O presidente do Conselho de Saúde do Rio Grande do Norte, Francisco Canindé dos Santos, faleceu neste domingo (17), quatro dias após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa do RN, em Natal.
O episódio ocorreu na quarta-feira (13), durante uma sessão da Comissão de Finanças e Fiscalização, que estava sendo transmitida ao vivo. Canindé foi imediatamente levado ao Hospital Walfredo Gurgel, onde permaneceu internado até o falecimento.
A Arquidiocese de Natal emitiu uma nota de pesar destacando a trajetória de Canindé, que durante muitos anos trabalhou na Pastoral da Criança. Mesmo enfrentando sérios problemas de saúde — era paciente renal crônico, perdeu quase 100% da visão devido à diabetes e fazia hemodiálise regularmente —, ele manteve seu compromisso com os mais necessitados.
Atualmente, Canindé presidia o Conselho Estadual de Saúde, representando a Pastoral da Criança.
Leia a nota da Arquidiocese de Natal na íntegra:
NOTA DE PESAR
A Arquidiocese de Natal recebeu, com pesar, a notícia do falecimento do senhor Francisco Canindé dos Santos, ocorrido da manhã deste domingo, 15, no Hospital Walfredo Gurgel, onde estava internado desde a última quarta-feira, 13, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral. Por vários anos, Canindé trabalhou na Arquidiocese de Natal, atuando mais diretamente na Pastoral da Criança.
Ele era paciente renal crônico, e, como consequência da diabetes, perdeu quase 100% da visão. Mesmo enfrentando esses problemas de saúde, inclusive se submetendo à hemodiálise algumas vezes por semana, Canindé nunca deixou de lutar em prol dos menos favorecidos. Atualmente, presidia o Conselho Estadual de Saúde, no qual representava a Pastoral da Criança.
Na última quarta-feira, enquanto participava de uma audiência pública, na Assembleia Legislativa do RN, representando o Conselho, sofreu um AVC hemorrágico, sendo conduzido imediatamente ao Hospital Walfredo Gurgel.
Que o Senhor Deus acolha este seu filho com misericórdia na Eternidade e conceda paz e consolação à esposa, filhos, demais familiares e amigos.
Após repercussão negativa, a organização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) modificou o edital para a contratação de empresas para operação de restaurantes nos espaços oficiais do encontro, que será realizado em novembro, em Belém. Alimentos locais, como açaí e tucupi, que foram barrados no texto anterior, agora poderão ser servidos no evento.
A mudança foi feita pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), após atuação do governo federal, por meio do ministro do Turismo, Celso Sabino. Em nota, a organização informou que, após análise técnica, foi publicada uma errata para incorporar a culinária paraense. O detalhamento da oferta de alimentos no evento será realizado após a seleção dos fornecedores.
A nota ressalta ainda que o edital busca valorizar, na hora da seleção, empreendimentos coletivos, como cooperativas, associações, redes solidárias e grupos produtivos locais, além de grupos historicamente vinculados à produção de alimentos sustentáveis e à sociobiodiversidade, como povos indígenas, comunidades quilombolas, mulheres rurais, juventudes do campo e demais povos e comunidades tradicionais.
O edital estabelece que ao menos 30% do valor total dos insumos adquiridos sejam provenientes da agricultura familiar.
Polêmica
Nesta semana, a OEI publicou o edital para selecionar os estabelecimentos que atuarão na COP30. Ele listava, em uma tabela, alimentos e bebidas considerados com alto risco de contaminação e que, portanto, estariam proibidos nos espaços dos eventos da COP30. Entre esses alimentos estavam o açaí, o tucupi, sucos de fruta in natura e a maniçoba.
A proibição de alimentos típicos da culinária paraense gerou polêmica e diversas críticas. O chef Saulo Jennings foi um dos que criticou o edital. “É um crime contra nosso povo, contra a nossa gastronomia, contra a comida que alimentou nossa ancestralidade toda, a gente só sobrevive por causa desse alimento”, afirmou em publicação nas redes sociais.
Saulo Jennings é o fundador do restaurante Casa do Saulo, que além de ter unidades no Pará, tem também em São Paulo e no Rio de Janeiro, todos voltados para a culinária paraense. O chef foi o primeiro a ser escolhido como Embaixador Gastronômico da ONU Turismo no mundo. Em 2023, na COP28, em Dubai, ele conta que cozinhou na abertura do evento e que serviu o tacacá, prato paraense feito com tucupi.
“Quer dizer que dentro de casa não posso usar nosso alimento? Faz mal? Nosso povo tem uma imunidade diferente do resto das pessoas do mundo inteiro? Porque só a gente sobrevive comendo esses alimentos. Quer dizer que nosso governo não tem órgãos fiscalizadores? Tem e funciona. Tem Vigilância Sanitária, temos todas as regras de alimentação”, afirmou.
Ele ressaltou que a COP é uma oportunidade para fortalecer o turismo gastronômico na região, gerando mais emprego e renda. “Quem vier e comer, vai sair daqui apaixonado”, garantiu.
Seleção
Na nota publicada, a organização da COP esclarece que as recomendações do edital são exclusivas para espaços da conferência, não abrangendo outros locais do município de Belém ou do estado do Pará.
Diz ainda que a definição do cardápio da COP30 é de responsabilidade da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), assim como possíveis orientações sobre produtos alimentícios, e atende a critérios da Vigilância Sanitária nacional e subnacional.
Os cardápios apresentados poderão sofrer ajustes para atender aos critérios do edital, como a diversidade de alimentos e a segurança dos participantes da conferência.
Na próxima terça-feira (19), será realizada um audiência pública para ouvir candidatos à operação de alimentação da COP30.
O Programa Bolsa Família foi associado a quedas de casos e de mortes causadas pela aids em mulheres em situação de vulnerabilidade. É o que indica uma análise publicada na revista Nature Human Behavior com base em uma pesquisa coordenada pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), da Espanha, em parceria com outras instituições.
A análise abrangeu 12,3 milhões de mulheres de baixa renda e levou em consideração dados de 2007 a 2015, com foco em mães e filhas em domicílios beneficiados pelo Bolsa Família. Entre as filhas, o programa esteve associado a uma diminuição de 47% na incidência de aids e de 55% na mortalidade relacionada a essa doença. Entre as mães, as reduções foram de 42% e 43%, respectivamente.
O impacto do programa foi maior entre mulheres que enfrentam múltiplas vulnerabilidades. Em particular, mães negras ou pardas vivendo em extrema pobreza e com níveis mais elevados de escolaridade: uma redução de 56% na incidência de aids.
Os pesquisadores indicaram que as condicionalidades do Bolsa Família, como frequência escolar, exames de rotina, participação em ações de educação em saúde, atividades sobre prevenção sexual e reprodutiva podem ter desempenhado papel decisivo nos resultados.
O Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do Brasil, foi relançado pelo Governo Federal em 2023, com mais proteção às famílias, em um modelo que considera o tamanho e as características familiares.
MPB, samba, Bossa Nova. A cantora potiguar Roberta Sá passeia por diversos gêneros musicais há 20 anos e celebra a consagração da carreira trazendo para a sua terra natal a turnê “Tudo Que Cantei Sou” com um repertório especial. A artista pretende revisitar canções que marcaram sua carreira e emocionar o público no Teatro Riachuelo, na noite desta sexta-feira (15). Nascida em Natal, erradicada no Rio de Janeiro, Roberta Sá foi descoberta nacionalmente em um reality show da Rede GIobo e na discografia carrega seis álbuns de estúdio, e dois CD/DVD ao vivo. Em 2007, Roberta Sá foi indicada ao Grammy Latino na categoria de “Artista Revelação”. Em entrevista ao Diário do RN, a dona de sucessos como “Fogo e Gasolina”, “Que Belo Estranho Dia Para Se Ter Alegria”, “Quando o Canto é Reza” e “Segunda Pele” contou detalhes do show e também falou sobre empoderamento feminino, a importância da arte nas transformações sociais, política e sua visão sobre o atual cenário no Brasil, revelando que “como artista e cidadã, fico apavorada (com quem defende a ditadura). Não apenas pelas ideias em si, mas pelo sucesso da lavagem cerebral que está sendo feita”. Confira:
“Sinto medo do futuro, porque a semente plantada pela extrema-direita ainda está crescendo”
Diário: Fala um pouco sobre a turnê ‘Tudo que Cantei Sou’ Roberta Sá: “Tudo Que Cantei Sou” é a turnê de um show intimista que revisita 20 anos de carreira. Canto músicas que ainda fazem muito sentido para mim, numa relação com o público marcada por cumplicidade, afeto e muita emoção.
Diário: Entre os destaques do show está um bloco dedicado à produção musical feminina. Qual a importância da arte para o fortalecimento do movimento feminino na música e em outras áreas da sociedade? Roberta Sá: A arte é o que salva a gente e o que nos impulsiona para frente. Se pensarmos que Dona Ivone Lara não podia assinar seus próprios sambas e enredos, e hoje temos mulheres falando abertamente sobre seus sentimentos, suas dores, seus questionamentos e violências, vemos o quanto evoluímos. A arte é essencial nesse processo de transformação.
Diário: Qual a música que o público pede e não pode faltar no show? Roberta Sá: Não pode faltar ‘Samba de Um Minuto’. É uma canção que o público ama, que não está no roteiro principal, mas está sempre no bis, porque não tem como não estar.
Diário: Roberta Sá, como você enxerga o atual cenário político do RN, Brasil? Roberta Sá: Fico entusiasmada com a possibilidade de voltarmos ao trilho democrático na política. Mas também sinto medo do futuro, porque a semente plantada pela extrema-direita ainda está crescendo. Isso me preocupa profundamente. Por isso, acredito que o Brasil precisa manter uma relação firme e vigilante com a democracia. Esse crescimento da extrema-direita é realmente preocupante.
Diário: Como artista, qual o sentimento ao ver alguém defendendo a ditadura? Roberta Sá: Como artista e cidadã, fico apavorada. Não apenas pelas ideias em si, mas pelo sucesso da lavagem cerebral que está sendo feita. Ninguém pode desejar a volta de algo tão cruel, que matou e torturou tanta gente, e feriu de forma tão grave a nossa liberdade.
Diário: Roberta Sá por Roberta Sá? Roberta Sá: Roberta Sá é uma mulher em constante transformação, que caminha para afirmar, para si mesma, a potência que sempre soube existir desde a infância.
Diário: Deixa um convite para as pessoas irem ao show. Roberta Sá: Quero convidar todo mundo de Natal para esse encontro lindo e mágico, que enche meu coração de alegria. Um show com um repertório que emociona, faz pensar, traz esperança e nos toca profundamente. Espero vocês para dividirmos tudo isso juntos.
Uma reunião realizada nesta quinta-feira (14) pelo diretório estadual do Partido Verde no Rio Grande do Norte resultou na mudança de comando da sigla. O professor e superintendente do Ibama no estado, Rivaldo Fernandes, volta à presidência, substituindo Milklei Leite, que passa a ocupar uma das quatro vice-presidências ao lado dos deputados estaduais Eudiane Macedo, Hermano Morais e Vivaldo Costa. O acordo, considerado um consenso interno, contou com a participação do vice-presidente nacional do PV, Dennis Soares, e foi articulado após uma crise provocada por uma eleição interna feita há cerca de 40 dias, por Milklei Leite para sua própria recondução, sem a convocação dos deputados estaduais, o que levou Eudiane e Hermano a solicitarem à direção nacional a anulação do pleito. Segundo Rivaldo, em conversa com o Diário do RN, a recomposição da direção visa pacificar e reorganizar o partido. “Foi consenso. Milklei foi para a vice, os três deputados também vice, porque a gente pode ter quatro vices, e eu na presidência. Zeramos tudo. A partir de agora temos conciliação entre os deputados e Milklei”, disse. Com 30 anos de filiação ao PV, Rivaldo explicou que a nova direção é provisória e ficará no comando até abril de 2026, quando será realizada nova eleição. Ele afirmou que o foco imediato é montar as nominatas para as eleições do próximo ano e garantir equilíbrio interno. Thabatta Pimenta e Jean-Paul Prates já foram convidados pelo partido para participar da nova fase do partido. “Vamos fazer uma direção equitativa. Os deputados têm um número igual de indicados e eu também. Acabamos com o presidencialismo e fomos para o parlamentarismo. Já convidamos a vereadora Thabatta Pimenta, que está estudando o convite, e o ex-presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates. O foco é reconstruir o partido”, declarou. A deputada Eudiane Macedo reforçou que o próprio Milklei reconheceu erros na condução da eleição anterior, o que facilitou o acordo. “Ele reconheceu isso. Então, eu acho que por ele entender, por ele ter esse entendimento, a gente montou a comissão provisória e vamos organizar”, afirmou a deputada à reportagem do Diário do RN. “A gente consegue ter diálogo com Rivaldo. Montamos a comissão provisória e vamos organizar para, antes da abertura da janela partidária, fazermos a reunião e eleger o diretório definitivo. Vamos reestruturar o partido e manter o diálogo. Lá na frente, qualquer um poderá colocar o nome para disputar: eu, Hermano, Rivaldo ou até o próprio Milklei. Ganha quem tiver voto”, disse Eudiane. Diante do novo cenário, a parlamentar descartou a saída do PV e disse que seu desgaste era exclusivamente com a condução anterior da presidência. “Do jeito que está, não saio. A minha chateação era relacionada ao presidente, ao desgaste com Milklei, mas já resolvi, fiz as pazes”, concluiu. Após a reunião interna, parte da direção seguiu para a Governadoria, onde se encontrou com representantes do Executivo estadual. A reportagem tentou contato com Milklei Leite, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte instaurou, nesta terça-feira (12), uma nova Notícia de Fato contra a Prefeitura de Mossoró, sob gestão Allyson Bezerra (União Brasil), para apurar possíveis irregularidades em processos licitatórios realizados pela administração municipal. O procedimento, registrado sob o nº 02.23.2027.0000102/2025-17, tramita na 7ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mossoró e investiga indícios de restrição à competitividade nos Pregões Eletrônicos nº 01/2025 (Educação), nº 05/2025 (Saúde) e nº 08/2025 (Administração), realizados por secretarias da Prefeitura.
O pregão eletrônico é uma modalidade de licitação feita pela internet, na qual empresas disputam o fornecimento de bens ou serviços oferecendo lances de menor preço. Nesse caso, a denúncia envolve certames destinados à contratação de empresas para serviços terceirizados, como limpeza, conservação, apoio administrativo e mão de obra técnica.
Segundo as informações preliminares, os editais dos três pregões foram anexados ao processo junto com uma representação que aponta para possível direcionamento das licitações a empresas previamente escolhidas. Isso configuraria fraude e violação aos princípios da legalidade e da isonomia, que garantem que todos os concorrentes devem ter as mesmas condições de participação.
No pregão nº 05/2025, a Prefeitura busca contratar uma empresa para fornecer mão de obra na Secretaria Municipal de Saúde, incluindo serviços contínuos de conservação, limpeza e apoio administrativo em unidades de saúde. Já o pregão nº 08/2025 tem objeto semelhante, mas voltado a todas as unidades do município. Ambos ainda estão em fase de disputa aberta.
O pregão nº 01/2025, por sua vez, já resultou em contrato. No dia 13 de agosto, a Secretaria Municipal de Educação assinou com a empresa Servnews Gestão e Locação de Mão de Obra EIRELI um contrato de R$ 26.714.022,43, com vigência de 12 meses. O serviço inclui motoristas, intérpretes de Libras, limpeza, apoio administrativo, eletricistas, técnicos em informática, técnicos em refrigeração e outras funções para escolas da rede municipal.
Apesar de o contrato final ter sido fechado por pouco mais de R$ 26 milhões, um documento anterior, a Ata de Registro de Preços assinada seis dias antes, indicava um valor de R$ 43.256.285,64. A denúncia sustenta que essa prática pode ter sido usada para afastar concorrentes, já que valores iniciais mais altos desmotivam empresas menores a participar, por presumirem que não conseguirão competir.
Documentação obtida pelo Diário do RN com o apontamento das supostas irregularidades encaminhadas ao MP, também sustenta que os editais aumentam de forma expressiva o número de postos de trabalho previstos, sem justificativa técnica. Segundo a denúncia, isso representa um acréscimo de mais de 500% em relação ao que já está em execução, o que pode caracterizar superdimensionamento, quando o objeto da licitação é ampliado além do necessário, elevando artificialmente o custo.
“Trata-se de um aumento de vulto expressivo, que impacta diretamente o valor estimado da licitação, tornando-o superior ao necessário para atender a demanda real e atual da Administração. A ausência de critérios técnicos transparentes para justificar esse acréscimo de escopo compromete não apenas a economicidade, mas também a isonomia e a ampla competitividade do certame”, diz o texto da representação.
O denunciante também afirma que essa ampliação e as exigências financeiras impostas afastam micro, pequenas e médias empresas, favorecendo apenas grandes companhias com alto capital disponível. Com menos concorrentes, o risco de preços superfaturados aumenta, já que as empresas restantes tendem a operar com margens maiores.
Outro ponto citado é que parte dos serviços licitados já conta com contratos vigentes e em execução, com valores menores que os previstos nas novas licitações e também em quantidades menores.
“Se hoje existem contratos válidos, vigentes e em execução regular, com valores significativamente menores, a ausência de justificativa técnica e econômica para substituí-los por um novo modelo mais oneroso indica possível intenção de direcionamento ou de lesão ao erário público que merecem averiguação”, aponta a denúncia.
A representação também questiona exigências como índices financeiros elevados e comprovação de patrimônio líquido e capital circulante desproporcionais ao serviço, o que, segundo o denunciante, restringe a competição de forma injustificada e fere o princípio da igualdade entre concorrentes.
Entre os pedidos, estão a suspensão cautelar dos certames caso seja constatado risco ao interesse público e o envio do caso ao Tribunal de Contas para análise do orçamento estimado.
O Diário do RN entrou em contato com o promotor de Justiça Fábio Thé, responsável pela 7ª Promotoria de Justiça de Mossoró. De acordo com ele, as informações e documentos ainda serão analisados e a investigação seguirá o trâmite normal na Promotoria.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), participou nesta quarta-feira (13), em Belém do Pará, da reunião do Fórum Nacional de Governadores, encontro preparatório para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para ocorrer entre 10 e 21 de novembro de 2025 na capital paraense. Em vídeo publicado nas redes sociais, Fátima reforçou a necessidade de uma ação coordenada e duradoura para conter a crise climática.
“Nós estamos aqui unidos, firmes, com uma mensagem muito clara: o enfrentamento da crise climática precisa ser prioridade de Estado. Com financiamento, com recursos, com planejamento, e com participação social efetiva. Afinal, não se trata apenas de proteger as nossas florestas, os oceanos ou a caatinga, trata-se principalmente de proteger gente”, afirmou.
Durante a reunião, que contou com a presença do presidente da Comissão Nacional da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, a governadora defendeu que os estados atuem em parceria com o Governo Federal para mostrar ao país e ao mundo que a preservação ambiental deve ser tratada como política de Estado, com metas, investimentos e compromisso social.
Fátima ressaltou que o Brasil reúne condições únicas para liderar a agenda global de transição energética, graças ao seu potencial geográfico e climático para a geração de energia limpa. No caso potiguar, o protagonismo é evidente: o Rio Grande do Norte é líder nacional na produção de energias renováveis, responsável por 33% de toda a geração eólica e solar do país.
“E não é apenas o Rio Grande do Norte, o Nordeste tem um papel decisivo na produção de energias renováveis e, com isso, contribui para que o Brasil apresente o seu protagonismo ao nível mundial no processo de transição energética. E é nesse contexto que o Consórcio Nordeste debate e defende a criação do Fundo da Caatinga, inspirado no Fundo Amazônia, pelo quanto que o nosso bioma precisa e merece ser cuidado como os demais biomas”, pontuou.
A governadora também lembrou sua participação na COP27, realizada no Egito, e destacou a importância de a COP30 ocorrer no Pará, estado localizado na Amazônia Legal, região estratégica para a preservação ambiental e para o cumprimento das metas globais de redução das emissões de gases de efeito estufa.
A COP (Conferência das Partes) é o principal fórum global de negociação e monitoramento dos compromissos climáticos assumidos pelos países que integram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). A 30ª edição deve reunir líderes políticos, cientistas, representantes da sociedade civil e do setor privado para definir medidas concretas contra o aquecimento global.
O vereador do município de Tibau, Nildo Luz, fez uma acusação séria contra a gestão da prefeita Lidiane Marques. Em pronunciamento no Plenário da Câmara Municipal de Tibau, na sessão ordinária dessa quarta-feira (13), o parlamentar afirmou que “uma quadrilha foi formada em Tibau para desviar dinheiro público com arrumadinho em Mossoró.”.
De acordo com dados do Portal da Transparência da Prefeitura Municipal de Tibau, até esta quinta-feira (14), o pequeno município de 5.382 habitantes (IBGE), localizado a 323 quilômetros de Natal, arrecadou mais de R$ 21 milhões somente com repasses de royalties, e quase mais de R$ 45 milhões no total no período.
Nildo Luz questiona o destino desses recursos. “Tibau hoje é o município mais rico do Rio Grande do Norte, mas Tibau não tem um aparelho de raios-X, não faz um ultrassom, não tem uma creche em tempo integral, não tem uma quadra de esporte, não tem nem carro do município, é tudo sucateado.”, indaga, acrescentando que quem é contra “a gestão ladrona que tá aí, a gestão que desvia o dinheiro público, a gestão que rouba descaradamente”, é tachado de doido.
O vereador faz um apelo para que o Ministério Público “tome conta de Tibau”. “Não é brincadeira não, Tibau é tão atrasado que nem o SUS funciona. As pessoas clamam por cirurgias, as pessoas estão morrendo em nosso município.”, lamenta.
Não é a primeira vez que o destino dos recursos arrecadados pelo Município de Tibau é questionado. Em 2024, o então vereador João de Edgar abordou que de janeiro de 2021 a abril de 2024, no primeiro governo de Lidiane Marques, a Prefeitura de Tibau havia arrecadado R$ 320 milhões, sem ser possível visualizar a sua aplicação. “Digamos que entre todos os gastos do município, incluindo a folha de pagamento dos funcionários e todas as demais despesas, a gestão tenha utilizado R$ 150 milhões, o que já é um valor considerável, ao longo desses 40 meses. A questão que se coloca é: onde foram parar os outros R$ 170 milhões?”, indagou, à época.
A Reportagem do Jornal Diário do RN tentou contato com Lidiane Marques, por meio de mensagem no perfil dela no Instagram e da empresa que faz assessoria de comunicação do Município, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.
A Câmara Municipal de Natal voltou a ser palco de embate político com a proposta da vereadora Thabatta Pimenta (PSOL) de conceder o Título Honorífico de Cidadão Natalense ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A parlamentar justifica a indicação pelos “relevantes serviços prestados à democracia, ao Estado de Direito e à defesa da Constituição Federal”, ressaltando a atuação do ministro no combate à desinformação e na garantia da integridade do processo eleitoral. Como antecedente, ela lembra que, em 2 de fevereiro de 2017, a Assembleia Legislativa do RN concedeu a Moraes o Título de Cidadão Norte Riograndense, reconhecimento à sua trajetória como constitucionalista e ao papel desempenhado na crise do sistema prisional potiguar.
No plenário, Thabatta reagiu às críticas e defendeu a prerrogativa de apresentar honrarias, fazendo um paralelo com homenagens já aprovadas a figuras da direita. “A visão que o vereador tem não é a minha visão. Da mesma forma que o vereador votou a favor do título de Bolsonaro aqui nesta Casa, eu votei contra. Da mesma forma, é legítimo eu querer dar o título de cidadã natalense a Alexandre de Moraes. É a minha prerrogativa. Se vai ser aprovado ou não, aí é cada um”, disse.
Ela se refere ao vereador Leo Souza (UB) utilizou a palavra em plenário para repudiar a proposta.
Em discurso, chamou Moraes de “autocrata” e afirmou que a Câmara não deveria sequer admitir a tramitação do título. “Como defensor da democracia, eu sou contra qualquer autocrata. E esta Casa, se permitir qualquer homenagem ao autocrata que é Alexandre de Moraes, estará dando passos contrários ao dever desta Casa, que é defender a democracia”, declarou.
Para ele, a proposição “não deveria nem chegar ao plenário”: “As comissões mesmo deveriam já tirar isso aí, porque definitivamente Alexandre de Moraes não faz nada para o benefício da democracia do Brasil, avalie para Natal, para o povo natalense”.
Em meio à discussão, Thabatta também criticou o que considera um duplo padrão: “A partir da hora que esta Casa abre todos os parentes possíveis, nuances, para dar título de cidadã natalense a Bolsonaro, a Nikolas, a Michelle, eu também posso colocar uma proposição de dar a honraria a quem eu quiser”. A vereadora afirmou ainda que seu trabalho tem escopo amplo, para além de pautas identitárias: “Nesses seis meses, fui a que mais propus projetos de lei nesta Casa. […] Não é só sobre LGBT ou pessoas com deficiência, como diziam que eu ia me resumir. É sobre gente”.
Quem também se manifestou foi o vereador Subtenente Eliabe (PL), autor do título de Cidadão Natalense ao ex-presidente Jair Bolsonaro, homenagem aprovada sob intensa controvérsia. Ao Diário do RN, ele disse: “Sou contra, mas respeito a iniciativa da vereadora. Vou me posicionar em plenário respeitando o regimento”.
Eliabe invocou as regras internas para sustentar seu ponto: “A concessão de título de cidadania é prerrogativa do vereador, […] desde que observados os requisitos”. E emendou a crítica política: “O que me causa estranheza é que a parlamentar em questão não respeita o direito dos demais vereadores. Inclusive tentou impedir a concessão do título ao ex‑presidente Bolsonaro, que tem, comprovadamente, relevantes serviços prestados a Natal. Um ministro que não respeita o devido processo legal e que representa uma grave ameaça à democracia”.
No bojo da polarização, Thabatta também protocolou moção de aplausos ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL), justificando o gesto pelo papel que atribui ao parlamentar no episódio que resultou na prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. O movimento adiciona uma camada de polêmica ao clima já tensionado sobre o tema. A moção foi negada.
A proposta de título a Alexandre de Moraes seguirá a tramitação regimental nas comissões antes de eventual votação em plenário. A solenidade de entrega, caso aprovada, será definida posteriormente.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), por meio da Promotoria da Saúde, está investigando a gestão do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, por negar cirurgias ginecológicas a centenas de mulheres.
Um Procedimento de Notícia de Fato foi instaurado após a denúncia do Conselheiro Municipal de Saúde de Mossoró, Luiz Avelino da Silva, apontando a suspensão das cirurgias e uma fila de espera com mais de mil mulheres.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Diário do RN nesta quarta-feira (13), o Promotor de Justiça da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mossoró/RN, Rodrigo Pessoa de Morais, informou que a Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró não prestou esclarecimentos dentro do prazo de cinco dias úteis após ser oficiada, sendo o ofício reiterado para um novo prazo que está transcorrendo.
Segundo o Promotor, caso as informações solicitadas não sejam encaminhadas, a Promotoria vai adotar as medidas legais, entre as possibilidades está um mandado de busca e apreensão contra a Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró. “São várias medidas de forma que a gente tenha as observações e as informações no tocante à fila e aos procedimentos que precisam ser realizados.”, declarou, reforçando que, “na verdade, a Secretaria já deveria ter respondido o primeiro (ofício)”.
De acordo com a denúncia de Luiz Avelino da Silva, as cirurgias foram suspensas por falta de pagamento ao Hospital Maternidade Almeida Castro, da Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e Infância de Mossoró (Apamim).
A inadimplência da gestão Allyson Bezerra contrasta com gastos de milhões de reais dos cofres da Prefeitura de Mossoró com seguidos eventos nos meses de junho, julho e agosto de 2025. O descaso com a saúde das mossoroenses pode ser comprovado também com o desperdício de recursos destinados pelo Governo Federal justamente para a realização de cirurgias eletivas.
Segundo a vereadora Marleide Cunha, a gestão Allyson está deixando de utilizar recursos do Programa Agora Tem Especialistas – Componente Cirurgias – e já perdeu parte do valor pactuado.
Dos R$ 441.501,00 previstos, R$ 115.813,48 já foram repactuados para os municípios de Serra do Mel e Areia Branca.
A parlamentar acrescentou que o plano aprovado para Mossoró previa a realização de 281 procedimentos no Hospital Maternidade Almeida Castro, incluindo histerectomias, colecistectomias, hernioplastias, miomectomias, laqueaduras, hemorroidectomias, entre outros. No entanto, nenhuma cirurgia foi realizada até o momento. “Gente, nós estamos perdendo recursos, as mulheres estão necessitando das cirurgias, correndo o risco de morte e Mossoró sem utilizar os recursos que vêm do Governo Federal.”, denunciou Marleide.
A Reportagem do Jornal Diário do RN entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró solicitando um posicionamento sobre o não envio de informações ao MPRN, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.
Apesar da crise, Allyson não demite ninguém ao trocar cúpula da Saúde de Mossoró
Almir Mariano não foi demitido, apenas trocou de secretaria – Foto: Reprodução
A crise na saúde pública de Mossoró fez o prefeito Allyson Bezerra trocar toda a cúpula da Secretaria Municipal de Saúde. Mas não houve demissão, apenas realocação de cargos. O agora ex-secretário municipal de Saúde, Almir Mariano, foi retribuído pelo desempenho com uma nova Secretaria. Ele agora é o titular da Secretaria Municipal de Programas e Projetos Estratégicos. Quem reassumiu a Saúde foi Morgana Dantas, que havia sido substituída justamente por Mariano, e ocupava, até então, o cargo de secretária-adjunta da Secretaria Municipal de Assistência Social, Cidadania e Juventude. Os demais integrantes da cúpula da Saúde também foram realocados. Francisco Caio Bezerra de Queiroz deixou o cargo de Diretor Executivo de Planejamento e Gestão da Saúde e foi nomeado Diretor Executivo de Projetos de Engenharia e Infraestrutura Urbana. Rayssa Lorena de Carvalho Costa deixou a diretoria Financeira da Saúde para se tornar assessora técnica na Secretaria Municipal de Administração. Eduardo Medeiros Borges permaneceu no cargo de Chefe de Gabinete, trocando apenas a Saúde pela Secretaria Municipal de Programas e Projetos Estratégicos, acompanhando Mariano.
A deputada federal Carla Dickson (UB) está em fase de conversas para deixar o partido e se filiar ao PL, legenda comandada nacionalmente por Valdemar Costa Neto e que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro. A mudança, segundo ela, está prevista para abril do próximo ano, respeitando o prazo regulamentar da Justiça Eleitoral que garante a troca de legenda sem risco de perda do mandato, a chamada janela partidária. A decisão, ainda não tomada, segundo ela, envolve cálculos eleitorais e análise sobre a viabilidade de reeleição diante das nominatas de cada partido para a eleição proporcional, além da questão ideológica.
“Primeiro, que o meu discurso não é de União Brasil, e segundo que eu posso virar esteira de luxo no União Brasil. E eu posso ser esteira de luxo também no PL. Posso, porque nós temos dois grandes deputados, só que eu tenho mais chance de lutar por uma cadeira no PL”, analisou a parlamentar em entrevista ao Diário do RN.
No PL, Carla destaca que enfrentaria uma concorrência de nomes fortes, mas avalia que o cenário é menos desfavorável do que no União Brasil. “Eu tenho um Girão aí, que é o cabeça de chapa, que vai puxar bastante voto, e o Sargento Gonçalves, que também tem mandato como eu e atua no mesmo segmento que eu, que é o segmento evangélico”, aponta. Ela reconhece, contudo, que hoje estaria “por último” nessa corrida e que a ausência de emendas parlamentares, por ter assumido o mandato apenas no início deste ano, em substituição a Paulinho Freire (UB), que deixou a Câmara para assumir a Prefeitura de Natal, é um fator de desvantagem.
“Estou juntando os cacos da minha liderança. A gente teve nesse meio termo uma eleição municipal, então a turma tende a se pulverizar, mas graças a Deus, devagarzinho a gente está trazendo”, afirmou, citando como exemplo os projetos de defesa dos direitos da pessoa com autismo que vem apresentando na Câmara dos Deputados, e que, segundo ela, têm garantido retorno político e satisfação pessoal.
Carla reforça que sua saída do União Brasil não é uma questão pessoal ou de descontentamento com dirigentes, mas de “sobrevivência política”. “É ruim ter que sair de um lugar que você gosta, mas não porque você quer. É sobrevivência política”, declarou.
A deputada revelou que já conversou com Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e com o senador José Agripino, presidente estadual do União Brasil, além de lideranças potiguares como Paulinho Freire, Allyson Bezerra, João Maia, Benes Leocádio e Robinson Faria. Essas reuniões, segundo ela, discutiram cenários e possibilidades de viabilizar sua permanência no União Brasil. No entanto, Carla enfatiza que ainda não conversou com o presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda, e que a decisão final será tomada somente após esse diálogo.
Apesar de afirmar que “ama” o União Brasil e não tem problemas internos, Carla admite desconforto com o cenário eleitoral da legenda. “Quando a gente faz os cálculos, as coisas ficam um pouquinho complexas pro meu lado. O União Brasil hoje está me deixando um pouco desconfortável, porque hoje, com certeza, a União faz três [vagas], que não sou eu: Benes [Leocádio, UB], Robinson [Faria, PP] e João Maia (PP). Os meninos, maravilhosos, têm anos na minha frente de experiência. E a quarta vaga, ainda vou ter que disputar, provavelmente, com a Nina [Souza, UB]”, explicou.
Carla também reconhece maior afinidade política com o PL e com a base bolsonarista na Câmara.
“Caminho muito mais hoje com a oposição, com o pessoal do PL, do que com o União Brasil. Eu tenho alinhamento bom com Michelle. Conheci, finalmente, Valdemar. Gente boa, simples. Eu quero sair de cabeça erguida, deixando uma porta aberta. E se for para ficar, ficar, mas com eles entendendo que a minha postura é de direita e eu não abro mão disso. E se Bolsonaro for candidato à presidente, eu vou fazer campanha para ele. E se ele mandar, ou Michelle, ou Tarcísio, eu vou ficar com o candidato da direita”, afirmou.
Por outro lado, Carla não esconde a insatisfação com declarações de figuras importantes do bloco de centro-direita, como o senador Ciro Nogueira (PP), que defendeu a punição de parlamentares que participaram da ocupação da Mesa Diretora da Câmara. “É ruim estar no partido em que um dos dirigentes tem essa questão de querer até punir gente do partido”, avaliou.
Nesse contexto, ela insere o presidente estadual do União Brasil, senador José Agripino, quanto ao diagnóstico sobre a democracia no Brasil. “Ele é um homem que está na política há muitos anos e tem um respeito muito grande em Brasília. E temos opiniões divergentes. Eu acredito, sim, que nós estamos vivendo uma ditadura, a ditadura da toga, o que o Alexandre de Moraes vem fazendo. Não é aquela fase horrível que foi a ditadura militar, mas é um outro tipo de ditadura”, afirmou.
A denúncia de cobrança de propina pela Prefeita de Parnamirim, professora Nilda Cruz (SDD), repercutiu na sessão plenária desta quarta-feira (13), na Câmara Municipal. O vereador Jonas Godeiro (Avante) foi um dos parlamentares que questionaram o que classificou de “problemática” relacionado ao contrato firmado entre a prefeitura e a Afim Clinic Ltda, bem como irregularidades da empresa, como falta de alvará de funcionamento. Para ele, é necessária a abertura de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para que os vereadores possam apurar os indícios de corrupção na Prefeitura de Parnamirim.
“Essa denúncia é muito grave, porque mostra a sede no pote por parte da gestão, por parte da prefeita. Então a gente precisa realmente tentar elucidar os fatos, buscar, ouvir a ex-funcionária, analisar o contrato, como a gente já está fazendo. A gente solicitou à gestão municipal, com um requerimento”, afirmou Godeiro em conversa com o Diário do RN, que garantiu que até a próxima semana a bancada da oposição deverá trabalhar em busca das assinaturas necessárias para abrir a investigação.
“Vamos aguardar que alguns vereadores possam assinar. A gente precisa de sete assinaturas e nós vamos atrás para poder protocolar essa CPI lá na Câmara Municipal”, disse Godeiro. A bancada oposicionista só possui quatro parlamentares em Parnamirim.
O vereador Thiago Fernandes (PP) foi o autor do requerimento de informação, citado pelo vereador Jonas, protocolado nesta terça-feira (12). O parlamentar oficializou, na verdade, pedido que já estava pronto desde a semana passada. O Requerimento nº 224 de 2025 é datado de 08 de agosto e solicita à prefeita informações sobre o contrato objeto da denúncia de cobrança de propina.
“O presente requerimento solicita à Senhora Prefeita Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, o envio das seguintes informações e documentos relativos ao Contrato nº 084/2025, referente ao Processo Administrativo n° 20.431/2025: (…) Cópia do contrato firmado com a empresa Afim Clinic Ltda, bem como eventuais termos aditivos; Relatório detalhado dos serviços efetivamente prestados até a presente data, com respectivas comprovações (notas fiscais, relatórios técnicos, registros de atendimentos, etc.); Critérios utilizados para escolha da contratada, com destaque para a motivação da dispensa de licitação e a compatibilidade dos preços praticados com os valores de mercado; e identificação do responsável técnico da empresa contratada e do servidor público designado como fiscal do contrato”, detalha o documento, que foi aprovado pela Casa e enviado ao Executivo nesta quarta-feira.
Thiago repercutiu, na sessão plenária desta quarta-feira (13), a informação publicada pelo Diário do RN e alerta para a necessidade de respostas à população de Parnamirim. Durante pronunciamento, ele relembrou cobrança de propina a prestadores de serviços que estavam com os pagamentos atrasados, denúncia que foi divulgada no primeiro semestre em Parnamirim. Ele também conversou com o Diário do RN.
“Desde o momento que soubemos dos trâmites para a contratação desses serviços, achamos muito suspeito o valor exorbitante de meio milhão. Para piorar, a aquisição dessa parceria entre a Prefeitura e essa empresa foi feita com dispensa de licitação, então ninguém sabe quais as relações e intenções verdadeiras das partes”, levanta Fernandes à reportagem.
Ele afirma que observa “grandes indícios” de corrupção na gestão Nilda: “A gestão, desde que entrou, fala em uma dívida gigantesca deixada pela antiga. Entretanto, vem assumindo gastos e fazendo contratações milionárias que aparentam um cenário bem diferente do divulgado. É algo que precisa ser verificado, mas estamos observando grandes indícios”.
O vereador Michael Diniz (PL) defende que a investigação através da Comissão de Investigação deve ser feita. Ele cita outros fatores “estranhos da gestão” como a falta de limite de remanejamento de recursos e a total falta de transparência na gestão Nilda.
“A Prefeitura está sendo levada de uma maneira muito estranha. Vemos várias falhas e denúncias. Por exemplo, temos hoje uma Prefeitura sem limite de remanejamento e essas denúncias de corrupção conforme vêm avançando, além de falta transparência por parte da Prefeitura”, finalizou.
O presidente da Câmara de Vereadores de Parnamirim, vereador César Maia (MDB), também foi procurado pela reportagem, mas não respondeu ao contato até o fechamento desta edição. A prefeita Nilda também não respondeu.
“A gente precisa ter como candidato uma pessoa que tenha sangue nos olhos, que tenha coragem de fazer e de falar”. A afirmação é do deputado estadual Tomba Farias ao avaliar o cenário político eleitoral para 2026 no Rio Grande do Norte. Embora enxergue nomes com potencial eleitoral como o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias, e o prefeito de Mossoró, Alysson Bezerra, o parlamentar diz ter plena convicção que as forças de centro-direita vão caminhar unidas em torno do senador Rogério Marinho (PL) como candidato ao governo do Rio Grande do Norte nas eleições do próximo ano.
Apesar de reconhecer que Rogério Marinho é um nome que tem condições de abraçar um projeto político a nível nacional em 2026, o líder do PL na Assembleia Legislativa destaca que o Rio Grande do Norte necessita de um governador com perfil resolutivo que ele atribui a Rogério Marinho.
“Os problemas do Rio Grande do Norte são muito maiores do que a gente pensa. As pessoas cobram de Rogério adotar uma postura de mais carisma, mas essas pessoas têm que entender que ele é um nome preparado para tirar o estado do atraso”, defendeu.
As declarações foram dadas em entrevista ao jornalista Diógenes Dantas, na Rádio Mix FM, onde Tomba Farias também disse confiar que os grupos de centro-direita vão caminhar unidos nas eleições de 2026. “É preciso que isso aconteça, para mudar o cenário de um estado que tem déficit de pagamento de precatórios, atraso no pagamento de médicos e fornecedores e que se encontra em um buraco muito grande. Rogério Marinho, que é capacitado para ter um diálogo com o Tribunal de Justiça, com a Assembleia Legislativa, Ministério Público e tem trânsito em Brasília”, explicou.
O parlamentar também falou sobre questões nacionais e avalia que o episódio da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro não trará impacto negativo nas eleições 2026. “Caso Bolsonaro continue inelegível, as forças de centro-direita têm grandes nomes para a disputa presidencial, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos mas poderia vim para o PL. Tem também Ronaldo Caiado (União Brasil), entre outros”.
A psicóloga Daniela Bezerra Rodrigues, de 50 anos, militante dos direitos humanos e pesquisadora do sistema socioeducativo no Rio Grande do Norte, faleceu na manhã desta quarta-feira (13), em Natal (RN), em decorrência de problemas cardiorrespiratórios. Nos últimos meses, Daniela vinha enfrentando complicações de saúde como problemas no funcionamento da medula e precisando de reposição de sangue.
Sua atuação foi marcada pela defesa de crianças, adolescentes e populações vulneráveis, sendo reconhecida por diversas entidades do Estado. A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fundase/RN) divulgou nota lamentando a perda e destacando a trajetória da psicóloga. Daniela foi coordenadora estadual do Programa Fazendo Justiça (PNUD/ONU), presidiu o Conselho Regional de Psicologia do RN (CRP-RN) e integrou o Comitê de Prevenção e Combate à Tortura, além do Observatório da População Infantojuvenil em Contextos de Violência (Obijuv/UFRN).
“Que a memória de Daniela, marcada pelo compromisso com a justiça e a dignidade humana, siga inspirando a todos”, afirmou a entidade.
O Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania (COEDHUCI/RN) também manifestou pesar, ressaltando que Daniela foi “defensora incansável das juventudes e dos direitos de crianças e adolescentes”. Em nota, foi destacado o seu compromisso ético, sensibilidade e firmeza na luta pelos mais vulneráveis. “Sua trajetória permanecerá como referência para este Conselho e para toda a sociedade potiguar”, declarou.
Nas redes sociais, a morte de Daniela repercutiu entre autoridades e movimentos sociais. A deputada federal Natália Bonavides publicou uma homenagem, enaltecendo o legado da psicóloga: “Daniela sempre esteve ao lado das lutas por direitos humanos. Sua ausência será sentida, mas sua história seguirá viva nas batalhas que ela ajudou a construir”.
O velório aconteceu em Natal, na tarde de quarta, seguido pela cremação, como era vontade dela.
O contrato nº 084/2025 foi firmado no dia 03 de julho, por dispensa de licitação emergencial. De acordo com o documento, pelo valor de R$ 576 mil, a empresa Afim Clinic Ltda firma com a Prefeitura de Parnamirim a prestação de serviço de fornecimento de psiquiatras para atender as unidades do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS i), Centro de Atenção Psicossocial Adulto (CAPS II) e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III) pelo período de seis meses, entre 04 de julho e 31 de dezembro de 2025. Entretanto, dividido pelo período de vigência do contrato, o valor mensal de R$ 96 mil precisará ser repartido, não somente entre os Centros de Atenção Psicossocial, mas também com valores que podem variar de R$ 10 mil a R$ 20 mil que iriam direto para a prefeita Nilda Cruz.
A denúncia foi feita por uma ex-funcionária da Afim, que esteve na redação do Diário do RN e apresentou provas documentais do fato. Patrícia, nome fictício criado por ela temer represálias, foi demitida pelo dono da empresa, Franklin Ferreira, após questionar a forma obscura como a contratação foi firmada. Ela saiu sob ameaça de destruição da imagem dela e de fechar as portas para a profissional no mercado de trabalho.
“Tira o repasse dos médicos e a clínica fica com um pouco, sendo que do que a clínica fica, ainda tem que tirar uma parte para a prefeita. Desse dinheiro por mês ele tem que dar R$ 10 mil ou 20 mil”, relata Patrícia, sobre o valor mensal que seria repassado à prefeita Nilda por este contrato.
Pela denúncia, que já foi feita ao Ministério Público, Patrícia afirma que a prefeita pediu inicialmente R$ 20 mil, mas chegaram ao acordo de R$ 10 mil.
Patrícia conta que antes mesmo de qualquer fechamento contratual, envio de orçamento ou publicação do contrato emergencial no Diário Oficial, ela foi encaminhada para a busca de médicos psiquiatras e visitas aos CAPs para conhecer a estrutura. “Eu não tinha nem enviado o orçamento para lá, mas ele falou: ‘não se meta nessa parte, porque já está tudo ok. E não pode expor para ninguém, porque ninguém pode saber dessa tratativa”, conta Patrícia, sobre diálogo que teve com Franklin Ferreira, proprietário da Afim Clinic. Segundo ela, o seu patrão alegava tratativas “direto com Rogério Gurgel”, o então secretário Municipal de Saúde de Parnamirim.
Ela acrescenta na denúncia, a utilização, por parte de Rogério Gurgel, da estrutura do Município para fins particulares. “Aí começou a vir os pedidos estranhos: ‘Eu preciso que você consiga médico para filha do secretário da saúde, Rogério Gurgel’. Ele disse que eu teria que conseguir uma médica mastologista, porque a clínica lá não tinha essa especialidade, eu falei, mas a procura é baixa aqui na clínica para essa especialidade, mas eu tinha que conseguir uma médica para a filha dele. Um atendimento particular, mas ele falou que não era para cobrar”, conta.
Rogério Gurgel hoje é secretário Municipal de Políticas Públicas.
A prefeita Nilda também teria aproveitado a estrutura da secretaria de Saúde para promover evento da vereadora Rafaella Cruz, sua filha. De acordo com Patrícia, cerca de nove especialidades médicas foram disponibilizadas pela Prefeitura para realização do projeto “Gabinete nos bairros”, no dia 19 de julho.
Segundo Patrícia, a Prefeitura de Parnamirim teria prometido o contrato a uma outra empresa, mas somente para garantir uma documentação complementar que justificasse a concorrência do fictício processo licitatório. “O sr Franklin sempre pedindo que eu não falasse nada e sempre indo em reuniões com a prefeita”, explicou.
Entretanto, a Afim, de acordo com Patrícia, não tinha documentações regulares, como o Alvará de funcionamento da empresa, documento básico. Em meio às tratativas, a empresa teve que buscar regularização em paralelo para fechar o contrato que já estava informalmente acertado diretamente com a prefeita Nilda Cruz.
Os acertos, de acordo com ela, surgiram da amizade que existe entre a prefeita Nilda Cruz e Franklin Ferreira. “É uma amizade bem antiga. Em todas as inaugurações da clínica ela está presente. Ela é muito amiga dele. Já existia essa relação. Ela foi na posse dele na CDL porque ele tomou posse recentemente como diretor de eventos. Já ouvi falar que ele chegou a investir na campanha dela”, disse.
Ameaçada, Patrícia resolveu levar os documentos com provas ao Ministério Público, onde registrou denúncia, inclusive relacionadas a outros envolvimentos supostamente ilícitos de Franklin Ferreira.
“Eu tenho todas as provas, provas concretas, prints de falsificação de assinatura, coisas pesadas.
Ele deveria ser investigado. Um paciente morreu por negligência dele, que impedia atendimento, porque o home care passa pelo SESAP, para aprovação. E eu tenho muita coisa. Então ele já tem esse histórico de ser pagador de propina. E agora ele tem essa facilidade da prefeita”, dispara.
Prefeita Nilda Cruz no dia da assinatura do contrato com Afim Clinic / Proprietário da empresa, Franklin Ferreira, assina contrato com prefeitura – Foto: Reprodução
Saúde mental e autismo Além deste contrato, Patrícia explica que o grupo já vem programando o crescimento do esquema dentro dessa estrutura.
“A prefeita disse que vai abrir os aditivos para entrar neurologia neste contrato e ele [Franklin] entrar junto com o marido dela para fazer outros projetos dentro da Prefeitura, como o ABA, tudo que é voltado à saúde mental, autismo”, denunciou.
O ABA é abordagem terapêutica que utiliza princípios da psicologia comportamental em tratamentos, como do autismo. Para este tipo de projeto, existem financiamentos federais.
Aos 26 anos, Ivan Baron já percorreu uma trajetória marcada por ativismo, enfrentamento ao capacitismo e presença nos principais espaços de discussão sobre direitos humanos no país. Agora, ele vislumbra dar um novo passo: disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte em 2026. Em entrevista ao Diário do RN, o jovem potiguar revelou que tem dialogado com partidos e acredita que chegou o momento de as pessoas com deficiência ocuparem espaços de poder com legitimidade.
“Eu já me considero um sujeito político pela minha vivência. Agora estou estudando as possibilidades com muita responsabilidade. Se for para concorrer, será com propósito coletivo.
Não quero ser só mais um nome, quero representar uma causa, uma luta”, afirmou à reportagem.
Ivan acredita que a presença de uma pessoa com deficiência no Legislativo estadual pode ser simbólica e transformadora. “A gente também quer falar de cultura, de educação, de segurança pública, de saúde. A nossa pauta não é só dor. Representatividade com legitimidade passa por isso: ver alguém com deficiência num espaço de poder é o que dá força para que outras pessoas também possam chegar lá”, disse.
O ativista que subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado de Luís Inácio Lula da Silva e outras representatividades da sociedade dia 1º de janeiro de 2023, durante solenidade de posse do presidente da República, ainda não tem definição sobre partido ou cargo, mas as conversas estão em curso, especialmente com legendas do campo progressista. “Já recebi convite do PSD, PDT e PSOL”, afirma, explicando que ainda não tomou decisão, já que acredita que a escolha deve ser coletiva, “trabalhada e estudada”.
Questionado, informa que ainda não recebeu convite do PT: “O PT, por enquanto, não me fez convite direto, apesar das especulações nos bastidores, não houve conversa formal”, disse.
Ivan Baron vive com paralisia cerebral decorrente de uma meningite viral que contraiu aos três anos de idade, após uma intoxicação alimentar. Hoje, formado em pedagogia e atuando como professor, ele se tornou referência nas redes sociais na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e na luta contra o preconceito.
Ele demonstra preferência por disputar uma vaga de deputado estadual por considerar que essa atuação mais próxima do cotidiano potiguar pode ser mais efetiva para as causas que defende.
“Sinto que preciso cuidar do estado de pertinho, sonho de mudar a realidade. A própria bandeira do anticapacitismo, nosso estado já foi número 1 em pessoas com deficiência, mas nunca existiu uma política de forma combativa. Por exemplo, na área da educação inclusiva, profissionais reais de apoio a crianças com deficiência, autistas; na saúde, a área de acessibilidade comunicacional para o atendimento a pessoas com deficiência, e também lazer, porque a gente também não fala só sobre nossas dores, cultura é essencial”, avalia.
Sobre o cenário político atual, Baron critica o extremismo da direita e defende que a população tenha consciência na hora do voto. “Infelizmente, a gente está vendo uma escalada da intolerância. Tem deputado querendo apagar conquistas e transformar o Congresso num ringue ideológico. É preciso atenção para não retrocedermos”, alertou.
Para as eleições majoritárias de 2026, Ivan já tem seus apoios definidos: é entusiasta da reeleição do presidente Lula (PT), da continuidade do governo do RN com Cadu Xavier (PT) como sucessor de Fátima Bezerra (PT), e da permanência da senadora Zenaide Maia (PSD) no Senado e eleição da governadora na Casa Legislativa. Ele, no entanto, ressalta que seu voto é baseado em ideais.
“Não voto por partido, voto por projetos. Concordo com elas em muitas coisas, mas também tenho críticas. O importante é estar alinhado com quem defende os direitos das pessoas”, concluiu.
Posse no Conselho Nacional marca novo capítulo na trajetória de Ivan Baron
Ivan Baron com Lula: “Sou um jovem potiguar, ativista, defensor da inclusão” – Foto: Reprodução
Dias antes da entrevista, realizada quinta-feira (07), Ivan Baron tomou posse como conselheiro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável da Presidência da República, conhecido como Conselhão. A nomeação foi recebida com entusiasmo por Ivan, que vê no cargo uma oportunidade de contribuir com propostas concretas para o país.
“Fiquei muito feliz. Ser indicado por uma secretaria da Presidência e reconhecido como alguém que pode contribuir com o Brasil mostra que nossa luta está sendo ouvida, que de fato a voz da juventude, a voz das pessoas com deficiência está conseguindo espaços institucionais, principalmente em espaços de decisão. Eu quero levar a voz potiguar para Brasília”, disse.
No Conselho, Ivan pretende participar ativamente dos grupos temáticos voltados aos movimentos sociais e à comunicação. Uma de suas prioridades será a defesa da assistência social, em especial o BPC, e o fortalecimento da política pública voltada para pessoas com deficiência. “Quero contribuir com ideias para que o BPC seja mais valorizado e enxergado como parte do desenvolvimento econômico brasileiro, e não como um custo”, explicou.
Questionado sobre quem é Ivan Baron, ele responde com simplicidade e firmeza: ““A primeira imagem que muita gente tem de mim é a de um jovem paralisado, sem voz, sem força. Todos os dias eu preciso provar o contrário. E provo, com orgulho. Sou um jovem potiguar, ativista, defensor da inclusão — não só das pessoas com deficiência, mas de todas as pessoas que não cabem nos padrões. Parece utopia, mas é esse sonho que me faz aco
O senador Styvenson Valentim (PSDB) voltou a afirmar, nas redes sociais, que constrói hospitais no Rio Grande do Norte com recursos de suas emendas parlamentares, declaração que contraria a realidade legal e os próprios dados das instituições beneficiadas. Agora, usa o termo “construir” em destaque e letras garrafais, como forma de deboche, já que não pode sequer enviar emendas de construção para estas entidades. Em nova publicação feita no último fim de semana em um de seus perfis no Instagram, o parlamentar escreveu: “Nossas emendas parlamentar (sic) usamos para CONSTRUIR HOSPITAIS DESSE PORTE.
Localizado em Mossoró não servirá apenas para a população desse município, mas de toda uma região. Todos do Oeste potiguar serão beneficiados. Uma obra orçada em aproximadamente 90 milhões de reais que terei a honra e o compromisso de custeá-la com recursos do nosso mandato (emendas parlamentar). Se um dia você teve dúvidas do pra que servia um político (senador ou deputado federal) agora você consegue ver a utilidade de uma boa política. Por que não fizeram antes? Sim, sim e sim eu senador Styvenson Valentim CONSTRUO hospitais pelo RN todo”.
A narrativa, repetida há meses pelo senador, já foi desmentida por entidades como a Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer e a Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer, responsáveis pelas obras citadas em seus discursos. Ambas confirmaram ao Diário do RN, em diferentes ocasiões, que, por serem instituições privadas, só podem receber emendas de custeio ou para compra de equipamentos, nunca para construção de unidades de saúde, ainda que tenham parte do atendimento destinada ao SUS.
As emendas enviadas por Styvenson são de custeio, destinadas a despesas como medicamentos, folha de pagamento e serviços. Segundo as Ligas, a estratégia é utilizar esses recursos para aliviar o orçamento e, com a economia, investir em obras com recursos próprios.
O Relatório Anual de 2023 da Liga Norte-Riograndense deixa claro que a construção do Hospital do Seridó, em Currais Novos, foi viabilizada com recursos provenientes da economia obtida pelo pagamento de despesas correntes custeadas por duas emendas de bancada, e não individuais, indicadas por Styvenson. O valor foi de R$ 29,1 milhões.
O mesmo vale para o Hospital da Liga em Mossoró. O mesmo que ele ressaltou na postagem do último fim de semana que construiu com R$ 90 milhões. O Portal da Transparência do município mostra que a obra, orçada inicialmente em R$ 80 milhões, recebeu R$ 33,4 milhões via Fundo Municipal de Saúde, dos quais apenas R$ 8 milhões vieram de emendas do senador, também de custeio.
No caso do Hospital Oncológico Infantil, em Natal, os dados são ainda mais claros: o relatório da Liga não aponta recursos parlamentares de Styvenson para a construção. A maior parte do financiamento veio do Ministério Público do Trabalho, que destinou R$ 22,3 milhões provenientes de ações trabalhistas para a execução da obra e aquisição de equipamentos.
Mesmo após reconhecer em transmissões ao vivo que a lei impede destinação de emendas de construção para instituições privadas, o senador mantém publicações em que se apresenta como “o construtor” das unidades. Em diversas ocasiões, usa o discurso para alfinetar adversários, acusando-os de “tomar obras dos outros” e “não fazer nada”.
Críticas frequentes à governadora Fátima Bezerra (PT) aparecem nas mesmas postagens, como no episódio em que desdenhou da entrega de licenciamento ambiental para o Hospital da Liga em Mossoró, afirmando que a documentação foi custeada com recursos de suas emendas, ignorando que o Governo do Estado foi responsável pela doação do terreno para a instituição.
Além disso, embora o histórico mostre que Styvenson tenha destinado milhões em emendas de custeio para entidades filantrópicas de saúde no RN, os recursos são, em muitos casos, de bancada, aprovados com a participação de outros parlamentares. A insistência do senador segue como peça central de sua estratégia de comunicação política, sem qualquer transparência com seu eleitor.
A Prefeitura do Natal recebeu, no último dia 25 de julho, no Palácio Felipe Camarão, a cessão de 10 hectares de uma área estratégica do Exército Brasileiro, localizada às margens da Avenida Engenheiro Roberto Freire. O espaço será destinado à criação do Parque Linear de Natal, um projeto que pretende conciliar conservação ambiental, lazer público e valorização turística na capital potiguar.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Prefeitura do Natal, o Exército e o mandato do senador Styvenson Valentim, que articulou apoio político e institucional ao projeto.
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Thiago Mesquita, a área concedida faz parte do entorno do Parque das Dunas, unidade de conservação estadual. Ainda assim, o secretário argumenta que o trecho cedido está altamente antropizado — ou seja, já sofreu significativa modificação humana.
“É uma área impactada há anos. Já foi usada para treinamento militar, tem áreas asfaltadas e foi até pista de aeromodelismo. Ela sofre o chamado efeito de borda da Avenida Roberto Freire, uma das vias mais movimentadas da capital”, afirmou Mesquita.
A ideia do Parque Linear prevê manutenção de todas as espécies arbóreas existentes na região, além do compromisso de dobrar a quantidade de árvores no local, utilizando vegetação nativa da Mata Atlântica em um projeto de paisagismo e reflorestamento, incluindo áreas de lazer, educação ambiental e acesso público qualificado.
“Se houver necessidade de suprimir alguma árvore, plantaremos pelo menos o dobro. Nossa proposta é ampliar o verde, criar espaços de educação e percepção ambiental, e oferecer à população um novo espaço de lazer, qualidade de vida e contato com a natureza. Nossa intenção é transformar uma área degradada em um novo espaço de conservação, lazer e educação ambiental. Nada de prédios ou uso comercial”, reforçou.
Próximos passos: licenciamento e estudos técnicos Em entrevista ao Diário do RN, o titular da Semurb detalhou que os estudos de impacto ambiental e o processo de licenciamento ambiental serão conduzidos a partir de agora, já com a cessão oficializada.
“É justamente para isso que serve o licenciamento ambiental. É nessa fase que se exigem os estudos técnicos, sociais, econômicos e ambientais. O licenciamento é o instrumento legal que define o que deve ser analisado e quando. Não faz sentido elaborar estudos antes de ter a posse legal da área. Só agora, com a área oficialmente concedida, podemos dar início aos projetos”, explicou Mesquita.
Ele reforçou ainda que todos os estudos exigidos pelo órgão ambiental serão cumpridos e, se necessário, haverá audiências públicas para apresentação à sociedade.
“Serão avaliados impactos positivos e negativos na fauna, flora, solo, geologia, paisagem e sociedade. Estamos comprometidos com um processo transparente e técnico, em parceria com os órgãos responsáveis. Agora sim, temos as condições legais para dar esse passo com segurança “, pontuou.
Por que o Idema não foi consultado antes? Segundo o secretário, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA) não foi inicialmente comunicado por uma razão prática e legal: a área ainda não havia sido oficialmente cedida pela União ao município.
“Não havia lógica em comunicar o IDEMA enquanto a cessão ainda estava em negociação. Não se discute um projeto em uma área que ainda não pertence ao município”, disse Mesquita.
“Somente após o Exército dar o parecer favorável e formalizar a cessão do uso, liguei pessoalmente para a presidente do Conselho Gestor do Parque das Dunas convidando-a para a cerimônia de assinatura. Ela justificou ausência por estar em outro evento. A partir de agora, sim, iniciaremos oficialmente o diálogo com o Conselho para amadurecimento do projeto”, completou.
O medo de retaliação do prefeito Allyson Bezerra está silenciando os servidores públicos municipais de Mossoró. A Reportagem do Jornal Diário do RN tem encontrado enormes dificuldades para encontrar servidores dispostos a falar sobre os problemas existentes na estrutura pública da segunda maior cidade do Estado do Rio Grande do Norte, por um único motivo: medo.
“A gestão Alisson é muito perigosa. Eu tenho mais de duas décadas de serviço público, nunca fui tão desrespeitada.”, relata uma servidora sob a condição de anonimato.
Outro servidor, que já chegou a denunciar problemas na gestão municipal, não quer mais aparecer. “Eu gostaria de me preservar, pois já me desgastei demais”, declara, também anonimamente. Segundo este servidor, “muitos servidores têm receio de falar com medo de perseguição e represálias por parte da gestão municipal.”.
A servidora citada na reportagem reforça que se trata de “uma gestão perseguidora, mesquinha” e dispara: “Allyson é o pior gestor que já passou para os servidores”.
Ex-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindserpum), a vereadora Marleide Cunha usa o plenário da Câmara Municipal de Mossoró com frequência para denunciar as perseguições de Allyson, no pronunciamento mais recente, se referiu aos professores readaptados. “Esses profissionais sofreram cortes absurdos em seus salários. Foram 10 dias descontados de seus contracheques, referentes ao recesso escolar, um direito garantido.
Isso é perseguição, é desumanidade!”, se pronunciou. A parlamentar acrescentou que “dizer que Mossoró é cidade educação enquanto maltrata seus servidores é mentir descaradamente ao povo.”
Segundo o Sindserpum, os casos de denúncias de perseguição são inúmeros. No entanto, a maioria dos servidores não se dispõe a falar por medo. Um servidor com contrato temporário chegou a ser demitido após denunciar problemas estruturais em uma escola, mas foi readmitido no dia seguinte “para não ocasionar desgaste para gestão”.
A Reportagem do Jornal Diário do RN entrou em contato com o secretário municipal de Comunicação Social da Prefeitura de Mossoró, Wilson Fernandes, para solicitar um posicionamento de Allyson Bezerra sobre as denúncias de perseguição, mas ele não respondeu as mensagens até o fechamento desta edição.
Enquanto esbanja riqueza com a realização de seguidos eventos que consomem milhões de reais dos cofres públicos, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB), está deixando centenas de mulheres sem cirurgias ginecológicas.
De acordo com o Conselheiro Municipal de Saúde de Mossoró, Luiz Avelino da Silva, já são mais de mil mulheres que integram a fila de espera por cirurgias eletivas ginecológicas. No último dia 24 de julho, o conselheiro denunciou o descaso de Allyson Bezerra com a saúde dessas mulheres à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mossoró.
No dia 31 dezembro de 2024, a fila de espera contava com 793 solicitações de cirurgias. Número que continuou crescendo nos mais de sete meses de 2025. “Acredito que a fila de espera hoje é de mais de mil mulheres. Desde janeiro desse ano que o Conselho Municipal de Saúde tem se reunido várias vezes com o secretário municipal de saúde, pedindo que fizesse uma força tarefa para botar essas cirurgias na ordem, sem fila. Só que até hoje a gente não tem nenhuma resposta de quando a secretaria de saúde vai fazer essas cirurgias”, critica Avelino, que até momento, não recebeu nenhuma manifestação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) sobre o caso.
Allyson Bezerra, que ainda no ano passado criticou a governadora Fátima Bezerra (PT) por calote a prestadores de serviços da saúde, entre eles, médicos obstetras, naquela ocasião anunciou pagamento dos profissionais para não paralisar partos em Mossoró. Entretanto, fora do marketing das redes sociais, o pré-candidato ao Governo do RN, ignora o problema das mulheres mossoroenses.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde negou que as cirurgias ginecológicas realizadas pela Prefeitura de Mossoró estejam paralisadas. Segundo a Secretaria, os procedimentos seguem sendo feitos normalmente no Hospital São Luiz.
O conselheiro Luiz Avelino tratou a nota da Secretaria Municipal de Saúde como mentirosa. “Esse (secretário) é mentiroso igualmente ao prefeito (Allyson)”, tachou.
Na fila de espera está Vanusa Moura, de 52 anos. Ele recebeu o encaminhamento para fazer uma cirurgia de histerectomia há mais de um ano e quatro meses, no dia 11 de abril de 2024, e desde então, espera ansiosa pelo procedimento que vai reduzir as suas dores. “Já fui várias vezes na secretaria de saúde e dizem que está suspensa. Sinto muita dor no pé da barriga. Eu menstruo de três em três meses e quando menstruo é muito, com coágulos de sangue, com começo até de hemorragia. É um sofrimento”, relata.
Tendo como renda o Benefício de Prestação Continuada em razão de uma deficiência que paralisou parte do seu corpo, Vanusa conta que já gastou mais de mil reais em exames, “oitocentos só com a ressonância”, que precisarão ser feitos novamente caso a cirurgia seja marcada. “Fico muito triste. Eu queria fazer a cirurgia, mas não tem como”, complementa.
Eliene Valentim é mais uma mulher mossoroense que aguarda há vários meses e que já esteve na Secretaria Municipal de Saúde várias vezes em busca do seu procedimento cirúrgico, mas sem resposta positiva. “Eles (secretaria) só fazem dizer que tem que aguardar que está esperando liberar”, revela.
Conforme a denúncia de Luiz Avelino, a Maternidade Almeida Castro, da Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e Infância de Mossoró (Apamim), suspendeu as cirurgias por falta de pagamento da gestão Allyson Bezerra.
A Reportagem do Jornal Diário do RN entrou em contato com o Hospital São Luiz e com a Interventora da Apamim, Larizza Queiroz, mas não teve respostas até o fechamento desta edição.