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LOJISTAS E CONSUMIDORES IMPLORAM À PREFEITURA DE NATAL POR MAIS ESTACIONAMENTOS NO ALECRIM

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Foto: Anderson Régis

Com um dos maiores comércios de rua do Estado, o Alecrim é um dos bairros mais frenéticos de Natal e quem se aventura a ir de carro para lá, seja consumidor ou comerciantes, vivencia uma missão quase impossível que é encontrar uma vaga na região. O cruzamento entre as avenidas Coronel Estevam e Presidente Bandeira é um exemplo, onde carros e motos disputam cada metro quadrado disponível nos estacionamentos.

 Os motociclistas têm vantagem na guerra por espaços, aproveitando as lacunas entre os carros para deixar as suas motos. Já outros usam o que resta entre o espaço delimitado para estacionar e a via, pondo em risco os retrovisores e os próprios veículos. Para os motoristas que não encontraram um lugar ao sol, a solução é dirigir por entre as ruas, gastando combustível precioso na busca de uma vaga qualquer, geralmente bem distante do seu destino. 

A falta de estacionamentos preocupa comerciantes e lojistas do bairro, que temem perder os consumidores em função do movimento. De acordo com uma pesquisa realizada pelos Ecossistemas de Competitividade e Inovação em Comércios e Serviços (ECICS –  Sistema Comércio), 80% dos empresários do Alecrim acreditam que a falta de estacionamentos é o maior problema do centro comercial. 

O presidente da Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (AEBA), Matheus Feitosa, relatou que cerca de 35,7% dos clientes vão ao Alecrim com veículo próprio, o que reforça a necessidade do aumento de vagas. Estes estacionam entre 2 e 3 horas, período no qual fazem compras: “Eles já têm a intenção de comprar algo no bairro, sem o desejo de passear”, disse.

Sobre a quantidade mais recente de veículos que trafegam pelo Alecrim durante o mês, a reportagem do Diário do RN procurou a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU) para confirmar esta informação por diversas vezes, mas não obteve retorno. Segundo o levantamento realizado pela STTU em 2017, ao qual já era sabido, 240 mil veículos circulam pelo bairro por mês.

FIM DE SEMANA É PIOR
Se o fluxo de veículos já é caótico durante a semana, a situação se torna ainda pior aos sábados. Matheus afirmou que o dia (em que é realizada a Feira do Alecrim), seguido da quarta-feira, são os dias mais movimentados. Assim, os estacionamentos do bairro viram uma verdadeira dança das cadeiras: “No sábado, nós temos a Feira do Alecrim. Nesse dia, os feirantes estacionam na vaga dos clientes, os lojistas estacionam na vaga dos clientes. Quando os clientes chegam, não há mais vagas”, disse. Ainda segundo Matheus, a média de preços dos estacionamentos particulares (existem cerca de 20 no Alecrim) variam entre seis e oito reais por hora.

O presidente da AEBA também citou uma licitação, elaborada pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) em março de 2021, que tinha como objetivo a implementação de estacionamentos rotativos em ruas do Alecrim. Porém, o projeto não foi implementado até hoje.

“Nós achamos que há questões políticas e de interesses mútuos de várias pessoas ou empresas. Então, pode ser por isso que a licitação não caminhou. As vagas seriam destinadas para os clientes, e não para os lojistas. Mesmo com isso, o problema praticamente nunca foi pensado, planejado, ou solucionado desde a origem do comércio no Alecrim”. 

Entre aqueles que não encontram lugar entre os estacionamentos do Alecrim, o médico Leonardo Pereira relatou que prefere o estacionamento público próximo a clínica onde trabalha. Porém, a falta de vagas é frequente, e por isso, o médico é forçado a procurar estacionamentos privados. “É difícil encontrar vagas aqui. Eu só estaciono em estacionamento pago, porque aqui é muito difícil de encontrar. Eu até agora não tô acreditando que encontrei essa”, disse. Em média, Leonardo gasta R$ 72 por mês.


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