Nesta sexta-feira (6), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou estar atento às ameaças antidemocráticas e à crescente tensão entre os Poderes diante das recentes manifestações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em pronunciamento, o deputado voltou a dizer que o “sinal amarelo” está ligado para o presidente.
A fala ocorreu em coletiva de imprensa convocada por Lira para anunciar que a PEC do voto impresso será encaminhada ao plenário da Casa, apesar de revés na comissão especial. Na ocasião, justificou que o plenário “será o juiz dessa disputa que já foi longe demais”.
No encontro com jornalistas, Lira mandou um recado a Bolsonaro, principal defensor da aprovação da matéria. “O botão amarelo continua apertado. Segue com a pressão do meu dedo. Estou atento, 24 horas atento. Todo tempo é tempo”, enfatizou.
A manifestação do parlamentar ocorre diante da insistência de Bolsonaro pelo andamento do voto impresso no Congresso Nacional. Em defesa da alteração no sistema eleitoral, chefe do Executivo comprou briga com membros do Judiciário e chegou a ameaçar a realização das eleições em 2022.
Diante da crescente tensão entre Judiciário, Executivo e Legislativo, Lira disse: “Não contem comigo com qualquer movimento que rompa ou macule a independência e a harmonia entre os poderes, ainda mais como chefe do poder que mais representa a vontade do povo brasileiro”, prosseguiu.
“Sinal amarelo”
A fala de Lira desta sexta, sobre o “botão amarelo”, remete a outro recado dado pelo presidente da Câmara a Bolsonaro. Em março deste ano, o deputado endureceu a fala em relação à conduta do mandatário do país no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Na ocasião, disse ter ligado o “sinal amarelo” para pessoas do governo que cometessem erros “primários e desnecessários” frente à gestão da crise sanitária.
“A mudança de atitude em relação à pandemia, quero crer, é a semente de algo muito maior, muito mais necessário e, diria, urgente e inadiável: será preciso evoluir, dar um salto para a frente, libertamos as amarras que nos prendem a condicionamentos que não funcionam mais, que nos escravizam a condicionamentos que já se esgotaram”, destacou à época.
*Informações do Metrópoles.