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ROGÉRIO MARINHO: “FÁTIMA ESTÁ FAZENDO UM GOVERNO CONVENCIONAL E SOFRÍVEL”

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O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, lançou oficialmente a sua pré-candidatura ao Senado Federal pelo Rio Grande do Norte nesta segunda-feira (27), durante o evento de entrega de maquinário agrícola para vários municípios no Estado.

Seguro e tranquilo, ele concedeu entrevista exclusiva ao Agora RN e falou sobre as obras realizadas pelo governo federal no Estado, as denúncias envolvendo seu nome, o cenário eleitoral para 2022 e fez uma rápida e cirúrgica avaliação dos governos Fátima Bezerra (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido).

Agora RN: Na semana passada, o ministro Fábio Faria disse que o senhor havia atropelado um acordo que existia sobre a chapa com Benes Leocádio (Republicanos), que depois fez o lançamento da própria candidatura. Como está essa situação?

RM: Ele não precisa me consultar porque eu não tenho nenhuma condição de tutelar o ministro Fábio Faria. Ele é uma pessoa que tem todos os predicados e condições de ser candidato ao que ele quiser. Agora, é evidente que estamos dentro de um mesmo grupo político e eu espero que, em um momento oportuno, nós tenhamos a condição de convergir. Que bom que temos muitos nomes para candidaturas majoritárias, é bom porque o presidente Jair Bolsonaro tem feito um trabalho extraordinário no Nordeste, mas com pouca visibilidade. Então, é necessário que tenhamos aqui no Rio Grande do Norte um palanque que possa defender esse legado. Sobre para qual partido eu irei me filiar, digo que vou me filiar ao partido que tiver afinidade com o nosso projeto.

Agora RN: Por que o senhor não é candidato a governador? Tem medo de Fátima?

RM: (Risos) Pode colocar risadas? Eu acho que, nesse momento, temos que ter o cuidado de apresentar uma proposta diferente no RN. Não se trata de ter medo ou não, mas se trata da necessidade de ter um palanque fortalecido para ser um contraponto ao que está acontecendo. Existem muitas pessoas qualificadas que podem entrar nesse projeto. Quando se fala em investimentos e infraestrutura no Nordeste, as empresas olham para o Ceará e Pernambuco, pulam o Rio Grande do Norte. Temos, historicamente, governos preocupados em pagar salários de servidores. Por mais meritório que isso seja, não se pode comemorar isso porque é obrigação. É necessário ter um Senado da República forte, porque é o único lugar que o RN é do tamanho de São Paulo ou de outro estado forte e é onde você tem a capacidade de fazer uma intervenção que gere consequências práticas e resultados para o nosso Estado. Estamos à margem das grandes discussões nacionais que impactam o nosso Nordeste e estado.

Agora RN: Os três senadores representam bem o RN?

RM: Eles representam bem com a legitimidade dos votos que tiveram, mas em representatividade, não. Estamos à margem das grandes discussões nacionais. Por exemplo, somos um estado que não tem porto. Não tem como instalar indústrias que não têm como deslocar sua produção. Falta, por parte dos nossos governantes, sair do pensamento do feijão com arroz, que comemore em pagar salário com condições dadas pelo governo federal.

Agora RN: Os mil dias de Fátima e de Bolsonaro? Sua avaliação?

RM: Temos no nosso ministério mais de 25 mil obras em mais de cinco mil municípios, entregamos quase 9 mil obras e um milho de moradias, fizemos muto e retomamos mais de sete mil obras. No caso da governadora Fátima, ela está fazendo um governo convencional e sofrível. A única marca dela é o pagamento do salário, com as condições que eu citei acima e a vacinação da população, com as vacinas que o governo federal tem enviado. Já o presidente Bolsonaro tem uma base sólida e todas as condições de ser competitivo no próximo ano e vai entrar muito forte em 2022.

Agora RN: Ministro, o que o MDR tem trazido de benefício para o Rio Grande do Norte? Dizem que, comparando a outros ministérios, como, por exemplo, o ex-ministro Fernando Bezerra, que trouxe muitos recursos, o MDR hoje é quem está trazendo o maior número de recursos na história do RN. Confere?

Rogério Marinho: O ex-ministro Fernando Bezerra ajudou muito o RN e foi um grande ministro da Integração Nacional. O MDR hoje é a junção de dois ministérios, o da Integração Nacional e o das Cidades. Esse volume de recursos hoje em disposição do RN leva em consideração obras que haviam sido iniciadas pelos governos anteriores e que estavam paradas ou em ritmo muito lento e obras que foram iniciadas neste governo. Natal tem investimentos de mais de R$ 350 milhões em obras de saneamento integrado e este governo já alocou mais de R$ 150 milhões em obras que se arrastavam há 12 anos. Isso é um exemplo da celeridade que estamos dando ao Estado e ao Nordeste como um todo. Acabamos de anunciar, junto ao prefeito de Natal, o investimento de quase R$ 80 milhões para a engorda e enroncamento da praia de Ponta Negra, uma ação iniciada em 2012. Teremos uma repaginação do principal cartão postal da cidade. Na questão da mobilidade urbana, vamos ampliar em 20 quilômetros de extensão a linha branca que vai de Parnamirim a Nísia Floresta e São José do Mipibu, com cinco estações e também a linha roxa, que vai da Ambev até o Distrito Industrial, na altura da Guararapes. Em obras hídricas, temos o ramal do Apodi, cujas obras se iniciam em Luís Gomes, na tromba do elefante, orçadas no valor de R$ 1 bilhão e que vai permitir que toda a Região Oeste do Estado tenha segurança hídrica, perenizando o Piranhas-Açu e beneficiando a barragem Armando Ribeiro Gonçalves. É um dos braços da transposição do Rio São Francisco que não estava no projeto inicial. Temos também ordem de serviço para a recuperação da lagoa do Bonfim e muitas outras obras no Nordeste.

Agora RN: Seu ministério está sendo alvo de denúncias. Tem o tratoraço, o orçamento secreto e agora o caso do mirante de Monte das Gameleiras. Como o senhor lida com isso?

RM: Então, a primeira coisa a ser dita é que não existe orçamento secreto porque ele é aprovado à luz do dia numa discussão em conjunto dos parlamentares brasileiros, que discutem e definem quais são as prioridades. Cabe ao Executivo enviar ao parlamento uma proposta orçamentária definindo quais são as prioridades. Então, orçamento secreto é uma narrativa feita por parte da imprensa porque ela quer definir para onde colocam o recurso que é prerrogativa do relator do orçamento e que representa o conjunto dos parlamentares. Foi uma mudança na lei de diretrizes orçamentárias e é lei, não posso ir contra a lei. Sobre o famoso tratoraço, nosso ministério já entregou mais de 13 mil máquinas por todo o Brasil, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e norte de Minas Gerais. Se agregar o MDR, são mais de 15 mil. Estão sendo entregues no RN menos de 300 máquinas e eu estou sendo atacado porque estou ajudando o Estado do Rio Grande do Norte. E podem continuar atacando porque estou fazendo justiça. Historicamente, o Rio Grande do Norte foi deixado de lado. Estamos ajudando o estado à luz do dia. Então não se pode falar em superfaturamento de uma compra que não aconteceu. Em relação ao mirante, tenho duas notícias de hoje. Primeiro, o ministro Luís Roberto Barroso rejeitou a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e segundo, o Ministério Público Federal (MPF) pediu informações ao MDR para analisar o caso. Tenho um único bem, seis hectares em Monte das Gameleiras que comprei em 2005, além de um apartamento em Natal e um carro financiado. Fui deputado federal por duas vezes e nunca coloquei um centavo no município de Monte das Gameleiras. Em 2020, fui procurado pelo deputado Beto Rosado que me pediu ajuda para fazer uma intervenção turística na cidade e fiz o pedido ao ministro do Turismo em nome dele. Não tenho nem licença para fazer empreendimento na área. Os fatos irão mostrar a irrelevância disso.

Agora RN: O senhor acha que está sendo alvo de fogo amigo? Porque muito se fala a respeito de disputas dentro do governo entre o senhor e os ministros Paulo Guedes e Fábio Faria, este último pela questão da disputa ao Senado. Como o senhor avalia isso?

RM: Eu não sei a quem servem esses interesses. Tentar denegrir quem quer ajudar o Estado, fazer a sua parte. Eu não sei de onde vem.

*Entrevista realizada por Tulio Lemos e publicada no Agora RN


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