
O Ministério da Saúde contratou uma empresa sem experiência em transporte de vacinas para executar a armazenagem e logística dos imunizantes contra a Covid-19 para crianças. A empresa contratada é a IBL (Intermodal Brasil Logística), e o serviço foi acordado em dezembro do ano passado. O valor do contrato é de R$ 62,2 milhões e foi assinado com dispensa de licitação.
Em João Pessoa (PB), a empresa não estava presente no aeroporto da cidade, local combinado para receber as doses, acondicioná-las e levá-las para o local indicado pelo governo estadual.
Os contratos assinados com a IBL têm duração de 12 meses com clausulas de prorrogação para até cinco anos, apesar do caráter de urgência para a dispensa de licitação. O Ministério escolheu a IBL mesmo já existindo um contrato em curso, tempo hábil para uma nova licitação e interesses de empresas de logística na disputa.
Em nota, a empresa contou que a única experiência em transporte de vacinas foi para um laboratório privado, mas o nome não foi revelado. O serviço teria acontecido entre 2015 e 2018. Além disso, se defendeu afirmando que entregou todas as vacinas no primeiro lote da Pfizer dentro do prazo e com a temperatura exigida.
A Pasta também emitiu nota sobre o assunto e afirmou que não houve prejuízo a nenhuma vacina pediátrica entregue aos estados e ao Distrito Federal, e irá apurar eventuais falhas. O Ministério também afirmou que a contratação da IBL se deu por meio de um processo seletivo, com a participação de diversas empresas consolidadas do setor.
O TCU (Tribunal de Contas da União) já abriu um processo para apurar supostas irregularidades na contratação da IBL sem licitação para o transporte de vacinas. No mês passado, o tribunal cobrou explicações do DLOG (Departamento de Logística em Saúde) do Ministério da Saúde.
Com informações da Folha de S. Paulo