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Permissionários do Mercado de Redinha comemoram uma nova reabertura – mesmo que temporária – do espaço, fechado no último dia 26 de janeiro, depois de apenas um mês de funcionamento após concluídas as obras, com o evento “Boteco de Natal”. Principal e, às vezes, única fonte de renda para os comerciantes que lá trabalham, a inoperância do local afeta mais de 30 famílias.
Após diversas reuniões com os permissionários, a gestão municipal anunciou, nesta quinta-feira (5), a realização de uma nova etapa do festival, entre 7 de fevereiro e 9 de março.
Para a permissionária Ozeni Florêncio a prorrogação do “Boteco de Natal” já representa uma conquista. “Estou muito feliz por poder dar uma resposta definitiva às outras famílias”, declarou.
Ao todo, os permissionários só poderão usar 8 dos 33 boxes. Entre os que têm licença para operar no mercado, 20 aceitaram participar da volta do festival, segundo Ronaldo Júnior. “Não tem outra alternativa. Ou trabalha desse jeito ou não trabalha”, declarou.
Por outro lado, o secretário de Governo, Sérgio Freire, afirmou que a Prefeitura esteve receptiva a sugestões. “A Prefeitura de Natal sempre esteve e continuará aberta ao diálogo, priorizando ações que favoreçam o desenvolvimento da cidade”, disse. “Sabemos do impacto econômico e social do Complexo Turístico da Redinha e, após detida análise técnica, optamos por garantir a continuidade das atividades, enquanto avançamos no processo de relicitação”, finalizou o gestor.
No mês de dezembro, foi lançado um edital para que empresas privadas se candidatassem a gerir o equipamento, mas não obteve sucesso. O Município se comprometeu em agilizar o processo de relicitação para tentar atrair interessados na proposta de concessão que vai assegurar a operação definitiva do Mercado.
EXPECATIVAS PARA VOLTA DEFINITIVA
Ronaldo Júnior trabalha no local há anos. É a 4ª geração da família na atividade. “Nossa renda é a praia, é a tapioca, é o peixe. A minha família vem de pescador. Uns pescavam, outros vendiam, e assim vai. A nossa fonte de renda é a praia”, contou.
O comerciante aguarda com muita expectativa a reabertura definitiva do local, que considera “muito bom” e propício para o recebimento de turistas, mas, sobretudo, um bom lugar para receber os principais frequentadores: os moradores da Zona Norte da capital potiguar.
“As expectativas para a retomada das atividades normais são as melhores porque é bem atrativo, ficou muito bom. Na verdade, tem que ser dito, está muito bom, está muito atrativo. Antigamente não tinha estrutura nenhuma para receber ninguém nem daqui, quanto mais de fora. A verdade seja dita. E precisava fazer tudo aquilo que foi feito, a reforma, tudo, mas não dá para a gente trabalhar dessa forma”, desabafa Ronaldo se referindo às regras do festival com limitação de espaço de trabalho e valores dos produtos. “A gente teve que vender a bebida para eles. A gente teve que passar 20% do nosso valor da mercadoria para eles. Não recebemos o dinheiro na mesma hora, no mesmo dia que a gente vendia as coisas. A gente recebia uma ficha, eles iam pagar a gente depois de 10 dias, mais ou menos”, contou à reportagem do Diário do RN.
Ainda segundo ele, o valor estipulado para a venda dos pratos ser de R$ 20 limitou a criação do cardápio. “A gente não pode vender um peixe com pirão, arroz, batata e macaxeira por vinte reais, não pode fazer um petisco de carne de sol com batata, petisco completo, bonito, por vinte reais.
[Eles definiram que] ia ser comida de boteco, só aquele pouquinho. Aí, é complicado”, concluiu.
Mas o jovem acredita que tão logo aconteça a abertura definitiva, tudo vai melhorar: “Agora, quando abrir, cada um tiver no seu canto, com suas coisas, vendendo o que quer vender – que a gente não pode vender o que quer nesse festival -, eu acho que vai ser bem melhor, porque a gente vai poder agradar ao público da gente. O público da gente é o público da Zona Norte, é o público de Natal. O turista vem em janeiro, mas durante o ano todo quem frequenta é o povo da gente mesmo”, concluiu Ronaldo.
Apesar das críticas com relação à gestão do festival e das condições de trabalho dispensadas após a inauguração do novo mercado, a estrutura física tem agradado aos permissionários que também tem boas expectativas com relação a licitação para a administração do espaço. “Está perfeito. O mercado está muito bom. Acredito que pode funcionar perfeitamente se a prefeitura tomar a responsabilidade sobre o mercado com a Semsur [Secretaria Municipal de Serviços Urbanos], como a Semsur é responsável por feiras e mercados, colocasse a equipe da limpeza, a equipe da segurança, e o mercado dava para funcionar normalmente até que uma empresa entrasse nessa licitação”, avaliou.
“Na licitação, a empresa que entrasse ia dar um enxoval à agente. A gente ia ficar cada um no seu box. A gente ia pagar por mês, beleza, mas aí a gente está pagando muito mais a essa outra e não está tendo suporte nenhum”, lamentou o permissionário.