IBAMA PROPÕE REALIZAÇÃO DE DEBATE SOBRE AS ENERGIAS RENOVÁVEIS NO RN
A energia eólica permanece em alta no cenário industrial potiguar. Na semana passada, mesmo o estado ainda vivendo um intenso clima político em razão das eleições municipais, o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Rio Grande do Norte (IBAMA), professor Rivaldo Fernandes, propôs abrir novas discussões acerca das potencialidades econômicas que os ventos trazem ao estado.
A proposta aconteceu durante reunião ocorrida com a presença do presidente da Federação das Indústrias do RN, Roberto Serquiz, e o presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), Darlan Santos. A proposta inclui a realização de um seminário sobre a transição energética no RN. O objetivo, segundo o superintendente do IBAMA no RN, é refletir sobre como as energias eólicas têm impactado os municípios.
“Nós convidamos o presidente nacional do IBAMA, Rodrigo Agostinho, para ele fazer um balanço da regulamentação do setor e uma exposição sobre o processo de licitação. Também queremos debater os impactos ambientais junto aos municípios e suas comunidades”, destacou Rivaldo Fernandes.
“A lei de número 576 de 2021, que é de autoria do ex-senador Jean-Paul Prates, disciplina a ortoga para aproveitamento do potencial energético offshore, fato que será debatido no seminário”, acrescentou o superintendente.
Maior produtor do Brasil
O Rio Grande do Norte é o maior produtor de energia eólica do Brasil. O estado tem uma capacidade produtiva superior a 10 gigawatts (GW) e mais de R$ 21 bilhões de investimentos desde a instalação do primeiro parque. Indicadores de Inteligência Estratégica em Energias e Recursos Naturais, disponibilizados pelo Cerne, apontam que até o ano de 2014 o Rio Grande do Norte contava com apenas 1,16GW de potência, distribuídos em 40 empreendimentos. Agora, em 2024, já são mais de 10,1GW produzidos por 304 parques eólicos em operação. A energia é suficiente para abastecer aproximadamente 5 milhões de residências, ou quase 20 milhões de pessoas.
Os impactos
Os impactos encontrados com a exploração da energia que vem dos ventos vão além do incômodo perturbador do barulho, desmatamentos, danos a cisternas de armazenamento de água potável e violações a direitos. Para especialistas, os processos de licenciamentos ambientais simplificados, com poucas exigências, estão na origem do problema. Pesquisadores alertam também que nem mesmo a promessa de desenvolvimento local tem se concretizado.
“Será o momento para que os movimentos sociais, prefeituras e empresários, possam discutir questões relativas à distância das palhetas de geração de energias e a moradia de comunidades no entorno das usinas, assim como também os impactos no desmatamento da caatinga”, ressaltou o superintendente do IBAMA no RN.
Nordeste pode receber R$ 111 bilhões e RN deve liderar produção de hidrogênio
O Nordeste do Brasil está se consolidando como protagonista em uma revolução energética global, com destaque para a produção de hidrogênio verde (H2V), combustível considerado essencial para um futuro sustentável.
O Rio Grande do Norte, em particular, desponta como líder desse movimento. Em matéria publicada pelo Portal Sustentabilidade, investimentos de até R$ 111 bilhões devem ser aportados no Nordeste para o desenvolvimento de projetos voltados à produção de H2V.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN (SEDEC), a iniciativa tem potencial para gerar mais de 30 mil novos empregos na região.
Hoje, como maior produtor de energia eólica do Brasil, o RN possui condições ideais para liderar a produção de hidrogênio verde. A abundância de energia eólica e a disponibilidade de água são recursos fundamentais para o processo de produção do combustível.
Entre os principais projetos em andamento no estado destaca-se o Complexo Industrial Alto dos Ventos, localizado em Macau. Liderado por empresas internacionais, como a alemã Nordex e a espanhola Acciona, o complexo representa um investimento de US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 12,9 bilhões) e ocupará uma área de 10 hectares, com capacidade de produção de 1 GW de hidrogênio verde. Este empreendimento coloca o Rio Grande do Norte entre os maiores produtores de H2V do mundo.