
O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a suspensão da exibição do filme “Como Se Tornar O Pior Aluno da Escola” em até cinco dias em plataformas de streaming que possuam a obra em seu catálogo. A medida cautelar foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 15. Caso plataformas como Netflix, YouTube, Globoplay, Apple TV e Amazon Prime Vídeo não cumpram a decisão e continuem exibindo o longa, será aplicada uma multa diária de R$ 50 mil.
O Ministro da Justiça, Anderson Torres fez uma publicação em seu perfil no Twitter sobre a determinação, realizada por meio da Secretaria Nacional do Consumidor.
No último fim de semana, o comediante e apresentador Danilo Gentili foi alvo de acusações de “incentivo à pedofilia” feitas nas redes sociais devido a uma cena de seu filme “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola”, disponível na Netflix. Diante das várias críticas recebidas – muitas realizadas por perfis de apoiadores de Jair Bolsonaro, incluindo o deputado estadual cearense André Fernandes (PL) -, ele respondeu que seu maior orgulho na carreira é ter conseguido “desagradar na mesma intensidade tanto petistas quanto bolsonaristas”.
“Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio forte contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo”, rebateu Gentili. A obra foi lançada em 2017, mas está disponível na plataforma de streaming desde fevereiro. Entretanto, foi nesse fim de semana que a repercussão negativa viralizou, e uma hashtag que acusa a Netflix de “apoiar a pedofilia” esteve entre os principais assuntos do Twitter.
Além de Danilo, o humorista e ator Fábio Porchat – que está na obra – foi alvo da onda de acusações. Até a publicação desta matéria, Porchat não havia se manifestado sobre o caso. O longa é baseado no livro homônimo de Gentili e apresenta dois adolescentes que passam a seguir um manual de instruções para se tornar o “pior aluno” e fazer bagunças na escola.
A cena
No filme, Porchat interpreta Cristiano, dono do caderno roubado pelo seu ex-colega de classe para a criação do guia. Os dois jovens encontram os manuscritos e decidem ir atrás do personagem para dicas para conseguirem nota dez nas provas escolares a partir de “cola”.
No início da cena, ele aparenta ser um homem “inofensivo” e relata casos de bullying que sofreu no colégio, além de apresentar um “ar moral” de desaprovação “como pedagogo” quanto ao conteúdo do caderno. Em um determinado momento, Cristiano afirma que irá falar com os pais dos jovens sobre a tentativa de seguir o manual, o que os deixam preocupados. Ele, então, diz que irá “esquecer” esse caso se eles o masturbarem. Os garotos fogem diante da tentativa de abuso.
Com informações de O Povo