A atuação da deputada federal Natália Bonavides (PT) durante audiência pública da Comissão de Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (17), repercutiu de forma positiva nas redes sociais e na imprensa nacional. A comissão estava debatendo sobre a declaração do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), de que o Enem terá a “cara do governo” e os pedidos de exoneração de funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável por elaborar e organizar o Enem, às vésperas do exame, que acontece nos dias 21 e 28 de novembro, quando o ministro da Educação, Milton Ribeiro, chegou à comissão espontaneamente.
Ao falar, a deputada petista questionou o ministro qual seria o real motivo da visita da Polícia Federal ao Inep. “Então, senhor ministro, objetivamente – e por favor desculpe, mas não tem outra palavra -, não me responda com o cinismo das respostas anteriores, mas o que a Polícia Federal foi averiguar? A Polícia Federal agora faz vistoria de prédio? Quem foi que enviou? Por que nesta época? Não tem isso de ‘problema nenhum de visitinha de confiança’, isso é constrangimento ilegal. Isso é assédio, é criminoso. A administração pública tem princípios a cumprir de transparência, de publicidade e os senhores têm que explicar o que aconteceu não ficar aqui desviando”, argumentou com veemência a petista.
Natália Bonavides ainda denunciou que é praxe do governo Bolsonaro perseguir e censurar as ações. “O governo isto já vem censurando e perseguindo a cultura, o meio ambiente, e agora censura o Enem. Isso é criminoso. Os senhores do governo Bolsonaro estão acostumados a aparelhar a estrutura do Estado para os objetivos mais vergonhosos, como fizeram com Abin no caso das “rachadinhas”. É nítido que no Enem teve assédio, teve constrangimento ilegal, pra fazer uma intervenção autoritária. A equipe técnica afirmou: nenhuma das questões que foram vetadas tinha qualquer problema pedagógico. Qual foi o problema então? Os senhores estão tentando transformar aquilo que foi um instrumento fundamental para ter maior ampliação de ingresso em universidades da história, e agora senhores estão tentando transformar em um instrumento de exclusão, de ampliação das desigualdades. Vocês estão desgraçando o Enem. Até agora o senhor não respondeu: teve ou não exclusão de questões? por que é que o senhor não responde? O senhor não veio aqui pra isso?”, indagou.
Milton Ribeiro desconversou, e disse que não interfere em questões e que a visita da Polícia Federal se deu porque a sala estava apertada e precisava de mais espaços. “Eu não participo diretamente da escolha das questões. A sala onde é feita a escolha das questões do Enem é secreta, só algumas pessoas podem ter acesso. A entrada de um policial federal nesta sala se deveu a um aumento de espaço que nós fizemos, estava muito apertada. A Polícia Federal não foi olhar questões. A seleção de questões é feita pela diretoria própria, de maneira colegiada. Foram eles que decidiram”, respondeu o ministro.
A deputada falou sobre a audiência em suas redes sociais, se posicionando contra as interferências do presidente em relação a prova
Por Agora RN