O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) minimizou nesta segunda-feira, 18, a divulgação de áudios inéditos que mostram relatos de episódios de tortura na ditadura militar. Ele ironizou a possibilidade de o material ser investigado eventualmente.
“Isso aí é história, né? Já passou. É a mesma coisa que voltar para a ditadura do Getúlio. São assuntos já escritos em livros, debatidos intensamente. Passado. Faz parte da história do país. Apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô. Vai trazer os caras de volta do túmulo?”, disse a jornalistas no Palácio do Planalto.
Gravações inéditas de sessões do STM (Superior Tribunal Militar) durante a Ditadura Militar (1964-1985), divulgadas neste domingo, 17, pela jornalista Míriam Leitão em seu blog no jornal O Globo, permitem ouvir 7 ministros da época conversando sobre episódios de tortura. São eles: Rodrigo Octávio, Augusto Fragoso, Waldemar Torres de Costa, Júlio de Sá Bierrenbach, Deoclécio Lima de Siqueira, Amarílio Lopes Salgado e Faber Cintra.
Os áudios, que ao todo somam 10.000 horas, foram obtidos e analisados pelo historiador Carlos Fico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
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Na entrevista a jornalistas, Mourão afirmou que tentou-se instaurar uma “ditadura do proletariado” no Brasil dos anos 60. Segundo ele, o grupo que defendia essa tese “perdeu a luta”. Mourão comparou a ditadura brasileira, em que os casos de tortura foram registrados, ao que é registrado na Ucrânia.
“A guerra é complicada. Vocês estão vendo o conflito da Ucrânia? Então, é lamentável isso aí”, disse.
Com informações do Poder360