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CASTRAMÓVEIS NUNCA RODARAM EM NATAL E PERMANECEM PARADOS NO CCZ

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Denúncia foi feita por Sandro Pimentel, autor da emenda que disponibilizou R$ 420 mil para unidades móveis de castração, adquiridas em 2016

Parados no Centro de Zoonoses de Natal (CCZ), os dois castramóveis que deveriam trafegar pela cidade realizando serviços de castração e vacinação de animais seguem cumprindo outras funções, como a vacinação, por exemplo, mas os veículos foram feitos exclusivamente para a realização de atendimento móvel.

A denúncia foi feita por Sandro Pimentel, autor da emenda que disponibilizou para as unidades móveis de castração R$ 420 mil, que foram adquiridas em 2016 por ele, que na época era vereador de Natal.

A equipe do Diário do RN esteve no Centro de Zoonoses na segunda-feira (24) e logo na entrada da unidade, pôde observar os castramóveis parados, próximo à recepção, que mais pareciam trailers, proporcionando sombra à tarde.

Ao adentrar nas unidades móveis de castração e observar a estrutura interna, a equipe notou que um dos castramóveis serve como depósito e a outra unidade serve para vacinação, operando de forma fixa no CCZ.

Os castramóveis estão em boas condições internas, refrigerados, possuem equipamentos, insumos e medicações, mas sua função como um castrador móvel, não está em operação, pois os veículos permanecem parados, com pneus afundando na areia e sem serventia quanto ao propósito de sua concepção: rodar pelas ruas de Natal e atender à demanda animal.

Jan Pierre Araújo, Chefe da Unidade de Vigilância dos Zoonoses afirma que os castramóveis têm problemas estruturais desde quando foram concebidos, ele cita problemas no eixo e na engenharia do veículo. Jean Pierre conta que as unidades móveis de castração precisam passar por uma readequação e que um relatório do setor de engenharia está sendo feito para viabilizar esse serviço: “Enquanto unidades de saúde, a gente não entra nesse viés de engenharia, mas com certeza vai ter que ser feito algum processo dessa natureza, entendeu, então precisa de uma readequação”.

O chefe da unidade ressalta que as castrações no município não funcionam de porta aberta, não basta apenas querer castrar e ir até a unidade, existem medidas próprias para essa função: “Nós temos um levantamento de pontos de endereço para zonas no território, como, por exemplo, criadores, né? Alguns locais públicos. A gente sabe que tem local de acúmulo de animais, populações de animais, então, a nossa política de castração está sendo focada nesses ambientes, que chamamos de pontos quentes”.

Através de parcerias, no ano passado o CCZ afirma ter castrado mais de 200 animais e que no final de julho deste ano, as castrações serão retomadas:

“Vamos primeiro sanar essa problemática; é um número tão grande que não é de imediato que a gente vai ter um serviço de porta aberta”, destacou.

Ao Diário do RN, Sandro Pimentel, ex-parlamentar e defensor da causa animal, lamentou a situação: “Não são clínicas para consultas ou vacinas, são equipamentos com todas as condições e especificidades para fazerem cirurgias de castrações em pets. Hoje são utilizados como apoio à vacinação, procedimento que poderia ser feito em qualquer sala no CCZ”, pontuou.

Sandro Pimentel ressalta que a população nunca teve um executivo municipal comprometido com a causa animal que não é favor de nenhum gestor, é obrigação prevista em lei federal, como também em lei estadual 10.831/21 (Código Estadual de Defesa e Proteção aos Animais do RN), de autoria dele enquanto deputado.

O servidor da UFRN afirma que inúmeras desculpas são dadas a respeito das unidades: “Que são grandes e, portanto, não podem trafegar em Natal, mas vieram rebocadas de Pernambuco quando adquiridas, ou seja, uma desculpa sem nexo. Assim, se esse fosse esse o real problema, então por que não fazem as cirurgias no local onde estão, como já fizemos no passado? Lembro que as vezes que funcionaram foi porque eu mesmo comprei com o meu salário, os insumos, anestesias e medicações”.

Natal vai construir hospital público para animais, mas não resolve demandas já existentes

Álvaro Dias (Republicanos) anunciou nas redes sociais na terça-feira (18) a construção do primeiro hospital público veterinário da cidade. O deputado federal Rafael Motta (PSB) destinou R$ 5,5 milhões para construção do primeiro hospital através de emenda parlamentar impositiva ao Orçamento 2023. Com atendimentos de cirurgias, tratamentos e outros serviços para os animais executados de forma gratuita, enquanto a Prefeitura tenta atender novas demandas na saúde animal, e não propõem diálogos para resolver assuntos já existentes. A respeito das denúncias e questões abordadas com a Secretaria Municipal de Saúde, o Diário do RN não obteve resposta aos questionamentos feitos até o fechamento desta matéria.


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