O deputado federal Pastor Marco Feliciano (PL-SP), integrante da Frente Parlamentar Evangélica, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o maior “cabo eleitoral” que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem para ganhar as eleições presidenciais de 2022.
“Se continuarem deixando o Lula falar, vamos levar em primeiro turno”, disse Feliciano ao UOL Entrevista, programa do Canal UOL, citando as falas do ex-presidente sobre o aborto.
Na semana passada, Lula deu declarações afirmando que, embora seja contra o aborto, a prática deve ser tratada primordialmente como uma “questão de saúde pública”, e não criminal, defendendo o direito de “todo mundo” ter acesso à prática.
“Mesmo eu sendo contra o aborto, ele existe. Quando a pessoa tem poder aquisitivo bom, ela busca tratamento bom e até vai para o exterior fazer o procedimento. Mas e a pessoa pobre?”, afirmou à Rádio Jangadeiro Band News, de Fortaleza.
Para Feliciano, “qualquer marinheiro de primeira viagem sabe que foi um erro” Lula ter falado nesse tom sobre o procedimento. “São bandeiras que nós, evangélicos tradicionais, não abraçamos”, afirmou na entrevista. “Aborto é assassinato de indefesos”, disse, em outro momento.
Oposição a um eventual governo do PT
Embora se diga confiante em uma vitória eleitoral de Bolsonaro contra Lula, Feliciano disse que, caso o petista seja eleito, integrará o bloco de oposição a partir de 2023 e não será aliado de um governo do PT, ao contrário do que fez no início do governo de Dilma Rousseff (PT).
“Eu não vendo a minha ideologia e não abro mão do que eu penso”, disse Feliciano ao UOL, afirmando que só apoiou Dilma em 2010 após surgirem notícias na imprensa de que a então mulher de José Serra (PSDB), adversário da petista, teria de submetido ao procedimento.
“A Dilma disse que era contra o aborto, chamou pastores e padres e assinou um documento dizendo: ‘no meu governo, o aborto não será aprovado”, relembrou o pastor.
Na época, Feliciano montou uma CID (Central de Inteligência Digital) — assim chamada por ele — para rebater ataques, boatos e críticas que visavam enfraquecer o apoio da petista entre os evangélicos.
Com informações do UOL