O ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, disse na 96 FM, que está pronto para ser candidato a governador do Estado. De novo. No pleito de 2018, o filho de Agnelo disputou contra Fátima Bezerra. A paraibana filha de Dona Luzia obteve 1.022.910 votos. O carioca marido de Andréa obteve 753.035 votos.
Com uma maioria de 269.875 votos, o que representou uma diferença de 15,2%, Maria de Fátima Bezerra foi declarada governadora do Rio Grande do Norte.
O cenário para o próximo ano visto de hoje, não é favorável a Carlos Eduardo na disputa contra Fátima novamente. Levantamentos recentes de credibilidade, apontam para situação mais confortável do filho de Agnelo se disputar uma vaga para um mandato de 8 anos no Senado Federal.
Todas as projeções feitas até o momento, ainda não apontaram um nome com potencial eleitoral e amparo político com força suficiente para combater a candidatura da atual governadora Fátima Bezerra. Não, ela não é imbatível. Ninguém é. Mas ainda não surgiu um nome que reúna as condições de se opor à candidatura dela com chances reais de vitória.
No caso do Senado é diferente. O nome que Fátima tem ao seu lado não apresenta força eleitoral e agregadora para manter a cadeira do PT no Senado. Jean Paul Prates tem se esforçado para desempenhar bem o mandato que exerce sem ter recebido um único voto. Ele era suplente de Fátima, que se elegeu governadora e Jean Paul ganhou um mandato de presente. Tem competência, é limpo e bom argumentador. Mas isso não é tudo. A prioridade do PT é manter Fátima na cadeira do Executivo. E a vaga do Senado pode ser negociada. Simples assim. Faz parte do jogo político.
Pela oposição, surgem nomes como os ministros Rogério Marinho e Fábio Faria. A força do poder Federal pode até mudar o quadro. Mas até o momento, o filho de Valério e o genro de Sílvio Santos não despertaram o interesse do eleitorado potiguar para substituir Jean Paul.
Portanto, é aí que entra a candidatura de Carlos Eduardo. Ele ficou em silêncio, não está exercendo uma atividade política que dê visibilidade, mas tem sido bem lembrado para a vaga de Senador.
Hoje, Carlos Eduardo tem um partido e decide seu próprio futuro. Ideologicamente, não se alinha ao grupo do presidente Jair Messias Bolsonaro. O filho de Agnelo é mais de centro-esquerda. Nesse caso, há grande possibilidade de uma aliança entre Carlos Eduardo e Fátima Bezerra. Mas não é só por isso.
Afinal, os dois já foram aliados. Fátima já votou em Carlos Eduardo e Carlos Eduardo já votou em Fátima. A campanha de 2018 foi respeitosa. Não há nenhum obstáculo intransponível que impeça uma aliança entre os dois para a eleição de 2022.
Ela é forte para a vaga do Governo; ele é forte para a vaga do Senado. Ambos estão separados. Juntos, podem fazer um grande estrago político-eleitoral na oposição e formar uma chapa vitoriosa.
O filho de Agnelo diz que está preparado para ser candidato a governador. Como político pensa uma coisa e fala outra, ele pode ter dado o grande sinal de alerta ao grupo governista. ‘Estou preparado para ser candidato a governador, mas também posso ser candidato a senador’, é mais ou menos assim que o cenário pode ser desenhado.
Carlos Eduardo Alves hoje é o fiel da balança política do RN. Resta saber qual a vontade real dele, no íntimo. Se for ser candidato ao Governo, tem que começar a conversar com a oposição. Se for ser candidato ao Senado, tem que abrir diálogo com Fátima.