
Por: Bosco Afonso
Envolvido completamente em sua árdua missão de administrar um dos mais importantes Ministérios da gestão Jair Bolsonaro, o do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho quase que ficou sem tempo para se dedicar a um trabalho de pavimentação para viabilizar o seu sonho em se tornar candidato a Senador da República.
Já foi dito e repetido que Rogério Marinho nem Fábio Faria desejam enfrentar um embate direto com Fátima Bezerra para administrar o estado e ambos, desejam mesmo, é disputar a cadeira que até final de 2018 era ocupada por Fátima Bezerra e hoje é de Jean-Paul Prates.
O também ministro Fábio Faria, que anteriormente teve conversas políticas com o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves e com o deputado federal João Maia, esteve no RN onde deu entrevistas, contratou marqueteiro para sua pré-campanha e até já convidou Bruno Giovanni (BG) para ser o seu Suplente na chapa do Senado, enquanto que Rogério Marinho, apesar de anteriormente ter ensaiado o lançamento da candidatura do deputado Federal Benes Leocádio ao Governo do Estado, atualmente se volta apenas para suas obrigações no Ministério do Desenvolvimento Regional.
Bastou Rogério sintonizar as ações de seu conterrâneo Fábio Faria na busca de concretizar sua candidatura ao Senado, que começou a reagir e, por coincidência ou não, de uma só vez, se reuniu com quase 150 vereadores, representantes de instituições que abrigam legisladores e executivos, além de receber cerca de 40% do total dos deputados federais do estado. Tudo em nome de repassar aos representantes do eleitorado o trabalho que ele vem fazendo em favor de um Rio Grande do Norte que nunca recebeu tantos recursos financeiros em investimentos em obras estruturantes como atualmente.
Djalma Marinho, avô de Rogério, também tentou chegar ao Senado, à época sob as bênçãos de Dinarte Mariz, mas não foi bem-sucedido. Rogério tem o mesmo sonho, está perseguindo essa sua pretensão e está bastante “escolado” para não dar um tiro no escuro. Está começando a reunir lideranças interioranas e acreditando que o seu trabalho junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional pode render frutos junto ao eleitorado, segue confiante e tem tempo de fazer uma avaliação mais profunda para oficializar a chapa majoritária com Benes Leocádio, candidato ao Governo do Estado e ele compondo a chapa para tentar sentar na cadeira representativa do Rio Grande do Norte no Senado Federal.
O filho de Valério Marinho tem trunfos diferenciados de seu conterrâneo Fábio, uma vez que conta com o apoio irrestrito do maior “cabo eleitoral” na Capital, que é o prefeito Álvaro Dias e na área esportiva, bastante abrangente, será respaldado pelo presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol, Zé Vanildo, que deverá disputar, com chances, uma das oito vagas do RN na Câmara dos Deputados.
O neto de Djalma Marinho sabe, entretanto, que precisa sair da redoma em que habita, pois apesar de ainda estarmos a pouco mais de um ano do pleito eleitoral, ele precisa se comunicar melhor e essa comunicação não se resume apenas com as lideranças políticas. Claro que o seu nome representa a seriedade, o conhecimento e a tecnicidade de trato com os problemas que afligem o Brasil e em especial ao Rio Grande do Norte, mas isso geralmente não é suficiente para conquistar o eleitorado. É preciso muito mais, pois esses mesmos predicados seus prováveis concorrentes, com alguns já colocando o pé na estrada para contatos diretos com o eleitorado, também saberão usar no momento oportuno.
Uma coisa é certa, independentemente das próximas investidas de Fábio Faria, Rogério começa a dar os primeiros passos preparativos para uma campanha eleitoral com todos os cuidados para não confundir sua missão no MDR com a pretensão em se eleger Senador, mesmo que para isso ainda tenha que aguardar as “bênçãos” de seu chefe – se é que isso vai ajudar – e torcer pela recuperação do prestígio eleitoral de Jair Messias Bolsonaro.