Por: BOSCO AFONSO
Luiz Inácio LULA da Silva, um nordestino de Pernambuco que teve a coragem de deixar a secura das terras e atraso de sua região para enfrentar o desenvolvimento brasileiro que despontava em São Paulo.
Jovem, determinado e aguerrido deixou de ser operário da metalurgia para enveredar pelo sindicalismo desafiador de patrões das grandes indústrias que prometiam contribuir com o desenvolvimento do país, mas massacravam os direitos dos trabalhadores, mesmo enfrentando as leis trabalhistas criadas na era Vargas.
Na sua meia idade, no auge do fortalecimento do sindicalismo com definições governamentais de Getúlio Vargas e João Goulart, Lula se tornara o maior líder sindicalista, principalmente na categoria da metalurgia, mesmo sem ter experimentado o “tranco” do chão da fábrica por muitos anos.
Na era “Pós-Ditadura”, quando o Brasil reconheceu a sua redemocratização com o extermínio das prisões, torturas, censuras e mais uma dezena de atitudes governamentais que tolheram a liberdade do cidadão, eis que surge o Partido dos Trabalhadores, o PT, numa linhagem de combate à discriminação, a corrupção, aos aproveitadores do poder. Um partido político sem os vícios da política.
Filiados do PT, do Partido dos Trabalhadores, formavam uma casta sem pecados.
Tudo de mais certo, de mais honesto, de mais íntegro estavam no PT. Irrefutavelmente, os bem-aventurados. Uma nova casta.
O batismo do PT na política partidária provocou mudanças no comportamento dos companheiros, a partir da conquista da Prefeitura de São Bernardo, em São Paulo, berço do petismo.
Uma epopeia. Jogos de interesses. Guerra interna.
Mesmo assim, o PT cresceu. Prosperou.
Saiu da esfera municipal para a estadual e logo em seguida para a federal.
Elegeu prefeitos, deputados estaduais e deputados federais e com eles crescia o Lula.
E Lula aprendeu que do radicalismo implantado, precisava do “Lulinha, paz e amor”.
Chegou à presidência da República já com atuações diferenciadas, a partir das composições partidárias. De sua parte e de seus acólitos. Já não dava para separar o joio do trigo.
Deu no que deu.
Primeiro o mensalão, ao qual Lula com maestria se safou, mas deixou engabelados os seus fiéis companheiros e co-comandantes Zé Dirceu, José Genuíno e uns tantos outros.
Dentro dos 13 anos do petismo no poder, eis que surge um novo escândalo, o do Petrolão.
O Petrolão da Lava-Jato.
Políticos, empresários, dirigentes de estatais, quase ninguém escapou. Uns denunciando os outros.
As entranhas do PT e de muitos petistas foram expostas.
A única escapatória, foi contar com o STF, após 4 anos.
Depois de muitas confissões, recuperação de recursos financeiros que haviam sido desviados, de prisões, e depois de os processos terem passados por três instâncias judiciais com penas mais brandas ou mais severas, eis que surge o reconhecimento da parte do STF de que a tramitação dos processos não tinha amparo legal.
Lula e o PT poderão estar de volta ao poder, ao mesmo poder que lhes tirou a “virgindade” da honestidade.