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SECRETÁRIO AFIRMA QUE ALAGAMENTO NA ENGORDA É “TÍPICO DA LUA CHEIA”

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Os turistas e natalenses que passaram pela Praia de Ponta Negra na manhã da última terça-feira (07) se depararam com a faixa de areia, também chamada de aterro ou “engorda”, tomada pela água do mar. A obra, que foi entregue à população no fim de janeiro deste ano custou ao município de Natal mais de R$ 100 milhões. Após a conclusão, a estimativa era de que a orla alcançasse cerca de cem metros de largura na maré baixa e cinquenta na maré alta. No entanto, técnicos da Prefeitura explicam que eventos como o registrado são naturais e podem ocorrer algumas vezes ao ano, conforme as fases da lua.

Segundo a secretária de Infraestrutura, Shirley Cavalcanti, que esteve no local acompanhando a situação, o alagamento foi provocado por um fenômeno natural decorrente do avanço da maré durante a fase de lua cheia, que deve se estender até o próximo dia 11 de outubro.

“O que aconteceu foi o espraiamento, típico do período de lua cheia, quando a amplitude do mar chega a cerca de dois metros, somada à força de ventos intensos. É importante destacar que o espraiamento é um movimento natural do mar, que contribui para a conformação da praia, nivelando a areia e tornando-a cada vez mais natural”, explicou. Ainda de acordo com a secretária, o sistema de drenagem da orla está funcionando normalmente, mas o escoamento total da água pode levar horas ou até dias, a depender do volume acumulado.

O secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Thiago Mesquita, reforçou que o ocorrido é um fenômeno natural e que foge ao controle do Município. “A dinâmica costeira, com a entrada do mar, é um processo natural, contínuo e intenso”, explicou. Ele acrescentou que a construção da barreira hidráulica demonstrou sua importância diante do episódio. “Sem ela, os impactos na orla de Ponta Negra teriam sido severos, considerando a força da dinâmica costeira. Este fenômeno natural evidencia a relevância do aterro, que cumpre sua função de resiliência ambiental e proteção da linha de costa, prevenindo desastres. Se não houvesse o aterro, a erosão estaria acontecendo de forma silenciosa e contínua. O aterro, portanto, desempenha um papel crucial”, completou o secretário.

Polêmicas envolvendo a Engorda na praia de Ponta Negra

A engorda da Praia de Ponta Negra, enfrentou forte oposição durante sua construção, entre 2023 e o início de 2025. Inicialmente, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema) se recusou a conceder a Licença de Instalação e Operação (LIO), alegando que a Prefeitura não havia respondido satisfatoriamente aos questionamentos técnicos exigidos para liberação da obra.

Na época, o Ministério Público Federal (MPF) também cobrou que o Ibama reassumisse a fiscalização, apontando falhas no controle ambiental e o uso de areia proveniente de uma jazida sem licença. Após a conclusão, em janeiro de 2025, surgiram novos problemas, como alagamentos na faixa de areia e mais de 80 pontos de despejo de esgoto, que poderiam ter sido evitados se o sistema de drenagem pluvial tivesse sido concluído antes do aterro, conforme condicionava a licença ambiental.

A obra também dividiu opiniões entre situação e oposição em Natal. Enquanto o governo municipal e o setor produtivo defenderam o projeto como essencial para conter a erosão e proteger o turismo, vereadores e ambientalistas da oposição criticaram a falta de transparência, os riscos ambientais e a priorização política em um ano pré-eleitoral.


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