Por Bosco Afonso
A política brasileira tem se constituído por partidos de direita, de esquerda, de centro, centro-esquerda e centro-direita, mas no momento, pelo posicionamento de suas lideranças, partidos estão chegando aos extremos. No caso de Lula, o PT, igualmente ao PSOL, PCB, PC do B e PSTU, está se posicionando como partido de extrema esquerda, enquanto que Bolsonaro, ainda sem partido, levará a sigla à qual se filiar para a extrema direita.
A pretensa fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL) deverá levar a nova sigla a se portar ideologicamente como partido de centro e segundo o ex-senador José Agripino, “não se aliará nem com a extrema esquerda e nem com a extrema direita. A oficialização do nascedouro do novo partido irá contribuir para a tentativa de mudar o atual quadro político, mesmo que para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “A terceira via tem que me derrotar no primeiro turno, ou derrotar Bolsonaro. Não há espaço para Terceira Via se não houver uma mudança brusca no espaço político nacional”, disse o representante petista em entrevista a uma emissora de rádio em Goiânia.
Enquanto os políticos de extrema direita e da esquerda extremada elevam cada vez mais o tom das agressões, mais radicalizam e assim, por conta da necessidade da existência mútua, o PT trabalha para que o impeachment de Bolsonaro, mesmo ele com a sua popularidade em decadência, não tenha prosperidade.
Os líderes dos partidos de extrema esquerda e de extrema direita pretendem manter o nível de “discussão” que só extremam os seus interesses. Enquanto isso, o Ciro Gomes, do PDT, por sua vez, já tentou ocupar essa lacuna no centro, mas o fato de fazer a sua “metralhadora giratória linguística” se mover contra os extremos, quase nada tem conquistado para sobreviver nesse tiroteio ideológico, por conta de sua ideologia capitalista que quer ser rotulada como de esquerda.
O surgimento de um partido de centro, ideologicamente liberal e democrata, com direito a ter cerca de R$ 1 bilhão de fundos partidário e eleitoral no próximo ano e a utilizar o maior tempo de todos os partidos em rádio e televisão, poderá mudar o quadro político atual desde que aja com sensatez em busca de um ponto de equilíbrio para discutir o desenvolvimento do nosso país que disponibiliza de recursos naturais imensuráveis e está entre as dez maiores economias do mundo.
O futuro do Brasil não admite extremismos, nem muito menos personificação. É tempo de diálogo mais promissor e explorar as inteligências para se encontrar verdadeiros caminhos para o desenvolvimento cultural, econômico, social, respeitando o contraditório e preservando sempre os costumes dos mais de 210 milhões de brasileiros.