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A INDOMÁVEL E PERIGOSA LÍNGUA DO SENADOR STYVENSON VALENTIM

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Sei lá o que essa mulher fez para merecer os tapas', diz senador sobre  agressão de PM contra vítima de violência doméstica no RN | Rio Grande do  Norte | G1
Senador pelo Rio Grande do Norte, Styvenson Valentim, em vídeo nas redes sociais — Foto: Reprodução

O senador Styvenson Valentim usou a língua como chicote para açoitar a classe política potiguar e conseguiu convencer o eleitorado que faria um mandato melhor do que os senadores que representavam o Estado na época.

Militar, de perfil firme e com imagem de incorruptível, Styvenson tomou posse no Senado para fazer diferente. Fez à sua maneira.

De estilo agressivo, indicava uma emenda para uma cidade, com destinação de recursos, ele próprio ia ao município fiscalizar se o dinheiro estava sendo aplicado.

Acertava na intenção e errava na execução. Quando chegava ao município, o prefeito já virava réu por improbidade e desvio de recursos sem nem ter começado a usar a verba indicada pelo senador. Pecava pelo excesso. Apesar de acertar em fiscalizar in loco.

A língua de Styvenson sempre esteve à frente de suas ações. Ela parece ser maior que o corpo do gigante militar. Maior em ações que produzem efeitos negativos à sua imagem.

O fato de ser incorruptível, ser honesto, não se dobrar aos esquemas de Brasília, não fazem de Styvenson o ser perfeito e capaz de falar de tudo e de todos.

Esse foi seu principal erro.

Subestimar a força de sua própria palavra diante de qualquer assunto, relativizando conceitos e minimizando efeitos.

Falava de um carro incendiado com a mesma ‘desenvoltura’ que falava de uma agressão à mulher.

O delay entre o cérebro e a língua produziram uma avalanche de opiniões contrárias às do senador, superando relevo, clima ou geografia, numa gigantesca bola de neve verbal condenatória, impossível de se deter com a tentativa de um vídeo de ‘explicação’.

Quando tentou justificar um problema que foi criado por sua indomável e perigosa língua, Styvenson transferiu a responsabilidade para criticar justamente um seguimento que foi responsável pela criação de sua imagem de ‘homem da lei’: A imprensa.

Agrediu veículos e jornalistas, como se o silêncio cúmplice de algum jornal ou blog, por amizade ou dinheiro, pudesse minimizar o estrago provocado por sua incendiária língua. Errou novamente.

Como se achasse pouco o problema criado em ambientação limitada ao RN, mas com repercussão nacional, o caso da agressão do PM à mulher, eis que a inquieta língua do senador, tal qual uma anaconda descontrolada e faminta, pega um avião e vai em busca de uma história mal contada pela deputada Joice Hasselmann.

Acorda em sangue, agredida e sem memória. O problema já existia por lá. Mas, uma língua com capa de Drácula, em busca de sangue, não sossega.

A língua interestadual de Styvenson, saracoteando em ares brasilienses, afirma que a deputada havia sido vítima de ‘chifre’ ou de uma ‘cheirada’ de cocaína.

Um coquetel de irresponsabilidade por apropriação indébita. Ele não tinha nada a ver com a história. Sequer foi solidário às agressões sofridas, independente da origem; e ainda acusou sem provas, que a deputada havia consumido drogas e, de quebra, deu uma de ‘fifi’ fofoqueiro e sinalizou que a parlamentar havia levado ou passado chifre; não ficou bem claro na narrativa do senador potiguar. Nem sua língua fofoqueira detalhou a origem ou o destino da chifrada.

Esse é o senador Styvenson Valentim, que despontava como possível candidato a governador do RN e vê essa possibilidade ser sepultada pelo descontrole de sua perigosa língua, que o levou a Brasília e está querendo trazê-lo de volta sem a renovação do mandato. Parece que a língua alegre e solta do senador não se deu com o Cerrado. Quer praia.

A língua de Styvenson tem vida própria e, diferente dos militares, é insubordinada, rebelde e atira muito ruim, errando os alvos e acertando no que não devia.

É uma língua que bebe e dirige embriagada, provocando acidentes e causando tumulto. Seria facilmente presa pelo então comandante da lei seca, tenente Styvenson.

Há um ditado popular que diz:

Quem bate, esquece. Quem apanha, não.

A língua do senador bateu muito em mulheres nos últimos dias. Elas esquecerão?

Senador, bote umas algemas nessa língua. Senão, ela vai te carregar para lugares cada vez mais espinhosos e nunca antes imaginado em seus sonhos de representante do povo.

E o povo tem língua grande. Maior e mais violenta que a sua. Afinal, como diz o ditado, ninguém escapa da língua do povo. Nem a língua de Styvenson.


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