A Câmara dos Deputados aprovou a volta das coligações proporcionais para as eleições do próximo ano. Para valer, ainda precisa da aprovação do Senado. Mas a expectativa é que a regra possa ser aprovada para vigorar em 2022.
Nesse caso, com a volta das coligações, quem tiver mais condições de arregimentar partidos e candidatos, terá mais chances de eleger uma grande bancada.
Analisemos a situação da eleição para deputado Federal sob a ótica da formação da atual bancada.
Com a possibilidade de aliança do PT com MDB e PSB, já teríamos aí os três principais deputados de acordo com a pesquisa Perfil/Agora RN: Rafael Motta, Natália Bonavides e Walter Alves. O PT ainda tem deputado eleito mas sem mandato, Fernando Mineiro. Há grande possibilidade de João Maia fazer parte dessa coligação com seu PL, pois do contrário, corre sério risco de isolamento e derrota.
O grupo liderado pela governadora Fátima Bezerra teria condições de fazer a maior bancada na eleição para federal.
Há também situações individualizadas que deverão ser analisadas. O caso do deputado Beto Rosado. Ele faz parte da bancada de Bolsonaro na Câmara com seu PP, mas caiu em desgraça diante do Bolsonarismo por ter votado contra o voto impresso.
Para onde irá Beto Rosado? Com a possibilidade de salvação pela volta das coligações, terá que definir seu rumo e com que partidos irá se aliar para tentar manter o mandato.
General Girão foi eleito na onda Bolsonaro, mas sabe que, como os demais, tem uma difícil reeleição. Deverá fazer coligação em que esteja no mesmo palanque que a deputada Carla Dickson para tentar fortalecer a chapa.
Fábio Faria e Benes Leocádio não deverão disputar a reeleição. Fábio pretende concorrer ao Senado; Benes deverá ser candidato a governador.
As alianças proporcionais locais podem ou não seguir as alianças nacionais. Vai depender dos palanques que se formarão no Estado.
O fato é que, sem coligação proporcional, praticamente toda a bancada atual do RN corria risco de não voltar. Com as coligações proporcionais de volta, o quadro muda completamente.
Antes, era o abraço de afogados. Agora, haverá o abraço dos eleitos para que permaneçam eleitos.
As articulações políticas vão seguir agora em ritmo acelerado para a formação das coligações.