dezembro 6, 2024
SER POTIGUAR: NOVA EXPOSIÇÃO DA ARTISTA FERNANDA MEDEIROS REÚNE 21 OBRAS
Uma exposição de artes vai expressar a essência potiguar em telas, esculturas e desenhos. Trata-se da “Ser Potiguar”, que contempla um conjunto de obras da jovem artista Fernanda Medeiros, de 24 anos, que poderá ser apreciado a partir das 18h da próxima segunda-feira (9), no Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Inspirada, a princípio, pelas belezas naturais de Natal, Fernanda buscou, em seus trabalhos, mostrar os símbolos da estética potiguar e a conexão do povo do Rio Grande do Norte com a natureza. “Sempre acreditei muito na nossa conexão com os outros seres vivos”, contou a estudante de Design.
De acordo com a expositora, a escolha pelo tema das obras veio do seu gosto por retratar a relação com o meio ambiente. “Eu sempre gostei de falar sobre a nossa conexão com a natureza e eu queria mostrar esses diferentes momentos que a gente tem com ela, tanto de uma visão realista, como mais imaginativa. Esses tipos de abordagem diferentes unidas por um fio condutor são evidenciadas nas obras”, contou.
“Além da nossa conexão com a natureza, eu gosto de falar sobre uma maneira diferente de viver, uma vida mais calma, menos corrida. Digo isso porque o nosso ritmo acelerado não nos permite uma vivência plena”, completou.
Amor pela arte
De acordo com Fernanda, a conexão com as expressões artísticas surgiram ainda na infância. “Desde pequena minha mãe dava para mim e para minha irmã um caderninho para a gente se ocupar quando estivéssemos fora de casa, e eu, desde então, levo um caderno para todo lugar”, disse.
Hoje, o processo de construção das obras é uma verdadeira paixão para a futura Designer. “Não tem nada que me faça mais feliz do que fazer arte, é muito gratificante poder construir uma obra que você idealizou”, ressaltou.
Currículo
Mesmo com apenas 24 anos, Fernanda já tem um longo histórico de participações em exposições, iniciado há 7 anos. São exemplos, a Africores, no Encontro Nacional de Graffiti (2019) e a MAR – Movimento Arte de Rua (2021). Fernanda também já foi premiada duas vezes em exposições no Salão Dorian Gray de Arte Potiguar, em 2021.
Ser Potiguar
A exposição terá a abertura às 18h do dia 9, segunda-feira, e continuará aberta à visitação entre os dias 10 e 19, das 9 às 22h, na Galeria do DEART, localizada na Avenida Senador Salgado Filho, 3000 – Lagoa Nova.
CIDADE CARNATAL ABRE AS PORTAS PARA RECEBER MAIS DE 100 MIL FOLIÕES
A 33ª edição do Carnatal começa nesta sexta-feira (6), mas já está movimentando a capital potiguar há meses. Apesar de ser tradicional na cidade, o maior carnaval fora de época do mundo segue inovando e traz, este ano, um novo espaço: o Largo dos Reis. Somando todas as opções do evento, serão mais de 20 atrações musicais e mais de 30h de experiência que devem gerar um impacto econômico de mais de R$ 100 milhões – o que configuraria um aumento de 35% em relação à última edição –, segundo projeções da empresa organizadora, a Clap Entretenimento, em conjunto com setor produtivo do estado.
Em 2024, o evento teve um crescimento de 35% de área e receberá 100 mil foliões, durante os três dias de festa, na Cidade Carnatal, complexo formado pelo Corredor da Folia, Camarote Beats e Largo dos Reis, que foi montado no Largo da Arena das Dunas, em Candelária, Zona Sul da capital potiguar, onde acontece desde a inauguração do estádio. “Estamos oferecendo um ambiente maior e mais seguro, o que deixa nossa equipe ainda mais satisfeita”, afirmou o diretor do Carnatal e da Clap Entretenimento, Felinto Filho.
Uma das grandes novidades desta edição, o Largo dos Reis promete trazer de volta toda a energia da pipoca, mas para o centro do Corredor da Folia. O folião do Largo terá acesso a uma ampla área exclusiva com setores de alimentos e bebidas, banheiros e, no encerramento dos blocos, shows em um palco 360º.
“Com esse novo espaço, fizemos mudanças no percurso dos blocos, e todas as atrações do Corredor da Folia irão passar três vezes pelo Largo do Reis e camarote Nota Potiguar; proporcionando ainda mais oportunidade de interação dos foliões destes espaços com as estrelas do Carnatal”, ressaltou o diretor de produção do Carnatal e Clap Entretenimento, Fred Queiroz.
Todos os anos além de atrair turistas de todo o país, o evento movimenta setores como comércio, turismo, alimentação e serviços, como destaca o diretor de marketing do Carnatal, Antônio Torres. “O evento é um grande produto, que vai muito além dos trios elétricos, e ajuda a valorizar a imagem da nossa capital”, afirma.
Potencializando seu poder de impulsionar a economia da capital, a micareta lançou, em novembro a campanha + Carnatal, aquecendo os preparativos para o evento. A ação consistiu em oferecer aos clientes do comércio da capital dois benefícios: promoções em lojas e shoppings da cidade e participação em sorteios com mais de 300 prêmios, como abadás de blocos de ingressos para o Camarote Beats.
Na contagem regressiva para as 17h desta sexta-feira, o diretor Felinto Filho destacou o empenho para realizar a melhor edição do Carnatal. “Estamos com tudo pronto para receber o folião na melhor festa de todos os tempos, marcando as 33 edições já realizadas”, disse.
Blocos Na sexta-feira (6), abre a programação o bloco “Vumbora”, comandado por Bell Marques – ex-Chiclete com Banana –, com uma volta ao som dos filhos do baiano, Rafa & Pipo. Em seguida, entra a animação fica por conta “O Pai Chegou”, puxado pelo ex-Parangolé Tony Salles. Em seguida, Cláudia Leitte encerra a noite no Corredor da Folia com chave de ouro no bloco “Largadinho”.
A programação do sábado também será iniciada pelo “Vumbora”. A festa continua com Anitta, no “Bloco da Anitta”, que trará, em mais um ano, uma mistura de pop, funk, reggaeton e música eletrônica para o Largo da Arena das Dunas. Encerrando a noite, vem Leo Santana com o pagode baiano no bloco “Vem com o Gigante”.
No último dia, a folia segue mais uma vez com Bell Marques no “Vumbora”, seguido por ninguém menos que Ivete Sangalo – que traz uma legião de fãs ao Carnatal – no “Euforia. As últimas voltas de 2024 ficam por conta de Grafith, recentemente reconhecido como patrimônio cultural imaterial do estado.
Camarote Beats
O espaço mais exclusivo do Carnatal traz uma mistura de estilos com atrações musicais do cenário nacional e open bar premium com whisky, vodka, gin, Beats, cerveja, refrigerante e água.
A área também contará com opções de restaurantes.
Na sexta-feira, sobem ao palco do Camarote Beats Wesley Safadão, Henry Freitas e Durval Lelis – ex-Asa de Águia. Já no sábado, a animação fica por conta de Xand Avião, Nattan e Rafa & Pippo. O último dia, ficará sob o comando de Matuê, Natanzinho Lima e Felipe Amorim.
Largo dos Reis
Novidade de 2024, o Largo dos Reis terá em seu palco 360º Kiko Chicabana (sexta), Ricardo Chaves (sábado) e Timbalada (domingo) como atrações principais. Além disso, haverá participações especiais: na sexta, Raquel Tombesi, vocalista da banda Cheiro de Amor; no sábado, Sergynho Pimenta, e no domingo, a Banda Grafith.
Entrega dos abadás
Os foliões começaram a retirar seus abadás nesta quinta-feira (5). Nesta sexta (6), os foliões devem se dirigir ao Centro de Convenções, das 09h às 17h, e, a partir das 16h, também podem optar pela bilheteria da Arena das Dunas. No sábado (7) as entregas acontecerão das 09h às 17h no Centro de Convenções e, a partir das 16h, na bilheteria da Arena das Dunas. Já no domingo (8), as retiradas poderão acontecer a partir das 12h, somente na bilheteria da Arena das Dunas.
Para garantir o abadá, é necessário levar um vale-abadá, voucher (no caso dos que realizaram a compra online) ou QR code (para quem resgatou um ingresso para o Largo dos Reis) e um documento com foto. A retirada por terceiros só poderá ser efetuada mediante apresentação de uma procuração assinada pelo titular com firma reconhecida, além do documento com foto e do vale-abadá ou voucher.
Para quem adquiriu um ingresso da modalidade “social” ou para o Largo dos Reis, é necessário, também, realizar a doação de 2kg de alimentos não perecíveis no ato da retirada do abadá.
PERMISSIONÁRIOS FICAM DE FORA DE FESTIVAL E RECLAMAM: “HUMILHAÇÃO”
“O turismo de Natal segue sendo prioridade na gestão, apresentando à população formas de diversão e a garantia de uma utilização necessária do novo Mercado, que faz parte do Complexo Turístico da Redinha”, diz trecho de divulgação da Prefeitura de Natal sobre o festival Boteco da Redinha, que deve acontecer entre 15 de dezembro e 30 de janeiro. No entanto, o festival não vai finalmente devolver aos tradicionais barraqueiros da praia o direito de comercializar sua ginga com tapioca e as outras iguarias do cardápio no Mercado ao qual fazem parte tradicionalmente.
Em vez disso, 10 bares da cidade, que em breve serão divulgados, segundo a Prefeitura, vão desfrutar do movimento esperado no veraneio no novo Mercado recém reformado.
“Colocaram dez bares que não tem nada a ver com o mercado aqui para faturar no lugar que a gente está há três anos sofrendo que termine logo essa obra para a gente poder trabalhar”, explica Ronaldo Júnior, permissionário que aguarda finalização da licitação para retornar com a barraca que funciona há mais de 80 anos na sua família, de geração em geração.
A família dele é uma das 33 que estão vivendo de um auxílio de R$ 1.200 há três anos, desde que iniciou a reforma no Mercado, em abril de 2022. Previsto inicialmente para ser concluído até o fim do ano de 2023, o novo Mercado da Redinha teve prazo adiado para abril de 2024, mas até agora não foi inaugurado. O prefeito Álvaro Dias (Republicanos), em clima de despedida da gestão, fez uma apresentação das instalações no dia 25 de outubro. Para o funcionamento regular com os permissionários, não há previsão.
“A gente está vivendo de auxílio. Eu ainda estou botando umas mesas na praia. Tem algumas pessoas que está botando umas mesas na praia, mas tiveram que alugar uma casa próxima caríssima para não parar durante esse tempo. Os R$ 1.200 do auxílio, a gente fazia no domingo de manhã. Domingo de manhã ia o pessoal ciclista, de caminhada, tudo vinha tomar café. Só com café da manhã para a gente fazer esse dinheiro no mercado”, conta Ronaldo.
Sem contar o atraso nos pagamentos: “Para a gente receber é uma humilhação. A gente vai na Seinfra, roda as secretarias para o dinheiro poder entrar. É uma humilhação o que a gente está passando”, denuncia Júnior. O permissionário ressalta que o poder público municipal só libera a colocação de três mesas. “Teve uma festa da padroeira em janeiro que todo mundo botou barraca.
Aí eu coloquei mais três mesas e eles me levaram algemado pela guarda municipal”, relembra.
O processo de licitação para os permissionários começarem a trabalhar no novo Mercado ainda não foi finalizado. A gestão Álvaro trouxe a informação, sem maiores explicações, no anúncio do festival: “Nesta última terça-feira (03), a Prefeitura publicou o edital da concessão do novo mercado, mas enquanto esse processo não é concluído, a ideia é realizar esse evento no espaço aproveitando a alta estação e gerando emprego e renda especialmente para os moradores da própria Redinha”.
“A gente está aguardando. A gente não conseguiu derrubar essa privatização. Ela passou pela Câmara, foi aprovado. A gente está aguardando agora para a gente entrar, mas tem que dar prioridade a gente, que somos do Mercado, que estamos parados. Mas não, eles estão dando prioridade a dez bares já importantes de Natal, que já vivem bem. E a gente que é mais humilde mesmo, foi excluído. São 33 famílias”, lamenta Junior.
A privatização a que ele se refere é o novo modelo de gestão do Mercado. A Prefeitura de Natal adotou o modelo de concessão. A Parceria Público Privada prevê que vencedor da licitação vai explorar o espaço por um período de 25 anos, garantindo o retorno dos antigos permissionários com contratos iniciais de 4 anos, prorrogáveis por mais 4. A lei também estabelece um escalonamento nos valores de locação, oferecendo isenção no primeiro ano e pagamentos progressivos nos anos subsequentes.
O vereador Daniel Valença (PT), que compõe a oposição na Câmara Municipal, se manifestou sobre o assunto. “É a prova cabal de como a gestão Álvaro Dias tem desprezo pelo povo da Redinha, pelos trabalhadores. São pessoas que são consideradas, ou descartáveis, ou são simplesmente invisíveis. Porque se desde abril de 22 as pessoas estão sem conseguir trabalhar e quando chega o período da alta estação a Prefeitura encontra alternativa, que é garantir a participação de dez dos principais bares da cidade e não dessas permissionárias e permissionários, é de uma crueldade sem tamanho”, protesta o parlamentar em conversa com o Diário do RN.
Nas redes sociais, o vereador convoca a população para se manifestar e dizer basta. “É inacreditável como a gestão de Álvaro Dias não tem nem a vergonha de não se mostrar menos antipovo, de tentar demonstrar que não é uma gestão para os ricos, que não é uma gestão que tenta expulsar o povo da Redinha”, afirma Valença.
Hoje (06), os permissionários devem se reunir para tratar da situação. “A gente não vai deixar, na verdade. A gente não vai deixar que outras pessoas venham, tomem de conta do que é nosso se a gente está prejudicado há três anos, para outros usufruírem da alta estação e a gente pegar a baixa? Realmente, a gente vai bater de frente”, avisa Ronaldo Júnior.
A reportagem do Diário do RN entrou em contato com a Prefeitura para obter detalhes sobre a situação, mas não foi atendido e não obteve retorno até o fechamento da edição.
ÁLVARO DIAS VAI DEIXAR DE HERANÇA ROMBO DE MAIS DE R$ 200 MILHÕES PARA PAULINHO FREIRE
A parceria entre Álvaro Dias (Republicanos) e Paulinho Freire (UB) existe antes do prefeito assumir a gestão da capital, em abril de 2018. Continuou quando Paulinho foi eleito deputado federal e se fortaleceu mais ainda na eleição de 2024, quando Álvaro se tornou decisivo para transformar o parlamentar em seu sucessor à frente da gestão municipal. Agora, Álvaro transfere para Paulinho, além de obras finalizadas e a serem concluídas, também as dívidas, no valor de R$ 238 milhões.
Até outubro de 2024, o Executivo Municipal tinha liquidado o valor de R$ 2.989.018.076,26, mas só conseguiu pagar, até então, R$ 2.751.913.325,50. Até o final de dezembro, o rombo público pode superar o valor, de acordo com os relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Destes, R$ 93 milhões são devidos somente a pessoas jurídicas, em dívida com fornecedores e prestadores de serviços. O déficit com empresas de locação de mão de obra, até novembro, é de R$ 32 milhões; com obras e instalações, R$ 18 milhões.
Só com fornecedores da Companhia de Serviços Urbanos de Natal, são R$ 26,5 milhões em dívidas. A Prefeitura deve mais de R$ 10 milhões à empresa Braseco S/A, responsável pelo aterro sanitário da região Metropolitana. À Marquise, são devidos R$ 6,69 milhões. A empresa faz a limpeza urbana da capital. Os dados são do Portal da Transparência da Prefeitura.
Em um outro exemplo, a pasta da Cultura deve R$ 16 milhões, sendo a maioria à artistas. A Fundação Cultural Capitania das Artes tem mais de R$ 13 milhões de dívidas com “serviços de terceiros”. A banda Bonde do Brasil ainda não teve pagos os R$ 210 mil da contratação do carnaval do último fevereiro.
A parceria entre Álvaro Dias (Republicanos) e Paulinho Freire (UB) existe antes do prefeito assumir a gestão da capital, em abril de 2018. Continuou quando Paulinho foi eleito deputado federal e se fortaleceu mais ainda na eleição de 2024, quando Álvaro se tornou decisivo para transformar o parlamentar em seu sucessor à frente da gestão municipal. Agora, Álvaro transfere para Paulinho, além de obras finalizadas e a serem concluídas, também as dívidas, no valor de R$ 238 milhões.
Até outubro de 2024, o Executivo Municipal tinha liquidado o valor de R$ 2.989.018.076,26, mas só conseguiu pagar, até então, R$ 2.751.913.325,50. Até o final de dezembro, o rombo público pode superar o valor, de acordo com os relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Destes, R$ 93 milhões são devidos somente a pessoas jurídicas, em dívida com fornecedores e prestadores de serviços. O déficit com empresas de locação de mão de obra, até novembro, é de R$ 32 milhões; com obras e instalações, R$ 18 milhões.
Só com fornecedores da Companhia de Serviços Urbanos de Natal, são R$ 26,5 milhões em dívidas. A Prefeitura deve mais de R$ 10 milhões à empresa Braseco S/A, responsável pelo aterro sanitário da região Metropolitana. À Marquise, são devidos R$ 6,69 milhões. A empresa faz a limpeza urbana da capital. Os dados são do Portal da Transparência da Prefeitura.
Em um outro exemplo, a pasta da Cultura deve R$ 16 milhões, sendo a maioria à artistas. A Fundação Cultural Capitania das Artes tem mais de R$ 13 milhões de dívidas com “serviços de terceiros”. A banda Bonde do Brasil ainda não teve pagos os R$ 210 mil da contratação do carnaval do último fevereiro.
NOVO CÓDIGO DE OBRAS DE NATAL É APROVADO NA CÂMARA MUNICIPAL
Com nove emendas, o Projeto de Lei Complementar nº 14/2024, do Executivo Municipal, foi aprovado nesta quinta-feira (05), na Câmara Municipal. O PLC institui o Código de Obras e Edificações do município e estabelece novas normas e diretrizes para a construção, reforma e manutenção de edificações. De acordo com a Prefeitura, a adequação no Código é necessária após o novo Plano Diretor e as novas legislações relacionadas ao licenciamento, acessibilidade e ordenamento urbano.
O projeto foi aprovado com o voto favorável de todos os vereadores da bancada governista. Votaram contra Daniel Valença (PT), Brisa Bracchi (PT) e Robério Paulino (PSOL). Os parlamentares Julia Arruda (PCdoB) e Milklei Leite (PV) se abstiveram.
De acordo com o líder do Governo na Casa, vereador Kleber Fernandes (Republicanos), o Código de Obras precisava ser revisado como legislação complementar ao Plano Diretor. “Há essa necessidade de atualização quanto às especificações técnicas acerca de licenciamentos de novas obras, construções e reformas. São alterações que tratam de padronizações, acessibilidade, além de mecanismos de sustentabilidade como reutilização de água, utilização de energias renováveis”, explicou.
A oposição, que se absteve ou votou contra, ainda assim discutiu as emendas apresentadas. “Duas emendas conseguimos consenso. A primeira inclui que os interesses coletivos prevalecem em relação aos interesses particulares. A outra, muito forte, é a autodeclaração para licenciamento, ou seja, a Prefeitura em vez de fazer concurso para engenheiros e arquitetos, ela terceiriza, coloca o particular para fazer isto. Posteriormente, se houver alguma irregularidade, o Código inclusive permite a regularização do que foi feito de maneira irregular. É um atestado de que vale a pena fazer de maneira irregular e depois pagar alguma compensação. Então, nós tentamos derrubar isso, mas como era impossível, colocamos outra emenda, no sentido de que o poder público municipal apresente anualmente relatórios para que se tenha minimamente condições de aferir as consequências dessas mudanças drásticas a respeito de licenciamento”, disse o vereador Daniel Valença (PT).
O Código previa, ainda, que micro e pequenas empresas que não tivessem pessoas com deficiência, não precisariam ter ambientes de trabalho com acessibilidade. Alguns vereadores defenderam que a norma, na prática, fecharia oportunidades de trabalho para este grupo. O vereador Tércio Tinoco (UB) apresentou, então, emenda para restringir a liberação somente para MEIs, obrigando as empresas enquadradas como pequenas, de até 99 funcionários, a ter acessibilidade.
De acordo com informações da Câmara de Natal, o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo, Thiago Mesquita, esteve presente na votação. “A atualização do Código de Obras traz segurança jurídica e acaba com a incoerência ao Plano Diretor, fazendo com que o setor de construção civil, especialmente, possa continuar desenvolvendo as áreas de infraestrutura de Natal”, afirmou o secretário.
O Código de Obras de Natal data de 2004, mas nesses 20 anos não passou por revisão. A matéria segue para sanção do prefeito Álvaro Dias.