas parlamentares de vários vereadores. As denúncias são de que os políticos denunciados desviavam verbas em benefício de suas campanhas eleitorais, em detrimento dos demais adversários, causando forte desequilíbrio da disputa eleitoral e influência na legitimidade do pleito.