A eleição do próximo ano será polarizada pela disputa ideológica entre esquerda e direita. Assim será no plano nacional, replicado nos estados com cada grupo representando seu viés ideológico.
O grupo do PT, comandado por Lula, já tem na reeleição de Fátima Bezerra, o seu palanque em solo potiguar.
O grupo liderado pelo presidente Bolsonaro sinaliza para o nome do ministro Rogério Marinho como o candidato ao Governo do RN contra Fátima.
Frio, bem articulado, Rogério vem ganhando visibilidade positiva com ações do Governo Federal no Estado, visitando prefeito e oferecendo benefícios.
Prudente, evita falar em política ou candidatura, tentando consolidar uma imagem de gestor que ajuda o RN. Rogério quer conceito, que pode se transformar em voto.
Apático, sem carisma ou apelo popular, o filho de Valério busca amparo nas obras federais para tentar viabilizar sua candidatura. Preferencialmente, gostaria de disputar o Senado. Mas as circunstâncias poderão conduzi-lo a disputar o cargo de governador.
O grande problema da candidatura de Rogério é que ela não depende dele. Seu projeto está atrelado ao sucesso do presidente Bolsonaro. Assim como o fracasso.
Se o presidente reagir e voltar a surfar na popularidade, facilita as coisas para Rogério. Do contrário, sua candidatura morre no nascedouro, junto com a rejeição ao seu chefe.
É justamente esse o dilema da oposição no RN. Não anda com as próprias pernas. Precisa da muleta estrutural do Governo e da oscilante popularidade do presidente.
Seja Rogério Marinho, Fábio Faria ou outro nome vinculado a Bolsonaro, a viabilidade eleitoral e os acertos políticos dependerão do humor do potiguar em relação ao presidente e seu Governo.
Hoje, não parece ser uma boa ideia atrelar uma candidatura majoritária ao presidente. Mas amanhã será outro dia. O futuro na política é absolutamente incerto.
E no meio do caminho de Rogério, ainda há o orçamento secreto e a exumação de cadáveres do passado que podem assombrar uma candidatura majoritária.