Para a retomada do cotidiano como antes da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, ou pelo menos a de um “outro normal”, não há alternativa: é preciso vacinar. No Brasil, a campanha completa seis meses no próximo dia 17. Dois estados se destacam pela quantidade de pessoas que completaram o esquema vacinal, ou seja, a aplicação das duas doses ou a dose única da Janssen. Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul são as unidades da Federação que mais vacinaram suas populações.
Segundo dados das secretarias de Saúde, 25% dos sul-mato-grossenses estão totalmente imunizados contra a Covid-19. Entre os gaúchos, esse índice é de 18,4%. Há discrepâncias expressivas entre as unidades federativas. No outro extremo da velocidade na imunização, Amapá (8,8%) e Rondônia (9,9%) são os que menos vacinaram os habitantes. Vale ressaltar que o Ministério da Saúde distribui as doses aos estados de forma proporcional.
Mas o que fez com que essas campanhas se destacassem no cenário nacional? Estratégias criativas, como drive-thru de bicicleta e até de carroça, e integração entre secretarias e forças policiais para a distribuição das doses fizeram a diferença. Até a última sexta-feira (9), data em que a reportagem contabilizou os dados da vacinação, Mato Grosso do Sul havia aplicado 1,9 milhão de doses. O Rio Grande do Sul registrava 7,2 milhões de imunizantes administrados.
Distribuição das doses
A distribuição das doses da vacina em Mato Grosso do Sul é facilitada por um aspecto geográfico. A capital, Campo Grande, está localizada no centro do estado, o que facilita a entrega para os 79 municípios. Lá, a cada três pessoas vacinadas, uma já recebeu a segunda dose.
Segundo o secretário de Saúde do estado, Geraldo Resende, quando um novo lote chega, ele é repassado para as prefeituras em até 12 horas. “A posição de Campo Grande nos facilita. Mas, além disso, criamos um mantra: ‘Lugar de vacina não é na geladeira. É no braço’. As vacinas não têm feriado ou fim de semana. Criamos uma união de guerreiros para as vacinas não ficarem paradas”, explica.
Além disso, o governo estadual paga às prefeituras R$ 2,10 por cada dose aplicada, com o objetivo de custear o plantão dos profissionais de saúde na linha de frente. “É uma forma de reconhecer o empenho. É como se fosse uma premiação. Alivia a despesa do município”, salienta. No Rio Grande do Sul, que tem 497 municípios, a entrega exige mais tempo, que varia de 12 a 36 horas. Os dois estados pactuaram com as forças de segurança estratégias para distribuir as doses.
Credibilidade e adesão
Desde o início da campanha, a vacinação foi alvo de ataques, que partiram até mesmo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e de uma série de fake news. Com isso, os profissionais da saúde tiveram de desconstruir a narrativa e conquistar a população.
*Informações do Metrópoles.