
O jornal Agora RN publicou nesta quarta-feira, 6, pesquisa do instituto Perfil em que revela cenários para o governo e Senado, que precisam de avaliação mais aprofundada.
Para o governo do Estado, Fátima Bezerra segue sem ter um adversário de peso com nome e sobrenome. O nome que aparece mais perto de assustar é o do ex-prefeito Carlos Eduardo, que tem o ‘recall’ da última eleição disputada justamente contra Fátima, mas enfrenta problemas de falta de confiança da classe política, desnutrição partidária e ausência de alguém para formar uma chapa competitiva que não deforme seu discurso ou crie embaraços intrapartidários.
Porém, apesar das fragilidades apontadas, Carlos Eduardo ainda é o nome com consistência a assustar a reeleição de Fátima Bezerra.
Abstraindo a possibilidade da candidatura de Carlos Eduardo ao Governo, Fátima não apresenta gordura eleitoral suficiente para poder prescindir de aliança política com força eleitoral, capaz de atrair parte do eleitorado simpático a outros nomes e também mudar o desejo do eleitorado que hoje pensa em anular o voto, votar em branco ou está completamente indefinido quanto a um nome que possa chamar de seu candidato.
Em relação ao Senado, a pesquisa Perfil/Agora RN, desmoralizou as demais que excluíram o nome de Garibaldi Filho de forma deliberada, mesmo com posição pública do presidente do MDB no RN, Walter Alves, afirmando que Garibaldi é um nome a ser considerado para o Senado.
A Perfil não excluiu nenhum nome e o resultado foi o que todos já sabiam, que o ex-senador Garibaldi Filho bate todos os possíveis candidatos atuais e vence também nos embates individuais, incluindo Carlos Eduardo, que lidera quando Garibaldi não é posto.
O CAMINHO DE FÁTIMA
O quadro revelado pela pesquisa deve servir de avaliação para a governadora Fátima Bezerra.
Hoje, ela está com a possibilidade concreta de ter Garibaldi Filho e o MDB ao seu lado. Há também grande chance de ter Carlos Eduardo e o PDT em seu palanque.
Cabe a Fátima articular, deixar sentimentos menores de lado e atrair tanto Carlos Eduardo quanto Garibaldi Filho para seu lado. Com isso, retiraria os pilares mais fortes que poderiam ficar contra ela e que podem fortalecer a oposição.
Garibaldi é o mais forte para o Senado. Mas pode ocupar outra posição no palanque governista. Na reunião com Lula, que Fátima participou, o MDB apontou o deputado Walter Alves como candidato a vice de Fátima; Garibaldi seria candidato a deputado federal.
Carlos Eduardo é o mais forte candidato a governador da oposição e o segundo mais forte candidato a senador. Tê-lo ao seu lado significa fortalecer a chapa majoritária com ele como candidato a senador, enfraquecendo a oposição, que perderia seu maior trunfo de candidato a governador.
Retirar do embate aquele que seria seu principal opositor, é uma prática corriqueira da classe política, que usa o pragmatismo para tornar a via da vitória mais fácil e mais barata.
Para não ir muito longe, fiquemos com o exemplo de 2018, quando as forças contrárias a Lula, viabilizaram uma forma de tirá-lo da disputa presidencial. Sem o marido de Janja na disputa, a novidade Jair Messias Bolsonaro foi anabolizado e ganhou a eleição para Fernando Haddad. Certamente que, com Lula na disputa, a história seria outra.
A retirada de Lula da disputa envolveu decisão judicial, mídia favorável e um cenário propício para a ‘novidade’. O projeto deu certo. Bolsonaro ganhou a eleição.
A posse de Sérgio Moro no ministério da Justiça comprovou sua participação judicial com inevitáveis consequências político-eleitorais. Moro foi peça fundamental na viabilização do projeto.
No caso de Fátima Bezerra, não precisa fazer tanto malabarismo e nem jogar sujo para viabilizar um palanque que desmonte a oposição e garanta sua reeleição.
Os números mostram que a atração de Garibaldi e Carlos Eduardo termina de enfraquecer a já combalida oposição.
Se Fátima vai articular o fortalecimento de seu palanque ou não, somente o tempo dirá.