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PROTESTO DE PREFEITOS CONTRA GOVERNO TEM MOTIVAÇÃO POLÍTICA, DIZEM GESTORES

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Prefeito Salomão Gurgel: “Reunião tem caráter político-partidário”

“O governo do Estado nunca abdicou do diálogo com os municípios. O problema é que precisamos ter mais transparência nos 25% do ICMS que pertence aos municípios e que os convênios firmados possam ser cumpridos”, afirmou o presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), Luciano Santos, ao confirmar o protesto de prefeitos na governadoria do Estado, nesta terça-feira (25). A manifestação ocorre mesmo após o governo ter aceito a proposta da entidade e programado o repasse dos 25% referentes à compensação financeira da União pela queda de receitas do ICMS em 2022, promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) antes das eleições de 2022, para esta terça.

Mas, há prefeitos que não participarão do evento, apontado como manobra político-partidária de gestores ligados ao senador Rogério Marinho (PL), líder da extrema-direita bolsonarista no RN, para constranger a governadora Fátima Bezerra (PT). O Diário do RN falou com três prefeitos que confirmaram que não participarão do movimento: Salomão Gurgel (Psol), de Janduís; Marina Marinho (PT), de Jandaíra e um que pediu para não ser identificado, por medo de represálias por prefeitos bolsonaristas.

Marina afirmou que não participará do protesto e que ficou satisfeita com a gestão do RN, “que não só acatou a demanda dos prefeitos, como já apresentou proposta para Femurn”. O pleito dos municípios é legítimo. Como membro da diretoria da Femurn, defendo o diálogo aberto e suprapartidário em defesa das pautas municipalistas. Agradeço a sensibilidade da governadora Fátima Bezerra e do governo do RN, que até agora segue se disponibilizando para nos ouvir e atender”.

Salomão disse ter falado ao secretário da Femurn, Adauto Galvão, que, uma vez que o governo do Estado aceitou a proposta da entidade, não há mais motivo para o protesto, que tem caráter político-partidário, com influência de políticos de oposição que querem pressionar a governadora, conforme o Blog do Barreto, que revelou ainda que o prefeito pediu, no grupo de whatspp dos prefeitos, para ter seu nome retirado da lista de presença no protesto.

“Não vou participar de uma reunião que tem um caráter político-partidário. A Femurn não existe para isso. Li a ata da reunião dos secretários do governo com a direção da Femurn e, com todos os itens contemplados, não têm mais por que participar de uma reunião que está esvaziada”, afirmou Salomão, que completou dizendo que muitos prefeitos estão com a mesma posição e não vão participar.

Luciano Santos, que é prefeito do município de Lagoa Nova, confirmou que a mobilização possui um viés de “política municipalista”, mas defende que tem deixado claro aos prefeitos potiguares que todos os acordos feitos com o secretário Cadú Xavier vêm sendo cumpridos. Ele disse entender as dificuldades financeiras que o governo enfrenta, mas que é preciso mais transparência “naquilo que pertence aos municípios”.

“Somos uma entidade municipalista, temos que buscar recursos para nossos municípios e, apesar das dificuldades atuais, todos os acordos têm sendo cumpridos e todos os esforços serão feitos para uma solução rápida e pacífica. Não estamos na trincheira política contra a governadora Fátima, mas queremos informá-la sobre a precisamos ter uma continuidade dos recursos constitucionais para garantir uma segurança política em nossos municípios”, explicou o presidente da Femurn.

“POLITICAGEM, PROTESTO POLÍTICO”
Conforme informações de bastidores que chegaram ao Diário do RN nesta segunda-feira (24), a manifestação programada dos prefeitos possui caráter meramente político, ou de “politicagem”, como um prefeito que pediu para não ser identificado, classificou o evento. Para ele, não há mais motivos para uma mobilização, pois o governo já aceitou e agendou o repasse aos municípios nesta terça.

“Os secretários afirmaram que a gestão aceitou a proposta para efetuar os repasses em cinco parcelas, ainda este ano, como pediram os prefeitos e que a gestão está empenhada em encontrar uma solução rápida para as outras demandas que apresentamos, então, não vejo mais motivo para esse protesto. Só causa política mesmo, politicagem, de gestores aliados ao senador Rogério Marinho, que é opositor ao governo de Fátima Bezerra”, disse.

Sob a condição de anonimato, ele revelou ainda as digitais do ex-presidente da Femurn, o prefeito do município de São Tomé, Babá Pereira, aliado de Rogério e do ex-presidente Bolsonaro no Estado. E aposta no esvaziamento da mobilização. “Só os radicais como estes, que estão fazendo pressão contra a gestão estadual e contra o próprio Luciano Santos, que é ligado ao vice-governador Walter Alves, é que devem participar”.

MOTIVAÇÃO POLÍTICA, DIZ CADU
O secretário estadual da Fazenda, Cadu Xavier, afirmou que o governo do RN concluirá os repasses para os municípios do ICMS arrecadado no mês nesta terça-feira (25). Em julho, serão repassados R$ 178 milhões, ou seja, quase R$ 32 milhões a mais do que o mesmo período do ano passado. Desde abril, quando passou a valer a nova alíquota de ICMS, foram repassados R$ 92 milhões a mais para os municípios”, anunciou.

Cadu disse ao blog Daniela Freire que o protesto parece ter motivação política, pois, “no ano passado, quando da aprovação da LC 194, que reduziu as alíquotas do ICMS e trouxe prejuízos muito maiores para os municípios, não houve sequer uma nota criticando a medida, muito menos um protesto como está ocorrendo agora. Nesse sentido, a manutenção dessa mobilização parece ter alguma motivação política que desconheço a origem”.


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